E apareceu esta notícia na internet. Basicamente o título diz que os números finais do seu RG tem alguma associação com a sua decisão de compra.
Eu pensei - deve ser um estudo mal feito. Ou senão, sei lá como o número do RG é associado às pessoas, vai que existe mesmo uma associação do tipo moradores de SP geralmente recebem RG com número final maior do que moradores do Nordeste. Isso pode criar a tal associação, normal. mas não é causal (não é o numero do RG que causa o poder de compra) portando a palavra înfluencia não deveria ser usada^.
Comecei a ler o artigo e reconheci imediatamente o experimento, que apareceu no livro Predictably Irrational.
Eu então pensei - Ok, o fato é que se vc mostrar números maiores para pessoas como sugestão inicial do preço de algo, elas vão estar disposta a pagar mais. No experimento foi usado o número final do RG para sugerir um preço para o produto, mas qualquer número serviria. Então não é o número do RG, é ancorar o preço do produto que influencia o que a pessoa está disposta a pagar. Seja a âncora baseada no RG ou não. O título é então bem sensacionalista, e distorce o experimento para ganhar leitores. Desinformação das mais claras, usada pela mídia, o que não é novidade. O autor do estudo deve estar bravo com essa distorção que a mídia fez de sua pesquisa.
Encontrei o blog do autor. Estava até disposto a alertar ele que a mídia tava interpretando erroneamente os seus resultados, desinformando mais do que informando, que ele estava sendo usado de uma forma mesquinha. Mas a interpretação estava igual, lá no blog do autor!!!
Mudei meu pensamento - Esse é um caso de pilantragem, onde ambos o pesquisador e a mídia são comparsas. A idéia é do pesquisador oferecer algo sensacionalista e da mídia ganhar visibilidade com isso e o pesquisador também. Simplesmente o pesquisador roubou o experimento, sem dar créditos ao livro que o publicou inicialmente. Cambadas de fdps que tiram vantagem do povo e da ciencias e disseminam informação errada. Escrevi um comentário nasty no blog do pesquisador, que certamente não vai ser publicado.
Voltei a notícia inicial, fui olhar os comentários. Fiquei surpreso quando notei que todos eles estavam metendo o pau na noticia. Obviamente que os comentários não são uma amostra representativa dos leitores, mas ainda assim, a impressão é que mesmo para o leigo em estatística o título sugere resultados ridículos.
Finalmente pensei - Seriam o pesquisador e a mídia tão incompetente a ponto de roubar material de pesquisa alheia, publicar os resultados de forma distorcida para ganhar leitor, e conseguir com isso se auto-queimarem!? Não sei, parece que foi o que aconteceu.
Ainda assim, distorcer resultados estatísticos na maior parte das vezes não leva as estas consequencias negativas. É algo que a mídia faz muito, concordo que talvez eles fazem mesmo sem saber. Mas em todos casos onde resultados de analises estatísiticas de dados experimentais são distorcidos, não só a estatística perde, mas todo mundo perde com a desinformação. Eu acho que estes casos precisam ser apontados cada vez mais para que a mídia passe a ter cuidado com o que publica e com a forma que interpreta resutlados de analise de dados, e para que os pesquisadores coloquem mais esforço em fazer uma análise bem feita.
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