domingo, 30 de janeiro de 2011

Os dias frios

E lá fui eu para mais um trieno matinal hoje... As ruas frios, eu corria pela calçada em um corredor com neve amontoada dos dois lados. A neve que caiu a dias atrás não derrete pois a temperatura não sobe acima dos zero graus, e a neve velha acumulada ali no chão é feia e faz lembrar o frio. Não é neve que dá vontade de por a mão ou fazer bola de neve ou afundar o pé nela, não é neve branca, cheirando água. A neve velha, poluída, marrom que se torna cinza no claro das luzes da cidade, dura e hostil, corrompida pelo concreto e pelo sal ajuda sentirmos o inverno que matrata o nosso rosto enquanto corremos. Eu corria e ouvia no rádio meu programa favorito, gravado há semanas, com a temperatura nos 9 negativos, mas que a essa altura do campeonato era normal para mim. Até certo ponto. Sempre haverá aquele momento em que você lembrará do calor do verão na sua terra e a neve e o frio parecerão alienígenas, mas também encantador, nunca normal. Veio uma subida e eu andei, o rádio acabou a bateria e eu tive tempo para pensar nas ruas de São Paulo e nos ônibus de São Paulo e no mundo que é grande e dá voltas...

Performance

Na sexta foi o dia de conversar com o chefe sobre a performance no trabalho, aquele negócio de atingiu os objetivos ou não, se vai ganhar bonus/aumento ou não etc e tal. Como os objetivos para o ano são definidos no começo do ano, acaba que no final das contas, quando você vai rever o ano e tal, você nota que a sua performance real, aquela que interessa para a empresa, que é relacionada a sua real produtividade e ao que você fez em termos de melhorar as coisas, isso tudo não conta na performance pois não estava previsto nos objetivos. Em 2010 eu atingi meus objetivos como especificados no papel, mas foi um ano de muito trabalho e tantas outras coisas que eu fiz que deveriam contar muito mais do que aqueles poucos objetivos que vão no final da conta medir a minha "qualidade"....

sábado, 22 de janeiro de 2011

Manipulando a opinião

Uma das coisas que tento prestar atenção e até certo ponto combater é o uso de informações from pesquisas ou análises estatísticas de forma e passar idéias erradas ou enganosas. Diz-se por aí de um legislador de Oregon (USA) que quer criar uma lei que proibe adultos de carregarem crianças na bicicleta. O sujeito diz "Se eu soubesse que a lei fosse salvar a vida de uma criança, eu iria criar a lei, você não iria?"

O argumento de salvar uma vida, ainda mais de uma criança, é muito forte. Isso, eu imagino, faz com que muitas pessoas (talvez a grande maioria?) responda "sim" a essa questão. O argumento é enganoso e viesado, no sentido de fazer qualquer coisa totalmente sem perigo parecer perigoso. Imagine, por exemplo, quantas vidas infatis salvaríamos se proibíssemos as crianças de andarem de carro. Ou, talvez, de subirem em árvores ou nadar em piscinas...

Com a população mundial nos 6 bilhões, ou a dos USA nos 300 milhões ou a do Brasil nos 200 milhões, qualquer coisa que seja minimamente perigoso vai acabar custando a vida de alguém que poderia ser salvo pela proibiçao. O problema é que qualquer coisa que fazemos envolve algum risco, mesmo andar de elevador ou andar na calçada e ninguem vai ficar proibindo tudo isso só para salvar umas poucas vidas, simplesmente porque o preço social seria muito alto.

Enfim, a forma que a informação é passada muitas vezes nos manipula. Um remédio contra isso, eu penso, é não tirar conclusões que não sejam baseadas em dados, em alguma informação confiável e bem coletada. Antes de proibir crianças de serem transportadas em bicicletas deveríamos ter uma medida objetiva e confiável do quão perigoso isso realmente é e do quanto de benefício isso trás para a sociedade.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sabão

Hoje eu saí para o treino com meu colega, temperatura nos 8 negativos e indo contra o vento acho que chegava nos 15 negativos. COmo ontem a temperatura caiu e choveiu um pouco, a neve derreteu outro pouco, o chão ficou todo molhado, então foi só a temperatura despencar denovo para que o chão molhado ficasse com uma fina camada de gelo. Muitas vezes nem dá para ver. Imagina eu correndo no escuro...

