sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Momentos

E eu sou geralmente um dos ultimos a entrar no onibus. Vou descer logo, entao melhor entrar por ultimo, e nem ocupar bancos, se nao tiver de sobra. E nao tinha, fui em pe no lugar de sempre, ali ao lado da fileira de bancos individuais, segurando no suporte que vai do banco ate o teto. Lah fora jah eh noite, e eu mal consigo ver qualquer coisa porque o vidro esta muito embassado, devido a temperatura dentro do onibus ser muito quente e lah fora bem frio. E chove fraco tambem. Eu decido guardar meu livro do Savage, porque nao estava facil para ler ali, entre as curvas e freadas do onibus. A moca sentada na minha frente tem um casaco com uma touca cheia de pelos, tantos que soh de olhar quase dah para sentir o calor do negocio. E olho para os canadenses, todos com blusas bem grossas, todos com blusas com tocas, sera que eu estou estranho com essa minha blusa do Brasil? Ateh que ela nao eh tao diferente... O sujeito aperta o botao e um visor lah na frente mostra as palavras "stop request" ao mesmo tempo que ouco um som que parece um sino de uma batida soh. O onibus vai parar no proximo ponto e o sujeito jah vai tentando se movimentar em direcao a porta, eu tento me encostar mais na lateral, chegando mais perto da mulher de touca com pelos, para dar mais passagem. E no banco de tras, esse para duas pessoas, um casal conversa em uma lingua que nao entendo, eles sao asiaticos, mas eu nao estou certo se sao chineses. E conversam alegremente. Em Sao Paulo viamos pessoas falando outra lingua, mas nao era todo dia, nao era toda hora, tao frequentemente como aqui. Bom, isso tambem ajuda que eu nao me sentisse tao estranho, afinal eu era mais parecido com um canadense nativo do que os asiaticos, embora em certos momentos parece que tam mais deles do que canadenses nativos. Uma voz anuncia o proximo ponto, o primeiro na Danforth. Eh a rua onde moro, em breve eu desco. Na frente uma mulher com carrinho de bebe, com uma crianca dentro, parece tentar agasalhar melhor o guri. O sujeito do lado dela, de blusa preta e luvas le um livro de bolso, pequeno, mas esse que ele estah lendo eh bem grosso. Mais um ponto, mais uma parada e eu me seguro mais firmemente para nao ir ara frente e encontrar na moca baixinha que se segura no banco porque nao alcanca o suporte de cima. O casaco dela vai ateh a canela, eh de uma cor escura, parece muito grosso. Refletido no vidro eu vejo a senhora atras de mim conversando no telefone, e entendo poucas palavras. Ela tem um ingles fluente, mas o meu ach oque ainda nao eh e ela estah falando baixo. O onibus da a paradinha costumeira na estrada de ferro e depois continua atravessando a Midland, para, e este eh o meu ponto, eu entro na fila para descer, atras da menina de cabelo lisos e bolsa bege, que tambem leva um guarda-chuvas...

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