sábado, 24 de outubro de 2009

Subindo na Torre


Hoje foi o dia. Pelo terceiro ano consecutivo lá fui eu subir as escadas da CN Tower, uma das construções mais altas do mundo. Na verdade acho que é a quarta, considerando todos os tipos de contruções, sendo a mais alta torre que não é suportada por cabos.

Só que a galera que sobe na torre não vai até o topo (nem sei se daria para ir). A torre tem 553 metros, mas subimos até cerca de 342 metros. A subida, que vale e conta tempo, é composta de 143 vãos de escada, cada um com 12 degraus, se eu não estou enganado. É equivalente a pelo menos 70 andares. Após passar pela "linha de chegada" você ainda tem que subir mais uns 10 vãos para chegar onde está o elevador, para descer.

O final de semana passado foi pesado, com a corrida do Zoológico e as trilhas de mountain bike, e eu fiquei meio parado a semana toda por causa disso. Ontem, sexta, eu corri de manhã como Trevor e me senti ok. Dormi bem e acordei disposto a correr até a torre (deve dar uns 5 ou 6 Km, mais descida, quase nenhuma subida.). Também fui incentivado pela temperatura, que subiu para 12 graus, então eu não precisava usar muita roupa de frio. E fui num trote meio rápido até a torre, cheguei lá aquecido, resolvi subir do jeito que estava (sem deixar a blusa no guarda volumes - o que todo mundo faz pois as escadas tem aquecimento). Na verdade tinha uma fila enorme de gente na minha frente e eu não queria enfrentar fila no guarda volumes quando descesse da torre. E a minha blusa não era grossa.

Eu chegui no lugar por volta das 5:50 da manhã, sendo que a torre abre para a galera subir as 6h, e já peguei essa fila enorme. Como consequencia já previ congestionamento na subida. Enfrentada uma primeira fila registro, a gente caminha uns 400m e então vem a fila para a subida na torre. O problema ali foi que como a fila era grande a galera que tinha deixado a blusa no guarda volumes estava enfrentando o frio na fila. Acho que foram uns 15 minutos ali no frio até entrar na torre e dali logo estávamos subindo.

Não tem largada, você chega, eles enfiam um cartão numa máquina lá que mostra a hora. E te dão o cartão, pronto, vc pode mandar bala que o tempo tá contando. E você vai carregando o seu cartão, com o horário que você começou.

Ali no começo o congestionamento era grande, pessoas subindo devagar e eu as vezes ficava encaixotado. Mas logo veio esse sujeito pedindo para a galera abrir caminho e tal, e eu fui no vácuo dele. Ele não tava tão rápido e na verdade quando pegávamos vários vãos livres, ele parecia mais cansado do que eu. Não sei o que aconteceu que em certo ponto eu perdi ele de vista. Outros dois sujeitos vinham na nossa cola, mais rápido do que a gente e eventualmente passaram. Mais acima encontro eles sentados entre um vão de escada e outro. Mas eis que eles começam novamente, rápidos, um magro e grande e o outro baixinho e troncudo. Me passam e somem lá para cima somente para depois eu encontrar com eles novamente sentados no vão da escada. Levantaram, denovo me passaram e denovo sentaram. Faltavam uns 20 vãos quando eles me passaram pela última vez, eu não consegui acompanhá-los e eles terminaram na minha frente.

Entre um vão e outro há um espaço onde a galera dá uma parada para respirar. Alguns ali saem meio de lado para dar passagem para os outros. Alguns sentam no chão. Mas eu nunca parei, em nenhuma das 3 vezes que subi na torre.

Embora houve esse congestionamento no começo, a subida não foi tão ruim. Eu nem posso dizer que as pessoas me atrapalharam muito. No começo tem aquele monte de gente, todo mundo subindo bem, mas 20 vãos de escada depois e você já sabe quem vai sofrer para subir os outros 120. Ali a maioria do pessoal começa a encostar, parar nos espaços entre vãos, subir lentamente do lado direito e você passa a ter menos problema com o congestionamento. Muitas vezes eu encontrei o caminho completamente livre por muitos vãos de escada. A galera se espalha bem.