Cada passo era um experimento para testar se o chão tava liso ou não. Nas subidas a gente fica com menos medo de cair mas o fato do pé escorregar toda vez que você pisa faz você gastar bem mais energia. E quando você pisa num lugar que não tem gelo, estando acostumado com o chão liso, você percebe que a força que você está aplicado é bem maior que a usual pois você dá aquela acelerada. Nas descidas é pior pois a menor brecada pode ser fatal então você faz tudo para descer macio, sem brecar, e claro, a velocidade diminui.

Enfim, foi um dia diferente de corrida, daqueles que tem poucas vezes por ano...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Como correr?

Impressionantemente o duelo continua com força total em 2011. Nova pontuação e parece que mais gente correndo. Mas para mim, falando de corrida, 2011 não começou muito bem. Ao contrário de Jan/2010 ou de Dez/2010, agora em Jan/2011 está nevando bastante e ontem fez frio de 20 graus negativos de manhã. Ou seja, junta neve e frio e eu fico na cama...

Janeiro tem sido um mês lento, talvez um descanso para o ano passado. Mas mesmo assim eu quero entrar na linha e correr mais, faça neve ou faça sol ou seja lá o que for. Estou tentnado ter alguma idéia de algum plano para incentivar a correr, além do duelo... eu acho que ultimamente também tenho estado meio enjoado de repetir os mesmos percursos... Mas que venha a neve e o inverno e vamos ver...

Dinheiro Virtual

Você já parou para pensar que hoje em dia a maioria das compras que fazemos são na verdade apenas números que vai e voltam e a gente na verdade nem vê a cor do dinheiro? Tipo, seria a mesma coisa se o dinheiro não existisse, apenas os números lá na nossa conta bancária vão mudando e tal. Eu ouvi dizer que ninguem sabe se realmente existe dinheiro em papel equivalente a todas as transações comerciais que são feitas... Mas não precisa, tipo, basta que acreditemos que o dinheiro exista e pronto...

Baseado nisso eu ouvi uma estória interessante que visa explicar para a gente como o dinheiro funciona. Me parece que a estória é verdadeira, mas eu não sei com certeza. Existia uma ilha e lá vivia umas tribos nativas lá da ilha. Eles faziam comércio um com o outro e tinham até um dinheiro deles. Era uma forma diferente do dinheiro que conhecemos, eles usavam uma grande pedra como dinheiro. Mas era ralmente grande, tipo, muito pesada para ficar carregando. Mas ainda assim a pedra era usada nas transações. Tipo, se eu quero comprar uma vaca de você, eu te dou a pedra e você me dá a vaca. Acontece que a pedra não era literalmente dada, ela ficava lá sempre no mesmo lugar, apenas mudava de dono. Então era como o nosso dinheiro, a gente não precisava necessariamente carregar ele com a gente.

Mas aquele tipo de pedra não existia na ilha, eles buscavam a pedra numa outra ilha distante, de barco, era bastante complicado. Um dia a galera foi na outra ilha buscar uma dessas pedras e quando eles tavam voltando veio uma tempestade e virou o barco deles. A pedra caiu no mar mas eles conseguiram se salvar. Voltaram para a ilha e contaram o ocorrido. O que se sucedeu é que a pedra começou a ser usada como dinheiro mesmo estando no fundo do mar. Ela ficava lá no fundo do mar e em cada transação mudava de dono, mas todo mundo sabia que tinha a pedra lá e tal.

