terça-feira, 24 de setembro de 2013

Uma gripe, duas corridas

No Sábado choveu e a chuva que trazia uma frente fria era o anúncio de que estava fazendo calor acima da média. Eu ainda não estava completamente bom da gripe, mas a chuva foi irresistível e eu fui rodar. Descompromissado, desci para o centro na madrugada molhada, curtindo a temperatura e a sensação de liberdade, de contato com o mundo. Passei por aspersores irrigando jardins embaixo da chuva e denovo ponderei sobre como a aparecia é mais importante do que o planeta. Me senti bem e foi um bom exercício. No Domingo esfriou e na Segunda eu corri novamente, agora sem chão molhado e com blusa. a temperatura caiu para 10 graus e eu senti um pouco as pernas, lembrei que talvez eu não corra mais sem blusa até Maio do ano que vem. Mas lembrei também da neve e que frio ou calor, a experiência era sempre uma experiência. Não ainda livre da gripe, mas já voltei a rodar...

Algo diferente no ar

A brisa fria das manhãs anunciam a passagem do tempo. As folhas no chão aumentam a cada dia, se despedindo do sol. O cheiro de madeira queimada traz a vontade de sentar do lado do fogo quentinho. A lua no céu é mais clara e alegre. O verão se retira vagarosamente da cena enquanto as cortinas se fecham. O outono de cores aparece do lado oposto trazendo sentimentos e emoções novas...

sábado, 21 de setembro de 2013

RG e pagar mais - quanta besteira...

E apareceu esta notícia na internet. Basicamente o título diz que os números finais do seu RG tem alguma associação com a sua decisão de compra.

Eu pensei - deve ser um estudo mal feito. Ou senão, sei lá como o número do RG é associado às pessoas, vai que existe mesmo uma associação do tipo moradores de SP geralmente recebem RG com número final maior do que moradores do Nordeste. Isso pode criar a tal associação, normal. mas não é causal (não é o numero do RG que causa o poder de compra) portando a palavra înfluencia não deveria ser usada^.

Comecei a ler o artigo e reconheci imediatamente o experimento, que apareceu no livro Predictably Irrational.

Eu então pensei - Ok, o fato é que se vc mostrar números maiores para pessoas como sugestão inicial do preço de algo, elas vão estar disposta a pagar mais. No experimento foi usado o número final do RG para sugerir um preço para o produto, mas qualquer número serviria. Então não é o número do RG, é ancorar o preço do produto que influencia o que a pessoa está disposta a pagar. Seja a âncora baseada no RG ou não. O título é então bem sensacionalista, e distorce o experimento para ganhar leitores. Desinformação das mais claras, usada pela mídia, o que não é novidade. O autor do estudo deve estar bravo com essa distorção que a mídia fez de sua pesquisa.

Encontrei o blog do autor. Estava até disposto a alertar ele que a mídia tava interpretando erroneamente os seus resultados, desinformando mais do que informando, que ele estava sendo usado de uma forma mesquinha. Mas a interpretação estava igual, lá no blog do autor!!!

Mudei meu pensamento - Esse é um caso de pilantragem, onde ambos o pesquisador e a mídia são comparsas. A idéia é do pesquisador oferecer algo sensacionalista e da mídia ganhar visibilidade com isso e o pesquisador também. Simplesmente o pesquisador roubou o experimento, sem dar créditos ao livro que o publicou inicialmente. Cambadas de fdps que tiram vantagem do povo e da ciencias e disseminam informação errada. Escrevi um comentário nasty no blog do pesquisador, que certamente não vai ser publicado.

Voltei a notícia inicial, fui olhar os comentários. Fiquei surpreso quando notei que todos eles estavam metendo o pau na noticia. Obviamente que os comentários não são uma amostra representativa dos leitores, mas ainda assim, a impressão é que mesmo para o leigo em estatística o título sugere resultados ridículos.

Finalmente pensei - Seriam o pesquisador e a mídia tão incompetente a ponto de roubar material de pesquisa alheia, publicar os resultados de forma distorcida para ganhar leitor, e conseguir com isso se auto-queimarem!? Não sei, parece que foi o que aconteceu.

