Depois que a galera entrou no Instituto Royal e sumiram com os caninos que era usados como cobaia de experimentos lá, o assunto parece ter virado moda. Eu meio que tinha ignorado o caso pois para mim parecia mais um simples ato emocional de quem gosta de cachorros mais do que de pessoas. Deviam ser todos presos.
Mas depois notei que seja como for, se a açao nos faz pensar no assunto e isso nos faz ser melhores, então tá valendo. A questão não parece simples, ainda que pareça simples condenar o roubo dos animais por ser contra a lei, sem provas de mal tratos e com possíveis prejuízos para a galera do instituto e quem paga eles. E por eles terem "resgatado" os cachorros mas não os ratos. E por eles tomarem remédio para dor de cabeça e usagem GPS e sei lá mais o que.
Se pensarmos que a sociedade pode evoluir para um ponto onde vivemos de forma sustentável, não comemos mais animais ou plantas, não poluímos mais o ambiente e tal, então talvez faça bastatne sentido pensarmos em assuntos como parar de usar animais como cobaia. O fato de alguém ser contra o uso de animias como cobaias não implica que o sujeito deva parar de tomar remédio, mas que prefere que animais não sejam usados mesmo se isso trazer um desenvolvimento mais lento e seja mais difícil encontrar cura para as doenças. A gente não pode voltar no tempo e salvar os animais (e pessoas) que foram usados como cobaia ao longo do tempo, então que o sofrimento deles tenha sido por uma boa causa, vamos usar o que aprendemos e daqui para frente fazer um mundo melhor.
Ou seja, eu vejo a luta pelo não uso de animais como cobaias como algo válido e interessante, senão necessário. Certamente não é correto que esta luta use da invasão e roubo de animais que estão sendo usados de acordo com as leis atuais. Só que por outro lado é difícil negar que tal ato ilegal tam um poder muito grande de fazer as pessoas se mexer e pensar no assunto. É difícil conseguir isso de outra forma que não envolva atos que chamem a atenção.
Claro que não é ua questão simples de se resolver, há vários pontos complicados, como por exemplo a definição do que pode ser usado e o que não pode, pois certamente não faz sentido que só cachorros sejam beneficiados. E ratos? Insetos? E precisamos também ter uma idéia melhor, antes de qualquer decisão, do cenário geral do uso de animais como cobaia - tipo para que são usados, como são usados, que animais são usados, quanto eles sofrem, quais alternativas haveriam. Eu concordo em caminharmos para a direção de usar menos os animais como cobaias, mas entendo que é uma situação complicada e que eu tenho algumas tarefas de casa para fazer antes de ter uma opinião mais concreta sobre o que devemos fazer.
domingo, 27 de outubro de 2013
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
CN Tower denovo
No sábado eu fui pela sexta vez participar da subida de escada da CN Tower. Essa é uma das torres mais altas do mundo, usada para comunicação. Ela se tornou atração turistica por esse motivo e tem até um restaurante lá em cima. Pelo menos uma vez por ano existe um evento onde participante sobem na torre pelas escadas. Os atletas encaram como competição e tentam subir uma altura equivalente a um prédio de uns 140 andares o mais ráido possível. Outros fazem como desafio pessoal e outros igual eu sobem por diversão. Eu geralmente tento ser o mais rápido possível mas sempre achei complicado treinar para subir escadas e acabo ficando bastante cansado.
Como sempre eu comecei correndo até o local, o que dá uns 6 km e é um bom aquecimento. Mas também como sempre, tinha uma fila enorme quando eu cheguei lá, por volta das 5:40 da amnhã. Eu geralmente chego mais cedo ainda, mas eu estava esperando que chegando mais tarde um pouco ia ter menos fila. Não foi o caso...
Lá pelas 6:15 (eu estava sem relógio) eu comecei a subir, e fui mantendo um ritmo mais ou menos, subindo dois degraus por vez. Lá pelo andar 30 um sujeito me passa e eu sigo na cola, mas principalmente porque ele pegou congestionamento a frente. Depois que ele se livrou da galera eu não consegui acompanhar, mas fui mantendo um bom ritmo.
Se você está preparado e consegue subir rápido, certamente vai encontrar muita gente pelo caminho e ter que passar eles. A escada não é muito larga, tipo, cabe apenas duas pessoas lado a lado, tipo escada rolante. Então é bem fácil perder tempo se vocè encontra muita gente na sua frente; eles tentam dar caminho mas nem sempre eles percebem você atrás, ou simplesmente acontece de ter muita gente junta, um passando o outro e você fica encaixotado.
Enfim, fora o sujeito ninguem mais me passou e eu passei muita gente. Geralmente esse é o caso pois eu começo bem e seguro o ritmo até o final. Dessa vez fiquei bastante cansado e senti o despreparo lá pelo andar 100, mas diminui pouco.
Lá em cima o prêmio é a vista, que é sensacional, apesar de ainda estar escuro. Então a gente dá uma descansada, toma uma água e desce pelo elevador. Foi legal, valeu a pena!
Como sempre eu comecei correndo até o local, o que dá uns 6 km e é um bom aquecimento. Mas também como sempre, tinha uma fila enorme quando eu cheguei lá, por volta das 5:40 da amnhã. Eu geralmente chego mais cedo ainda, mas eu estava esperando que chegando mais tarde um pouco ia ter menos fila. Não foi o caso...
Lá pelas 6:15 (eu estava sem relógio) eu comecei a subir, e fui mantendo um ritmo mais ou menos, subindo dois degraus por vez. Lá pelo andar 30 um sujeito me passa e eu sigo na cola, mas principalmente porque ele pegou congestionamento a frente. Depois que ele se livrou da galera eu não consegui acompanhar, mas fui mantendo um bom ritmo.
Se você está preparado e consegue subir rápido, certamente vai encontrar muita gente pelo caminho e ter que passar eles. A escada não é muito larga, tipo, cabe apenas duas pessoas lado a lado, tipo escada rolante. Então é bem fácil perder tempo se vocè encontra muita gente na sua frente; eles tentam dar caminho mas nem sempre eles percebem você atrás, ou simplesmente acontece de ter muita gente junta, um passando o outro e você fica encaixotado.
Enfim, fora o sujeito ninguem mais me passou e eu passei muita gente. Geralmente esse é o caso pois eu começo bem e seguro o ritmo até o final. Dessa vez fiquei bastante cansado e senti o despreparo lá pelo andar 100, mas diminui pouco.
Lá em cima o prêmio é a vista, que é sensacional, apesar de ainda estar escuro. Então a gente dá uma descansada, toma uma água e desce pelo elevador. Foi legal, valeu a pena!
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Na pista
Depois de algum tempo, ontem eu fui correr na pista. Estava meio tarde e eu não queria ser pego na trilha pelo anoitecer, de óculos escuros, então eu resolvi ir para a pista, que é perto de casa e quando ficasse meio escuro eu voltaria correndo pra casa e pronto.
Foi feriado aqui, então tava tudo muito calmo. Um grupinho corria na contra-mão, devagar, papeando, umas crianças jogavam futebol no campo, depois chegou um casal e deu umas 3 voltas, depois chegou um sujeito e deu uma ou duas voltas, ele me passou depois caiu fora da trilha.
Eu corri num ritmo tranquilo e acabei rodando mais do que esperava, estava uns 15 graus, tempo limpo, o sol escondendo, a pista de borracha, gostosa, estava legal. Talvez eu deva ir mais na pista, correr mais a tarde...
Foi feriado aqui, então tava tudo muito calmo. Um grupinho corria na contra-mão, devagar, papeando, umas crianças jogavam futebol no campo, depois chegou um casal e deu umas 3 voltas, depois chegou um sujeito e deu uma ou duas voltas, ele me passou depois caiu fora da trilha.
Eu corri num ritmo tranquilo e acabei rodando mais do que esperava, estava uns 15 graus, tempo limpo, o sol escondendo, a pista de borracha, gostosa, estava legal. Talvez eu deva ir mais na pista, correr mais a tarde...
Pontuação para Ironia
Achei interessante quando vi um artigo sobre uma discussão para se criar uma pontuação que indica ironia ou sarcasmo em textos. Depois perdi o artigo, mas aqui tem um artigo da Wikipedia relacionado ao assunto. O esquema é que quando a gente está conversando, a ironia e o sarcasmo podem ser identificado principalmente pela diferença na entonação, no jeito que falamos. Mas em um texto, sei lá, em alguns casos pode ficar meio claro pelo context que se trata de uma ironia, mas acho que tem vezes que o leitor pode confundir, ou não interpretar como ironia, daí a utilitidade de uma marca no texto, alguma coisa que indique que aquilo é uma ironia. Enfim, interessante...
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
A Odisséia de Pat Tillman
Quando o Homen ganha Gloria: A Odisséia de Pat Tillman (When the Man wins glory: The Odyssey of Pat Tillman) é um livro interessante sobre um jogador de futebol americano que abandonou uma carreira promissora para servir no exército Americano, nas guerra anti-terrorismo que aconteceu depois dos ataques de 9/11.
Eu achei o livro bastante interessante e ele basicamente tem duas estórias - a do jogador, da pessoa e a estória de como somos manipulados pela propaganda do governo. Eu encontrei algumas revisões do livro que são negativas, basicamente todas alegando que existe um viés onde o autor é contra o governo Bush, puxando a sardinha para o lado de suas visões políticas. Mesmo se o livro exagera nesse ponto, a percepção que tenho baseado em outras fontes, principalmente o filme The Tillman Story, é que o livro é preciso. Provavelmente o autor não tenha sido imparcial, mas nesse caso acho que isso não importa muito, é secundário, pelo menos, pois o filme confirma tudo que está no livro. Aliás é muito legal ler o livro primeiro, depois ver no filme as pessoas e lugares.
Eu não quero comentar muito, pois quem sou eu, mas vou colocar algumas de minhas impressões.
Interessante quando cheguei na parte onde Pat resolveu largar tudo e se alistar. Uma das marcas do ataque de 9/11 foi como muitos comentavam sobre como era difícil de entender que terroristas estão dispostos a dar a vida deles pelos atos terroristas. Eles se suicidam. Para a gente é algo extremo. Eu nunca me apeguei muito a isso pois para mim é simplesmente o resultado de diferente culturas e ambientes, uma lavagem cerebral, que na verdade todos nós sofremos, e cada um se comporta de acordo com o ambiente onde cresceu. A questão é que pela primeira vez me veio na cabeça que o que Pat fez, ao largar o conforto para se alistar, é exatamente a mesma coisa. O jovem Americano está disposto a dar a vida pelo país, assim como o do Oriente Médio, a diferença é que um sabe que vai morrer, o outro acredita que não vai. Mas basicamente, tanto o soldado Americano, como o da Al Qaeda foram convencidos a lutarem pelo mesmo ideal e a fazerem o mesmo sacrifício.
Mas Pat era diferente, ele inclusive lia Noam Chomsky. Então parece contraditório que ele tenha se alistado, mas provavelmente ele não tinha sido totalmente convencido por Chomsky, adicionado do fato de que as imagems do 9/11 foram muito fortes e de que a família dele sempre teve grande tradição de participar do serviço militar. Claro que esta é só minha opinião. O filme prova, no entanto, que Chomsky está correto. E eu fico surpreso de ver que mesmo com estas provas, ninguem se toca.
Outro ponto do livro (e do filme) é sobre a manipulação que os que tem poder fazem para tentar conseguir o que querem. Pat foi morto por soldados Americanos, por engano. Mas ele era famoso, e dizer isso ia pegar mal para um governo que está pedindo para que os jovens se alistem, para que a população apoie a guerra. Entao eles não disseram, a princípio, ao invés disseram que Pat for morto pelo Taliban, num ato de bravura que salvou colegas, e fizeram dele um herói Americano. Similar manipulação envolveu o caso do resgate de Jessica Lynch no Iraque, onde no qual Pat participou marginalmente. O resgate na verdade parece ter sido "uma produção de cinema" para mostrar para o povo Americano o heroísmo da soldado e dos que a resgaratam, dado que na verdade não parece ter havido muito heroísmo da parte dela assim como não houve perigo nenhum para resgatá-la, por isso eles aproveitaram e filmaram. Ninguem falou do erro vergonhoso Americano que levou a ela ir parar num hospital no Iraque e muitos Americanos perderem a vida. E para colocar a cereja no bolo, depois de descoberta e exposta toda a manipulação no caso de Pat, arrumaram um bode expiatório, um militar de alto escalão aposentado, colocaram a culpa nele e tudo acabou em pizza. É verdade, tudo como acontece no Brasil! Mas não é novidade, e não é surpreendente, eu acho que o surpreendente é a quantidade de evidência, o fato de que não há como negar e ainda assim ninguem se todo, vai como vai, o povo não abre o olho.
Uma coisa também bastante evidente no livro, nem tando no filme, é o vergonhoso preparo dos soldados, tanto taticamente como psicologicamente. Talvez a parte psicologica seja de propósito. Taticamente no sentido de que acontece esses incidentes idiotas, onde a galera fica desesperada e mata os próprios colegas. Claro que vai acontecer, mas quando você vê os detalhes, sei lá, parece muito despreparo. Por exemplo, o caso de Jessica Lynch aconteceu quando eles erraram o caminho no Iraque. Isso devia ser impossível de acontecer. No caso de Pat, o caos que virou quando a galera foi vítima de uma emboscada, tipo, todo mundo querendo falar no rádio ao mesmo tempo, gente não conseguindo disparar a arma que ficou emperrada, falta de comunicação de um grupo com o outro, falta de planejamento. Sei lá, se vc tá num território de guerra e tal, super perigoso, essas coisas não podem acontecer, fala sério. Na verdade, pelo filme, parece que não dá para ter certeza nem que houve uma emboscada.
Psicologicamente no sentido de que os soldados não tem controle sobre o que fazem. Pat foi morto por soldados num momento em que muitos outros soldados estavam vendo que a galera do outro lado eram amigos. Mas alguns soldados desembestaram atirar, parece que tanto porvontade de participar da guerra, quanto por ansiosidade do momento. É claro, inclusive no caso de Pat, que os soldados querem atirar, eles querem dizer que participaram de combate. Se alistar, ir para o Afeganistão e não atirar é como ter falhado, ou não ter participado, não ter tido importância. Assim na primeira oportunidade alguns deles vão atirar e não parar mais.
Enfim, acho que o livro e o filme são bastante interessantes e valem a pena. Infelizmente é sobre uma morte, mas acho que a principal lição é como somos enganados, manipulados e achamos que somos livres. Vc vê este caso e então pensa nos muitos outros que não vem à tona, nos que são menos importantes e nunca serão descobertos, mas ainda assim são atos feitos com para manipular o povo. Esse assunto tem muito a ver com a democracia ineficiente ou falha ou falsa que temos. Este vídeo, uma discussão com entendidos na Universidade de Haward, fala um pouco sobre isso. Outra fonte é o próprio Noam Chomsky.
Eu achei o livro bastante interessante e ele basicamente tem duas estórias - a do jogador, da pessoa e a estória de como somos manipulados pela propaganda do governo. Eu encontrei algumas revisões do livro que são negativas, basicamente todas alegando que existe um viés onde o autor é contra o governo Bush, puxando a sardinha para o lado de suas visões políticas. Mesmo se o livro exagera nesse ponto, a percepção que tenho baseado em outras fontes, principalmente o filme The Tillman Story, é que o livro é preciso. Provavelmente o autor não tenha sido imparcial, mas nesse caso acho que isso não importa muito, é secundário, pelo menos, pois o filme confirma tudo que está no livro. Aliás é muito legal ler o livro primeiro, depois ver no filme as pessoas e lugares.
Eu não quero comentar muito, pois quem sou eu, mas vou colocar algumas de minhas impressões.
Interessante quando cheguei na parte onde Pat resolveu largar tudo e se alistar. Uma das marcas do ataque de 9/11 foi como muitos comentavam sobre como era difícil de entender que terroristas estão dispostos a dar a vida deles pelos atos terroristas. Eles se suicidam. Para a gente é algo extremo. Eu nunca me apeguei muito a isso pois para mim é simplesmente o resultado de diferente culturas e ambientes, uma lavagem cerebral, que na verdade todos nós sofremos, e cada um se comporta de acordo com o ambiente onde cresceu. A questão é que pela primeira vez me veio na cabeça que o que Pat fez, ao largar o conforto para se alistar, é exatamente a mesma coisa. O jovem Americano está disposto a dar a vida pelo país, assim como o do Oriente Médio, a diferença é que um sabe que vai morrer, o outro acredita que não vai. Mas basicamente, tanto o soldado Americano, como o da Al Qaeda foram convencidos a lutarem pelo mesmo ideal e a fazerem o mesmo sacrifício.
Mas Pat era diferente, ele inclusive lia Noam Chomsky. Então parece contraditório que ele tenha se alistado, mas provavelmente ele não tinha sido totalmente convencido por Chomsky, adicionado do fato de que as imagems do 9/11 foram muito fortes e de que a família dele sempre teve grande tradição de participar do serviço militar. Claro que esta é só minha opinião. O filme prova, no entanto, que Chomsky está correto. E eu fico surpreso de ver que mesmo com estas provas, ninguem se toca.
Outro ponto do livro (e do filme) é sobre a manipulação que os que tem poder fazem para tentar conseguir o que querem. Pat foi morto por soldados Americanos, por engano. Mas ele era famoso, e dizer isso ia pegar mal para um governo que está pedindo para que os jovens se alistem, para que a população apoie a guerra. Entao eles não disseram, a princípio, ao invés disseram que Pat for morto pelo Taliban, num ato de bravura que salvou colegas, e fizeram dele um herói Americano. Similar manipulação envolveu o caso do resgate de Jessica Lynch no Iraque, onde no qual Pat participou marginalmente. O resgate na verdade parece ter sido "uma produção de cinema" para mostrar para o povo Americano o heroísmo da soldado e dos que a resgaratam, dado que na verdade não parece ter havido muito heroísmo da parte dela assim como não houve perigo nenhum para resgatá-la, por isso eles aproveitaram e filmaram. Ninguem falou do erro vergonhoso Americano que levou a ela ir parar num hospital no Iraque e muitos Americanos perderem a vida. E para colocar a cereja no bolo, depois de descoberta e exposta toda a manipulação no caso de Pat, arrumaram um bode expiatório, um militar de alto escalão aposentado, colocaram a culpa nele e tudo acabou em pizza. É verdade, tudo como acontece no Brasil! Mas não é novidade, e não é surpreendente, eu acho que o surpreendente é a quantidade de evidência, o fato de que não há como negar e ainda assim ninguem se todo, vai como vai, o povo não abre o olho.
Uma coisa também bastante evidente no livro, nem tando no filme, é o vergonhoso preparo dos soldados, tanto taticamente como psicologicamente. Talvez a parte psicologica seja de propósito. Taticamente no sentido de que acontece esses incidentes idiotas, onde a galera fica desesperada e mata os próprios colegas. Claro que vai acontecer, mas quando você vê os detalhes, sei lá, parece muito despreparo. Por exemplo, o caso de Jessica Lynch aconteceu quando eles erraram o caminho no Iraque. Isso devia ser impossível de acontecer. No caso de Pat, o caos que virou quando a galera foi vítima de uma emboscada, tipo, todo mundo querendo falar no rádio ao mesmo tempo, gente não conseguindo disparar a arma que ficou emperrada, falta de comunicação de um grupo com o outro, falta de planejamento. Sei lá, se vc tá num território de guerra e tal, super perigoso, essas coisas não podem acontecer, fala sério. Na verdade, pelo filme, parece que não dá para ter certeza nem que houve uma emboscada.
Psicologicamente no sentido de que os soldados não tem controle sobre o que fazem. Pat foi morto por soldados num momento em que muitos outros soldados estavam vendo que a galera do outro lado eram amigos. Mas alguns soldados desembestaram atirar, parece que tanto porvontade de participar da guerra, quanto por ansiosidade do momento. É claro, inclusive no caso de Pat, que os soldados querem atirar, eles querem dizer que participaram de combate. Se alistar, ir para o Afeganistão e não atirar é como ter falhado, ou não ter participado, não ter tido importância. Assim na primeira oportunidade alguns deles vão atirar e não parar mais.