Eu achei a estória engraçada pois é o mesmo que acontece com a gente hoje em dia. A gente usa o cartão de credito e beleza, o dinheiro tá lá no banco e para dizer a verdade ninguem sabe se está lá mesmo... teria que todo mundo tentar tirar o seu dinheiro do banco para ver se o dinheiro de todo mundo tá lá mesmo...

Obs - a estória da ilha é verdade, muito interessante, veja aqui.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Tragédia no Brasil

Os deslisamentos com mais de 600 mortos até agora no Brasil tem sido tema das notícias aqui. E um acontecimento infeliz, que está também sendo comparado com as enchentes na Austrália. Para nós, Brasileiros, notícias de fatalidades em encostas de morros nos meses de verão se tornou comum, mas dessa vez a tragédia foi bem maior do que o usual. Infelizmente essas coisas não são aleatórias e não são causadas por causa das chuvas. São causadas pela incompetência e ganância dos políticos, que com certeza não vivem nas encostas dos morros. Aliás, falando em incompetência, um dos destaques no noticiário Canadense é que as pessoas estão ainda esperando por ajuda do poder público, que a população não tem recebido ajuda nenhuma. Eu não vou julgar essa parte mas não seria de se surpreender...

Uma das melhores frases que encontrei sobre a tragédia é "A maior tragédia nesse acontecemento é que tudo isso é previsível". Acho que a frase diz tudo - Todo mundo já sabe dos perigos, já sabe que mais cedo ou mais tarde vai acontecer, afinal acontece todo ano e não só isso, as encostas são claramente perigosas... mas ninguém faz nada... E agora temos essa tragédia, eles vão lá, tiram os destroços, refazem as estradas, arrumas as casas que foram atingidas parcialmente e arrumam tudo para uma nova tragédia ano que vem ou no próximo...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Suburbios

Outro aspecto da minha estada nos US foi que eu fiquei longe do centro, não fora da cidade, mas longe do centro, em bairro mais residencial, com algumas grandes ruas das quais emergem pequenas ruas que dão servem comunidades residenciais. Era um suburbio, dos mais ricos, imagino.

E você sai na rua, mesmo naquelas grandes ruas, e não vê ninguem na rua, mas vê muitos carros e você nem consegue atravessar a rua de tanto carro. Você vai até o semáforo e não consegue deixar de notar que o semáforo para pedestres parece estranho, parece estar deslocado, e isso acontece porque não tem pedestre. Você é o único na rua, mas muitos, muitos carros. No fundo dá até uma sensação de intimidação, de você ser o centro das atenções, como acontece quando você está por alguma razão diferente de todo mundo. Você é diferente de todo mundo, porque você está andando numa calçada?

Ontem havia sido impressionante, eu não vi ninguem a pé nos 6 Km que corri até o metrô. Só lá perto do metrô encontrei uns sujeitos a pé indo para o metrô. E lá nem era mais um bairro residencial. Os carros entram nos estacionamentos, param, o sujeito desce e entra na loja. Volta para o carro, entra, dirige 300m até outro estabelecimento comercial, estaciona no estacionamento, desce do carro e com 20 passos está dentro da loja. É a idade do carro, a idade do petróleo. Eu não vou me prolongar muito aqui, mas deixo a questão em aberto, o quanto o carro, o transporte fácil e barato nos torna artificial e dependentes. E o que realmente aconteceria se o petroleo viesse a custar bem mais caro?

Metrô perigoso?

Em Saint Louis eu queria correr e queria conhecer o metrô. Decidi não ir com a galera de taxi, decidi correr e pegar o metrô. Eu não sei, precisava fazer isso. No dia seguinte o tema das conversas foi principalmente o que você havia feito na noite anterior, que era a única que dava para fazer algo. Eu comentei com uns poucos o que havia feito, não suficiente para ter uma boa amostra mas... descobri que eles achavam o metrô perigoso. Eu nem havia pensado direito no peirgo de ser assaltado ou qualquer coisa no metrô, mas algumas pessoas parecem que nunca entrariam no metrô por medo.

