sábado, 12 de janeiro de 2008

Criminalidade

Hoje tive uma surpresa ao visitar o blog da Jacke, que é um dos quais me ajudam a acompanhar o que acontece do Brasil. Ela teve o carro aberto e muitas coisas furtadas.

Então eu lembrei que assim como ela, tive um almoço legal. Fui ontem almoçar com a Fabiana, uma das colegas brasileiras de trabalho. Porque sexta feira é dia de almoço brasileiro, a gente reune a galera do Brasil e vai almoçar. Ela mora aqui há uns 2 anos, é casada e acabou de chegar de viagem do Brasil. Assim foi inevitável que no almoço conversássemos sobre o Brasil, como estão as coisas lá e tal. Inevitável também as comparações que se destaca no sentimento de insegurança que temos no Brasil. Nos poucos dias que ela esteve lá, tentaram assaltar o cunhado dela e levar sua câmera fotográfica.

E então nos pegamos os dois revoltados com o Brasil, o país que gostamos, o nosso país. Aqui as pessoas não sabem o que é ser roubado. Viver aqui um tempo e depois voltar para o Brasil é presenciar um grande contraste de ambientes. No Brasil, a gente não vive o que tem, não desfruta do que tem e mesmo assim ainda corre enorme risco de perder o que tem. Metade de sua vida é para você, a outra metade é tomando precauções para não ser roubado, assaltado, furtado ou até coisa pior. Quando vejo estas coisas é inevitavel a comparação, e então meu desejo é de não voltar nunca mais.

Voltando ao blog da Jacke, a mensagem dela no blog que é supervisitado, gerou muitas outras mensagens com comentários. Praticamente todas com relato de situações parecidas. Todo mundo no Brasil já foi roubado ou furtado, quem não foi tem muita sorte. E eu volta a semana passada quando estava conversando com minha colega de trabalho, ela é canadense e gosta tanto do Canadá quanto a gente do Brasil. Talvez mais. O assunto surgiu porque ela me disse que morava no centro porque era a região mais segura de Toronto, ela se preocupava com a segurança e se preocupava comigo porque eu vivia numa das áreas mais violentas. Eu dei risada, eu queria que o bairro mais seguro de São Paulo tivesse 10% da segurança de onde eu moro. E completei dizendo que e é interessante porque o centro de São Paulo é uma das áreas menos seguras, oposto a Toronto então.

E ela me perguntou coisas do Brasil sobre a violencia, eu disse que um dos pontos negativos é a extrema desigualdade social, que aqui não se vê, e que na minha opinião gera muita violência, que aqui também não se vê. Ela me perguntou se eu tinha sido assaltado alguma vez, e eu respondi que tentaram duas vezes mas não levaram nada. Ela corre também, então eu complementei dizendo que na segunda vez eu corri atrás do ladrão, gritando que nem louco "Ladrão, ladrão, ladrão...". O sujeito sumiu, foi bem mais rápido que eu. Eu não me esqueço, foi depois da corrida de natal no Ibirapuera, minha segunda corrida naquele dia que eu tinha corrido também a São Silveira. Haha, eu já tava zoado para correr atrás de ladrão. Mas o que fiz, reagir, não foi certo, o problema é que na hora você não pensa muito, o sujeito é menor, você quer matar ele.

Todo mundo já passou por essas situações no Brasil. E não sei se devemos culpar o sujeito que furtou a Jacke, ele talvez tenha crescido nesse ambiente, ele talvez tenha filhos para cuidar e não tenha conseguido nada melhor, ele talvez nem tenha tentado devido a realidade que conheceu em toda sua vida, a realidade onde não existe empregos, existem drogas, gangues, violência, brigas, roubos, fome, miséria. A culpa de ele ter furtado a Jacke talvez seja mais dos administradores corruptos e sedentos de poder que o Brasil tem, do que do proprio sujeito. Alguns dirão que a culpe é então nossa, que colocamos os administradores lá. Não sei, pode ser, mas sendo assim a esperança de mudança é menor e eu tendo mais a ficar por aqui...

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