Ainda assim, distorcer resultados estatísticos na maior parte das vezes não leva as estas consequencias negativas. É algo que a mídia faz muito, concordo que talvez eles fazem mesmo sem saber. Mas em todos casos onde resultados de analises estatísiticas de dados experimentais são distorcidos, não só a estatística perde, mas todo mundo perde com a desinformação. Eu acho que estes casos precisam ser apontados cada vez mais para que a mídia passe a ter cuidado com o que publica e com a forma que interpreta resutlados de analise de dados, e para que os pesquisadores coloquem mais esforço em fazer uma análise bem feita.


Pau mandado

Pelo que entendi a Apple lançou um novo Iphone. E por todo o Canadá se via filas enormes varando a noite para comprar o negócio. E para mim ainda é tão difícil entender porque as pessoas fazem isso. Entre os que tiram sarro desse comportamento estão os que chamam a galera da fila de ovelhas. Ovelhas que são pau mandado, catequizadas, seguem em fila esperando a ordem do seu senhor. Infelizmente não é só tiração de onda, é pura realidade, pessoas doutrinadas pelos donos do poder. Imagine, vc não só consegue vender o produto, mas consegue fazer os compradores, dispostos a pagar, dormir em filas para comprar o seu produto, e depois de comprar, saem fazendo propaganda. Deus olhando lá de cima deve estar com inveja da Apple...



sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Dia a dia

- Oi, estou procurando vaga para estatístico, você sabe de alguma vaga que poderia me indicar?
Eu nem conheço a pessoa.
- Não sei. a gente aqui não tá contratando estatístico. Não deixe de fazer network e considerar oportunidades como voluntário ou treinee.  Eu consegui minha vaga aqui depois de ter trabalhado como voluntário...
- Se eu te mandar meu currículo, você tem como encaminha à pessoa responsável?
Já tava perdendo a paciência.
- Eu sou a pessoa responsável. A gente não tá contratando aqui e não vamos contratar no curto prazo.
- Mas você tem bastante contatos, estatísticos, não tem...
Totalmente sem paciencia mais.
- Vai catar coquinho na descida.

Você provavelmente achou o texto normal, pois ele segue a regra de nossa economia, do mercado que criamos. Se eu tenho um emprego e sou bem pago, certamente estou acima de quem não tem emprego e se eu ajudar eles é porque estou fazendo mais do que deveria. De quem é a culpa neste caso? Me parece que de um sistema falho, onde a regra de que deveríamos ter a opção de trabalhar no que gostamos e temos talento, e portanto a opção de escolher onde trabalhar, é invertida, e na escassez de empregos temos que nos sujeitar a qualquer coisa que achamos e as coorporações é que tam a opção de escolher quem eles contratam. Na entrevista de emprego a estrada devia ser mão dupla - eu escolho se quero trabalhar na empresa e a empresa escolhe se sou adequado a posição - mas é mão única. E naõ poder escolher é algo muito ruim, imagina ser obragado a fazer algo que não gosta e tal, pensa um pouco. a maioria de nós, mesmo os que tem emprego estão nessa situação. Ou seja, o sistema é errado, assim como quem perde a paciência, pois isso só coloca o ser humano em pior situação do que a que o sistema já o coloca.


Gripe...

Continuo de molho. Quarta feira estava bastante ruim, foi o pior dia, quinta melhor e hoje quase bom. Engraçado que eu tomei a vacina da gripe, mesmo assim peguei gripe igual ou pior do que eu pegava antes, sem tomar a vacina. Eu dei uma olhada rápida no Twitter e tem aumentado o numero de pessoas twitando sobre gripe esses dias, acho que todo mundo tá pegando gripe mesmo, melhor eu já passar logo por ela. Enquanto isso eu revejo a minha teoria de que virus da gripe não tem nada a ver com frio e chuva, pois eu peguei essa gripe justamente quando a temperatura caiu. Na verdade, eu sei que o número de pessoas com gripe aumenta no inverno e tal. Mas nao sei, a ligação para mim é bastante sem sentido dado que o frio não carrega virus. Então deve ter algo no meio do tipo o frio faz o virus acordar. Ou faz a gente perder a resistencia ao virus. Sei lá...