Depois eu descubro que a noite dessa galera que tem medo do metrô foi emocionante. Eles presenciaram um sujeito com um revolver xingando e correndo atras do outro... E o metrô que é perigoso? Hipocrisia...

Ok, o metrô pode não ser o lugar mais seguro do mundo mas cá entre nós, como você sabe que a sua rua é mais segura que o metrô? Eu não me preocupei com segurança quando corri até o metrô. Parte disso acho que é porque corredor, na minha opinião, tem que se preocupar menos com segurança. Ok, bom evitar certos lugares, bom não andar com equipamentos que dizem ->"olha esse sujeito aqui, ele tá cheio da grana!", mas eu não tenho problemas com isso. No mais, prum corredor ser assaltado acho que é meio dificil. Sujeito atletico, vai sair correndo - o ladrão pensa. Ou - vai me bater. Enfim, sei lá, eu não pensei na possibilidade do metrô ser perigoso.

Agora, as ruas escuras me deixaram mais apreensivo. Não só que você pode ser agredido sem ninguem presenciar, tipo, o lugar é perfeito pra um assalto. Mas a minha maior preocupação é tipo um escorregão, pisar em algo que você não vê e na verdade eu até tenho medo de algum motorista não muito atento assustar comigo e sei lá, vir na calçada ou causar um acidente. Enfim, ruas escuras não são os melhores lugares para correr.

Mas voltando ao metrô, tem esse preconceito de que o metrô não é seguro. Imaginei o quanto isso também é obstáculo para o não uso do transporte publico. Se tem esse obstáculo em Saint Louis (e em Toronto!), imagina em São Paulo. E agora pensando mais em São Paulo e Toronto, talvez fosse momento para se ter alguma campanha que esclareça o quanto o metrô é seguro. As placas e avisos que ouvimos nas estações em São Paulo para que os passageiros tomem cuidado com seus pertences apenas aumentam o medo. Eu penso que quando você diz para o passageiro abrir o olho você está meio que dizendo para ele se virar, que ele está ali por sua propria conta e sorte. E vc não é responsável por nada que aconteça. Ao inves disso o metrô deveria chamar para si a responsabilidade de tornar o sistema seguro. Mostrar, talvez que as chances de você ter um acidente de carro se resolver dirigir para o trabalho é X vezes maior do que a de sofrer um assalto no metrô. Ou algo assim para incentivar o uso do transporte público...

Saint Louis e os treinos

Nos últimos 3 dias eu fiz uma viagem de trabalho a Saint Louis. Quando eu vou para estas viagens eu arrumo todas as minhas coisas de correr para ter certeza que vou conseguir explorar correndo os arredores de onde quer que eu fique. A decepção começou quando olhei na internet e a temperatura lá tava praticamente a mesma de Toronto. Ok, eu corro aqui, vou conseguir correr lá. Mas estava desapontado de qualquer forma por causa que não estava calor. QUando você está no inverno de Toronto sempre é bem interessante ir para um lugar mais quente...

Chegamos em Saint Louis a tarde, e tinha neve no chão, temperatura beirando os 10 negativos, não parecia que tinhamos saído de Toronto. Chegamos no hotel e resolvemos sair até o shopping para comer algo. O shopping era na esquina seguinte, e estava fechado (era 8h da noite). Mas o pior foi que a caminhada até o shopping me mostrou que correr naquele lugar não seria fácil. Não se via as calçadas embaixo da neve e elas era bem estreitas, nada como Toronto. E para piorar ali era um bairro longe do centro, tudo era muito deserto, você não via uma alma na rua. Eu teria que correr enquanto ainda escuro, na manhã seguinte, bem cedo. Decidi que não ia rolar. Naquele ponto todos os meus planos de correr enquanto lá foram por água a baixo e eu não pensei muito mais nisso.

