sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Momentos

Viro a direita, desço a escada, passo em frente ao telefone em que liguei para o Brasil pela primeira vez. A porta giratoria na frente parece a de um banco, mas não é uma agencia o que tem do lado de dentro. Eu escolho não entrar por ela, ao invés disso puxo a porta ao lado que se abre com a mesma resistência que vai fazê-la fechar depois que eu entrar. Com o tempo eu aprendi se devo puxar ou empurrar.

Thank you. Há alguém atrás de mim que se aproveita da oportunidade de não precisar abrir a porta. E me agradece. No problem, eu respondo, e eu sigo em frente. E as pessoas entram e saem, entram e saem, puxam e empurram, aqui e mais na frente. Eu paro, de costas para uma loja de roupas, estou olhando o movimento. Eles chegam, querem sair, empurram a porta, ela gira, eles saem enquantos outros se aproveitam do embalo para entrar sem fazer esforço. E parece um formigueiro, 5 horas da tarde, muita gente entrando e saindo, indo e voltando. Eles cresceram aqui, é tudo tão normal, tão rotina. A porta continua girando e do outro lado, no telefone alguem fala uma lingua que não conheço e eu volto a caminhar, sigo em frente...

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