terça-feira, 30 de outubro de 2007

O grupo Nossa Turma

Houve um momento que eu morei em São Paulo e nao conhecia ninguem. Mas foi um momento e faz tempo. Então comecei a correr e correndo eu nunca mais estive sozinho. Foram tantas pessoas, tantas emoções e alegrias que o grupo de amigos virou real e formal.

Eu nunca me esquecerei de quando liguei para o Angel e ele parou na estrada indo para Pedreira, para conversar comigo, e ali, eu de um lado da linha e ele do outro, fechamos a equipe para a Volta a Ilha 2005. Eu nem o conhecia e imaginava que ele era um sujeito rico, arrogante, metidão, com sua casa de campo não sei onde, e correria com a gente para fechar a equipe, depois, talvez, sumiria ou sei lá. Bom, era disso que eu precisava na hora, estava desesperado para fechar a equipe. Quanto a ser rico eu nao sei, mas sei que depois fui várias vezes na chácara dele, que ficou longe de sumir.

Ele é só um exemplo de quem com outros marcaram o início de algo que para mim foi inesquecível. E eu ficarei só no exemplo, sem dar nomes, para nao ser injusto, mas deixo claro que todos que alí estiveram, naquela e nas corridas seguintes, foram importantes para mim. Nasceu dalí um grupo que, importante que era para mim, fiz o possível para mantê-lo forte, unido e participativo enquanto estive no Brasil, sendo ajudado nisso por muitos, e fizemos um grupo de todos.

E se tanta amizade começou em um revezamento, desfrutávamos dos prazeres de termos um grupo somente real, pessoal, onde somente nos comunicávamos por telefone, e somente mais tarde é que surgiu o grupo virtual no Yahoogrupos. Mas ele para mim jamais foi virtual, foi sempre real, pessoal, caloroso, com tantos contatos e interações. E o grupo cresceu, e houve revezamentos que chamamos a atenção pela quantidade de participantes, e eu me orgulhava de ser parte do que eu chamava de maior grupo do Brasil sem vínculo algum a não ser o de amizade.

E eis que um dia, como bem sabido, eu parti para cá. E eu não me iludi, eu sabia que eu podia participar por email, podia ter contato com a galera mas mais que isso eu sabia que não seria a mesma coisa. O grupo seguiu correndo em grupo, como deveria ser, e eu segui correndo sozinho, como também deveria ser. E em breve percebi os efeitos do que eu tinha tanto pregado como filosifia do grupo e eu próprio não estava seguindo. Eu tinha o grupo, tinha as palavras, tinha as frases, tinha a alegria deles, mas não mais tinha eles. As minhas corridas eram preenchidas por desconhecidos que falavam outra língua, mas mesmo a emoção de tantas coisas novas não substituia o que eu chamava de meus amigos. Era para eles e por eles e para tê-los que eu tinha criado o grupo que, novamente, sempre esteve muito longe de ser virtual para mim.

Até agora, e então que só leio mas não brinco, que só escrevo mas não dou chapéu (e nem levo!), que percebo, e mais que percebo, sinto que as coisas não estão mais fazendo sentido. Eles tem gente nova que eu não conheço, e eu sempre conheci todo mundo. Eles participam de revezamentos que eu não participo, mas sempre participei de todos. Eles fazem planos que eu não faço, tendo sempre feito muitos. Eles dão risadas que eu não dou porque as boas risadas, essas não chegam, porque essas acontecem somente lá. Eles estão lá e eu aqui.

E isso não é uma carta de despedida, e não é também uma declaração de que estou deprimido e triste, porque ainda que sinta bastante falta, mesmo assim continuarei construindo aqui e em qualquer lugar o que julgar que me faça feliz, e não os deixarei e não os esquecerei mas mais ainda não esquecerei de mim. Mas isto é sim a expressão de que as coisas não são como sempre eu gostei, e não parece fazer mais sentido ser para eles o que sempre fui.

Hoje me distanciei um pouco mais do grupo deixando para eles o que é deles mais do que meu, porque não sou dono de nada, e o grupo é um grupo de todos, de todos nós. O grupo NT vai ficando cada vez mais distante do meu sonho e esse é o preço que pagamos pela coragem de mudar, pela busca de aventuras. Mas eu escrevi muito e ainda escrevo e na pior das hipóteses isso fará com que nunca me esqueça de nada...

O grupo NT, que marcou muito minha vida, continuará comigo. Mas enquanto virtual não terá o mesmo sabor. É algo grande das tantas coisas grandes que deixei por lá, mas, espero, nao perdi...

2 comentários:

Luis Augusto disse...

Não perdeu e nunca vai perder...

Um grande abraço
do seu Amigo
Luis Augusto

Anônimo disse...

não escreve assim que eu choro marcão... como já disse, vc é o cara, e a cara da NT!
abração,
edmar

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