No dia seguinte havia jantar com a galera da empresa, eu não podia sair a tarde. Mas na Quinta Feira o jantar era por nossa conta, tipo, nenhum compromisso depois das 4 da tarde. Todo mundo estava ansioso, preparando-se para fazer algo. A atração turística da cidade era o Gateway Arch, e era o único lugar que eu pensava em ir, pois já tinha ouvido que ele era realmente impressionante.

No almoço eu já pensava em pegar o transporte público para ir lá. Tentei converncer um ou dois gatos pingados. Nada. No final do expediente o meu colega, que disse que ia fazer compra, havia mudado de idea e tinha decidido ir ver o Arco. Mas assim como outros dois grupos que estavam planejando fazer o mesmo, ele tava querendo ir com a galera, de taxi. Eles conversaram na recepção do hotel sobre como chegar ao arco. Foi naquele momento que decidi que iria correndo até o metrô, eu definitivamente queria dar uma corrida, como faço em Toronto e fazia em SP, se preciso ir a algum lugar porque não ir correndo.

E assim foi. Eu saí e estava escurecendo, até o metrô seriam 6 Km e o caminho deveria ser fácil, simplesmente seguindo uma rua. Eu estava mais preocupado com o estado das calçadas e se ia ter calçada o tempo todo. Saí do hotel, temperatura abaixo de zero, mas tranquilo. Logo percebi que teria que correr na neve, as calçadas todas estavam cheia de neve, apenas as ruas limpas. É complicado se você nunca correu no lugar. Mas eu segui. As pernas iam devagar, os pes afundando na neve como se fosse uma camada de areia solta e macia, os limites da calçada difíceis de distinguir. As vezes eu pisava na grama ou numa irregularidade do terreno, as vezes uma calçada rebaixada que eu não percebia ou a baira da sarjeta. Os carros passando perto pois as propriedades particulares haviam tomado toda a área da calçada. Eu seguia, sem sentir frio e logo me vi em lugares diferentes, apenas árvores, não havia casa ou luzes e eu já estava achando o lugar muito escuro.

Mas tinha carros e eu segui. Com uns 4 Km eu pedi informação, mas tive que entrar numa loja, pois não tinha ninguem na rua. Os suburbios Americanos e Canadenses, ninguem anda, todo mundo usa carro. E você precisa usar carro, os bairros são residenciais, tudo é longe. E porque você precisa usar carros as calçadas são estreitas, só tem espaço para carros. Mas eu segui e vieram subidas, descidas e mais partes escuras até eu chegar numa área comercial. Eu então sabia que o metrô estava por perto. Não era prudente correr mais pois eu não conhecia mais o caminho e eu não conhecia a cidade, podia ser perigoso, sei lá. Depois de pedir informação para mais 3 pessoas eu cheguei na estação do metrô, mas perdi um tempo aí. Comprei um passe de ida e volta, estava animado por ter chegado tranquilo no trem embora sabia que na volta teria que pegar o ônibus, as ruas eram muito escuras, com calçadas cobertas de neve, não era prudente ficar correndo no escuro.

EU peguei o metrô e um dos meus objetivos era andar de metrô, conhecer o sistema de lá. E na verdade achei os trens muito legais. Eles parecem leves, não são monstruosos iguais os do metrô de São Paulo ou Toronto. Fazem pouco barulhos, são limpos e mais bonitos. As estações são menores, e abertas, menores ainda do que as dos trens da CPTM de São Paulo. Mas ele não é mais lento e eu achei legal de qualquer forma. Peguei o trem (que eles chamam de Metrolink) e desci na estação do arco. Da estação eu vi o arco, mas eu queria chegar lá nele. Já era noite e eu não tinha idéia de como chegar lá. Estava frio e eu sai da estação, não tinha nada do lado de fora da estação a não ser o começo de um caminho pavimentado que entrava num parque e ia em direção ao arco.