Enfim, acho que o livro e o filme são bastante interessantes e valem a pena. Infelizmente é sobre uma morte, mas acho que a principal lição é como somos enganados, manipulados e achamos que somos livres. Vc vê este caso e então pensa nos muitos outros que não vem à tona, nos que são menos importantes e nunca serão descobertos, mas ainda assim são atos feitos com para manipular o povo. Esse assunto tem muito a ver com a democracia ineficiente ou falha ou falsa que temos. Este vídeo, uma discussão com entendidos na Universidade de Haward, fala um pouco sobre isso. Outra fonte é o próprio Noam Chomsky.
domingo, 13 de outubro de 2013
Bons dias para rodar
Estamos numa parte do ano onde a temperatura está ideal para correr no meio do dia. De manhã usualmente estamos com cerca de 10 graus, o que é meio friozinho. Por isso final de semana passado e neste eu resolvi correr no meio ou mais para o final do dia, com temperatura acima dos 15 graus. Ontem muito sol e trilhas muito binitas, com as folhas no chão do Outono e o sol fraco que denuncia que o verão já era. Lembrava o sol de inverno dos meus tempos de infância. Achei interessante que eu lembrasse sobre o sol, mas o fato é que no Brasil o sol de inverno é diferente do de verão e acho que eu percebia isso com frequência acima da média. Agora, no Outono, indo para o Inverno, mas ainda com temperaturas altas, o sol lembra o sol de inverno no Brasil. Já o sol de inverno, que nasce tarde se se põe cedo, tem calor quase imperceptível.
Hoje amanheceu chovendo e a temperatura feicou meio constante, por volta dos 15 graus, o dia todo. Eu saí para rodar lá pelas 3h da tarde, e denovo foi gostoso, mas dessa vez na chuva. O corredor, passando pelas ruas, se sente mais livre que os outros. Afinal a gente não precisa carregar guarda-chuvas e podemos esperar o ônibus fora do ponto, onde não tem cobertura. Mas eu não esperi o ônibus. O corredor na chuva também se pergunta o que os outros pensam dele.
Rodei boas distâncias ontem e hoje, tipo uns 8 km cada dia, mas parece que o tempo em que eu media a distância dos treinos vai ficando no passado assim como ficou o tempo em que eu media o tempo.
Eu terminei o treino no mercado, onde resolvi comprar algo para garantir o dia de amanhã, que é dia de Ação de Graças (Thanksgiving), feriado tão grande como o Natal, onde tudo fecha e é melhor você ficar esperto. Eu sempre esqueço desse feriado, o que é estranho pois ele é de tamanha significância para os daqui. Cheguei no caixa e disse para a moça que eu não precisava de sacola, enquanto sacava a minha sacola do bolso da minha blusa e dava para a outra moça encarregada de empacotar os esquemas. A sacola tava pingando água, assim como o resto de mim, e eu falei para a moça, que tinha vindo de algum lugar do Oriente Médio, "Errr, eu tava correndo na chuva, sabe como é... mas pode colocar tudo aí", pois ela imediatamente tinha pedido se eu preferia embrulhar as coisas numa sacola plástica primeiro para não molhar. Obviamente não, hoje em dia tudo já vem embrulhado demais. Geralmente os mercados não tem empacotadores, e eu fiquei meio sem jeito de dar a ela aquela sacola, mas enfim. Depois desejei a elas feliz Dia de Ação de Graças e caí fora.
Hoje amanheceu chovendo e a temperatura feicou meio constante, por volta dos 15 graus, o dia todo. Eu saí para rodar lá pelas 3h da tarde, e denovo foi gostoso, mas dessa vez na chuva. O corredor, passando pelas ruas, se sente mais livre que os outros. Afinal a gente não precisa carregar guarda-chuvas e podemos esperar o ônibus fora do ponto, onde não tem cobertura. Mas eu não esperi o ônibus. O corredor na chuva também se pergunta o que os outros pensam dele.
Rodei boas distâncias ontem e hoje, tipo uns 8 km cada dia, mas parece que o tempo em que eu media a distância dos treinos vai ficando no passado assim como ficou o tempo em que eu media o tempo.
Eu terminei o treino no mercado, onde resolvi comprar algo para garantir o dia de amanhã, que é dia de Ação de Graças (Thanksgiving), feriado tão grande como o Natal, onde tudo fecha e é melhor você ficar esperto. Eu sempre esqueço desse feriado, o que é estranho pois ele é de tamanha significância para os daqui. Cheguei no caixa e disse para a moça que eu não precisava de sacola, enquanto sacava a minha sacola do bolso da minha blusa e dava para a outra moça encarregada de empacotar os esquemas. A sacola tava pingando água, assim como o resto de mim, e eu falei para a moça, que tinha vindo de algum lugar do Oriente Médio, "Errr, eu tava correndo na chuva, sabe como é... mas pode colocar tudo aí", pois ela imediatamente tinha pedido se eu preferia embrulhar as coisas numa sacola plástica primeiro para não molhar. Obviamente não, hoje em dia tudo já vem embrulhado demais. Geralmente os mercados não tem empacotadores, e eu fiquei meio sem jeito de dar a ela aquela sacola, mas enfim. Depois desejei a elas feliz Dia de Ação de Graças e caí fora.
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Espionagem Canadense
A matéria do Fantástico de ontem com provas da espionagem do Canadá em relação ao governo Brasileiro parece ter pego de surpresa a maioria por aqui. Inclusive parece que ninguém nem sabia que o Canadá tinha uma agência de espionagem. Eu digo isso com base nos comentários deixados na internet pelos que lêem as notícias. Hoje a tarde a principal emissora de rádio Canadense entrevistou o jornalista Americano responsável pela divulgação das informações para a TV Globo. O que ele disse, em relação ao fato de que mais para ser divulgado e em relação a desonestidade do ato em si é bem interessante e negativo. A posição da mídia parece estar sendo mais de buscar explicações para um fato que parece inegável do que de questionar a veracidade do mesmo.
No entanto a surpresa é dificilmente justificada. Isso é só mais um capítulo na estória da época de exploração econômica em que vivemos. Países não são ricos ou pobres por si mesmo, para existir o rico precisa existir o pobre. O cidadão de países desenvolvidos fecha os olhos para como eles exploram e usam os países menos desenvolvidos, para como a busca de riqueza e poder tem sido e sempre foi prioridade e no final das contas o que vale é que quem pode mais chora menos. Os olhos são agora abertos um pouco, mas é mais provável que a conveniência vai tornar esse mais um fato esquecido no passado.
No entanto a surpresa é dificilmente justificada. Isso é só mais um capítulo na estória da época de exploração econômica em que vivemos. Países não são ricos ou pobres por si mesmo, para existir o rico precisa existir o pobre. O cidadão de países desenvolvidos fecha os olhos para como eles exploram e usam os países menos desenvolvidos, para como a busca de riqueza e poder tem sido e sempre foi prioridade e no final das contas o que vale é que quem pode mais chora menos. Os olhos são agora abertos um pouco, mas é mais provável que a conveniência vai tornar esse mais um fato esquecido no passado.
domingo, 6 de outubro de 2013
Uma Nuit Blanche diferente
Nuit Blanche é uma exposição artística que toma conta do centro de Toronto uma vez por ano, por uma noite inteira. Museus ficam todos abertos a noitem, e de graça (com filas enormes, claro).A idéia é que do pôr do sol ao nascer do sol você ande muito vendo centenas de esposições artísticas espalhadas pela cidade. Mas não é só museus, a maioria são exposições temporárias motnadas no meio da rua ou em parques, ao ar livre, com acesso para todos, de graça. Como é em Outubro, geralmente é uma noite fria, mas não tão fria, tipo longe de ter neve, estava uns 12 graus esta noite.
Na primeira vez que fui, em 2009, eu fui de bike e fiquei quase a noite inteira. É meio que um desafio, vc ficar a noite de sábado para domingo sem dormir e tal, mas é difícil, muito cansativo, acho que em parte por causa da multidão nas ruas, dificuldade de ir dum lugar para o outro, e do frio, que no começo (tipo às 19h no sábado) é ok, mas quando chega de madrugada vc já está cansado. A não ser, talvez, se vc gostar muito de multidão e arte. Depois acho que fui mais duas vezes. Este ano eu resolvi fazer diferente - dormi a noite inteira e fui rodar às 5 da manhã rumo ao centro da cidade.
A Nuit Blanche vai até por volta das 7:30 da manhã, ou seja, eu tinha bastante tempo. Comecei o treino às 5 com chuva e frio, e já imaginei que a galera que pretendia ficar a noite interira acordada devia ter sofrido.Quando fui chegando no centro as ruas estavam vazias e a galera estava desmontando os esquemas em algums pontos. Por exemplo, nessa primeira foto não tem ninguem, e tudo muito molhado. Mas eu estava tranquilo e continuei descendo rumo mais ao centro. Não demorou muito cheguei num caminhão com uns esquemas estranhos (não tirei foto), e ele me deram uma bexiga. Eu então passei a correr com a bexiga, andando e correndo pois estava complicado correr daquele jeito. Passei por vários pontos e quanto mais no centro mais gente na rua, mas ainda assim, não muita gente. A segunda até a quarta fotos são montagens de um artista chinês, com bikes. Alí eu já etava praticamente no final do treino. Ainda estava escuro, tinha muito mais coisas que eu poderia ver, mas eu achei que já tinha corrido suficiente. Foi interessante, agora que não estou tentdo mais muito ânimo para ficar acordado a noite inteira talvez eu repita a experiência ano que vem...
Na primeira vez que fui, em 2009, eu fui de bike e fiquei quase a noite inteira. É meio que um desafio, vc ficar a noite de sábado para domingo sem dormir e tal, mas é difícil, muito cansativo, acho que em parte por causa da multidão nas ruas, dificuldade de ir dum lugar para o outro, e do frio, que no começo (tipo às 19h no sábado) é ok, mas quando chega de madrugada vc já está cansado. A não ser, talvez, se vc gostar muito de multidão e arte. Depois acho que fui mais duas vezes. Este ano eu resolvi fazer diferente - dormi a noite inteira e fui rodar às 5 da manhã rumo ao centro da cidade.
A Nuit Blanche vai até por volta das 7:30 da manhã, ou seja, eu tinha bastante tempo. Comecei o treino às 5 com chuva e frio, e já imaginei que a galera que pretendia ficar a noite interira acordada devia ter sofrido.Quando fui chegando no centro as ruas estavam vazias e a galera estava desmontando os esquemas em algums pontos. Por exemplo, nessa primeira foto não tem ninguem, e tudo muito molhado. Mas eu estava tranquilo e continuei descendo rumo mais ao centro. Não demorou muito cheguei num caminhão com uns esquemas estranhos (não tirei foto), e ele me deram uma bexiga. Eu então passei a correr com a bexiga, andando e correndo pois estava complicado correr daquele jeito. Passei por vários pontos e quanto mais no centro mais gente na rua, mas ainda assim, não muita gente. A segunda até a quarta fotos são montagens de um artista chinês, com bikes. Alí eu já etava praticamente no final do treino. Ainda estava escuro, tinha muito mais coisas que eu poderia ver, mas eu achei que já tinha corrido suficiente. Foi interessante, agora que não estou tentdo mais muito ânimo para ficar acordado a noite inteira talvez eu repita a experiência ano que vem...
sábado, 5 de outubro de 2013
Ah, e hoje eu fui correr...
Pois é. Tipo, amanheceu chovendo e eu acordei tarde. 14 graus. Eu geralmente não corro quando acordo tarde, mas a chuva e o fato de estarmos no Outono, acabei não resistindo.
As folhas das árvores estão começando a cair aqui. E se vc é um corredor frequente você vai ser presenteado com os prazeres de presenciar o começo a mudança de estação, que muda tudo aqui. É a passagem do verão quente para o inverno gelado, uma passagem rápida que, estou falando sério, você às vezes percebe mudanças de um dia para o outro. A grande mudança agora está nas árvores perdendo as folhas e em como isso transforma a paisagem. O visual muda e o cheiro muda, principalmente em dias de chuva. Então eu tive que ir correr.
Cada vez mais eu me sinto perdido em termos de percurso que vou fazer. Hoje esqueci o passe do metrô, então tinha que fazer algum percurso que voltasse em casa. Comecei senguindo o meu percurso usual, mas sem realmente saber onde ir. Com 1,5km eu cheguei na trilha, que eu costumo simplesmente atravessar, pois eu costumo correr a noite e ela é escura. Mas hoje estava claro, ok, vamos pegar a trilha. Mas agora eu já estava meio que voltando para casa e voltar direto seria muito curto. Resolvi que não pararia no final da primeira parte da trilha, atravessaria o cemitério e pegaria a segunda parte, o que tornaria a treino mais longo do que eu inicialmente imaginava. Mas vamos ver, se depois do cemitério eu estiver cansado, volto para casa.
Depois do cemitério eu estava cansado, mas aquela segunda parte da trilha, na chuva, foi irresistível. A trilha esta muito legal por causa das folhas caindo e dos trechos onde você não vê o chão mais. Só as poças de água não estavam muito legais...
Quando eu saí do cemitério (a trilha meio que passa dentro do cemitério, todo mundo corre lá e tal) eu comecei a encontrar mais gente. Resolvi cumprimentar todo mundo com um bom dia. Os corredores muitas vezes se cumprimentam, com um bom dia ou com um aceno de mão, isso é comum, mas eu nunca fui muito proativo em cumprimentar as pessoas. Não tinha nada a perder. Foi interessante pois praticamente todo mundo respondia. Na maior parte, a galera não estava correndo, eles estavam levando o cachorro deles para passear. Impressionante quanta gente tem cachorro. Enfim, todos cumprimeitavam de volta e eu não sei o que aconteceu, tinha bastante gente, tipo sei lá, a cada 100 ou 200m tinha um ou dois ou um grupinho..., e eu não vi o tempo cansado. Me senti correndo mais rápido e menos cansado. Como se os bom dias tivessem me dado uma energia extra. Acabei o treino bem e feliz. Talvez devesse correr mais vezes mais tarde ao invez de ficar correndo de madrugada...
As folhas das árvores estão começando a cair aqui. E se vc é um corredor frequente você vai ser presenteado com os prazeres de presenciar o começo a mudança de estação, que muda tudo aqui. É a passagem do verão quente para o inverno gelado, uma passagem rápida que, estou falando sério, você às vezes percebe mudanças de um dia para o outro. A grande mudança agora está nas árvores perdendo as folhas e em como isso transforma a paisagem. O visual muda e o cheiro muda, principalmente em dias de chuva. Então eu tive que ir correr.
Cada vez mais eu me sinto perdido em termos de percurso que vou fazer. Hoje esqueci o passe do metrô, então tinha que fazer algum percurso que voltasse em casa. Comecei senguindo o meu percurso usual, mas sem realmente saber onde ir. Com 1,5km eu cheguei na trilha, que eu costumo simplesmente atravessar, pois eu costumo correr a noite e ela é escura. Mas hoje estava claro, ok, vamos pegar a trilha. Mas agora eu já estava meio que voltando para casa e voltar direto seria muito curto. Resolvi que não pararia no final da primeira parte da trilha, atravessaria o cemitério e pegaria a segunda parte, o que tornaria a treino mais longo do que eu inicialmente imaginava. Mas vamos ver, se depois do cemitério eu estiver cansado, volto para casa.
Depois do cemitério eu estava cansado, mas aquela segunda parte da trilha, na chuva, foi irresistível. A trilha esta muito legal por causa das folhas caindo e dos trechos onde você não vê o chão mais. Só as poças de água não estavam muito legais...
Quando eu saí do cemitério (a trilha meio que passa dentro do cemitério, todo mundo corre lá e tal) eu comecei a encontrar mais gente. Resolvi cumprimentar todo mundo com um bom dia. Os corredores muitas vezes se cumprimentam, com um bom dia ou com um aceno de mão, isso é comum, mas eu nunca fui muito proativo em cumprimentar as pessoas. Não tinha nada a perder. Foi interessante pois praticamente todo mundo respondia. Na maior parte, a galera não estava correndo, eles estavam levando o cachorro deles para passear. Impressionante quanta gente tem cachorro. Enfim, todos cumprimeitavam de volta e eu não sei o que aconteceu, tinha bastante gente, tipo sei lá, a cada 100 ou 200m tinha um ou dois ou um grupinho..., e eu não vi o tempo cansado. Me senti correndo mais rápido e menos cansado. Como se os bom dias tivessem me dado uma energia extra. Acabei o treino bem e feliz. Talvez devesse correr mais vezes mais tarde ao invez de ficar correndo de madrugada...
Menos importância para os Km mensais
Hoje eu tirei os Km mensais aí do lado. Eu sei que os milhares de leitores desse blog vão chiar, mas eu pensei bastatne e optei por parar com isso. Rsrsrs...
Eu corri a minha última maratona em 2007 quando resolvi que esse negócio de correr maratona não parecia certo. O tempo passou e desde então em sempre participei de poucas corridas, mas nunca realmente parei de correr. Aliás eu tenho a impressão que foi depois daquela maratona, em épocas onde eu não tinha nenhum evento planejado, que eu passei por períodos de tempo onde eu mais corri na vida. Correr por correr.
Mas o tempo passa, coisas acontecem, nós aprendemos. Eu andei estudando cetos aspectos de correr na saúde, o que meio que culminou com esse texto que escrevi uns dias atras. Com esse texto veio a idéa de que correr a cada dois dias, sem passar dos 10km, talvez fosse algo mais apropriado em termos de saúde. E para não me incentivar a correr mais do que isso eu não quero marcar os km mais (se bem que eu não estava correndo muito mesmo marcando, mas essa marcação de km parece irrelevante, assim como a marcação do tempo se tornou irrelevante para mim anos atras).
Então é isso, correr a cada dois dias, sem focar em longas distância, isso que eu vou tentar fazer. Se não bater muita preguiça eu continuo escrevendo sobre os treinos, mas sabe como é...
Eu corri a minha última maratona em 2007 quando resolvi que esse negócio de correr maratona não parecia certo. O tempo passou e desde então em sempre participei de poucas corridas, mas nunca realmente parei de correr. Aliás eu tenho a impressão que foi depois daquela maratona, em épocas onde eu não tinha nenhum evento planejado, que eu passei por períodos de tempo onde eu mais corri na vida. Correr por correr.
Mas o tempo passa, coisas acontecem, nós aprendemos. Eu andei estudando cetos aspectos de correr na saúde, o que meio que culminou com esse texto que escrevi uns dias atras. Com esse texto veio a idéa de que correr a cada dois dias, sem passar dos 10km, talvez fosse algo mais apropriado em termos de saúde. E para não me incentivar a correr mais do que isso eu não quero marcar os km mais (se bem que eu não estava correndo muito mesmo marcando, mas essa marcação de km parece irrelevante, assim como a marcação do tempo se tornou irrelevante para mim anos atras).
Então é isso, correr a cada dois dias, sem focar em longas distância, isso que eu vou tentar fazer. Se não bater muita preguiça eu continuo escrevendo sobre os treinos, mas sabe como é...
Pedalar para o trabalho e taxa de mortalidade
Em países como o Canadá a questão de ter mais infra-estrutura nas cidades para os ciclistas tem uma posição importante nas discussões políticas e com isso medidas do impacto de pedalar na saúde e economia são importantes. Esses estudos podem significar uma maior ou menor rede de ciclovias em cidades como Toronto. Apesar disso eu ainda penso que o espaço da bicicleta deveria ser garantido por simples direito que todo mundo tem de pedalar onde quiser com segurança, não precisaria nenhum estudo.
