domingo, 4 de outubro de 2009

Nuit Blanche






Todo ano a cidade de Toronto abre os seus museus ao público durante uma noite inteira. Não só museus, mas também artistas independentes apresentam seus trabalhos. O resultado é que nesta noite mais de 100 diferentes lugares ficam abertos ao público, totalmente de graça, apresentando alguma forma de arte contemporânea. Os grandes museus de Toronto que estão na área central da cidade também abrem (como o Royal Ontario Museum, a Art Gallery of Ontario e o Bata Shoe Museum).

Eu lembro que alguem me falou disso no ano passado mas eu não dei muita atenção. Esse ano porem o Trevor me disse na sexta, saindo do trabalho e eu resolvi checar o site. A idéia é que você fique a noite inteira acordado, visitando lugares com exibições. E tem muito lugar, se vc pensa que vai conseguir visitar metade deles, pode tirar o cavalo da chuva.

O negócio me interessou. Tentei fazer uma lista na internet dos lugares onde eu queria visitar e depois tentei otimizar o itinerário. Resolvi ir de bike pois alguns lugares são longe. Mas eu tinha muito lugar para visitar na minha lista, sei lá, uns 40.

A noite estava meio fria, uns 10 graus, mas eu fui bem agasalhado. Saí de casa cedo, por volta das 7h e fui devolver uns DVDs, depois comecei o meu percurso.


As exposições estavam legais, o que me incentivou a continuar, e eu fui tentando tirar fotos de bastante coisa para ter registrado os diferentes lugares que passava. No começo não tinha muita gente e a bike tava funcionando bem - eu chegava no endereço, amarrava a bike num post e entrava lá para conferir.

Logo porem eu perdi uns dos locais que estavam na minha lista. Não sei o que houve, mas não achei uma das ruas lá. Nesse momento também eu percebi que as ruas estavam ficando cheias, muita gente caminhava em todo lugar. Eu continuei meu roteiro, não fiz questão de procurar o lugar que perdi.

Eu tinha planejado entrar no Royal Ontario Museum e na Galeria de Arte de Ontário, mas a fila estava enorme. Sinceramente, eu acho que vale mais a pena pagar para entrar nestes lugares e ficar lá com calma, o lugar mais sossegado, sem tanta gente.

Eu passei no cento onde um painel de 4 letras estava em frente da prefeitura, e as palavras mudavam de vez em quando. Ali haviam também várias outras exposições em prédios vizinhos, então estava tudo muito congestionado de gente. Quem estava de carro teve que ter muita paciência e mesmo quem tava a pé tava difícil de andar em certos lugares. Acho que o evento atrai mais pessoas do que a comemoração de Ano Novo. Me pareceu porem que a bike era o jeito melhor de se locomover. Havia muitas pessoas de bicicleta.

Eu fui logo embora do centro, rumo Oeste pela Queen Street, que tinha muitas pontos de atrações. Por isso também tinha muita gente nas calçadas, em todo lugar, mesmo quando não era tão perto do centro. Terminei a Queen por volta das 2 da manhã e fui para a Libert Street, ainda a Oeste do centro, onde havia vários outros pontos.

Chegando lá as exibições são quase todas ao ar livre, o que facilitou muito as coisas e tornou tudo mais rápido. É simpre chato ficar amarrando a bike num poste, tirando as luzes, carregando o capacete, depois voltar, colocar luzes, desamarrar a bike... Ali na Libert Street porem eu conseguia chegar perto das exibições, algumas bem estranhas (como na primeira foto) e difícil de entender. As vezes tinha um painel explicando mais ou menos a idéia. Enfim, era arte moderna.

Por volta de 3:30 eu terminei minha jornada pela Libert Street e voltei para o centro da cidade, era uma boa pedalada, principalmente se vc tá meio cansado e sem dormir na madrugada fria. Por volta das 4h eu cheguei na prefeitura novamente e fiquei um pouco ali, até resolver voltar para casa. Mas as coisas só fechariam as 8 da manhã, quer dizer, eu ainda tinha tempo para visitar várias outras exposições se eu quisesse. Mas eu estava cansado. E as 4h da manhã as ruas no centro já não estavam mais tão lotadas, a maioria das pessoas já tinham caido fora.

Indo para casa eu passei na frente da Biblioteca Central onde tinha curso de dança (e também algumas apresentações eu acho). Resolvi parar e entrar para ver. Naquela hora estava tendo um tipo de curso onde os instrutores ficavam no palco e muitos casais ficavam em baixo tentando segui-los. Bom, eu estava sozinho, não tinha muito o que fazer por alí, mas ainda assim fiquei um tempo dando uma olhada.

Era perto das 5h quando eu peguei a minha bike de volta para casa. Estava bem cansado, sentindo um pouco as costas, mas também com as pernas cansadas do treino na manhã do sábado que acabou sendo mais longo do que o planejado e toda a peregrinação de bike pela noite de Toronto.

Acabou sendo bastante legal, uma experiência diferente. Esse é o tipo de coisa que acho que nunca vamos ver numa cidade como São Paulo, entre outras ciosas pelo seu tamanho e por ser apertada. Foi algo bem diferente e interessante... Aqui estão todas as fotos que tirei, elas são em geral das exibições. Muitas não ficaram boas porque a minha câmera não é boa para tirar fotos a noite (ou eu não aprendi a mexer nela...).

2 comentários:

Mayumi disse...

Nossa! Que show! legal mesmo! Tem uma foto que vc tirou de uns livros em japonês e um dos livros tinha como título "A culinária e a cultura japonesas". Daí, um pouco mais pra frente, tinha um cartaz que eu pensei: Já vi isto em algum lugar! Era o anúncio do Exame de Proficiência em Língua Japonesa! Por onde vc andou? Rsrs.
A pedalada foi longa,hein? Rs.

Marcos Sanches disse...

Oi Mayumi,

Eu fui no centro de cultura japonesa (ou algo assim). Lá eles tem uma biblioteca, com filmes também. Muitas coisas estão somente em japonês então eu fiquei meio perdido. Mas eu tava curioso mesmo para saber do que se tratava os livros...rsrs. E sim, eu pedalei bastante (embora não tenha precisado ir até o Japão rs), foi um evento legal e bem diferente!

Obrigado pela visita.

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