Eu segui o caminho, novamente correndo e o arco logo apareceu em minha frente, mas eu tive que correr mais um pouco até chegar lá. O chão todo coberto de neve exceto pelo caminho onde eu corria, e fazia frio, o lugar aberto também recebia vento. Eu comecei a tirar fotos e as mãos começaram a congelar. Mas o arco era impressionante por ser muito alto. O que torna o arco tão impressionate é a sua altura e acredito, o fato de ter só dois pés. Você olha para cima e vê aquela coisa meio que no ar e muito alto. É possível subir no arco, embora no inverno ele feche cedo e quando cheguei lá ele estava naturalmente fechado para subidas. Mas é meio amedrontador pensar em subir naquilo quando você olha de baixo. A torre de Toronto é mais alta, mas sei lá, é diferente, ela tem um pé embaixo dela. Dá uma impressão diferente. Eu achei o arco realmente impressionante. Tirei muitas fotos do arco (e todas as que tirei em Saint Louis estão aqui) e depois peguei o trem de volta, seguido de um ônibus que me deixou na porta do hotel.

Mas a corrida não tinha sido lá tão agradável. Ela me fez concluir que a decisão de não correr nas manhãs foi correta. E eu não corri no dia seguinte também. Voltei para Toronto meio cansado para encontrar a cidade com mais neve. E hoje nevou denovo. Definitivamente Janeiro não vai ser um mês bom para corridas, mas eu acho que prefiro neve de qualquer forma, ainda que sendo obrigado a correr menos. Se é para cair bastante neve, que caia, e vamos que vamos!

domingo, 9 de janeiro de 2011

E assim corre o Toinho

Eu sempre acho interessante ver a altimetria do percurso dos treinos do Toinho. Como um estatístico, não posso deixar de comparar com a nossa mais famosa função densidade - a Normal. A curva fica muito simétrica pois o Toinho vai e volta no mesmo percurso (ou perto do mesmo, na verdade não é exatamente o mesmo ) e se a gente não pensa muito então a gente diz "Ok, só subir um morro e voltar e teremos este gráfico". Bom, não é bem assim, precisamos de mais condições. Os meus treinos de vai e volta não parecem normal, mesmo quando eu escolho ir numa subida. Ele precisa retornar no ponto mais alto e o mais importante, na ida ele precisa subir sempre e a subida tem que ter inclinação cada vez maior. Se a inclinação for constante, vai parecer um triângulo. Se tiver partes planas ou descidas no meio, pronto, estraga tudo. Imagino que não seja fácil não estragar tudo por 6 Km, digo, achar um percurso assim.

Surpreendentemente não só os textos do privilegiado Toinho são poéticos, até o percurso dele tem arte...



Assim caminha a humanidade

Hoje tem Referendo (ou plebiscito?) no Sudão para decidir se o Norte se separa do Sul ou não. O povo vai decidir através do voto. Situações como essa são sempre um bom momento para pesquisarmos um pouco o que está acontecendo. Eu entendi que o conflito é predominantemente religioso.

O Sudão é o maior país da África e até o Século XIX era formado por vários reinos. A unificação do país veio com o domínio Egípcio no Século XIX e adivisão Norte-Sul com o domínio Egípcio-Britânico no final do Século XIX. Mas segundo entendi o problema das diferenças entre Norte e Sul tem raízes mais no passado, no tempo do Império Romano. Naquele tempo o Egito foi dominado por Roma e o Cristinismo se espalhou pelo Sudão devido a proximidade e comércio com o Egito, e também por causa de missionários Cristãos. No entando o Sudão não se tornou parte do Imperio Romano, diz-se que a área era pobre e os Romanos acharam que não valia a pena o esforço.

Depois vieram os Árabes que tomaram o Egito que se tornou parte do Imperio Otomano. Com eles veio o Islã que acabou se espalhando pelo Norte do Sudão, mas não atingiu o Sul. Me parece que aqui se estabelece pelo primeira vez as diferenças entre Norte e Sul.