Os estudos não são muitos e não são fáceis, porque não é fácil medir o impacto de mudar do carro para a bicicleta ou vice-versa. Esse impacto pode ser na saúde, economia, qualidade de vida, várias coisas. Mas dando uma olhada na internet eu achei esse estudo, que indica uma menor mortalidade entre os sujeitos que pedalam para o trabalho, comparado com os demais. Achei o estudo bem feito no sentido que ele controlou fatores explicariam, em teoria, essa menor mortalidade e não em nada a ver com pedalar. Por exemplo, a idade - pessoas mais jovens tendem a usar mais a bike e obviamente ter uma menor taxa de mortalidade, simplesmente por serem mais jovens, não por pedalarem. Bom, pelo menos pensar assim faz sentido, digo, que a idade seria um importante fator que explicaria a associação entre pedalar e menor mortalidade. Assim com idade, outros fatores como pressão arterial, sexo, fumar, colesterol, nível de atividade no trabalho e de lazer, educação foram controlados.
O artigo é principalmente sobre o efeito da atrividade física no trabalho (trabalhar sentado comparado com em pé, comparado com trabalho pesado...) e atividade física de lazer, enquanto que pedalar para o trabalho ocupa uma parte bem pequena do artigo. Atividade tanto no trabaho como lazer em geral melhor a mortalidade média entre homens e mulheres, mas segundo o texto pedalar para ot rabalho só melhora para os homens. Não ficou muito claro para mim se eles controlaram pela saúde no início do período no caso de pedalar para o trabalho (eles controlaram para as outras analises). Eu acho que isso é tão importante que devia estar no modelo, e não ser apenas uma nota. Tipo, é esperado que quem pedala, comparado com quem não pedala, é mais saudável pra começo de conversa, isso é, o sujeito pedala porque é mais saudável, e vive mais porque é mais saudável também, assim a associação entre pedalar e menor mortalidade pode ser causada simplesmente porque os que são mais saudáveis acabam pedalando mais, e eles tem menor mortalidade, assim pedalar aparece bem na conversa. Acho que estou sendo repetitivo, mas acho que o ponto importante e minha impressão é que isso não é simples ou automático para o leitor usual sem treinamento em estatística. Enfim, tem essa questão da saúde no começo do período.
Outro ponto é que o estudo é feito com participantes de vários diferentes estudos, que usam diferente metodologias e diferente populações. Seria interessante se fosse possível ver como o riso é am alguns desses estudos. Se muda ou não.
Temos também que levar em conta que isso tudo foi medido nos anos 70 e 80, na Dinamarca. Entaõ pode ter um efeito de cohort e hoje em dia por alguma razão, os resultados não serem válidos. E a Dinamarca, na minha opinião, tem uma população bem específica assim como uma taxa bem alta comparada com outros países, de individuos pedalando para o trabalho. Ou seja, é preciso tomar cuidado em generalizar.
Mas como eu disse o estudo é complicado e não seria fácil fazer um experimento onde a gente dava bicicletas para um grupo e carro para o outro e segue os sujeitos por muitos anos. Assim temos que tirar algo de dados como esses, e não adianta colocar defeito nas análises sem oferecer uma forma de se fazer melhor. Assim, achei o estudo bastante interessante, e ele certamente adiciona boas evidências ao que já sabemos ou esperamos.
Os estudos não são muitos e não são fáceis, porque não é fácil medir o impacto de mudar do carro para a bicicleta ou vice-versa. Esse impacto pode ser na saúde, economia, qualidade de vida, várias coisas. Mas dando uma olhada na internet eu achei esse estudo, que indica uma menor mortalidade entre os sujeitos que pedalam para o trabalho, comparado com os demais. Achei o estudo bem feito no sentido que ele controlou fatores explicariam, em teoria, essa menor mortalidade e não em nada a ver com pedalar. Por exemplo, a idade - pessoas mais jovens tendem a usar mais a bike e obviamente ter uma menor taxa de mortalidade, simplesmente por serem mais jovens, não por pedalarem. Bom, pelo menos pensar assim faz sentido, digo, que a idade seria um importante fator que explicaria a associação entre pedalar e menor mortalidade. Assim com idade, outros fatores como pressão arterial, sexo, fumar, colesterol, nível de atividade no trabalho e de lazer, educação foram controlados.
O artigo é principalmente sobre o efeito da atrividade física no trabalho (trabalhar sentado comparado com em pé, comparado com trabalho pesado...) e atividade física de lazer, enquanto que pedalar para o trabalho ocupa uma parte bem pequena do artigo. Atividade tanto no trabaho como lazer em geral melhor a mortalidade média entre homens e mulheres, mas segundo o texto pedalar para ot rabalho só melhora para os homens. Não ficou muito claro para mim se eles controlaram pela saúde no início do período no caso de pedalar para o trabalho (eles controlaram para as outras analises). Eu acho que isso é tão importante que devia estar no modelo, e não ser apenas uma nota. Tipo, é esperado que quem pedala, comparado com quem não pedala, é mais saudável pra começo de conversa, isso é, o sujeito pedala porque é mais saudável, e vive mais porque é mais saudável também, assim a associação entre pedalar e menor mortalidade pode ser causada simplesmente porque os que são mais saudáveis acabam pedalando mais, e eles tem menor mortalidade, assim pedalar aparece bem na conversa. Acho que estou sendo repetitivo, mas acho que o ponto importante e minha impressão é que isso não é simples ou automático para o leitor usual sem treinamento em estatística. Enfim, tem essa questão da saúde no começo do período.
Outro ponto é que o estudo é feito com participantes de vários diferentes estudos, que usam diferente metodologias e diferente populações. Seria interessante se fosse possível ver como o riso é am alguns desses estudos. Se muda ou não.
Temos também que levar em conta que isso tudo foi medido nos anos 70 e 80, na Dinamarca. Entaõ pode ter um efeito de cohort e hoje em dia por alguma razão, os resultados não serem válidos. E a Dinamarca, na minha opinião, tem uma população bem específica assim como uma taxa bem alta comparada com outros países, de individuos pedalando para o trabalho. Ou seja, é preciso tomar cuidado em generalizar.
Mas como eu disse o estudo é complicado e não seria fácil fazer um experimento onde a gente dava bicicletas para um grupo e carro para o outro e segue os sujeitos por muitos anos. Assim temos que tirar algo de dados como esses, e não adianta colocar defeito nas análises sem oferecer uma forma de se fazer melhor. Assim, achei o estudo bastante interessante, e ele certamente adiciona boas evidências ao que já sabemos ou esperamos.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Uma gripe, duas corridas
No Sábado choveu e a chuva que trazia uma frente fria era o anúncio de que estava fazendo calor acima da média. Eu ainda não estava completamente bom da gripe, mas a chuva foi irresistível e eu fui rodar. Descompromissado, desci para o centro na madrugada molhada, curtindo a temperatura e a sensação de liberdade, de contato com o mundo. Passei por aspersores irrigando jardins embaixo da chuva e denovo ponderei sobre como a aparecia é mais importante do que o planeta. Me senti bem e foi um bom exercício. No Domingo esfriou e na Segunda eu corri novamente, agora sem chão molhado e com blusa. a temperatura caiu para 10 graus e eu senti um pouco as pernas, lembrei que talvez eu não corra mais sem blusa até Maio do ano que vem. Mas lembrei também da neve e que frio ou calor, a experiência era sempre uma experiência. Não ainda livre da gripe, mas já voltei a rodar...
Algo diferente no ar
A brisa fria das manhãs anunciam a passagem do tempo. As folhas no chão aumentam a cada dia, se despedindo do sol. O cheiro de madeira queimada traz a vontade de sentar do lado do fogo quentinho. A lua no céu é mais clara e alegre. O verão se retira vagarosamente da cena enquanto as cortinas se fecham. O outono de cores aparece do lado oposto trazendo sentimentos e emoções novas...
sábado, 21 de setembro de 2013
RG e pagar mais - quanta besteira...
E apareceu esta notícia na internet. Basicamente o título diz que os números finais do seu RG tem alguma associação com a sua decisão de compra.
Eu pensei - deve ser um estudo mal feito. Ou senão, sei lá como o número do RG é associado às pessoas, vai que existe mesmo uma associação do tipo moradores de SP geralmente recebem RG com número final maior do que moradores do Nordeste. Isso pode criar a tal associação, normal. mas não é causal (não é o numero do RG que causa o poder de compra) portando a palavra înfluencia não deveria ser usada^.
Comecei a ler o artigo e reconheci imediatamente o experimento, que apareceu no livro Predictably Irrational.
Eu então pensei - Ok, o fato é que se vc mostrar números maiores para pessoas como sugestão inicial do preço de algo, elas vão estar disposta a pagar mais. No experimento foi usado o número final do RG para sugerir um preço para o produto, mas qualquer número serviria. Então não é o número do RG, é ancorar o preço do produto que influencia o que a pessoa está disposta a pagar. Seja a âncora baseada no RG ou não. O título é então bem sensacionalista, e distorce o experimento para ganhar leitores. Desinformação das mais claras, usada pela mídia, o que não é novidade. O autor do estudo deve estar bravo com essa distorção que a mídia fez de sua pesquisa.
Encontrei o blog do autor. Estava até disposto a alertar ele que a mídia tava interpretando erroneamente os seus resultados, desinformando mais do que informando, que ele estava sendo usado de uma forma mesquinha. Mas a interpretação estava igual, lá no blog do autor!!!
Mudei meu pensamento - Esse é um caso de pilantragem, onde ambos o pesquisador e a mídia são comparsas. A idéia é do pesquisador oferecer algo sensacionalista e da mídia ganhar visibilidade com isso e o pesquisador também. Simplesmente o pesquisador roubou o experimento, sem dar créditos ao livro que o publicou inicialmente. Cambadas de fdps que tiram vantagem do povo e da ciencias e disseminam informação errada. Escrevi um comentário nasty no blog do pesquisador, que certamente não vai ser publicado.
Voltei a notícia inicial, fui olhar os comentários. Fiquei surpreso quando notei que todos eles estavam metendo o pau na noticia. Obviamente que os comentários não são uma amostra representativa dos leitores, mas ainda assim, a impressão é que mesmo para o leigo em estatística o título sugere resultados ridículos.
Finalmente pensei - Seriam o pesquisador e a mídia tão incompetente a ponto de roubar material de pesquisa alheia, publicar os resultados de forma distorcida para ganhar leitor, e conseguir com isso se auto-queimarem!? Não sei, parece que foi o que aconteceu.
Ainda assim, distorcer resultados estatísticos na maior parte das vezes não leva as estas consequencias negativas. É algo que a mídia faz muito, concordo que talvez eles fazem mesmo sem saber. Mas em todos casos onde resultados de analises estatísiticas de dados experimentais são distorcidos, não só a estatística perde, mas todo mundo perde com a desinformação. Eu acho que estes casos precisam ser apontados cada vez mais para que a mídia passe a ter cuidado com o que publica e com a forma que interpreta resutlados de analise de dados, e para que os pesquisadores coloquem mais esforço em fazer uma análise bem feita.
Eu pensei - deve ser um estudo mal feito. Ou senão, sei lá como o número do RG é associado às pessoas, vai que existe mesmo uma associação do tipo moradores de SP geralmente recebem RG com número final maior do que moradores do Nordeste. Isso pode criar a tal associação, normal. mas não é causal (não é o numero do RG que causa o poder de compra) portando a palavra înfluencia não deveria ser usada^.
Comecei a ler o artigo e reconheci imediatamente o experimento, que apareceu no livro Predictably Irrational.
Eu então pensei - Ok, o fato é que se vc mostrar números maiores para pessoas como sugestão inicial do preço de algo, elas vão estar disposta a pagar mais. No experimento foi usado o número final do RG para sugerir um preço para o produto, mas qualquer número serviria. Então não é o número do RG, é ancorar o preço do produto que influencia o que a pessoa está disposta a pagar. Seja a âncora baseada no RG ou não. O título é então bem sensacionalista, e distorce o experimento para ganhar leitores. Desinformação das mais claras, usada pela mídia, o que não é novidade. O autor do estudo deve estar bravo com essa distorção que a mídia fez de sua pesquisa.
Encontrei o blog do autor. Estava até disposto a alertar ele que a mídia tava interpretando erroneamente os seus resultados, desinformando mais do que informando, que ele estava sendo usado de uma forma mesquinha. Mas a interpretação estava igual, lá no blog do autor!!!
Mudei meu pensamento - Esse é um caso de pilantragem, onde ambos o pesquisador e a mídia são comparsas. A idéia é do pesquisador oferecer algo sensacionalista e da mídia ganhar visibilidade com isso e o pesquisador também. Simplesmente o pesquisador roubou o experimento, sem dar créditos ao livro que o publicou inicialmente. Cambadas de fdps que tiram vantagem do povo e da ciencias e disseminam informação errada. Escrevi um comentário nasty no blog do pesquisador, que certamente não vai ser publicado.
Voltei a notícia inicial, fui olhar os comentários. Fiquei surpreso quando notei que todos eles estavam metendo o pau na noticia. Obviamente que os comentários não são uma amostra representativa dos leitores, mas ainda assim, a impressão é que mesmo para o leigo em estatística o título sugere resultados ridículos.
Finalmente pensei - Seriam o pesquisador e a mídia tão incompetente a ponto de roubar material de pesquisa alheia, publicar os resultados de forma distorcida para ganhar leitor, e conseguir com isso se auto-queimarem!? Não sei, parece que foi o que aconteceu.
Ainda assim, distorcer resultados estatísticos na maior parte das vezes não leva as estas consequencias negativas. É algo que a mídia faz muito, concordo que talvez eles fazem mesmo sem saber. Mas em todos casos onde resultados de analises estatísiticas de dados experimentais são distorcidos, não só a estatística perde, mas todo mundo perde com a desinformação. Eu acho que estes casos precisam ser apontados cada vez mais para que a mídia passe a ter cuidado com o que publica e com a forma que interpreta resutlados de analise de dados, e para que os pesquisadores coloquem mais esforço em fazer uma análise bem feita.
Pau mandado
Pelo que entendi a Apple lançou um novo Iphone. E por todo o Canadá se via filas enormes varando a noite para comprar o negócio. E para mim ainda é tão difícil entender porque as pessoas fazem isso. Entre os que tiram sarro desse comportamento estão os que chamam a galera da fila de ovelhas. Ovelhas que são pau mandado, catequizadas, seguem em fila esperando a ordem do seu senhor. Infelizmente não é só tiração de onda, é pura realidade, pessoas doutrinadas pelos donos do poder. Imagine, vc não só consegue vender o produto, mas consegue fazer os compradores, dispostos a pagar, dormir em filas para comprar o seu produto, e depois de comprar, saem fazendo propaganda. Deus olhando lá de cima deve estar com inveja da Apple...
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Dia a dia
- Oi, estou procurando vaga para estatístico, você sabe de alguma vaga que poderia me indicar?
Eu nem conheço a pessoa.
- Não sei. a gente aqui não tá contratando estatístico. Não deixe de fazer network e considerar oportunidades como voluntário ou treinee. Eu consegui minha vaga aqui depois de ter trabalhado como voluntário...
- Se eu te mandar meu currículo, você tem como encaminha à pessoa responsável?
Já tava perdendo a paciência.
- Eu sou a pessoa responsável. A gente não tá contratando aqui e não vamos contratar no curto prazo.
- Mas você tem bastante contatos, estatísticos, não tem...
Totalmente sem paciencia mais.
- Vai catar coquinho na descida.
Você provavelmente achou o texto normal, pois ele segue a regra de nossa economia, do mercado que criamos. Se eu tenho um emprego e sou bem pago, certamente estou acima de quem não tem emprego e se eu ajudar eles é porque estou fazendo mais do que deveria. De quem é a culpa neste caso? Me parece que de um sistema falho, onde a regra de que deveríamos ter a opção de trabalhar no que gostamos e temos talento, e portanto a opção de escolher onde trabalhar, é invertida, e na escassez de empregos temos que nos sujeitar a qualquer coisa que achamos e as coorporações é que tam a opção de escolher quem eles contratam. Na entrevista de emprego a estrada devia ser mão dupla - eu escolho se quero trabalhar na empresa e a empresa escolhe se sou adequado a posição - mas é mão única. E naõ poder escolher é algo muito ruim, imagina ser obragado a fazer algo que não gosta e tal, pensa um pouco. a maioria de nós, mesmo os que tem emprego estão nessa situação. Ou seja, o sistema é errado, assim como quem perde a paciência, pois isso só coloca o ser humano em pior situação do que a que o sistema já o coloca.
Eu nem conheço a pessoa.
- Não sei. a gente aqui não tá contratando estatístico. Não deixe de fazer network e considerar oportunidades como voluntário ou treinee. Eu consegui minha vaga aqui depois de ter trabalhado como voluntário...
- Se eu te mandar meu currículo, você tem como encaminha à pessoa responsável?
Já tava perdendo a paciência.
- Eu sou a pessoa responsável. A gente não tá contratando aqui e não vamos contratar no curto prazo.
- Mas você tem bastante contatos, estatísticos, não tem...
Totalmente sem paciencia mais.
- Vai catar coquinho na descida.
Você provavelmente achou o texto normal, pois ele segue a regra de nossa economia, do mercado que criamos. Se eu tenho um emprego e sou bem pago, certamente estou acima de quem não tem emprego e se eu ajudar eles é porque estou fazendo mais do que deveria. De quem é a culpa neste caso? Me parece que de um sistema falho, onde a regra de que deveríamos ter a opção de trabalhar no que gostamos e temos talento, e portanto a opção de escolher onde trabalhar, é invertida, e na escassez de empregos temos que nos sujeitar a qualquer coisa que achamos e as coorporações é que tam a opção de escolher quem eles contratam. Na entrevista de emprego a estrada devia ser mão dupla - eu escolho se quero trabalhar na empresa e a empresa escolhe se sou adequado a posição - mas é mão única. E naõ poder escolher é algo muito ruim, imagina ser obragado a fazer algo que não gosta e tal, pensa um pouco. a maioria de nós, mesmo os que tem emprego estão nessa situação. Ou seja, o sistema é errado, assim como quem perde a paciência, pois isso só coloca o ser humano em pior situação do que a que o sistema já o coloca.
Gripe...
Continuo de molho. Quarta feira estava bastante ruim, foi o pior dia, quinta melhor e hoje quase bom. Engraçado que eu tomei a vacina da gripe, mesmo assim peguei gripe igual ou pior do que eu pegava antes, sem tomar a vacina. Eu dei uma olhada rápida no Twitter e tem aumentado o numero de pessoas twitando sobre gripe esses dias, acho que todo mundo tá pegando gripe mesmo, melhor eu já passar logo por ela. Enquanto isso eu revejo a minha teoria de que virus da gripe não tem nada a ver com frio e chuva, pois eu peguei essa gripe justamente quando a temperatura caiu. Na verdade, eu sei que o número de pessoas com gripe aumenta no inverno e tal. Mas nao sei, a ligação para mim é bastante sem sentido dado que o frio não carrega virus. Então deve ter algo no meio do tipo o frio faz o virus acordar. Ou faz a gente perder a resistencia ao virus. Sei lá...
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Cultura de bicicleta
Copenhague é uma das cidades com a melhor estrutura para bicicleta no mundo, se não for a melhor. Perto de Copenhague, Toronto está na idade da pedra. Eu achei essa página bem interessante sobre o ciclismo urbano em Copenhague.
Um ponto que eu acho interessante é que a gente, ciclista que vive em Toronto, imagina que o habitante ciclista de Copenhague é um sujeito feliz, que não tem do que reclamar pois o governo lá dá á bicicleta a importância que ela merece. E o ciclista de São Paulo pensa o mesmo de Toronto.
A verdade é que o ciclista de Copenhague é o que reclama mais, o que parece mais insatisfeito e o que luta mais pelos seus direitos. O de Toronto está começando a se organizar mais seriamente agora. E o de São Paulo, apesar das condições, não tá nem aí, parece que está feliz com as coisas do jeito que estão.
Pra mim isso mostra que um fator importante em ter essas condições consideradas de primeiro mundo é que a gente reconheça nossos direitos e estejamos dispostos a lutar por eles. Isso reforça a teoria do pão e circo. Enquanto o sujeito estiver marginalizado, ele não vai reclamar. Quando começamos a dar a ele seus direitos, ele vai abrir o olho e lutar mais por esses direitos.