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Cultura de bicicleta

Copenhague é uma das cidades com a melhor estrutura para bicicleta no mundo, se não for a melhor. Perto de Copenhague, Toronto está na idade da pedra. Eu achei essa página bem interessante sobre o ciclismo urbano em Copenhague.

Um ponto que eu acho interessante é que a gente, ciclista que vive em Toronto, imagina que o habitante ciclista de Copenhague é um sujeito feliz, que não tem do que reclamar pois o governo lá dá á bicicleta a importância que ela merece. E o ciclista de São Paulo pensa o mesmo de Toronto.

A verdade é que o ciclista de Copenhague é o que reclama mais, o que parece mais insatisfeito e o que luta mais pelos seus direitos. O de Toronto está começando a se organizar mais seriamente agora. E o de São Paulo, apesar das condições, não tá nem aí, parece que está feliz com as coisas do jeito que estão.

Pra mim isso mostra que um fator importante em ter essas condições consideradas de primeiro mundo é que a gente reconheça nossos direitos e estejamos dispostos a lutar por eles. Isso reforça a teoria do pão e circo. Enquanto o sujeito estiver marginalizado, ele não vai reclamar. Quando começamos a dar a ele seus direitos, ele vai abrir o olho e lutar mais por esses direitos.

Interessante, na página eles mostram fotografias de bicicletas no Rio de Janeiro, no passado, mostrando que um dia a bicicleta foi predominante na cidade. Em um tom forte, satírico, agressivo eles referem-se a atual cultura como a de que quer impor que a bicicleta é uma invasora do espaço urbano quando ela já dominou esse espaço. É impressionante como isso é verdade e como tanta gente vê a bicicleta como um problema, algo que só atrapalha.Interessante que não são pessoas no Brasil falando isso, mas sim em Copenhague, cidade que é um sonho para muitos ciclistas.





De molho

Sem correr por esses dias. Eu peguei uma dor de garganda, começo de gripe, acho que pela esfriada no tempo. Eles ligaram o aquecimento n oprédio, agora não tem jeito, o frio vem mesmo. No entanto a temperatura ainda tem chegado perto dos 20 graus no meio do dia, mas bastante frio de manhã. Fique de olho, mais atualizações por vir.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Tirando a blusa do guarda-roupas

E parece que os dias de verão se acabaram. E também parece que foram tão poucos dias. Apesar do ar de outono e a expectativa pela primeira neve serem legais, ter que colocar a blusa para correr não é algo que eu aprecio muito. Ontem eu tive que correr com blusa pela primeira vez, temperatura ao redor dos 10 graus. Mas é assim que as coisas funcionam por aqui. Vejamos o lado bom das coisas, no entanto. Não é ruim tomar chá embaixo do cobertor. Aliás me deu uma certa tristeza ontem quando pensei que logo (não sei quando) eles vão ligar o aquecimento do prédio e esse friozinho que está dentro de casa vai acabar. Me lembrei que o inverno passa e a gente não fica com aquela vontade de tomar chá, ou de ficar embaixo do cobertor, pois o aquecimento não deixa.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Dia a dia

- O Dirgo é um Guargóbilo.
- O que é um Guargóbilo?
- A única coisa que posso dizer é que um Guargóbilo é diferente de um Tarnúbiro.
- Diferente como?
- Diferente nas características que definem um Tarnúbiro.
- Que características?
- Por exemplo, Tarnúbiros gostam de colocar o nariz no chão.
- ?
- Tarnúrbiros não andam de sapato.
- ?
- Tarnúbiros vem em varias cores.
- Eu acho que você é um Tarnúbiro, isso sim.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Teste para o mal de Alzheimer

Um estudo interessante perguntou para a galera se eles fariam um teste para o mal de Alzheimer, se tal teste existisse. A maioria disse que sim. Alzheimer é uma doença terrível, que faz com que o sujeito perca a memória e em certo ponto viva totalmente dependente de outros. Eu acho a perda da memória algo muito difícil de imaginar, tipo, o sujeito não lembra de nada, acho que o cérebro fica totalmente inútil, a pessoa meio que morre sem morrer, aos poucos. Mas o que é triste para mim é que muitas vezes, ou sei lá, talvez sempre, as pessoas são diagnósticadas enquanto ainda tem total capacidade mental e apenas pequenas falhas de memória. Nesse momento, saber do futuro irreversível deve ser muito triste.