No começo do Século XIX o Sudão era dominado por uma aliança entre Inglaterra e Egito, com a Inglaterra dominando o Sul e espalhando o Cristinismo lá, bem como a língua Inglêsa e leis inglesas. No Norte predominava a cultura árabe e assim foi até o Sudão ganhar a sua independência em 1956. As coisas já não iam bem então, e o Sul reclamava muito do domínio do Norte do governo. E com a independência veio a guerra civil que assolou o país pela maior parte dos anos seguintes, até cinco anos atrás quando o país estabeleceu um governo provisório separado para o Norte e o Sul. Agora o povo decide se continua separado e parece que a previsão é para que sim.

Eu acho interessante pensar na influência que a dominação Européia tem em todos esses problemas. E também na influência da religião. Eu tinha uma posição mais contrária em relação à dominação Européia e sua consequência, apesar de reconhecer que não conheço o suficiente da história para que minha opinião conte muito. Talvez as invasões e subsequente independência contribuam para conflitos de pessoas diferentes que foram forçadas juntas sob domínio estrangeiro. Mas sei lá, me parece que mesmo sem isso, haveria desentendimento e guerras, tipo, antes dos Europeus chegaram na África ou na América, os nativos estavam constantemente em guerras uns com os outros. A diferença parece ser que uma guerra civil parece mais cruel pelas atrocidades que vemos na TV. Assim me parece que a falha dos dominadores está muito mais no jeito que deixaram o país, tipo, eles poderiam ter, já na época da indepêndência, dividido o Sudão em partes homogêneas. Eu não conheço a história para saber o quão fácil isso seria, mas do jeito que foi feito me parece que os Ingleses abandonaram uma área cheia de problemas a sua própria sorte. Enfim, vamos ver o que acontece...





sábado, 8 de janeiro de 2011

Se você tá ligado no Twitter...

Este site é muito interessante, ele mostra a concentração dos twiteiros ao redor do mundo. Mas achei que não é só interessante por isso, também por ser uma forma criativa de mostrar os dados. E o mais interessante, o Brasil é um dos paises que mais twita. O Brasil perde apenas dos US considerando desde que o Twitter começou, mas quando olhamos estátistica de hoje, ou do momento, o Brasil está bem na frente dos US. Mas a população no Brasil não só é bem menor que nos US, mas também tem muito menos acesso a internet. Impressionante como esses brasileiros estão ligados nessa...

Final do Junior de Hoquei

Ontem em Chicago foi a final do Hoquei Junior. O Canadá havia batidos os US e ido para a final contra a Russia. A vitória contra os US havia sido sensacional em um jogo em que os Canadenses achavam muito difícil. Agora vinha a Russia e a galera tava mais confiante. E o jogo estava 3 X 0 para o Canada mas... a Russia virou! E ganhou. Foi um campeonato de juniors, mas era como se fosse uma final internacional de futebol no Brasil, onde o Brasil estivesse na final. A galera ficou triste e no rádio se falou muito disso...

Aí a gente está aqui, sem essa cultura de Hoquei, olhando o jogo, que parece sem graça. E tanto faz um como o outro ganhar... Enfim, fica claro como onde a gente cresce influencia quem somos, mesmo no meu caso que nem ligava para futebol...

This American Life

Este é o nome de um programa de rádio que acho muito legal. Os assuntos são via de regra interessantes, algumas vezes engraçados e geralmente muito informativos. É um programa um pouco diferente que dura uma hora e gira em torno de um tema. O tema pode ser qualquer coisa (eu ouvi um que o tema eram os zeladores dos prédios, outro era pessoas que ficam firmas numa posição mesmo quando tudo ta contra. Outro tema foi questionando porque os US vão a guerra - em 2002, quando os US ainda não tinham começado a guerra do Iraque). Em geral eles escolhem um tema e entrevistam diferentes pessoas com relação aquele tema, algumas vezes pessoas com opiniões bem diversas ou dependendo do tema, pessoas completamente diferentes. Enfim, a melhor forma de entender é ouvir uns dois ou três programas. O programa vai ao ar uma vez por semana nos US e agora ele vai estar também na CBC do Canadá, mas qualquer episódio passado pode ser ouvido pela internet ou podcast...