Interessante, na página eles mostram fotografias de bicicletas no Rio de Janeiro, no passado, mostrando que um dia a bicicleta foi predominante na cidade. Em um tom forte, satírico, agressivo eles referem-se a atual cultura como a de que quer impor que a bicicleta é uma invasora do espaço urbano quando ela já dominou esse espaço. É impressionante como isso é verdade e como tanta gente vê a bicicleta como um problema, algo que só atrapalha.Interessante que não são pessoas no Brasil falando isso, mas sim em Copenhague, cidade que é um sonho para muitos ciclistas.
Um ponto que eu acho interessante é que a gente, ciclista que vive em Toronto, imagina que o habitante ciclista de Copenhague é um sujeito feliz, que não tem do que reclamar pois o governo lá dá á bicicleta a importância que ela merece. E o ciclista de São Paulo pensa o mesmo de Toronto.
A verdade é que o ciclista de Copenhague é o que reclama mais, o que parece mais insatisfeito e o que luta mais pelos seus direitos. O de Toronto está começando a se organizar mais seriamente agora. E o de São Paulo, apesar das condições, não tá nem aí, parece que está feliz com as coisas do jeito que estão.
Pra mim isso mostra que um fator importante em ter essas condições consideradas de primeiro mundo é que a gente reconheça nossos direitos e estejamos dispostos a lutar por eles. Isso reforça a teoria do pão e circo. Enquanto o sujeito estiver marginalizado, ele não vai reclamar. Quando começamos a dar a ele seus direitos, ele vai abrir o olho e lutar mais por esses direitos.
Interessante, na página eles mostram fotografias de bicicletas no Rio de Janeiro, no passado, mostrando que um dia a bicicleta foi predominante na cidade. Em um tom forte, satírico, agressivo eles referem-se a atual cultura como a de que quer impor que a bicicleta é uma invasora do espaço urbano quando ela já dominou esse espaço. É impressionante como isso é verdade e como tanta gente vê a bicicleta como um problema, algo que só atrapalha.Interessante que não são pessoas no Brasil falando isso, mas sim em Copenhague, cidade que é um sonho para muitos ciclistas.
De molho
Sem correr por esses dias. Eu peguei uma dor de garganda, começo de gripe, acho que pela esfriada no tempo. Eles ligaram o aquecimento n oprédio, agora não tem jeito, o frio vem mesmo. No entanto a temperatura ainda tem chegado perto dos 20 graus no meio do dia, mas bastante frio de manhã. Fique de olho, mais atualizações por vir.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Tirando a blusa do guarda-roupas
E parece que os dias de verão se acabaram. E também parece que foram tão poucos dias. Apesar do ar de outono e a expectativa pela primeira neve serem legais, ter que colocar a blusa para correr não é algo que eu aprecio muito. Ontem eu tive que correr com blusa pela primeira vez, temperatura ao redor dos 10 graus. Mas é assim que as coisas funcionam por aqui. Vejamos o lado bom das coisas, no entanto. Não é ruim tomar chá embaixo do cobertor. Aliás me deu uma certa tristeza ontem quando pensei que logo (não sei quando) eles vão ligar o aquecimento do prédio e esse friozinho que está dentro de casa vai acabar. Me lembrei que o inverno passa e a gente não fica com aquela vontade de tomar chá, ou de ficar embaixo do cobertor, pois o aquecimento não deixa.
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Dia a dia
- O Dirgo é um Guargóbilo.
- O que é um Guargóbilo?
- A única coisa que posso dizer é que um Guargóbilo é diferente de um Tarnúbiro.
- Diferente como?
- Diferente nas características que definem um Tarnúbiro.
- Que características?
- Por exemplo, Tarnúbiros gostam de colocar o nariz no chão.
- ?
- Tarnúrbiros não andam de sapato.
- ?
- Tarnúbiros vem em varias cores.
- Eu acho que você é um Tarnúbiro, isso sim.
- O que é um Guargóbilo?
- A única coisa que posso dizer é que um Guargóbilo é diferente de um Tarnúbiro.
- Diferente como?
- Diferente nas características que definem um Tarnúbiro.
- Que características?
- Por exemplo, Tarnúbiros gostam de colocar o nariz no chão.
- ?
- Tarnúrbiros não andam de sapato.
- ?
- Tarnúbiros vem em varias cores.
- Eu acho que você é um Tarnúbiro, isso sim.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Teste para o mal de Alzheimer
Um estudo interessante perguntou para a galera se eles fariam um teste para o mal de Alzheimer, se tal teste existisse. A maioria disse que sim. Alzheimer é uma doença terrível, que faz com que o sujeito perca a memória e em certo ponto viva totalmente dependente de outros. Eu acho a perda da memória algo muito difícil de imaginar, tipo, o sujeito não lembra de nada, acho que o cérebro fica totalmente inútil, a pessoa meio que morre sem morrer, aos poucos. Mas o que é triste para mim é que muitas vezes, ou sei lá, talvez sempre, as pessoas são diagnósticadas enquanto ainda tem total capacidade mental e apenas pequenas falhas de memória. Nesse momento, saber do futuro irreversível deve ser muito triste.
Então voltando ao estudo, eu não sei, para mim é muito limitado o que você pode melhorar se souber que vai ter essa doença. O peso negativo de saber desse seu futuro deve ser muito pior do que os ganhos do diagnóstico super precoce, já que a doença não tem cura mesmo. Eu acho que optaria por viver sem saber, e saber o mais tarde possível, pois até ter o diagnóstico eu viveria minha vida sem preocupação. Nesse sentido o resultado é um pouco surpreendente.
Eu não cheguei a ler o artigo inteiro, mas é preciso lembrar que nessas pesquisas as pessoas são provavelmente abordades e questionadas. A decisão poderia ser outra se a pessoa tivesse pensado no assunto. Apesar que parece que quem conhece a doença estaria de perto mais propenso a fazer o tal teste. E eu acho que a maioria da população também não sabe bem o que é o mal de Alzheimer, o que realmente acontece, tratamentos. Perguntar algo a uma pessoa que não conhece a doença assim, é meio que perda de tempo. Mas como eu disse não tive tempo de ler o artigo e de qualquer forma é algo interessante para pensar, especialmente que parece que estamos caminhando na direção de desenvolver o teste.
Então voltando ao estudo, eu não sei, para mim é muito limitado o que você pode melhorar se souber que vai ter essa doença. O peso negativo de saber desse seu futuro deve ser muito pior do que os ganhos do diagnóstico super precoce, já que a doença não tem cura mesmo. Eu acho que optaria por viver sem saber, e saber o mais tarde possível, pois até ter o diagnóstico eu viveria minha vida sem preocupação. Nesse sentido o resultado é um pouco surpreendente.
Eu não cheguei a ler o artigo inteiro, mas é preciso lembrar que nessas pesquisas as pessoas são provavelmente abordades e questionadas. A decisão poderia ser outra se a pessoa tivesse pensado no assunto. Apesar que parece que quem conhece a doença estaria de perto mais propenso a fazer o tal teste. E eu acho que a maioria da população também não sabe bem o que é o mal de Alzheimer, o que realmente acontece, tratamentos. Perguntar algo a uma pessoa que não conhece a doença assim, é meio que perda de tempo. Mas como eu disse não tive tempo de ler o artigo e de qualquer forma é algo interessante para pensar, especialmente que parece que estamos caminhando na direção de desenvolver o teste.
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Ciclistas e motoristas
Estes dias apareceu esta notícia interessante onde um policial daqueles que andam de bicicleta foi vítima de um motorista que abriu a porta do carro sem olhar. Para quem anda de bicicleta essa é uma coisa que dá bastante medo, imagina o sujeito abre a porta e vc não espera, cai no meio da rua, outro carro vem e passa por cima...
Um ponto interessante é que em Ontario a lei exige que se olhe antes de abrir a porta, mas a pena é bem pequena (menos de $100) se não olhar (e matar um ciclista...). E para piorar eles decidiram para de coletar estatísticas desse tipo de acidente. Então os ciclistas estão meio bravos. Parece que só quem anda de bicicleta percebe que isso não é algo banal, involve risco à vida.
Outro ponto é o número de comentários. Eu dei uma lida neles e a maioria são de ciclistas bravos com a situação. Mas eu imaginei o seguinte, aqui a gente que anda de bicicleta está assim, nesta posição onde demandamos muitas coisas e lutamos por mais ciclovias e muita gente acompanha o debate e tal. Em São Paulo eu não sei nem se existiria esses comentários. E então relacionado a isso eu lembro que quando cheguei aqui achava Toronto uma cidade super segura para andar de bicicleta, com ciclovias am muitos lugares e tal, e achava estranho que os habitantes locais em geral não pensavam dessa forma, pelo contrário, a maioria tinha bastante medo de pedalar nas ruas. Era porque minha referência para comparação era São Paulo, onde realmente nem dá para pedalar nas ruas. Hoje, depois de tanto tempo aqui e tanto andar de bike, já vejo as coisas de outra forma. Tipo, há muita coisa a ser melhorada, em particular acho muito injusto os ciclistas terem que dividir as ruas com os carros, isso não é só perigoso, mas sua integridade física está na mão de motoristas que você não conhece. E isso também faz com que muita gente (na minha opinião muita mesmo), não use a bicicleta.
Finalmente, existe uma briga, ou desentendimento, entre ciclistas e políticos, comerciantes, motoristas.Tipo, se mudar a infra-estrutura e fazer a cidade mais amigável para bicicleta, isso vai impactar negativamente os negócios. Mas ninguém sabe realmente se vai, nunca achei nenhum estudo sério sobre o impacto negativo de se ter uma cidade amigável para a bicicleta. Por outro lado há muita conversa paralela, distração no meu ponto de vista, sobre o fato de que os ciclistas não seguem regra nenhuma (tipo andam na calçada e passam farol vermelho). Tipo, para conseguir melhor infra-estrutura precisa se comportar, seguir as regras e tal. Só que isso não tem nada a ver. Dê ao ciclista o direito de se locomover pela cidade sem sentir medo, sem colocar a vida em riso (tipo não tendo que dividir a rua com carros). Pedestres e carros se locomovem com segurança, mas não ciclistas. Então está faltando esta parte, essa deveria ser a prioridade, não ficar perdendo tempo com o cliclista que passa o farol vermelho. Seguir as leis é importante, mas me parece que neste caso o mal comportamento dos ciclista é tão irrelevante.
Bom, vamos ver o que rola nesse episódio do policial...
Um ponto interessante é que em Ontario a lei exige que se olhe antes de abrir a porta, mas a pena é bem pequena (menos de $100) se não olhar (e matar um ciclista...). E para piorar eles decidiram para de coletar estatísticas desse tipo de acidente. Então os ciclistas estão meio bravos. Parece que só quem anda de bicicleta percebe que isso não é algo banal, involve risco à vida.
Outro ponto é o número de comentários. Eu dei uma lida neles e a maioria são de ciclistas bravos com a situação. Mas eu imaginei o seguinte, aqui a gente que anda de bicicleta está assim, nesta posição onde demandamos muitas coisas e lutamos por mais ciclovias e muita gente acompanha o debate e tal. Em São Paulo eu não sei nem se existiria esses comentários. E então relacionado a isso eu lembro que quando cheguei aqui achava Toronto uma cidade super segura para andar de bicicleta, com ciclovias am muitos lugares e tal, e achava estranho que os habitantes locais em geral não pensavam dessa forma, pelo contrário, a maioria tinha bastante medo de pedalar nas ruas. Era porque minha referência para comparação era São Paulo, onde realmente nem dá para pedalar nas ruas. Hoje, depois de tanto tempo aqui e tanto andar de bike, já vejo as coisas de outra forma. Tipo, há muita coisa a ser melhorada, em particular acho muito injusto os ciclistas terem que dividir as ruas com os carros, isso não é só perigoso, mas sua integridade física está na mão de motoristas que você não conhece. E isso também faz com que muita gente (na minha opinião muita mesmo), não use a bicicleta.
Finalmente, existe uma briga, ou desentendimento, entre ciclistas e políticos, comerciantes, motoristas.Tipo, se mudar a infra-estrutura e fazer a cidade mais amigável para bicicleta, isso vai impactar negativamente os negócios. Mas ninguém sabe realmente se vai, nunca achei nenhum estudo sério sobre o impacto negativo de se ter uma cidade amigável para a bicicleta. Por outro lado há muita conversa paralela, distração no meu ponto de vista, sobre o fato de que os ciclistas não seguem regra nenhuma (tipo andam na calçada e passam farol vermelho). Tipo, para conseguir melhor infra-estrutura precisa se comportar, seguir as regras e tal. Só que isso não tem nada a ver. Dê ao ciclista o direito de se locomover pela cidade sem sentir medo, sem colocar a vida em riso (tipo não tendo que dividir a rua com carros). Pedestres e carros se locomovem com segurança, mas não ciclistas. Então está faltando esta parte, essa deveria ser a prioridade, não ficar perdendo tempo com o cliclista que passa o farol vermelho. Seguir as leis é importante, mas me parece que neste caso o mal comportamento dos ciclista é tão irrelevante.
Bom, vamos ver o que rola nesse episódio do policial...
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Corridas e o coração
Um dia comçamos a correr e descobrimos que o nosso corpo é capaz de muito mais do que imaginávamos. Primeiro 5km parece uma distância enorme que ficamos orgulhosos de superar com facilidade. Depois movemos para 10Km, meia maratona e maratona. E quando completamos uma maratona nos julgamos atletas acima da média, ou melhor, acima de 90% da população. Mas acima em termos de quê? De condicionamento, saúde, resistência, dieta saudável, vida saudável, velocidade, muitas coisas. Diferentes pessoas pensem de forma diferente, o que faz nascer o famoso debate do "porque você corre?", mas parece que saúde é de longe o que julgamos sermos melhorers, afinal se conseguimos correr uma maratona temos que ser mais saudáveis. E os corredores acreditam na saúde como acreditam que são livres, como acreditam no voto e na igualdade do ser humano, acreditam religiosamente, sem provas, levados pela propaganda e pelo desejo de viver eternamente, talvez, ou talvez simplesmente pelo desejo de ser melhor em algo.
Certamente o maratonista não corre pela saúde, e lá no fundo ele sabe disso. Em 2007, quando terminei a minha última maratona, estava tão cansado e vendo outros igualmente cansados, embrulados naqueles papéis alumínio para não perder calor (estava meio frio), que a alegria de ter quebrado meu recorde pessoal foi muito menor do que a vergonha de não saber porque eu estava fazendo aquilo, porque eu estava acabando comigo mesmo. Me senti uma Maria-vai-com-as-outras, levada pelo círculo vicioso do mundo ao redor. Decidi que não correria mais maratonas, e assim tem sido até hoje, e assim vai ser. Mas não parei de correr, diminuí a distância, estava em busca de algo que fosse realmente saudável e que desse prazer. Mas prazer de verdade, não prazer de falar para os outros.
Me preocupei mais e mais com o que seria realmente saudável e descobri que existe evidências de que exercicio é algo bom, mas não correr especificamente. E as evidências são bastante escassas para consequências de longas corridas e alta intensidade. Mas eu estou apenas dizendo que não existe evidências, não que não seja saudável, e que a não existência de evidência torna o fato religioso, eu acredito nisso e você acredita naquilo, apesar que não há nada de errado em acreditar, e se fôssemos esperar evidências para tudo ficaríamos dormindo o dia todo. Só que temos que ser conscientes do que acreditamos e do que sabemos.
Os fatos me levaram, ou talvez me obrigaram, a coletar evidências que correr pode sim ser ruim, ou ter consequências negativas. Desde 2011 eu tenho notado publicações científicas relacionadas à associação entre correr longas distâncias e o risco aumentado de arritmias cardíacas. Hoje ainda não há provas definitivas mas o número de artigos publicados me faz não ter dúvidas de que se você é um corredor de longa distância, vc tem sim chances bem aumentadas de vir a ter arritmias cardíacas e outras alterações não necessariamente boas no coração.
Foi depois de ler esse artigo que resolvi escrever isso. O artigo não é uma evidência esporádica, é o resumo do que se tem hoje em termos de associação entre uma arritmia especifica, a fibrilação atrial, e a prática de esportes de alta resistência, com base em muitos estudos no decorrer dos anos. Enfim, a verdade é que temos associações e que sabemos muito pouco. A verdade para mim é que exercícios físicos nem sempre são sinônimos de saúde, e cada vez mais eu fico convencido de que a quantidade de exercícios que precisamos para que aumentemos a nossa saúde, seja lá qual for a definição de saúde, não nada perto do que um maratonista faz, nem mesmo do que um corredor de 10Km. Ainda sabemos muito pouco e fazemos muitas coisas erradas...
Certamente o maratonista não corre pela saúde, e lá no fundo ele sabe disso. Em 2007, quando terminei a minha última maratona, estava tão cansado e vendo outros igualmente cansados, embrulados naqueles papéis alumínio para não perder calor (estava meio frio), que a alegria de ter quebrado meu recorde pessoal foi muito menor do que a vergonha de não saber porque eu estava fazendo aquilo, porque eu estava acabando comigo mesmo. Me senti uma Maria-vai-com-as-outras, levada pelo círculo vicioso do mundo ao redor. Decidi que não correria mais maratonas, e assim tem sido até hoje, e assim vai ser. Mas não parei de correr, diminuí a distância, estava em busca de algo que fosse realmente saudável e que desse prazer. Mas prazer de verdade, não prazer de falar para os outros.
Me preocupei mais e mais com o que seria realmente saudável e descobri que existe evidências de que exercicio é algo bom, mas não correr especificamente. E as evidências são bastante escassas para consequências de longas corridas e alta intensidade. Mas eu estou apenas dizendo que não existe evidências, não que não seja saudável, e que a não existência de evidência torna o fato religioso, eu acredito nisso e você acredita naquilo, apesar que não há nada de errado em acreditar, e se fôssemos esperar evidências para tudo ficaríamos dormindo o dia todo. Só que temos que ser conscientes do que acreditamos e do que sabemos.
Os fatos me levaram, ou talvez me obrigaram, a coletar evidências que correr pode sim ser ruim, ou ter consequências negativas. Desde 2011 eu tenho notado publicações científicas relacionadas à associação entre correr longas distâncias e o risco aumentado de arritmias cardíacas. Hoje ainda não há provas definitivas mas o número de artigos publicados me faz não ter dúvidas de que se você é um corredor de longa distância, vc tem sim chances bem aumentadas de vir a ter arritmias cardíacas e outras alterações não necessariamente boas no coração.
Foi depois de ler esse artigo que resolvi escrever isso. O artigo não é uma evidência esporádica, é o resumo do que se tem hoje em termos de associação entre uma arritmia especifica, a fibrilação atrial, e a prática de esportes de alta resistência, com base em muitos estudos no decorrer dos anos. Enfim, a verdade é que temos associações e que sabemos muito pouco. A verdade para mim é que exercícios físicos nem sempre são sinônimos de saúde, e cada vez mais eu fico convencido de que a quantidade de exercícios que precisamos para que aumentemos a nossa saúde, seja lá qual for a definição de saúde, não nada perto do que um maratonista faz, nem mesmo do que um corredor de 10Km. Ainda sabemos muito pouco e fazemos muitas coisas erradas...
sábado, 24 de agosto de 2013
Coisas da vida de corredor
Último sprint antes dechegar no final do percurso. 6h da manhã de sábado, um grupo de 4 pessoas caminha na calçada, rapazes e uma moça. Eu não reparei neles mais do que o necessário para pensar que seria melhor passar a correr na rua, que aquela hora estava vazia. Um dos rapaz diz em Inglês intraduzível :
- What he is doing? He is f**king running! Why he is doing that, f**k!
Parei imediatamente de correr e continuei andando. Estava uns 15 metros na frente do grupo. Respirei fundo cansado, movimentei os braços relaxando, olhei para eles. O sujeito continuava falando.
- He f**k stopped. Isn't going to f**king run anymore. Why did he f**king stopped?