Então voltando ao estudo, eu não sei, para mim é muito limitado o que você pode melhorar se souber que vai ter essa doença. O peso negativo de saber desse seu futuro deve ser muito pior do que os ganhos do diagnóstico super precoce, já que a doença não tem cura mesmo. Eu acho que optaria por viver sem saber, e saber o mais tarde possível, pois até ter o diagnóstico eu viveria minha vida sem preocupação. Nesse sentido o resultado é um pouco surpreendente.

Eu não cheguei a ler o artigo inteiro, mas é preciso lembrar que nessas pesquisas as pessoas são provavelmente abordades e questionadas. A decisão poderia ser outra se a pessoa tivesse pensado no assunto. Apesar que parece que quem conhece a doença estaria de perto mais propenso a fazer o tal teste. E eu acho que a maioria da população também não sabe bem o que é o mal de Alzheimer, o que realmente acontece, tratamentos. Perguntar algo a uma pessoa que não conhece a doença assim, é meio que perda de tempo. Mas como eu disse não tive tempo de ler o artigo e de qualquer forma é algo interessante para pensar, especialmente que parece que estamos caminhando na direção de desenvolver o teste.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Ciclistas e motoristas

Estes dias apareceu esta notícia interessante onde um policial daqueles que andam de bicicleta foi vítima de um motorista que abriu a porta do carro sem olhar. Para quem anda de bicicleta essa é uma coisa que dá bastante medo, imagina o sujeito abre a porta e vc não espera, cai no meio da rua, outro carro vem e passa por cima...

Um ponto interessante é que em Ontario a lei exige que se olhe antes de abrir a porta, mas a pena é bem pequena (menos de $100) se não olhar (e matar um ciclista...). E para piorar eles decidiram para de coletar estatísticas desse tipo de acidente. Então os ciclistas estão meio bravos. Parece que só quem anda de bicicleta percebe que isso não é algo banal, involve risco à vida.

Outro ponto é o número de comentários. Eu dei uma lida neles e a maioria são de ciclistas bravos com a situação. Mas eu imaginei o seguinte, aqui a gente que anda de bicicleta está assim, nesta posição onde demandamos muitas coisas e lutamos por mais ciclovias e muita gente acompanha o debate e tal. Em São Paulo eu não sei nem se existiria esses comentários. E então relacionado a isso eu lembro que quando cheguei aqui achava Toronto uma cidade super segura para andar de bicicleta, com ciclovias am muitos lugares e tal, e achava estranho que os habitantes locais em geral não pensavam dessa forma, pelo contrário, a maioria tinha bastante medo de pedalar nas ruas. Era porque minha referência para comparação era São Paulo, onde realmente nem dá para pedalar nas ruas. Hoje, depois de tanto tempo aqui e tanto andar de bike, já vejo as coisas de outra forma. Tipo, há muita coisa a ser melhorada, em particular acho muito injusto os ciclistas terem que dividir as ruas com os carros, isso não é só perigoso, mas sua integridade física está na mão de motoristas que você não conhece. E isso também faz com que muita gente (na minha opinião muita mesmo), não use a bicicleta.

Finalmente, existe uma briga, ou desentendimento, entre ciclistas e políticos, comerciantes, motoristas.Tipo, se mudar a infra-estrutura e fazer a cidade mais amigável para bicicleta, isso vai impactar negativamente os negócios. Mas ninguém sabe realmente se vai, nunca achei nenhum estudo sério sobre o impacto negativo de se ter uma cidade amigável para a bicicleta. Por outro lado há muita conversa paralela, distração no meu ponto de vista, sobre o fato de que os ciclistas não seguem regra nenhuma (tipo andam na calçada e passam farol vermelho). Tipo, para conseguir melhor infra-estrutura precisa se comportar, seguir as regras e tal. Só que isso não tem nada a ver. Dê ao ciclista o direito de se locomover pela cidade sem sentir medo, sem colocar a vida em riso (tipo não tendo que dividir a rua com carros). Pedestres e carros se locomovem com segurança, mas não ciclistas. Então está faltando esta parte, essa deveria ser a prioridade, não ficar perdendo tempo com o cliclista que passa o farol vermelho. Seguir as leis é importante, mas me parece que neste caso o mal comportamento dos ciclista é tão irrelevante.

