sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Montreal

Esta semana eu fui para Montreal, no maior encontro de estatísticos do mundo, eu acho. O JSM2013. Eu não me senti muito bem indo de avião, dado que o hospital estava pagando e eu já tinha ido a uma conferencia neste ano. Parecia injusto. Eu resolvi gastar menos - fui de trem e fiquei no alojamento da Universidade de Montreal, que era longe do local da Conferencia. Acabou que ambos, o trem e o alojamento, foram ótimas escolhas e eu me diverti bastante não só com a conferência, mas também andando de bike da universidade até a conferência, assim conhecendo mais a cidade.

Foi minha primeira vez em Montreal, que começou com o desagradável relato do texto abaixo. Mas fora isso tudo foi tranquilo. No primeiro dia eu tinha o desafio de achar a Universidade de Montreal e o alojamento. Eu sabia que não era muito perto, peguei o metrô. FOi tranquilo. O metrô de Montreal é mais velho, aparentemente, do que o de Toronto (digo os trens), faz mais barulho e tal. Muito pior que o de São Paulo, que é alto nível. Só que ambos Toronto e Montreal são muito mais vazios, o que compensa de sobra o fato de serem mais velhos. Cheguei no dormitório, tomei um banho, estava cansado de tanto carregar malas.

No segundo dia acordei cedo, a conferência começava as 7h mas eu tinha planejado it de bike, usando aquelas bikes tipo públicas. Vc paga $15 e pode usar quanto quiser por 3 dias, só que cada vez que vc pega uma bike pode usar só por meia hora. Se quiser mais tem que parar em uma estação e pegar outra bike, o que é tranquilo. De onde eu estava na conferencia era uns 6Km e eu sabia que isso it me tomar perto dos 30 minutos, pois a bike não é ra´pida, eu não conhecia a cidade, tem semáforo em todo lugar. Acabou que demorei quase uma hora, pois me perdi. Quando vc fica com a bike por mais de meia hora vc paga mais. Mas tá limpo.

Montreal dá de 10 a zero em Toronto em termos de bike. As ciclovias são muito melhores, mais seguras, muitas com separação entre bike e carro. E tem estação de bike em todo lugar. Nesse ponto fiquei positivamente impressionado.

Depois da primeira vez que me perdi, não aconteceu mais, eu já sabia o caminho. Na volta para o alojamento eu penava para fazer em 30 minutos, pois tem várias subidas. Mas acabava que era gostoso.

O alojamento era legal, em um prédio algo e fino, com arquitetura diferente. Como é época de férias, tinha pouca gente lá. Ficava num lugar muito tranquilo e bem perto do metrô que eu tive que usar mais uma vez, quando esqueci o meu craxá no alojamento.

Os meus dias foram todos cheios, começando às 7h da manhã com mesa redonda, que foi super legal. Junto com outros estatísticos a gente discute algum tema de interesse de todos. Eu não sou de falar muito, mas eu tava me sentindo a vontade e é sempre legal conhecer outras pessoas. Na maioria eles vinham dos US, mas também de outros países, especialmente na Europa. Não encontrei ninguem do Brazil, ou mesmo América do SUl. De manhã eu participei de uma mesa redonda sobre o ensino de Causalidade, outra sobre mediação, outra sobre análise de dados de visita a páginas de internet, o que foi bastante maluco pois era tipo, como saber quanto de suas vendas vem de visitas na sua página e quais partes da página é mais eficiente. Só olhando as visitas. Simplesmente não dá para saber, pois tem muitas outras coisas em paralelo, tipo as campanhas de marketing. A discussão degringolou para a frustração do estatístico que trabalha em Marketing. Eu fiquei feliz de ter passado essa fase e estar em bioestatistica. Fiquei feliz de ser um dos raros bioestatisticos que podiam tambem estar numa discussao de marketing. E aproveitei para meter o pau em Marketing.

Depois meu dia era cheio de seções com apresentações, até  as 6h da tarde, praticamente sem pausa. às 20h tinha outra palestra, que eu só participei num dia, por geralmente estar cansado e não ser de muito interesse.

Algumas apresentações foram sensacionais, com estatísticos tops que todo mundo conhece. E teve a apresentação do Nate Silver, que conseguiu prever as eleições amercanas com bastante precisão. Eu não sei, eu não gostei muito da apresentação. Embora ache admirável o que ele fez, eu vi muitas críticas mutio negativas sobre o livro dele, que eu também li. Eu acho que isso me fez olhar para ele com menos admiração. Uma critica pessoal é que ele não fala muito no livro sobre as eleições americanas, ele passa um tempo enorme falando de outras coisas que não tem nada a ver com a fama dele. Como estatístico eu estava interessado em como ele conseguia aquela precisão.Acabou que eu me convenci que aquilo não é nada demais, quando achei outro sujeito que fez o mesmo na internet. Ele só teve a boa ideia de usar resultados de pesquisa, junto com o conhecimento que ele já tem sobre o assunto. Achei interessante que tantos estatísticos admiram ele tanto. A palestra dele estava muito cheia, mas também não havia outra opção naquele horário. Também teve outra apresentação do Judea Pearl, sobre Causalidade, que eu gostei. Uma outra sobre amostragem também. De resto foram apresentações curtas, mais ligadas a temas especificos em estatística. Assisti muitas.

Encontrei alguns colegas do Bank of Canada, galera muito legal. Fui na apresentação deles também, que foram várias.

Na quarta a noite eu voltei de trem novamente. Do meu lado um estatístico de Los Angeles. Ele não tinha ido em palestra alguma, tinha só feito turismo. Agora ele voltava para Toronto, onde ficaria por uns 3 dias. Eu não entendia como alguém podia trocar um evento de estatística daqueles, com mais de 6000 estatísticos inscritos, para ir andar pela cidade. Eu havia tentado ir no número maior possível de apresentações.

Ás vezes eu olhava aquele bando de estatístcos, tudo que gastaram para chegar lá, e me parece um desperdício tão grande de recursos. Mesmo assim é dos poucos eventos que gosto de participar.

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