Eu continuava caminhando e olhando para o sujeito, ninguém mais no grupo falava a não ser a garota que conversava com ela algo não audível. Logo ali tinha um mercado 24h, eu subi na calçada, andei mais um pouco e parei na frente do mercado, onde a calçada era bem mais larga. Comecei andar num vai e volta como eu sempre faço depois das corridas para dar uma esfriada, antes de entrar no mercado. 90% das minhas compras eu faço assim, bem cedo, só eu no mercado, depois da corrida. Dos sujeitos do grupo passaram logo, o rapaz que estava falando parou com a menina, ficou para trás, esta esperando eu ir embora. Mas não fui. Eles vieram chegando, o sujeito abandonou o palavrão e perguntou "Porque você corre? Porque corre tão cedo assim?" e a garota continuou "Ele está só está curioso...".
- Não importa porque eu corro. Porque você me ofende e agride desse jeito? O que eu fiz ara você? - eu respondi. - Ele não está curioso, quem está curioso pergunta educadamente. Ninguem deu educação a ele?
- Ah, dane-se, eu não me importo, vamos embora - ele respondeu.
- Ele tem educação sim, ele só está... - a menina disse.
- Eu sei que vc não se importa, você só importa com você mesmo. Porque você não respeita as pessoas? Você pensa que a rua é sua, que você é melhor que os outros?
- I don't care, f**k...- continuou andando. A menina não queria continuar andando, a minha impressão foi que ela queria que eu não ficasse com má impressão dele.Mas ela não falou nada, eu terminei:
- Você precisa respeitar as pessoas cara. Eu tava correndo no meio da rua para não atrapalhar vocês, e você retorna com desrespeito e ofensa?
Eles se foram, a garota visivelmente incomodada ficou para trás, entre eu e ele, ela não estava safisfeita com o resultado, na minha opinião com a impressão que eu tinha do rapaz. No final das contas eu realmente acreditei que ele não era uma pessoa má, mas inocentemente colocou a si mesmo em uma difícil posição. Precisava apenas de uma lição. As pessoas quando jovens e em grupos faz coisas que não fariam sozinhas. Eles querem apenas se aparecer no grupo. Eu talvez tenha sido assim também em ocasiões, mas quando os atos são de desrespeito então se está indo longe demais. Outro ponto é que corredor está sujeito a essas coisas. Pessoas que se manifestam quando você passa, pessoas na rua ou nos carros, são comuns em qualquer lugar e eu realmente não estou muito aí com isso. E na minha opinião baseada na minha experiência, as manifestações em 90% dos casos acontece quando as pessoas não estão sozinhas. O corredor já está preparado. Se tem que passar correndo por um grupo de pessoas, já fica esperto, esperando algo.
- What he is doing? He is f**king running! Why he is doing that, f**k!
Parei imediatamente de correr e continuei andando. Estava uns 15 metros na frente do grupo. Respirei fundo cansado, movimentei os braços relaxando, olhei para eles. O sujeito continuava falando.
- He f**k stopped. Isn't going to f**king run anymore. Why did he f**king stopped?
Eu continuava caminhando e olhando para o sujeito, ninguém mais no grupo falava a não ser a garota que conversava com ela algo não audível. Logo ali tinha um mercado 24h, eu subi na calçada, andei mais um pouco e parei na frente do mercado, onde a calçada era bem mais larga. Comecei andar num vai e volta como eu sempre faço depois das corridas para dar uma esfriada, antes de entrar no mercado. 90% das minhas compras eu faço assim, bem cedo, só eu no mercado, depois da corrida. Dos sujeitos do grupo passaram logo, o rapaz que estava falando parou com a menina, ficou para trás, esta esperando eu ir embora. Mas não fui. Eles vieram chegando, o sujeito abandonou o palavrão e perguntou "Porque você corre? Porque corre tão cedo assim?" e a garota continuou "Ele está só está curioso...".
- Não importa porque eu corro. Porque você me ofende e agride desse jeito? O que eu fiz ara você? - eu respondi. - Ele não está curioso, quem está curioso pergunta educadamente. Ninguem deu educação a ele?
- Ah, dane-se, eu não me importo, vamos embora - ele respondeu.
- Ele tem educação sim, ele só está... - a menina disse.
- Eu sei que vc não se importa, você só importa com você mesmo. Porque você não respeita as pessoas? Você pensa que a rua é sua, que você é melhor que os outros?
- I don't care, f**k...- continuou andando. A menina não queria continuar andando, a minha impressão foi que ela queria que eu não ficasse com má impressão dele.Mas ela não falou nada, eu terminei:
- Você precisa respeitar as pessoas cara. Eu tava correndo no meio da rua para não atrapalhar vocês, e você retorna com desrespeito e ofensa?
Eles se foram, a garota visivelmente incomodada ficou para trás, entre eu e ele, ela não estava safisfeita com o resultado, na minha opinião com a impressão que eu tinha do rapaz. No final das contas eu realmente acreditei que ele não era uma pessoa má, mas inocentemente colocou a si mesmo em uma difícil posição. Precisava apenas de uma lição. As pessoas quando jovens e em grupos faz coisas que não fariam sozinhas. Eles querem apenas se aparecer no grupo. Eu talvez tenha sido assim também em ocasiões, mas quando os atos são de desrespeito então se está indo longe demais. Outro ponto é que corredor está sujeito a essas coisas. Pessoas que se manifestam quando você passa, pessoas na rua ou nos carros, são comuns em qualquer lugar e eu realmente não estou muito aí com isso. E na minha opinião baseada na minha experiência, as manifestações em 90% dos casos acontece quando as pessoas não estão sozinhas. O corredor já está preparado. Se tem que passar correndo por um grupo de pessoas, já fica esperto, esperando algo.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Privacidade
Quando se fala em privacidade a primeira coisa que vem a cabeça é que estamos no meio dessa revolução na comunicação, que inclui armazenamento de dados como nunca antes e facilidade de gravar vídeos, de procurar por pessoas na iternet, Google, e que tudo isso tem posto em riso ca nossa privacidade. Não é difícil achar documentários falando sobre a perda da privacidade. Mas a privacidade é um assunto complicado que eu tenho certeza que entra inclusive no campo da filosofia, e deve ter muita coisa escrita sobre isso. Mas, privacidade é algo bom ou ruim, devemos ter, que tipo de privacidade devemos ter? No mundo de hoje geralmente queremos toda possível e sempre temos medo de perder a nossa.
Mas privacidade me parece na maior parte das vezes ser algo relacionado ao individualismo, a você se improtar com você mais do que com a sociedade. Uma vez eu ouvi uma entrevista sobre a privacidade dos dados médicos, e como mantê-la, e o entrevistado falou que a privacidade depende de onde você está. Nos US vc tem toda privacidade e ninguem pode usar os seus dados para nada, a não ser agregados. Mas há certos países que colocam a sociedade na frente do indivíduo e nesses países a privacidade não é tão importante pois o uso desses dados individualizados pode muita vez significar melhora tecnologica para a sociedade como um todo. Como estatístico isso fez todo sentido para mim. E esse negócio de privacidade pareceu frescura de quem só pensa em sí. Mas não é tão simples, pois nesse mundo de hoje tem muito sujeito querendo colocar as mãos nos seus dados para fazer pilantragem com você. Mas então o que fazer, simplesmente não faz sentido que tantos dados potencialmente úteis existam e não possamos usá-los.
Ontem eu assisti um documentário sobre a indústria petrolífera em Sarnia, uma cidade do Canadá. Falou entre outras coisas sobre o aumento dos casos de câncer na região por causa provavelente na poluição química. Mas não é a primeira vez que ouço sobre essa associação entre indústria petrolífera e câncer. Nem a segunda, longe disso. Então eu pensei que podia fazer uma análise muito simples, plotando num mapa os casos de câncer por região. Tão simples que a galera já deve ter feito. Só que por questão de privacidade os dados que tenho não tem o código postal, o que permitiria colocar eles no mapa, e não tem por questões de privacidade. Dei uma olhada na internet e os maps de câncer que achei são apenas para regiões enormes, onde é difícil ligar a doença a qualquer coisa pois só temos prevalência para regiões muito grande. É dífícil senão impossível conseguir esse tipo de dado no nível individual, mesmo se a maioria das pessoas não ligaria para terem quebrada esse tipo de privacidade e mesmo que a análise possa trazer reais benefícios para a população.
Desa forma no meu dia a dia a privacidade parece algo ruim muito frequentemente. A idéia desse texto é começar a pensar sobre o assunto que a tempos tem me deixado com a pulga atrás da orelha.
Mas privacidade me parece na maior parte das vezes ser algo relacionado ao individualismo, a você se improtar com você mais do que com a sociedade. Uma vez eu ouvi uma entrevista sobre a privacidade dos dados médicos, e como mantê-la, e o entrevistado falou que a privacidade depende de onde você está. Nos US vc tem toda privacidade e ninguem pode usar os seus dados para nada, a não ser agregados. Mas há certos países que colocam a sociedade na frente do indivíduo e nesses países a privacidade não é tão importante pois o uso desses dados individualizados pode muita vez significar melhora tecnologica para a sociedade como um todo. Como estatístico isso fez todo sentido para mim. E esse negócio de privacidade pareceu frescura de quem só pensa em sí. Mas não é tão simples, pois nesse mundo de hoje tem muito sujeito querendo colocar as mãos nos seus dados para fazer pilantragem com você. Mas então o que fazer, simplesmente não faz sentido que tantos dados potencialmente úteis existam e não possamos usá-los.
Ontem eu assisti um documentário sobre a indústria petrolífera em Sarnia, uma cidade do Canadá. Falou entre outras coisas sobre o aumento dos casos de câncer na região por causa provavelente na poluição química. Mas não é a primeira vez que ouço sobre essa associação entre indústria petrolífera e câncer. Nem a segunda, longe disso. Então eu pensei que podia fazer uma análise muito simples, plotando num mapa os casos de câncer por região. Tão simples que a galera já deve ter feito. Só que por questão de privacidade os dados que tenho não tem o código postal, o que permitiria colocar eles no mapa, e não tem por questões de privacidade. Dei uma olhada na internet e os maps de câncer que achei são apenas para regiões enormes, onde é difícil ligar a doença a qualquer coisa pois só temos prevalência para regiões muito grande. É dífícil senão impossível conseguir esse tipo de dado no nível individual, mesmo se a maioria das pessoas não ligaria para terem quebrada esse tipo de privacidade e mesmo que a análise possa trazer reais benefícios para a população.
Desa forma no meu dia a dia a privacidade parece algo ruim muito frequentemente. A idéia desse texto é começar a pensar sobre o assunto que a tempos tem me deixado com a pulga atrás da orelha.
domingo, 11 de agosto de 2013
Dia a dia
- Interessante que tivemos uma revolução na comunicação. Hoje vc fala com qualquer um, em qualquer lugar, sem gastar nada. Há 20 anos eu não tinha nem telefone fixo... Mas não tivemos muita evolução no transporte.
- Como assim?
- Tipo, 30 anos atrás o tempo que demorava para ir do Brasil aos US era o mesmo que agora.
- Vc acha que teremos uma revolução no transporte, como seria, algo super rápido? Tele transporte? Os carros vão voar igual na ficção?
- Acho que essa é a forma mais fácil de se pensar, mas talvez não seja assim.
- Como seria?
- Talvez nao seria a gente que se deslocaria dum ponto ao outro, a gente ficaria onde estmaos, mas alguma tecnologia nos daria a sensação de estar em qualquer lugar do mundo, a qualquer momento, e interagir com o espaço sem estar realmente lá. Por exemplo, vc poderia viajar para a Europa de férias, sem realmente sair de casa.
- Mas isso a gente já tem, é só ligar a TV e vemos Paris, Londres...
- Sim, mas a nova tecnologia permitiria vc realmente estar lá, tipo, vc conseguiria dizer em qualquer momento se o semáforo da rua X com a rua Y em Berlim está aberto ou fechado, e vc teria a sensação de estar lá, se sentiria molhado e estiver chovendo, por exemplo. Vc poderia correr a maratona de Lisboa sem o seu corpo ir lá. Mas vc correria, ficaria cansado, teria a sensação de estar lá e os que estavam lá te veriam, ou veriam um holograma seu, sei lá. Vc dormiria em casa e no seu sonho, vc correria a maratona, só que vc realmente ficaria cansado, interagiria com o ambiente. Tipo o Matrix.
- Maluco...
- Não, pensa bem. Acho que a gente pode construir carros que voem e tal, mas acho que não é realístico pensar que vamos conseguir viajar a velocidades muito maiores do que a que estamos acostumados. Antes de viajar na velocidade da luz e tal, a gente vai arrumar outra forma de fazer isso de uma forma virtual.
- Como assim?
- Tipo, 30 anos atrás o tempo que demorava para ir do Brasil aos US era o mesmo que agora.
- Vc acha que teremos uma revolução no transporte, como seria, algo super rápido? Tele transporte? Os carros vão voar igual na ficção?
- Acho que essa é a forma mais fácil de se pensar, mas talvez não seja assim.
- Como seria?
- Talvez nao seria a gente que se deslocaria dum ponto ao outro, a gente ficaria onde estmaos, mas alguma tecnologia nos daria a sensação de estar em qualquer lugar do mundo, a qualquer momento, e interagir com o espaço sem estar realmente lá. Por exemplo, vc poderia viajar para a Europa de férias, sem realmente sair de casa.
- Mas isso a gente já tem, é só ligar a TV e vemos Paris, Londres...
- Sim, mas a nova tecnologia permitiria vc realmente estar lá, tipo, vc conseguiria dizer em qualquer momento se o semáforo da rua X com a rua Y em Berlim está aberto ou fechado, e vc teria a sensação de estar lá, se sentiria molhado e estiver chovendo, por exemplo. Vc poderia correr a maratona de Lisboa sem o seu corpo ir lá. Mas vc correria, ficaria cansado, teria a sensação de estar lá e os que estavam lá te veriam, ou veriam um holograma seu, sei lá. Vc dormiria em casa e no seu sonho, vc correria a maratona, só que vc realmente ficaria cansado, interagiria com o ambiente. Tipo o Matrix.
- Maluco...
- Não, pensa bem. Acho que a gente pode construir carros que voem e tal, mas acho que não é realístico pensar que vamos conseguir viajar a velocidades muito maiores do que a que estamos acostumados. Antes de viajar na velocidade da luz e tal, a gente vai arrumar outra forma de fazer isso de uma forma virtual.
Discriminação de classes
Toronto é uma cidade multicultural, onde você facilmente encontra gente de todo canto do mundo. Quando digo facilmente, significa em qualquer lugar mesmo, ninguém se espanta de ouvir diferentes línguas na cidade e muito menos inglês com sotaque. Em São Paulo, isso não era comum, aliás era difícil encontrar alguém nascido em outro país que falasse português com sotaque. Em outras cidades grandes do Canadá isso se repete, embora não com tanta intensidade como em Toronto.
Por causa disso o Canadense é preocupado com a forma correta de inclusão de diferentes culturas, convivência entre elas e discriminação. O Canadá se destaca por ser um país onde o imigrante não é discriminado, ou é menos do que em outros países. Uma coisa interessante que eu sempre notei é a discriminação de classes sociais, que existe em Toronto, mas que ninguem fala sobre ela. Há 50 anos pessoas negras não podiam entrar em certos restaurantes restritos a brancos no Canadá, só para dar um exemplo, e isso é uma discriminação inaceitável agora. No entanto agora pessoas que não tem dinheiro não são aceitas em restaurantes, da mesma forma. Aqui em Toronto, se vc não tem dinheiro vc não pode ter casa, carro, não pode viajar para a Europa, não pode comer em restaurante todo dia ou andar de taxi, não é permitido comprar o que quer no mercado, não é permitido ir no cinema ou teatro. Você passa apertado para comer, beber, dormir, se socializar, vc é marginalizado, esquecido, desprezado.
Mas as pessoas aqui em Toronto não ligam para isso, elas sofreram uma lavagem cerebral na qual tiveram implantadas em seus cérebros que ter o mesmo direito se aplica a diferentes raças, etnias, idades, sexos, mas não a diferentes classes sociais. Todo mundo nasce igual e tem direitos iguais, exceto para os que nascem pobres ou se tornam pobres, caso no qual diferenças em direitos são aceitáveis.
Uma vez eu participei de um treinamento sobre isso, e eles incluiram vários fatores que podem levar a discriminação, incluindo classe social/renda. Naquela ocasião eu não pude deixar de pensar que na verdade não existe muita discriminação de nada, só de renda mesmo. Se vc é negro ou chines, mas tem grana, vc não é discriminado. Renda seria então a causa das outras discriminações, pelo menos em grande parte. Mas querem resolver a discriminação sem resolver a renda.
Outro dia eu fui viajar de trem. Cheguei na estação 1 hora antes, queria ter certeza que nada ia dar errado pois eu nunca tinha viajado de trem no Canadá. Cheguei lá e tinha uma fila de umas 4 pessoas no portão de embarque, faltava 1 hora, eu fui sentar. Mas não deu nem tempo eu sentar, a fila já aumentou para umas 30 pessoas e continuou aumentando. Descobri que a fila existia porque a gente não tinha assento marcado e todo mundo queria entrar primeiro para não ficar em pé. Umas poucas pessoa estavam sentadas, elas não estavam viajando na classe econômica e não precisavam se preocupar. Muitos bancos vazios e muita gente em pé na fila por quase uma hora. Isso no Canadá. Era o cúmulo da burrice, do desrespeito, da discriminação, era simplesmente inaceitável. Como complemento, para mostrar a jumentice (acho que essa palavra nao existe, mas tudo bem) da espécie, acabou que tinha espaço de sobra no trem, ninguém teve que ir em pé... Mas em Toronto todo mundo acha isso normal...
Por causa disso o Canadense é preocupado com a forma correta de inclusão de diferentes culturas, convivência entre elas e discriminação. O Canadá se destaca por ser um país onde o imigrante não é discriminado, ou é menos do que em outros países. Uma coisa interessante que eu sempre notei é a discriminação de classes sociais, que existe em Toronto, mas que ninguem fala sobre ela. Há 50 anos pessoas negras não podiam entrar em certos restaurantes restritos a brancos no Canadá, só para dar um exemplo, e isso é uma discriminação inaceitável agora. No entanto agora pessoas que não tem dinheiro não são aceitas em restaurantes, da mesma forma. Aqui em Toronto, se vc não tem dinheiro vc não pode ter casa, carro, não pode viajar para a Europa, não pode comer em restaurante todo dia ou andar de taxi, não é permitido comprar o que quer no mercado, não é permitido ir no cinema ou teatro. Você passa apertado para comer, beber, dormir, se socializar, vc é marginalizado, esquecido, desprezado.
Mas as pessoas aqui em Toronto não ligam para isso, elas sofreram uma lavagem cerebral na qual tiveram implantadas em seus cérebros que ter o mesmo direito se aplica a diferentes raças, etnias, idades, sexos, mas não a diferentes classes sociais. Todo mundo nasce igual e tem direitos iguais, exceto para os que nascem pobres ou se tornam pobres, caso no qual diferenças em direitos são aceitáveis.
Uma vez eu participei de um treinamento sobre isso, e eles incluiram vários fatores que podem levar a discriminação, incluindo classe social/renda. Naquela ocasião eu não pude deixar de pensar que na verdade não existe muita discriminação de nada, só de renda mesmo. Se vc é negro ou chines, mas tem grana, vc não é discriminado. Renda seria então a causa das outras discriminações, pelo menos em grande parte. Mas querem resolver a discriminação sem resolver a renda.
Outro dia eu fui viajar de trem. Cheguei na estação 1 hora antes, queria ter certeza que nada ia dar errado pois eu nunca tinha viajado de trem no Canadá. Cheguei lá e tinha uma fila de umas 4 pessoas no portão de embarque, faltava 1 hora, eu fui sentar. Mas não deu nem tempo eu sentar, a fila já aumentou para umas 30 pessoas e continuou aumentando. Descobri que a fila existia porque a gente não tinha assento marcado e todo mundo queria entrar primeiro para não ficar em pé. Umas poucas pessoa estavam sentadas, elas não estavam viajando na classe econômica e não precisavam se preocupar. Muitos bancos vazios e muita gente em pé na fila por quase uma hora. Isso no Canadá. Era o cúmulo da burrice, do desrespeito, da discriminação, era simplesmente inaceitável. Como complemento, para mostrar a jumentice (acho que essa palavra nao existe, mas tudo bem) da espécie, acabou que tinha espaço de sobra no trem, ninguém teve que ir em pé... Mas em Toronto todo mundo acha isso normal...
