sábado, 5 de outubro de 2013

Pedalar para o trabalho e taxa de mortalidade

Em países como o Canadá a questão de ter mais infra-estrutura nas cidades para os ciclistas tem uma posição importante nas discussões políticas e com isso medidas do impacto de pedalar na saúde e economia são importantes. Esses estudos podem significar uma maior ou menor rede de ciclovias em cidades como Toronto. Apesar disso eu ainda penso que o espaço da bicicleta deveria ser garantido por simples direito que todo mundo tem de pedalar onde quiser com segurança, não precisaria nenhum estudo.

Os estudos não são muitos e não são fáceis, porque não é fácil medir o impacto de mudar do carro para a bicicleta ou vice-versa. Esse impacto pode ser na saúde, economia, qualidade de vida, várias coisas. Mas dando uma olhada na internet eu achei esse estudo, que indica uma menor mortalidade entre os sujeitos que pedalam para o trabalho, comparado com os demais. Achei o estudo bem feito no sentido que ele controlou fatores explicariam, em teoria, essa menor mortalidade e não em nada a ver com pedalar. Por exemplo, a idade - pessoas mais jovens tendem a usar mais a bike e obviamente ter uma menor taxa de mortalidade, simplesmente por serem mais jovens, não por pedalarem. Bom, pelo menos pensar assim faz sentido, digo, que a idade seria um importante fator que explicaria a associação entre pedalar e menor mortalidade. Assim com idade, outros fatores como pressão arterial, sexo, fumar, colesterol, nível de atividade no trabalho e de lazer, educação foram controlados.

O artigo é principalmente sobre o efeito da atrividade física no trabalho (trabalhar sentado comparado com em pé, comparado com trabalho pesado...) e atividade física de lazer, enquanto que pedalar para o trabalho ocupa uma parte bem pequena do artigo. Atividade tanto no trabaho como lazer em geral melhor a mortalidade média entre homens e mulheres, mas segundo o texto pedalar para ot rabalho só melhora para os homens. Não ficou muito claro para mim se eles controlaram pela saúde no início do período no caso de pedalar para o trabalho (eles controlaram para as outras analises). Eu acho que isso é tão importante que devia estar no modelo, e não ser apenas uma nota. Tipo, é esperado que quem pedala, comparado com quem não pedala, é mais saudável pra começo de conversa, isso é, o sujeito pedala porque é mais saudável, e vive mais porque é mais saudável também, assim a associação entre pedalar e menor mortalidade pode ser causada simplesmente porque os que são mais saudáveis acabam pedalando mais, e eles tem menor mortalidade, assim pedalar aparece bem na conversa. Acho que estou sendo repetitivo, mas acho que o ponto importante e minha impressão é que isso não é simples ou automático para o leitor usual sem treinamento em estatística. Enfim, tem essa questão da saúde no começo do período.

Outro ponto é que o estudo é feito com participantes de vários diferentes estudos, que usam diferente metodologias e diferente populações. Seria interessante se fosse possível ver como o riso é am alguns desses estudos. Se muda ou não.

Temos também que levar em conta que isso tudo foi medido nos anos 70 e 80, na Dinamarca. Entaõ pode ter um efeito de cohort e hoje em dia por alguma razão, os resultados não serem válidos. E a Dinamarca, na minha opinião, tem uma população bem específica assim como uma taxa bem alta comparada com outros países, de individuos pedalando para o trabalho. Ou seja, é preciso tomar cuidado em generalizar.

Mas como eu disse o estudo é complicado e não seria fácil fazer um experimento onde a gente dava bicicletas para um grupo e carro para o outro e segue os sujeitos por muitos anos. Assim temos que tirar algo de dados como esses, e não adianta colocar defeito nas análises sem oferecer uma forma de se fazer melhor. Assim, achei o estudo bastante interessante, e ele certamente adiciona boas evidências ao que já sabemos ou esperamos.

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