Bom, vamos ver o que rola nesse episódio do policial...


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Corridas e o coração

Um dia comçamos a correr e descobrimos que o nosso corpo é capaz de muito mais do que imaginávamos. Primeiro 5km parece uma distância enorme que ficamos orgulhosos de superar com facilidade. Depois movemos para 10Km, meia maratona e maratona. E quando completamos uma maratona nos julgamos atletas acima da média, ou melhor, acima de 90% da população. Mas acima em termos de quê? De condicionamento, saúde, resistência, dieta saudável, vida saudável, velocidade, muitas coisas. Diferentes pessoas pensem de forma diferente, o que faz nascer o famoso debate do "porque você corre?", mas parece que saúde é de longe o que julgamos sermos melhorers, afinal se conseguimos correr uma maratona temos que ser mais saudáveis. E os corredores acreditam na saúde como acreditam que são livres, como acreditam no voto e na igualdade do ser humano, acreditam religiosamente, sem provas, levados pela propaganda e pelo desejo de viver eternamente, talvez, ou talvez simplesmente pelo desejo de ser melhor em algo.

Certamente o maratonista não corre pela saúde, e lá no fundo ele sabe disso. Em 2007, quando terminei a minha última maratona, estava tão cansado e vendo outros igualmente cansados, embrulados naqueles papéis alumínio para não perder calor (estava meio frio), que a alegria de ter quebrado meu recorde pessoal foi muito menor do que a vergonha de não saber porque eu estava fazendo aquilo, porque eu estava acabando comigo mesmo. Me senti uma Maria-vai-com-as-outras, levada pelo círculo vicioso do mundo ao redor. Decidi que não correria mais maratonas, e assim tem sido até hoje, e assim vai ser. Mas não parei de correr, diminuí a distância, estava em busca de algo que fosse realmente saudável e que desse prazer. Mas prazer de verdade, não prazer de falar para os outros.

Me preocupei mais e mais com o que seria realmente saudável e descobri que existe evidências de que exercicio é algo bom, mas não correr especificamente. E as evidências são bastante escassas para consequências de longas corridas e alta intensidade. Mas eu estou apenas dizendo que não existe evidências, não que não seja saudável, e que a não existência de evidência torna o fato religioso, eu acredito nisso e você acredita naquilo, apesar que não há nada de errado em acreditar, e se fôssemos esperar evidências para tudo ficaríamos dormindo o dia todo. Só que temos que ser conscientes do que acreditamos e do que sabemos.

Os fatos me levaram, ou talvez me obrigaram, a coletar evidências que correr pode sim ser ruim, ou ter consequências negativas. Desde 2011 eu tenho notado publicações científicas relacionadas à associação entre correr longas distâncias e o risco aumentado de arritmias cardíacas. Hoje ainda não há provas definitivas mas o número de artigos publicados me faz não ter dúvidas de que se você é um corredor de longa distância, vc tem sim chances bem aumentadas de vir a ter arritmias cardíacas e outras alterações não necessariamente boas no coração.

Foi depois de ler esse artigo que resolvi escrever isso. O artigo não é uma evidência esporádica, é o resumo do que se tem hoje em termos de associação entre uma arritmia especifica, a fibrilação atrial, e a prática de esportes de alta resistência, com base em muitos estudos no decorrer dos anos. Enfim, a verdade é que temos associações e que sabemos muito pouco. A verdade para mim é que exercícios físicos nem sempre são sinônimos de saúde, e cada vez mais eu fico convencido de que a quantidade de exercícios que precisamos para que aumentemos a nossa saúde, seja lá qual for a definição de saúde, não nada perto do que um maratonista faz, nem mesmo do que um corredor de 10Km. Ainda sabemos muito pouco e fazemos muitas coisas erradas...

Preparativos finais

 E hoje foi o ultimo treino no Canadá, o próximo será em Lisboa. Treino leve, que até pensei em adiar por causa de uma leve dor na panturril...