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Montreal
Esta semana eu fui para Montreal, no maior encontro de estatísticos do mundo, eu acho. O JSM2013. Eu não me senti muito bem indo de avião, dado que o hospital estava pagando e eu já tinha ido a uma conferencia neste ano. Parecia injusto. Eu resolvi gastar menos - fui de trem e fiquei no alojamento da Universidade de Montreal, que era longe do local da Conferencia. Acabou que ambos, o trem e o alojamento, foram ótimas escolhas e eu me diverti bastante não só com a conferência, mas também andando de bike da universidade até a conferência, assim conhecendo mais a cidade.
Foi minha primeira vez em Montreal, que começou com o desagradável relato do texto abaixo. Mas fora isso tudo foi tranquilo. No primeiro dia eu tinha o desafio de achar a Universidade de Montreal e o alojamento. Eu sabia que não era muito perto, peguei o metrô. FOi tranquilo. O metrô de Montreal é mais velho, aparentemente, do que o de Toronto (digo os trens), faz mais barulho e tal. Muito pior que o de São Paulo, que é alto nível. Só que ambos Toronto e Montreal são muito mais vazios, o que compensa de sobra o fato de serem mais velhos. Cheguei no dormitório, tomei um banho, estava cansado de tanto carregar malas.
No segundo dia acordei cedo, a conferência começava as 7h mas eu tinha planejado it de bike, usando aquelas bikes tipo públicas. Vc paga $15 e pode usar quanto quiser por 3 dias, só que cada vez que vc pega uma bike pode usar só por meia hora. Se quiser mais tem que parar em uma estação e pegar outra bike, o que é tranquilo. De onde eu estava na conferencia era uns 6Km e eu sabia que isso it me tomar perto dos 30 minutos, pois a bike não é ra´pida, eu não conhecia a cidade, tem semáforo em todo lugar. Acabou que demorei quase uma hora, pois me perdi. Quando vc fica com a bike por mais de meia hora vc paga mais. Mas tá limpo.
Montreal dá de 10 a zero em Toronto em termos de bike. As ciclovias são muito melhores, mais seguras, muitas com separação entre bike e carro. E tem estação de bike em todo lugar. Nesse ponto fiquei positivamente impressionado.
Depois da primeira vez que me perdi, não aconteceu mais, eu já sabia o caminho. Na volta para o alojamento eu penava para fazer em 30 minutos, pois tem várias subidas. Mas acabava que era gostoso.
O alojamento era legal, em um prédio algo e fino, com arquitetura diferente. Como é época de férias, tinha pouca gente lá. Ficava num lugar muito tranquilo e bem perto do metrô que eu tive que usar mais uma vez, quando esqueci o meu craxá no alojamento.
Os meus dias foram todos cheios, começando às 7h da manhã com mesa redonda, que foi super legal. Junto com outros estatísticos a gente discute algum tema de interesse de todos. Eu não sou de falar muito, mas eu tava me sentindo a vontade e é sempre legal conhecer outras pessoas. Na maioria eles vinham dos US, mas também de outros países, especialmente na Europa. Não encontrei ninguem do Brazil, ou mesmo América do SUl. De manhã eu participei de uma mesa redonda sobre o ensino de Causalidade, outra sobre mediação, outra sobre análise de dados de visita a páginas de internet, o que foi bastante maluco pois era tipo, como saber quanto de suas vendas vem de visitas na sua página e quais partes da página é mais eficiente. Só olhando as visitas. Simplesmente não dá para saber, pois tem muitas outras coisas em paralelo, tipo as campanhas de marketing. A discussão degringolou para a frustração do estatístico que trabalha em Marketing. Eu fiquei feliz de ter passado essa fase e estar em bioestatistica. Fiquei feliz de ser um dos raros bioestatisticos que podiam tambem estar numa discussao de marketing. E aproveitei para meter o pau em Marketing.
Depois meu dia era cheio de seções com apresentações, até as 6h da tarde, praticamente sem pausa. às 20h tinha outra palestra, que eu só participei num dia, por geralmente estar cansado e não ser de muito interesse.
Algumas apresentações foram sensacionais, com estatísticos tops que todo mundo conhece. E teve a apresentação do Nate Silver, que conseguiu prever as eleições amercanas com bastante precisão. Eu não sei, eu não gostei muito da apresentação. Embora ache admirável o que ele fez, eu vi muitas críticas mutio negativas sobre o livro dele, que eu também li. Eu acho que isso me fez olhar para ele com menos admiração. Uma critica pessoal é que ele não fala muito no livro sobre as eleições americanas, ele passa um tempo enorme falando de outras coisas que não tem nada a ver com a fama dele. Como estatístico eu estava interessado em como ele conseguia aquela precisão.Acabou que eu me convenci que aquilo não é nada demais, quando achei outro sujeito que fez o mesmo na internet. Ele só teve a boa ideia de usar resultados de pesquisa, junto com o conhecimento que ele já tem sobre o assunto. Achei interessante que tantos estatísticos admiram ele tanto. A palestra dele estava muito cheia, mas também não havia outra opção naquele horário. Também teve outra apresentação do Judea Pearl, sobre Causalidade, que eu gostei. Uma outra sobre amostragem também. De resto foram apresentações curtas, mais ligadas a temas especificos em estatística. Assisti muitas.
Encontrei alguns colegas do Bank of Canada, galera muito legal. Fui na apresentação deles também, que foram várias.
Na quarta a noite eu voltei de trem novamente. Do meu lado um estatístico de Los Angeles. Ele não tinha ido em palestra alguma, tinha só feito turismo. Agora ele voltava para Toronto, onde ficaria por uns 3 dias. Eu não entendia como alguém podia trocar um evento de estatística daqueles, com mais de 6000 estatísticos inscritos, para ir andar pela cidade. Eu havia tentado ir no número maior possível de apresentações.
Ás vezes eu olhava aquele bando de estatístcos, tudo que gastaram para chegar lá, e me parece um desperdício tão grande de recursos. Mesmo assim é dos poucos eventos que gosto de participar.
Foi minha primeira vez em Montreal, que começou com o desagradável relato do texto abaixo. Mas fora isso tudo foi tranquilo. No primeiro dia eu tinha o desafio de achar a Universidade de Montreal e o alojamento. Eu sabia que não era muito perto, peguei o metrô. FOi tranquilo. O metrô de Montreal é mais velho, aparentemente, do que o de Toronto (digo os trens), faz mais barulho e tal. Muito pior que o de São Paulo, que é alto nível. Só que ambos Toronto e Montreal são muito mais vazios, o que compensa de sobra o fato de serem mais velhos. Cheguei no dormitório, tomei um banho, estava cansado de tanto carregar malas.
No segundo dia acordei cedo, a conferência começava as 7h mas eu tinha planejado it de bike, usando aquelas bikes tipo públicas. Vc paga $15 e pode usar quanto quiser por 3 dias, só que cada vez que vc pega uma bike pode usar só por meia hora. Se quiser mais tem que parar em uma estação e pegar outra bike, o que é tranquilo. De onde eu estava na conferencia era uns 6Km e eu sabia que isso it me tomar perto dos 30 minutos, pois a bike não é ra´pida, eu não conhecia a cidade, tem semáforo em todo lugar. Acabou que demorei quase uma hora, pois me perdi. Quando vc fica com a bike por mais de meia hora vc paga mais. Mas tá limpo.
Montreal dá de 10 a zero em Toronto em termos de bike. As ciclovias são muito melhores, mais seguras, muitas com separação entre bike e carro. E tem estação de bike em todo lugar. Nesse ponto fiquei positivamente impressionado.
Depois da primeira vez que me perdi, não aconteceu mais, eu já sabia o caminho. Na volta para o alojamento eu penava para fazer em 30 minutos, pois tem várias subidas. Mas acabava que era gostoso.
O alojamento era legal, em um prédio algo e fino, com arquitetura diferente. Como é época de férias, tinha pouca gente lá. Ficava num lugar muito tranquilo e bem perto do metrô que eu tive que usar mais uma vez, quando esqueci o meu craxá no alojamento.
Os meus dias foram todos cheios, começando às 7h da manhã com mesa redonda, que foi super legal. Junto com outros estatísticos a gente discute algum tema de interesse de todos. Eu não sou de falar muito, mas eu tava me sentindo a vontade e é sempre legal conhecer outras pessoas. Na maioria eles vinham dos US, mas também de outros países, especialmente na Europa. Não encontrei ninguem do Brazil, ou mesmo América do SUl. De manhã eu participei de uma mesa redonda sobre o ensino de Causalidade, outra sobre mediação, outra sobre análise de dados de visita a páginas de internet, o que foi bastante maluco pois era tipo, como saber quanto de suas vendas vem de visitas na sua página e quais partes da página é mais eficiente. Só olhando as visitas. Simplesmente não dá para saber, pois tem muitas outras coisas em paralelo, tipo as campanhas de marketing. A discussão degringolou para a frustração do estatístico que trabalha em Marketing. Eu fiquei feliz de ter passado essa fase e estar em bioestatistica. Fiquei feliz de ser um dos raros bioestatisticos que podiam tambem estar numa discussao de marketing. E aproveitei para meter o pau em Marketing.
Depois meu dia era cheio de seções com apresentações, até as 6h da tarde, praticamente sem pausa. às 20h tinha outra palestra, que eu só participei num dia, por geralmente estar cansado e não ser de muito interesse.
Algumas apresentações foram sensacionais, com estatísticos tops que todo mundo conhece. E teve a apresentação do Nate Silver, que conseguiu prever as eleições amercanas com bastante precisão. Eu não sei, eu não gostei muito da apresentação. Embora ache admirável o que ele fez, eu vi muitas críticas mutio negativas sobre o livro dele, que eu também li. Eu acho que isso me fez olhar para ele com menos admiração. Uma critica pessoal é que ele não fala muito no livro sobre as eleições americanas, ele passa um tempo enorme falando de outras coisas que não tem nada a ver com a fama dele. Como estatístico eu estava interessado em como ele conseguia aquela precisão.Acabou que eu me convenci que aquilo não é nada demais, quando achei outro sujeito que fez o mesmo na internet. Ele só teve a boa ideia de usar resultados de pesquisa, junto com o conhecimento que ele já tem sobre o assunto. Achei interessante que tantos estatísticos admiram ele tanto. A palestra dele estava muito cheia, mas também não havia outra opção naquele horário. Também teve outra apresentação do Judea Pearl, sobre Causalidade, que eu gostei. Uma outra sobre amostragem também. De resto foram apresentações curtas, mais ligadas a temas especificos em estatística. Assisti muitas.
Encontrei alguns colegas do Bank of Canada, galera muito legal. Fui na apresentação deles também, que foram várias.
Na quarta a noite eu voltei de trem novamente. Do meu lado um estatístico de Los Angeles. Ele não tinha ido em palestra alguma, tinha só feito turismo. Agora ele voltava para Toronto, onde ficaria por uns 3 dias. Eu não entendia como alguém podia trocar um evento de estatística daqueles, com mais de 6000 estatísticos inscritos, para ir andar pela cidade. Eu havia tentado ir no número maior possível de apresentações.
Ás vezes eu olhava aquele bando de estatístcos, tudo que gastaram para chegar lá, e me parece um desperdício tão grande de recursos. Mesmo assim é dos poucos eventos que gosto de participar.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Mentalidade repugnante
Chegando em Montreal para o JSM2013, eu resolvi andar da estação de trem ao local do evento. Embora eu não conhecesse nada da cidade, eu tinha olhado o mapa, tinha meio que decorado o caminho, alguns nomes de rua, dava 10 minutos andando, tranquilo. Quando eu saí da estação de trem eu notei que talvez não seria tão tranquilo assim. Estava um sol e as placas com o nome das ruas estava difícil de ver, eu nem tava conseguindo achar as placas, quanto mais lê-las. Eu não tinha me preparado para isso, mas mesmo assim eu resolvi ir em frente.
Andei umas 3 quadras, eu sabia que precisava virar às direita, mas era tudo taõ estranho que eu não me senti muito confiante de prosseguir. Eu tinha umas apresentações que eu queria assistir e eu tava com uma mochila cheia e um laptop, tipo, não dava para arriscar me perder, eu queria chegar logo. Então eu vejo um sujeito na rua, rapaz novo, pergunto para ele onde é o lugar, e aponto no meu mapa onde eu quero ir. O mapa era inútil para mim, pois eu não achava o nome das ruas. Ele olhou no mapa e apontou para o lado onde eu estava indo e disse - 7 quadras. Vai e quando vc passar 7 quadras, pergunta para alguém lá, pois é difícil explicar daqui - Eu disse Ok, e continuei andando na direção indicada. Não dei nem 20 passos e a ficha caiu: 7 quadras? Simplesmente impossível. No pior caso eu teria saído da estação de trem e caminhado para o lado oporto, mas nesse caso ele diria para eu voltar para trás. Ele com certeza tinha me ensinado o caminho errado de propósito, era super claro.
Eu olhei para o sujeito de onde eu estava, ele já estava quase do outro lado da outra rua. Eu não estava nervoso, eu simplesmente não conseguia acreditar que alguém poderia ser maldoso a ponto de fazer aquilo.É como se o mundo dos humanos fosse repugnante e fazer parte da raça humana fosse vergonhoso. Era como se não houvesse mais lugar para a esperança.
Eu já havia ouvido estórias sobre a rivalidade entre a galera de Montreal e o resto do Canadá, talvez mais precisamente entre os quefalam francês e os que não falam. Eu já havia ouvido estórias de pessoas sendo tratadas mal em Montreal. Mas eu nunca dei muita importância, para mim podia ser que o fato de a pessoa não gostar muito dos Quebequenses (Quebecois? Sei lá...) fazia com que ela pensasse que eles estavam tratando mal. Mas e agora, será que era verdade então? Minha primeira experiência em Montreal havia sido essa, será que quando eu falei em Inglês o sujeito já partiu para a sacanagem? Eu ainda me recuso a acreditar nisso, mas não sei, foi muito extremo o que o sujeito fez, na minha opinião. Imagina, eu ia andar tudo aquilo carregando aquelas malas só para ter que voltar tudo denovo! E provavelmente ia perder a apresentação na conferência.
Imediatamente perguntei a outra pessoa onde o local ficava, um chinês. Ele não sabia, mas sacou o seu Iphone e olhou no meu mapa, digitou o endereço lá, apareceu onde a gente estava e onde o lugar era e o melhor caminho entre os dois pontos. Isso demorou uns 5 minutos, mas no minuto 3 o tempo havia mudado completamente e começou a chover, e outrs chineses que esstavam com ele foram embora e eu pedi para ele ir também, mas ele ficou ali comigo na chuva, até ter certeza que me indicava o caminho de forma completa, o que não foi difícil, pois o lugar era duas quadras dali. Depois, no dia seguinte, me perdi de bike e pedi o caminho a uma moça, que me explicou certinho denovo. Perguntei uma terceira vez para um rapaz, e ele pensou, disse que não sabia. Enfim, só foi aquela experiência mesmo, acho qu emostrando que o ser humano tem prazer em fazer o bem ao próximo, mas tem sempre alguns que com cérebro de amendoim que atrasa a espécie.
Andei umas 3 quadras, eu sabia que precisava virar às direita, mas era tudo taõ estranho que eu não me senti muito confiante de prosseguir. Eu tinha umas apresentações que eu queria assistir e eu tava com uma mochila cheia e um laptop, tipo, não dava para arriscar me perder, eu queria chegar logo. Então eu vejo um sujeito na rua, rapaz novo, pergunto para ele onde é o lugar, e aponto no meu mapa onde eu quero ir. O mapa era inútil para mim, pois eu não achava o nome das ruas. Ele olhou no mapa e apontou para o lado onde eu estava indo e disse - 7 quadras. Vai e quando vc passar 7 quadras, pergunta para alguém lá, pois é difícil explicar daqui - Eu disse Ok, e continuei andando na direção indicada. Não dei nem 20 passos e a ficha caiu: 7 quadras? Simplesmente impossível. No pior caso eu teria saído da estação de trem e caminhado para o lado oporto, mas nesse caso ele diria para eu voltar para trás. Ele com certeza tinha me ensinado o caminho errado de propósito, era super claro.
Eu olhei para o sujeito de onde eu estava, ele já estava quase do outro lado da outra rua. Eu não estava nervoso, eu simplesmente não conseguia acreditar que alguém poderia ser maldoso a ponto de fazer aquilo.É como se o mundo dos humanos fosse repugnante e fazer parte da raça humana fosse vergonhoso. Era como se não houvesse mais lugar para a esperança.
Eu já havia ouvido estórias sobre a rivalidade entre a galera de Montreal e o resto do Canadá, talvez mais precisamente entre os quefalam francês e os que não falam. Eu já havia ouvido estórias de pessoas sendo tratadas mal em Montreal. Mas eu nunca dei muita importância, para mim podia ser que o fato de a pessoa não gostar muito dos Quebequenses (Quebecois? Sei lá...) fazia com que ela pensasse que eles estavam tratando mal. Mas e agora, será que era verdade então? Minha primeira experiência em Montreal havia sido essa, será que quando eu falei em Inglês o sujeito já partiu para a sacanagem? Eu ainda me recuso a acreditar nisso, mas não sei, foi muito extremo o que o sujeito fez, na minha opinião. Imagina, eu ia andar tudo aquilo carregando aquelas malas só para ter que voltar tudo denovo! E provavelmente ia perder a apresentação na conferência.
Imediatamente perguntei a outra pessoa onde o local ficava, um chinês. Ele não sabia, mas sacou o seu Iphone e olhou no meu mapa, digitou o endereço lá, apareceu onde a gente estava e onde o lugar era e o melhor caminho entre os dois pontos. Isso demorou uns 5 minutos, mas no minuto 3 o tempo havia mudado completamente e começou a chover, e outrs chineses que esstavam com ele foram embora e eu pedi para ele ir também, mas ele ficou ali comigo na chuva, até ter certeza que me indicava o caminho de forma completa, o que não foi difícil, pois o lugar era duas quadras dali. Depois, no dia seguinte, me perdi de bike e pedi o caminho a uma moça, que me explicou certinho denovo. Perguntei uma terceira vez para um rapaz, e ele pensou, disse que não sabia. Enfim, só foi aquela experiência mesmo, acho qu emostrando que o ser humano tem prazer em fazer o bem ao próximo, mas tem sempre alguns que com cérebro de amendoim que atrasa a espécie.
JSM 2013 Montreal
Pela primeira vez eu estou participando do Joint Statistical Meeting, que [e um dos maiores escontros de estatísticos do mundo, sençao o maior. Trabalhando por muito tempo no setor privado, eu nunca tive a oportunidade de participar, ou melhor, nunca houve qualquer incentivo, e com iso eu também nunca bati o pé para participar.
Tem sido muito legal, eu viajei para Montreal de trem e resolvi ficar no alojamento da Universidade de Montreal, depois da boa experiencia no alojamento da Universidade de Alberta.
É impressionante a quantidade de estatísticos que existem, e eles vem de muitas partes do mundo, embora a maioria seja mesmo da América do Norte. Não encontrei nenhum Brasileiro, apesar de ter procurado na lista.
Embora eu questione por um lado a quantidade de recursos que se coloca num enocntro desses, especialmente com as possibilidades de fazer coisas pela internet, é impossível não notar que é uma ocasião em que temos muita oportunidade de aprender, e em especial, aprender as novidades, o que está sendo feito em termos de novas tecnicas de análises e tal. Você não vai realmente chegar ao ponto de saber algo novo nesses poucos dias, mas com certeza você vai ficar consciente de coisas novas que depois fica fácil aprender pela internet.