Estávamos por volta da metade do caminho quando eu percebi que não estava tão bem como no ano anterior. Eu me sentia cansado, as pernas realmente ficam bambas quando você sobe 30, 40 andares sem treinamento para isso. Por vezes eu tive que desistir dos passos de dois em dois degraus para descansar um pouco as pernas e nisso o ritmo caia. A segunda metade da subida foi então um pouco sofrida, cansativa mesmo, eu não queria diminuir muito o ritmo e ao mesmo tempo as pernas não queriam mais subir. Mas eu continuei sempre. Ninguem me passou em uma velocidade que fosse assim impressionante. Os poucos sujeitos que me passaram estavam pouco mais rápido que o meu ritmo, coisa que eu poderia fazer com um pocuo mais de treino. Aliás minha impressão é que se eu estivesse melhor, como no ano passado, ninguem teria me passado. Mas eu cheguei meio atrasado, digo, já encontrei a fila enorme. Aqueles que querem e podem fazer tempos bons, eles chegam bem cedo, eles estão lá na frente da fila e obviamente eles não vão te passar pois já estão na sua frente.

Chegando no vão número 143 (todos os vãos tem números e dessa vez eu tava evitando lhar para os números) a gente entra numa escada perpendicular, uns poucos degraus de um vão curto e é isso, a linha de chegada. Na verdade não tem linha, tem a galera ali denovo com a máquina, você chega, eles enfiam o cartão na máquina, o cartão sai como horário e agora você tem dois cartões. O horário que você começou e o horário que você terminou. Esse é o chip deles. Daí vem mais uns 10 vãos de escada até você chegar no lugar onde os turistas ficam vendo a cidade. Obviamente naquele horário só tinha a galera da subida.

Eu dei uma volta por lá, peguei uma água, dei uma olhada na cidade lá embaixo, pois é, eu tinha subido bastante! Não fiquei muito, peguei o elevador de volta ainda meio cansando pois eu estava com medo que o dia fosse ficar claro e me pegar sem os óculos escuros. Lá embaixo você mostra os seus cartões para o sujeito e ele entra os tempos na calculadora para chegar ao seu tempo de subida. O meu foi 16m16s, que ele escreveu na minha camiseta, cuja foto está nesse post. Foi bom, ano passado tinha sido 15m00s e o anterior na casa dos 17 minutos, então acho que foi bom. Eu estava meio cansado depois de correr até o local e subir as escadas, então resolvi pegar o metrô de volta para casa.

Uma curiosidade do evento para nós brasileiros é que ele é totalmente posicionado como evento beneficiente. "Suba na torre pela sua cidade". Na camiseta vem escrito "Eu fiz isso pela cidade". Na página na internet eles mostram exemplos do que fizeram com o dinheiro. Em momento algum fala-se em competição. Ou medalha para o primeiro colocado. Simplesmente não é uma competição a não ser aos olhos de alguns participantes. Na verdade é uma competição de arrecadar fundos. Você é incentivado e arrecadar o quanto puder. Precisa arrecadar um mínimo de 50 dolares para participar (veja bem, arrecadar, não é pagar) e um máximo de quanto você puder. E eles mostram no site a lista dos que arrecadaram mais. Eles dão dicas de como arrecadar, como pedir aos amigos e tal. As corridas são geralmente assim também, você sempre tem um espaço caso você queria pagar/doar mais do que o valor da inscrição. Enfim, é diferente...

2 comentários:

Mayumi disse...

Poxa, podia ter uma corrida assim aqui! Talvez... "suba no Terraço Itália"! Rsrs. E a arrecadação, é um ´ponto importante: todos, independentemente de serem corredores ou não, podem participar!

Marcos Sanches disse...

Sim Mayumi! No passado existia uma corrida de subir as escadas do prédio do Banespa, eu acho.

Minha impressão é que corrida para arrecadar fundos no Brasil (beneficientes), sem medalha e outras frescuras (como é aqui) vai sempre estar vazia...

Marcos

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