Em bioestatística uma das coisas que se falam muito é a medicina personalizada. Até hoje a estatística testas novos tratamentos através de seu efeito médio na população - se o tratamento em média melhorar a condição maisdo que o não tratamento, baseado em um conjunto de indivíduos supostamente representativo da população, então o tratmento é bom. Só que isso não garante que o tratamento vai ser bom para qualquer particular individuo, e na verdade para alguns indivíduos um determinado tratamento pode piorar as coisas, mesmo que ele melhore na média.A questão é não resolvida na estatística, é complicado entender como um determinado tratamento vai afetar um determinado indivíduo em particular. Com os avanços genéticos, no entanto, pode ser que isso melhore um pouco na medida em que teoricamente há a possibilidade de se descobrir certas genotipos individuais relacionados com a efeito positivo ou negativo de um determinado tratamento. Estão olhando muito isso. Outra galera está estudando o mesmo problema atráves da particção dos que receberam o tratamento em grupos para os quais os efeitos do tratmento é diferente. Algorítmos tem sido desenvolvidos para esse fim, mas é complicado, principalmente com amostras pequenas.
Em relaçaa á estatística em geral, o Big Data é uma das coisas que estao na ponta do desenvolvimento em estatística, com o desenvolvimentode algoritmos para trabalhar grandes bases de dados e descobrir coisas interessantes lá.
E muitas outras coisas, quase todas novas pra mim. O encontro vai até quarta para mim, deois volto para Toornto.
Tem sido muito legal, eu viajei para Montreal de trem e resolvi ficar no alojamento da Universidade de Montreal, depois da boa experiencia no alojamento da Universidade de Alberta.
É impressionante a quantidade de estatísticos que existem, e eles vem de muitas partes do mundo, embora a maioria seja mesmo da América do Norte. Não encontrei nenhum Brasileiro, apesar de ter procurado na lista.
Embora eu questione por um lado a quantidade de recursos que se coloca num enocntro desses, especialmente com as possibilidades de fazer coisas pela internet, é impossível não notar que é uma ocasião em que temos muita oportunidade de aprender, e em especial, aprender as novidades, o que está sendo feito em termos de novas tecnicas de análises e tal. Você não vai realmente chegar ao ponto de saber algo novo nesses poucos dias, mas com certeza você vai ficar consciente de coisas novas que depois fica fácil aprender pela internet.
Em bioestatística uma das coisas que se falam muito é a medicina personalizada. Até hoje a estatística testas novos tratamentos através de seu efeito médio na população - se o tratamento em média melhorar a condição maisdo que o não tratamento, baseado em um conjunto de indivíduos supostamente representativo da população, então o tratmento é bom. Só que isso não garante que o tratamento vai ser bom para qualquer particular individuo, e na verdade para alguns indivíduos um determinado tratamento pode piorar as coisas, mesmo que ele melhore na média.A questão é não resolvida na estatística, é complicado entender como um determinado tratamento vai afetar um determinado indivíduo em particular. Com os avanços genéticos, no entanto, pode ser que isso melhore um pouco na medida em que teoricamente há a possibilidade de se descobrir certas genotipos individuais relacionados com a efeito positivo ou negativo de um determinado tratamento. Estão olhando muito isso. Outra galera está estudando o mesmo problema atráves da particção dos que receberam o tratamento em grupos para os quais os efeitos do tratmento é diferente. Algorítmos tem sido desenvolvidos para esse fim, mas é complicado, principalmente com amostras pequenas.
Em relaçaa á estatística em geral, o Big Data é uma das coisas que estao na ponta do desenvolvimento em estatística, com o desenvolvimentode algoritmos para trabalhar grandes bases de dados e descobrir coisas interessantes lá.
E muitas outras coisas, quase todas novas pra mim. O encontro vai até quarta para mim, deois volto para Toornto.
Rugby Brasileiro
Hoje eu me deparei com essa notícia, sobre a seleção Brasileira de Rugby. Resolvi ajudar na busca, colocando aqui no Blog - Se vc sabe o que é Rugby e é Brasileiro, provavelmente você tem chances de participar da seleção, clique no link e veja mais detalhes nessa matéria! Eu imagino como a seleção Brasileira deve ficar no cenário mundial, ,eu mesmo nem sabia que tinha uma seleção. Por um momento pensei que se nãoa tem competitividade não devia nem participar. Mas é só um jogo também, vai lá e pronto.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
Polícia e polêmica
Um estória controversa está se desenvolvendo em Toronto - policiais atiraram e mataram um garoto de 18 anos que estava com uma faca num streetcar (aqueles bondinhos de transporte público) equanto pelo menos duas câmeras filmavam o evento. As imagens acabam sendo revoltantes porque mostram policiais atirando contra um garoto que estava sozinho, com apenas uma faca, e dentro de um streetcar, impedido de fugir, enquanto não ameaçava diretamente ninguém. Por causa disso tem havido passeata na cidade e muito controvérsia em relação ao que a polícia fez.
Acho que precisamos tomar cuidado antes de julgar os policiais, mesmo com tanta evidência de que eles exerceram força mais do que devia. Não sei, vai que o sujeito ameaçou que tinha uma arma e que ia sacar ela, sei lá. Mas o que se vê no vídeo apontam o contrário, apontam uma ação covarde de um moleque cercado e dominado sendo morto pela polícia, e isso é o que todo mundo está vendo. Ajunta-se a isso o fato de que a polícia de toronto não tem imagem muito positiva, principalmente depois do excesso de agressão no G20 uns dois anos atrás.
Tem bastante polêmica neste caso específico, que inclusive faz lembrar outros casos com envolvimento da polícia, mas saindo um pouco da linha principal da discussão, dois pontos são interessantes:
- Hoje em dia tudo é filmado. Se por um lado não temos privacidade, e qualquer coisa que fizermos pode ser filmada e ir parar na internet, por outro lado nesse mundo onde a sociedade não funciona e vivemos cada um para si, câmera em tudo quanto é mão parece algo interessante. Eu acho também interessante que vivemos em um tempo em que tudo muda tão rápido e é difícil prever as consequências dessas mudanças. Tipo o fato de todo mundo ter uma câmera, é algo que só alguns anos mais a frente vamos poder olhar para trás e analisar as consequências disso, se boas ou ruims.
- Foi um único policial que atirou no garoto. O policial provavelmente não era criminoso. Minha impressão é que seja como for, e apesar de mater ser algo extremamente grave, o policial provavelmente já esteja pagando por isso. Provavelmente vai continuar pagando pelo resto de sua vida, se foi uma coisa desnecessária. Eu imagino que poucas pessoas de bem conseguem viver bem tendo na cabeça a memória de ter matado alguém sem necessidade, uma pessoa jovem que tinha a vida pela frente, ter causado mal à família e à sociedade. Na verdade o policial já foi identificado e pelo jeito a ficha caiu e ele está meio em choque. Por um lado justiça precisa ser feita para que isso não aconteça nunca mais, supondo ter sido realmente algo desnecessário. Mas por outro, parece que o sujeito já está pagando por isso e vai continuar talvez para sempre, seria necessário mais ainda? Acho que não necessariamente, precisamos de alternativas, e de deixar certos tipo de punição para criminosos. Mas a população exige mais, exige punição, exige justiça.
Eu não sei, eu acho que policiais vivem situações difíceis e de risco. Ao mesmo tempo têm uma profissão que dá a eles poder, o que todo mundo busca, todo mundo deixa o poder subir a cabeça. Então eles precisam ter um treinamento especial, e mais que isso, precisam ter uma cultura, sei lá, superior à da população. Não é algo simples, mas é algo que precisa ser feito provavelmente mais do que é.
domingo, 28 de julho de 2013
Ferrugem e Osso
Esse é um filme bastante interessante, francês, que eu assisti há pouco tempo. É sobre deficientes físicos.
Uma coisa que me vem a cabeça frequentemente é que se os deficientes físicos andassem nas ruas igual os não deficientes, então veriamos muito mais deles, e conheceríamos mais também. Isso acontece porque a proporção em que eles existem é muito maior do que a que vemos nas ruas. Por exemplo, dis-se que a proporção de descendentes de japoneses na população Brasileira é cerca de 0,7%. A proporção de cegos parece ser um assunto polêmico (essa página diz que o IBGE sub estima enormemente a proporção de cegos em 0,075%, dado que a média mundial é 0,6%). Eu não fucei muito, mas achei esse relatório da OMS dizendo que a proporção de cegos nas américas é 0,35%, o que é ainda muito abaixo de todos os outros lugares, exceto Europa. Eu não sei, dados os número sda OMS, os do IBGE parecem muito baixos até porque não há muita razão para esperar que o Brasil tenha mais ou menos cegos do que outros lugares, e há razões de sobra para penstar que o IBGE sub estimaria tal população - eles não são fãceis de serem encontrados, de serem entrevistados e tal.
O meu ponto é que a gente vê japonês toda hora na rua, eu que o diga, mas muito raramente vê um cego. Claro que deve ter um viés aí de eu estar falando do Estado de SP onde tem mais do que esses 0,7% de japonês, mas mesmo assim. Acho que isso meio que mostra o problema de acessibilidade que os deficientes fisicos enfrentam, e consequentemente o estigma que acaba surgindo, ou pelo menos a imagem de eles serem diferentes, tratamos eles diferentemente e tal. Eu acho que não só a sociedade não trata bem os deficientes físicos, mas nós mesmos como individuos não temos idéia de como tratá-los e o fazemos de forma errada, pela ignorância que a falta de convivência com eles nos dá, ou sei lá, talvez preconceitos também.
O filme é sobre uma mulher que perdeu as pernas mais ou menos na altura dos joelhos. É interessante como para a gente que é normal (em termos de pernas), mesmo ver a imagem das pernas da mulher causa um certo mal estar, afinal é algo que fica sempre escondido de todo mundo. Mas o filme mostra, e eu acredito que o ponto do filme, uma situação onde uma pessoa sem perna é tratada com naturalidade, por um sujeito que não tá nem aí para as pernas dela. Para mim isso foi brilhante, talvez pela minha falta de contato com deficientes, mas é uma coisa que nos faz pensar e nos dá um pouco do conhecimento que não temos.
Por exemplo, outro dia, bem cedo, eu ia atravessando a rua no sinal vermelho, dado que não tinha carro nenhum. Quando eu tava chegando do outro lado um cego ia começando a atravessar a rua no sentido contrário, também no sinal vermelho. Meio que por instinto eu gritei pro sujeito "Calma aí cara, tá vermelho..." e fui correndo lá perto dele "Vamos esperar um pouco..." e na espera ele começou a falar que estava chuviscando e ele gostava de sentir as gotas d'água, que gostava desse tipo de dia... e eu perguntei como ele havia perdido a visão. Ele disse que não sabia se tinha perdido, uma resposta meio enigmática, mas que eu interpretei como que ele tivesse nascido daquele jeito. Voltando para casa eu pensei que provavelmente eu tinha feito a coisa errada, ele provavelmente não queria, não se sentia bem e não precisava de ajuda para atravessar a rua. Mas tudo bem, como eu ia saber, tipo foi meio por instinto de minha parte. Mas a questão é que a gente coloca um cego em uma posição inferior à nossa e assume de bate pronto que ele precisa de ajuda, que é um coitado infeliz. Em uma sociedade onde conviver com cegos fosse comum provavelmente pensaríamos diferente. Depois de assistir o filme eu volter a pensar sobre o cego e agora me culpando por ter lhe perguntado sobre sua condição. Que importância tem como o sujeito ficou cego? Talvez tenhamos curiosidade para saber, mas é sem dúvida uma pergunta que foca muito na deficiência do sujeito, colocando ele como diferente de uma forma negativa.
Acho que temos um desafio de superar a falta de informação e o estigma (que inclui problemas mentais) e ver os deficientes como iguais, tratá-los como tal.
Uma coisa que me vem a cabeça frequentemente é que se os deficientes físicos andassem nas ruas igual os não deficientes, então veriamos muito mais deles, e conheceríamos mais também. Isso acontece porque a proporção em que eles existem é muito maior do que a que vemos nas ruas. Por exemplo, dis-se que a proporção de descendentes de japoneses na população Brasileira é cerca de 0,7%. A proporção de cegos parece ser um assunto polêmico (essa página diz que o IBGE sub estima enormemente a proporção de cegos em 0,075%, dado que a média mundial é 0,6%). Eu não fucei muito, mas achei esse relatório da OMS dizendo que a proporção de cegos nas américas é 0,35%, o que é ainda muito abaixo de todos os outros lugares, exceto Europa. Eu não sei, dados os número sda OMS, os do IBGE parecem muito baixos até porque não há muita razão para esperar que o Brasil tenha mais ou menos cegos do que outros lugares, e há razões de sobra para penstar que o IBGE sub estimaria tal população - eles não são fãceis de serem encontrados, de serem entrevistados e tal.
O meu ponto é que a gente vê japonês toda hora na rua, eu que o diga, mas muito raramente vê um cego. Claro que deve ter um viés aí de eu estar falando do Estado de SP onde tem mais do que esses 0,7% de japonês, mas mesmo assim. Acho que isso meio que mostra o problema de acessibilidade que os deficientes fisicos enfrentam, e consequentemente o estigma que acaba surgindo, ou pelo menos a imagem de eles serem diferentes, tratamos eles diferentemente e tal. Eu acho que não só a sociedade não trata bem os deficientes físicos, mas nós mesmos como individuos não temos idéia de como tratá-los e o fazemos de forma errada, pela ignorância que a falta de convivência com eles nos dá, ou sei lá, talvez preconceitos também.
O filme é sobre uma mulher que perdeu as pernas mais ou menos na altura dos joelhos. É interessante como para a gente que é normal (em termos de pernas), mesmo ver a imagem das pernas da mulher causa um certo mal estar, afinal é algo que fica sempre escondido de todo mundo. Mas o filme mostra, e eu acredito que o ponto do filme, uma situação onde uma pessoa sem perna é tratada com naturalidade, por um sujeito que não tá nem aí para as pernas dela. Para mim isso foi brilhante, talvez pela minha falta de contato com deficientes, mas é uma coisa que nos faz pensar e nos dá um pouco do conhecimento que não temos.
Por exemplo, outro dia, bem cedo, eu ia atravessando a rua no sinal vermelho, dado que não tinha carro nenhum. Quando eu tava chegando do outro lado um cego ia começando a atravessar a rua no sentido contrário, também no sinal vermelho. Meio que por instinto eu gritei pro sujeito "Calma aí cara, tá vermelho..." e fui correndo lá perto dele "Vamos esperar um pouco..." e na espera ele começou a falar que estava chuviscando e ele gostava de sentir as gotas d'água, que gostava desse tipo de dia... e eu perguntei como ele havia perdido a visão. Ele disse que não sabia se tinha perdido, uma resposta meio enigmática, mas que eu interpretei como que ele tivesse nascido daquele jeito. Voltando para casa eu pensei que provavelmente eu tinha feito a coisa errada, ele provavelmente não queria, não se sentia bem e não precisava de ajuda para atravessar a rua. Mas tudo bem, como eu ia saber, tipo foi meio por instinto de minha parte. Mas a questão é que a gente coloca um cego em uma posição inferior à nossa e assume de bate pronto que ele precisa de ajuda, que é um coitado infeliz. Em uma sociedade onde conviver com cegos fosse comum provavelmente pensaríamos diferente. Depois de assistir o filme eu volter a pensar sobre o cego e agora me culpando por ter lhe perguntado sobre sua condição. Que importância tem como o sujeito ficou cego? Talvez tenhamos curiosidade para saber, mas é sem dúvida uma pergunta que foca muito na deficiência do sujeito, colocando ele como diferente de uma forma negativa.
Acho que temos um desafio de superar a falta de informação e o estigma (que inclui problemas mentais) e ver os deficientes como iguais, tratá-los como tal.
sábado, 27 de julho de 2013
Correndo de novo
Depois de um tempão parado hoje eu rodei 7 km. Tudo começou com a onda de calor que tivemos, em um mês que eu já tava devagar. Mas o calor estava tanto, mesmo de manhã, que tinha pulado alguns dias. Depois continuou com uma semana de bastante trabalho, quando eu acabei ficando até mais tarde alguns dias, ou fazendo coisas em casa até mais tarde. Se eu durmo meio tarde eu acabo não acordando tão cedo, aí já é meio caminho para não correr.
Mas vamos ver como vamos daqui para frente. Hoje foi um treino legal, devagar mas que eu não parei por 7km, nem mesmo em semáforos. Eu geralmente não corro sempre no mesmo rítmo, dou uma forçada, depois ando, depois corro lento, vai meio aleatoriamente, dependendo do que dá na cabeça. Não que eu ache isso errado, pelo contrário, eu tenho a impressão às vezes, que é saudável colocar alta intensidade no meio do treino ao invés de correr mais, mas devagar e consistente. E assim foi hoje, consistente, devagar.
Terminei no mercado, de volta para casa e agora tomando café da manhã...
Mas vamos ver como vamos daqui para frente. Hoje foi um treino legal, devagar mas que eu não parei por 7km, nem mesmo em semáforos. Eu geralmente não corro sempre no mesmo rítmo, dou uma forçada, depois ando, depois corro lento, vai meio aleatoriamente, dependendo do que dá na cabeça. Não que eu ache isso errado, pelo contrário, eu tenho a impressão às vezes, que é saudável colocar alta intensidade no meio do treino ao invés de correr mais, mas devagar e consistente. E assim foi hoje, consistente, devagar.
Terminei no mercado, de volta para casa e agora tomando café da manhã...
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Turistas
Depois que eu mudei de trabalho eu comecei a ir de vez enquando almoçar no num lugar chamado "Big Fat Burritos", que vende ums burritos grande. Esse lugar não é o típico restaurante que você encontraria em Toronto, pois ele fica localizado no Kensington Market, onde o comércio as lojas são parecidas com as do Brasil - estabelecimentos abertos, perto da rua, calçada estreita, ruim de andar, tudo parecendo muito informal. Mas eu sempre achei legal o lugar, inclusive não só almoço mas faço outras compras lá.
Depois descobri que o lugar é um dos pontos turísticos de Toronto por ter conservado o estilo mais tradicional e ter lojas diferentes e tal. Então comecei a reparar que qualquer dia que você vai lá, você vê muito turistas na rua.
Agora no verão o Big Fat Burritos parece um barzão, todo aberto mas sem ser na rua. Tem aquelas janelas grandes aberta estilo daqui, onde vc senta perto e fica vendo a galera passar do lado de fora, mas ainda assim pertinho de você. Do outro lado da rua tem uma pintura na parede enorme, que eu não sei bem o que é pois o outro lado da rua é meio longe para os meus olhos... Daí sempre que vou almoçar lá, como hoje, eu não posso deixar de notar as pessoas parando com câmera e tirando foto daquela pintura na parede que para mim não é muito mais do que um pixe colorido. Para mim fica aquele contraste do morador local, como eu, que acha tudo normal e rotina, com o turista que fica de boca aberta com coisas que a gente despreza.
Acho que o contraste tem um significado interessante, o de que nós frequentemente damos muita importância ao que realmente não tem importãncia. Aprendemos a depender e valorizar o que não tem realmente utilitdade ou valor. Talvez seja natural de nós, com nossa sede de conhecimento, adorar tudo que é novo, mas situações como estas parecem tão patéticas...
Depois descobri que o lugar é um dos pontos turísticos de Toronto por ter conservado o estilo mais tradicional e ter lojas diferentes e tal. Então comecei a reparar que qualquer dia que você vai lá, você vê muito turistas na rua.
Agora no verão o Big Fat Burritos parece um barzão, todo aberto mas sem ser na rua. Tem aquelas janelas grandes aberta estilo daqui, onde vc senta perto e fica vendo a galera passar do lado de fora, mas ainda assim pertinho de você. Do outro lado da rua tem uma pintura na parede enorme, que eu não sei bem o que é pois o outro lado da rua é meio longe para os meus olhos... Daí sempre que vou almoçar lá, como hoje, eu não posso deixar de notar as pessoas parando com câmera e tirando foto daquela pintura na parede que para mim não é muito mais do que um pixe colorido. Para mim fica aquele contraste do morador local, como eu, que acha tudo normal e rotina, com o turista que fica de boca aberta com coisas que a gente despreza.
Acho que o contraste tem um significado interessante, o de que nós frequentemente damos muita importância ao que realmente não tem importãncia. Aprendemos a depender e valorizar o que não tem realmente utilitdade ou valor. Talvez seja natural de nós, com nossa sede de conhecimento, adorar tudo que é novo, mas situações como estas parecem tão patéticas...
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Dia a dia
- Mãe! Eu sei o que significa aquele sinal. Significa "Pare!". Eu também sei o que significa aquele outro sinal. Significa "O carro não pode ir naquela direção".
O garoto de uns 3 anos apontava o sinal de transito através da janela do bondinho (transporte público), enquanto olhava os carros. A sua mãe sentada no banco ao lado, mexendo no iphone.
- Mããããeee! Eu sei o que significa o sinal. Significa que o carro não pode ir naquela direção. Mas os carros estão indo naquela direção... Mããããeee...
- A mãe no Iphone.
- Os carros não podem ir naquela direção... eu sei o que significa aquele sinal - apontando para fora do bondinho.
- A mãe superocupada.
Eu olhava o garoto com o prazer que a gente tem de presenciar as crianças descobrindo o mundo com perguntas inocentes. Tirei os olhos do garoto pro um momento e olhei pela janela, seguindo o indicador do garoto; lá fora o sinal de trânsito aparece mais uma vez, mostrando que era proibido descer a rua na direção que o nosso bondinho e muitos outros carros estavam descendo. Era uma seta cruzada na diagonal por uma faixa vermelha, não tinha erro. "Que raios aquela placa está fazendo lá!!?" pensei, já confuso. E eis que aparece outra igual! Quase em frente a minha casa e eu nunca tinha reparado.
- Mãããããe, eu sei o que significa aquele sinal! Não pode ir naquela direção! Mããããeee!
- A mãe no Iphone. Provavelmente respondendo uma pergunta sem importancia de alguem tambem sem importancia.
- Desci do bondinho pensando na placa, meio sem jeito por saber que eu não sabia mais do que o garoto sobre aquela placa.
No primeiro momento eu imaginei que fosse para os carros que vinham na rua perpendicular, dizendo que eles não podia entrar na avenida onde passa o bondinho. Mas então deveria ser uma seta com um ângulo reto, não uma seta reta. E depois eu vi que não tinha rua perpendicular. Na seta perto de casa o que tem é a garagem de um predio do outro lado da rua. Quem está saindo da garagem vê a seta lá do outro lado da rua, dizendo para ele que, tipo, ele tem que sair para a direita, do lado que ele está, não pode ir para a esquerda do outro lado da rua. Isso faria certo sentido se no meio da avenida não tivesse os trilhos do bondinho, que é elevado em relação ao asfalto, e nessa perto de casa tem o ponto do bondinho, com grades e tal. Ou seja, nem dá para sair à esquerda, nem que o sujeito saindo da garagem quisesse. A não ser que ele saia a esquerda, mas na pista da direita, na contra-mão. Isso seria maluco, só se o sujeito estiver dormindo. Mas sei lá, talvez alguem já fez isso, e então colocaram o sinal?
E até hoje vejo essas placas e lembro do garoto que tentava entender o sinal, e lembro de sua mãe que ainda deve estar no Iphone. E então eu tento denovo entender o sinal...
O garoto de uns 3 anos apontava o sinal de transito através da janela do bondinho (transporte público), enquanto olhava os carros. A sua mãe sentada no banco ao lado, mexendo no iphone.
- Mããããeee! Eu sei o que significa o sinal. Significa que o carro não pode ir naquela direção. Mas os carros estão indo naquela direção... Mããããeee...
- A mãe no Iphone.
- Os carros não podem ir naquela direção... eu sei o que significa aquele sinal - apontando para fora do bondinho.
- A mãe superocupada.
Eu olhava o garoto com o prazer que a gente tem de presenciar as crianças descobrindo o mundo com perguntas inocentes. Tirei os olhos do garoto pro um momento e olhei pela janela, seguindo o indicador do garoto; lá fora o sinal de trânsito aparece mais uma vez, mostrando que era proibido descer a rua na direção que o nosso bondinho e muitos outros carros estavam descendo. Era uma seta cruzada na diagonal por uma faixa vermelha, não tinha erro. "Que raios aquela placa está fazendo lá!!?" pensei, já confuso. E eis que aparece outra igual! Quase em frente a minha casa e eu nunca tinha reparado.
- Mãããããe, eu sei o que significa aquele sinal! Não pode ir naquela direção! Mããããeee!
- A mãe no Iphone. Provavelmente respondendo uma pergunta sem importancia de alguem tambem sem importancia.
- Desci do bondinho pensando na placa, meio sem jeito por saber que eu não sabia mais do que o garoto sobre aquela placa.
No primeiro momento eu imaginei que fosse para os carros que vinham na rua perpendicular, dizendo que eles não podia entrar na avenida onde passa o bondinho. Mas então deveria ser uma seta com um ângulo reto, não uma seta reta. E depois eu vi que não tinha rua perpendicular. Na seta perto de casa o que tem é a garagem de um predio do outro lado da rua. Quem está saindo da garagem vê a seta lá do outro lado da rua, dizendo para ele que, tipo, ele tem que sair para a direita, do lado que ele está, não pode ir para a esquerda do outro lado da rua. Isso faria certo sentido se no meio da avenida não tivesse os trilhos do bondinho, que é elevado em relação ao asfalto, e nessa perto de casa tem o ponto do bondinho, com grades e tal. Ou seja, nem dá para sair à esquerda, nem que o sujeito saindo da garagem quisesse. A não ser que ele saia a esquerda, mas na pista da direita, na contra-mão. Isso seria maluco, só se o sujeito estiver dormindo. Mas sei lá, talvez alguem já fez isso, e então colocaram o sinal?
E até hoje vejo essas placas e lembro do garoto que tentava entender o sinal, e lembro de sua mãe que ainda deve estar no Iphone. E então eu tento denovo entender o sinal...
terça-feira, 23 de julho de 2013
Juventude que conta
Dados os recentes protestos da galera no Brasil contra o governo, o Ipea publicou este artigo que tem como fonte uma pesquisa publicada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos, que tem em sua página uma "versão mais completa" dos resultados da pesquisa. É uma pesquisa sobre que áreas o Brasileiro considera importante. Aliás, nessa versão mais completa tem um gráfico de barras horrível.
Eu geralmente gosto de olhar a metodologia das pesquisas para tentar ter uma idéia do quanto os resultados são válidos do ponto de vista de ser uma amostra da população.
Mas não achei metodologia nenhuma. A única coisa que achei foi um link dizendo que a pesquisa foi feita nos moldes de uma pesquisa feita pelas Nações Unidas. Basicamente, a meu ver, a pesquisa não tem metodologia e nãol emprega nenhum esforço para garantir qualidade da amostra e dos resultados. É melhor então dizer que a pesquisa é igual uma feita pela ONU. Interessante, não, você tem duas opções: (1) coloca a metodologia com suas virtudes e problemas em algum lugar de fácil acesso ou (2) fala que copiou a metodologia da ONU. Note que a opção (1) é em geral negativa pois ao que parece a pesquisa foi feita pela internet e é aberta a todo tipo de falta de controle e viés. Mas a opção (2) resolve o problema maravilhosamente, citar a ONU passa a ser positivo, imagina a ONU, então tem boa qualidade! Mandou a sujeira para debaixo do tapete e de quebra ainda fica bem na fita se ligando à reputada ONU.
Eu acho que a informação viesada tem sido muito problemática no mundo atual, em termos de enganar, de controlar, manipular, desinformar e tudo mais. Uma organização como o Ipea devia dar o exemplo. Eu não acho que a pesquisa seja ruim, inútil, que tenha que ser descartada, mas eu acho que devia haver mais clareza quanto a metodologia e suas possíveis consequências. Quando um artigo desses é colocado na internet, todo mundo tem acesso mas apenas uma minoria entende a parte mais técnica e vai atrás de entender metodologia e tal. A maioria provavelmente toma o resultado por verdadeiro, ainda mais tendo o logo do Ipea por trás.
A pesquisa parece ter sido feita pela internet. Só de saber isso, eu ficaria com o pé atrás pois me parece que muitos desses resultados podem ser razoavelmente afetados por isso. Existe uma população no Brasil que não tem acesso a internet e uma outra que mesmo que tenha, não responderia uma pesquisa dessas, talvez por não se sentirem confortáveis, por não frequentarem a página onde a pesquisa foi publicada, por naõ gostarem de pesquisa, sabe-se lá mais o que. A questão quanto são esses indivíduos e como eles responderiam essa questão. Será que eles também acham educação prioridade? Será que eles também colocariam acesso a internet lá embiaxo na lista?
Enfim, ao inves de pensar no leitor e passar informação correta e educar, a preocupação é com conquistar leitores e Facebooks likes e retweets.
Eu geralmente gosto de olhar a metodologia das pesquisas para tentar ter uma idéia do quanto os resultados são válidos do ponto de vista de ser uma amostra da população.
Mas não achei metodologia nenhuma. A única coisa que achei foi um link dizendo que a pesquisa foi feita nos moldes de uma pesquisa feita pelas Nações Unidas. Basicamente, a meu ver, a pesquisa não tem metodologia e nãol emprega nenhum esforço para garantir qualidade da amostra e dos resultados. É melhor então dizer que a pesquisa é igual uma feita pela ONU. Interessante, não, você tem duas opções: (1) coloca a metodologia com suas virtudes e problemas em algum lugar de fácil acesso ou (2) fala que copiou a metodologia da ONU. Note que a opção (1) é em geral negativa pois ao que parece a pesquisa foi feita pela internet e é aberta a todo tipo de falta de controle e viés. Mas a opção (2) resolve o problema maravilhosamente, citar a ONU passa a ser positivo, imagina a ONU, então tem boa qualidade! Mandou a sujeira para debaixo do tapete e de quebra ainda fica bem na fita se ligando à reputada ONU.
Eu acho que a informação viesada tem sido muito problemática no mundo atual, em termos de enganar, de controlar, manipular, desinformar e tudo mais. Uma organização como o Ipea devia dar o exemplo. Eu não acho que a pesquisa seja ruim, inútil, que tenha que ser descartada, mas eu acho que devia haver mais clareza quanto a metodologia e suas possíveis consequências. Quando um artigo desses é colocado na internet, todo mundo tem acesso mas apenas uma minoria entende a parte mais técnica e vai atrás de entender metodologia e tal. A maioria provavelmente toma o resultado por verdadeiro, ainda mais tendo o logo do Ipea por trás.
A pesquisa parece ter sido feita pela internet. Só de saber isso, eu ficaria com o pé atrás pois me parece que muitos desses resultados podem ser razoavelmente afetados por isso. Existe uma população no Brasil que não tem acesso a internet e uma outra que mesmo que tenha, não responderia uma pesquisa dessas, talvez por não se sentirem confortáveis, por não frequentarem a página onde a pesquisa foi publicada, por naõ gostarem de pesquisa, sabe-se lá mais o que. A questão quanto são esses indivíduos e como eles responderiam essa questão. Será que eles também acham educação prioridade? Será que eles também colocariam acesso a internet lá embiaxo na lista?
Enfim, ao inves de pensar no leitor e passar informação correta e educar, a preocupação é com conquistar leitores e Facebooks likes e retweets.
domingo, 21 de julho de 2013
BrazilFest
Hoje teve um festival Brasileiro aqui, que eles chamam de BrazilFest. É tipo uma festa num parque, onde instalam umas tendas lá e vendem produtos Brasileiros, especialmente comida Brasileira, das quis se destacam a coxinha, picanha, churrasco e feijoada. Andamos uns 5Km até o local e chegando lá comemos um arroz com feijão e espetinho de carne, tentando matar a saudade da comidinha. Tinha muita gente, em especial muita gente falando Português, o que às vezes soa estranho; acho que a gente anda todo dia na rua com o ouvido preparado para ouvir Inglês, e se alguêm fala Português a gente já percebe logo, e se muita gente fala Português a gente já começa ver se a carteira ainda está no bolso. Brincadeira. A gente fala estas coisas mas na verdade é legal ir nestes festiva e estar entre Brasileiros, a gente vai em quase todos. Este é um dos maiores, acho que tem pelo menos outros dois em Toronto, um deles na época da Independência do Brasil.
Depois de comer damos uma rodada pelo local, bastante gente mesmo, música Brasiléira, muita criança também. E ficamos cansados, pegamos o bondinho de volta para casa. O vverão aqui é bom por causa dessas coisas...
Depois de comer damos uma rodada pelo local, bastante gente mesmo, música Brasiléira, muita criança também. E ficamos cansados, pegamos o bondinho de volta para casa. O vverão aqui é bom por causa dessas coisas...
sábado, 20 de julho de 2013
Dia a dia
- Eu estava lendo essa estória "No Nível" que fala sobre um sujeito que andava inclinado igual a Torre de Pizza, mas não percebia isso.
- Interessante, mas porquê isso acontecia?
- Ele tinha mal de Parkinson. A doença é degenerativa e algumas pessoas perdem o sentido de equilíbrio. Nessa estória o sujeito começou a usar um nível de pedreiro para saber quando ele estava fora do nível.
- Nossa, deve ser difícil...
- Não sei. Interessante que a doença chama Parkinson. Igual Alzheimer tambem.
- Ué, a doença fica com o nome do sujeito que descobriu ela, nada de mais.
- Eu acho injusto. Ele descobre a doença e tem que dar o seu nome para a doença? Quem vai gostar de ter seu nome associado a uma doença sem cura, degenerativa?
- É assim que funciona...
- Eu acho que quem decobre a doença deveria ter o privilégio de poder dar para a doença o nome de uma pessoa que ele não gosta, por exemplo, um inimigo. Ou algum nome feio. Depois, quando descobre a cura, aí sim dá o seu nome.
- Acho que você tá precisando de férias....
- Interessante, mas porquê isso acontecia?
- Ele tinha mal de Parkinson. A doença é degenerativa e algumas pessoas perdem o sentido de equilíbrio. Nessa estória o sujeito começou a usar um nível de pedreiro para saber quando ele estava fora do nível.
- Nossa, deve ser difícil...
- Não sei. Interessante que a doença chama Parkinson. Igual Alzheimer tambem.
- Ué, a doença fica com o nome do sujeito que descobriu ela, nada de mais.
- Eu acho injusto. Ele descobre a doença e tem que dar o seu nome para a doença? Quem vai gostar de ter seu nome associado a uma doença sem cura, degenerativa?
- É assim que funciona...
- Eu acho que quem decobre a doença deveria ter o privilégio de poder dar para a doença o nome de uma pessoa que ele não gosta, por exemplo, um inimigo. Ou algum nome feio. Depois, quando descobre a cura, aí sim dá o seu nome.
- Acho que você tá precisando de férias....
LIvros no lixo
Ontem eu saí do trabalho um pouco mais tarde pois estava tentando resolver um problema num programa. Saí mais tarde sem conseguir resolver o dito cujo. Lá do décimo segundo andar olhei a cidade, ainda sol mas com nuvens escuras no horizonte, carros passando lá embaixo na rua, mas fora isso silêncio, o hospital vazio, todo mundo já tinha queimado o chão.
Parei no lixo reciclável para jogar o meu copode café de papel. A lixeira é fechada, você tem que parar, abrir a tampa, jogar o que tem que jogar, fechar a tampa. Eu joguei o copo ao mesmo tempo que vi que estava cheio de livros lá dentro! Já parei para dar uma olhada melhor. Ninguem por alí me vendo, eu comecei a fuçar.
Eram todos livros de psicologia, bioquímica, psiquiatria e... estatística. Eu já não me surpreendo quando descubro livros de estatística naquele ambiente, pois é um centro de pesquisas e praticamente toda pesquisa envolve estatística de um jeito ou de outro. Livros novos, exceto por estarem no lixo. Tinha uns dois ou tres livros sobre assuntos que eu me interessava. Pensei em levar e lembrei do meu e-reader, onde tenho uns 1000 livros, e da minha estante onde tenho uns 100 livros. Só uso o e-reader, a estante está largada às moscas e muitos dos livros na estante também estão no e-reader. Pensei denovo, joguei o livro de volta no lixo e saí pensando no quanto as coisas mudam, eu certamente pegaria os livros há uns 5 anos atrás. E há uns 15 anos atrás, eu pegaria todos eles, mesmo se estivessem sujos de café.
E 5 ou 15 anos não é tanto tempo assim. No passado, o livro, o papel era a única forma de transmitir conhecimento eficientemente e seria difícil imaginar bons livros jogados no lixo. E pessoas curiosas como eu tendiam a adorar livros, e o livro ganhou esse valor que era tanto e que agora é difícil de nos convencer que aquilo no lixo realmente não vale muito, hoje em dia as pessoas simplesmente usam o google. Talvez no futuro os livros, mesmo os eletrônicos, que são relacionados a pesquisa, livros acadêmicos, estas coisas, talvez eles desapareçam. Imagine se a galera para de comprar livros, se eles começam a ir na internet para tudo, e se o conhecimento começa a ser organizado na internet de uma forma diferente de livros, de uma forma que você vai lá e acha o que quer, e se você não entende você acha fácil o que precisa estudar para entender. Isso já é realidade para coisas como softwares, por exemplo. Eu não uso mais o manual do software em papel. Sempre tem uma versão em PDF, e para dizer a verdade procurar a resposta para a sua questão na internet geralmente é mais eficiente do que a versão em PDF.
Enfim, os livros ficaram lá.
Parei no lixo reciclável para jogar o meu copode café de papel. A lixeira é fechada, você tem que parar, abrir a tampa, jogar o que tem que jogar, fechar a tampa. Eu joguei o copo ao mesmo tempo que vi que estava cheio de livros lá dentro! Já parei para dar uma olhada melhor. Ninguem por alí me vendo, eu comecei a fuçar.
Eram todos livros de psicologia, bioquímica, psiquiatria e... estatística. Eu já não me surpreendo quando descubro livros de estatística naquele ambiente, pois é um centro de pesquisas e praticamente toda pesquisa envolve estatística de um jeito ou de outro. Livros novos, exceto por estarem no lixo. Tinha uns dois ou tres livros sobre assuntos que eu me interessava. Pensei em levar e lembrei do meu e-reader, onde tenho uns 1000 livros, e da minha estante onde tenho uns 100 livros. Só uso o e-reader, a estante está largada às moscas e muitos dos livros na estante também estão no e-reader. Pensei denovo, joguei o livro de volta no lixo e saí pensando no quanto as coisas mudam, eu certamente pegaria os livros há uns 5 anos atrás. E há uns 15 anos atrás, eu pegaria todos eles, mesmo se estivessem sujos de café.
E 5 ou 15 anos não é tanto tempo assim. No passado, o livro, o papel era a única forma de transmitir conhecimento eficientemente e seria difícil imaginar bons livros jogados no lixo. E pessoas curiosas como eu tendiam a adorar livros, e o livro ganhou esse valor que era tanto e que agora é difícil de nos convencer que aquilo no lixo realmente não vale muito, hoje em dia as pessoas simplesmente usam o google. Talvez no futuro os livros, mesmo os eletrônicos, que são relacionados a pesquisa, livros acadêmicos, estas coisas, talvez eles desapareçam. Imagine se a galera para de comprar livros, se eles começam a ir na internet para tudo, e se o conhecimento começa a ser organizado na internet de uma forma diferente de livros, de uma forma que você vai lá e acha o que quer, e se você não entende você acha fácil o que precisa estudar para entender. Isso já é realidade para coisas como softwares, por exemplo. Eu não uso mais o manual do software em papel. Sempre tem uma versão em PDF, e para dizer a verdade procurar a resposta para a sua questão na internet geralmente é mais eficiente do que a versão em PDF.
Enfim, os livros ficaram lá.
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