Neve


Ontem e hoje nevou de verdade pela primeira vez nesse inverno em Toronto. Ja tinha caido um pouco de neve em Dezembro, mas tão pouco e em dias tão espalhados que nem deu para sentir o gostinho...

Ontem e hoje saí para uma diferente corrida matinal, com o chão coberto de neve. Ontem a corrida havia sido muito dura, não mais porque eu me distraia com a "novidade" de correr com o chão branco. Mas foi duro. HOje no entanto eu já me senti melhor, mas ainda assim foi complicado. Havia mais neve e na verdade ainda estava nevando. E hoje eu evitei subidas. O treino acabou sendo legal, e eu me distraí acahando tudo muito bonito. Como era bem cedo a neve acumulada estava lá fresquinha. Depois a galera começa a limpar, jogar sal, pisar e tal, e não é mais tão legal...

A tarde eu saí com a Lika para andar na trilha, onde tiramos algumas poucas fotos. Estava muito legal e muito bonito, com uma grossa camada de neve no chão, não dava nem para ver onde era a trilha. Enfim o inverno ficou com cara de inverno!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O metrô pelo mundo

A gente ouve falar muito do quanto o metrô de São Paulo é pequeno perto do que temos aí pelo mundo. Mas para quem vive em São Paulo talvez seja difícil ter uma idéia de como é o metrô em outras cidades grandes. As coisas não melhoram se você vem para Toronto pois aqui o metrô não é é grande em termos de número de linhas ou Km. Mas a Wikipedia é um ótimo lugar para dar idéia dos grandes sistemas de metrô que existem pelo mundo. Eu descobri que esta página é um bom começo. Nela você vai descobrir muitos mapas que precisam ser ampliados para serem vistos.

O metrô de Toquio é colossal. Consta como o que conta com o maior número de viagens por ano. O mapa do sistema é completamente maluco. Parece ser uma maravilha de cidade para esses corredores que gostam de correr sem rumo e pegar o metrô de volta para casa, você pode ir para qualquer lado e vai terminar em algum lugar com metrô.

O metrô de Moscou chamou a atenção pela organização e simetria das linhas, achei muito legal e organizado. Tem inclusive uma linha circular. Quando você vai numa direção é uma voz masculina que fala as estações. Na outra uma voz feminina. Resultado deve ser que você descobre rapidinho se está na direção errada.

O metrô de Seul está em terceiro lugar em viagens por ano. É também um emaranhado de linhas e o sistema de som anuncia as estações em diversas linguas.

O metrô de Pequim também me pareceu organizado quanto a disposição de suas linhas, assim como o de Moscou. Imagino que seja mais fácil para o usuário entender as linhas, tipo em São Paulo, você nem precisa de mapa, sabe fácil que trem pegar para ir onde você quer. Já em Toquio ou Seul você precisa ficar de olho nos mapas para não se perder no emaranhado de linhas. Outra coisa sobre o metrô de Pequim é que a maioria das linhas são bastante novas ao contrário do metrô de Toquio, por exemplo, que começou na década de 20.

O metrô de Nova Iorque é também um emaranhado de linhas. A sua particularidade é a existência de linhas expressas. Há muito tempo eu penso nisso, tipo, se fosse possível ter um trem que não parasse em todas as estações... especialmente em São Paulo, se você quer ir de uma ponta da linha até o centro demora um tempo muito grande por causa das muitas estações. Pois em Nova Iorque eles tem uma linha expressa que para em poucas estações e você deve ganhar um bom tempo pegando ela se sua viagem é mais longa.

O metrô de Paris talvez seja o menos extenso dos vistos até agora. Mas ele deve ser o que tem mais estações tal que a média da distância entre estações é pequena. Assim como o de Moscou, o mapa das linhas é simétrico e vamos dizer, agradável de se ver.Também deve ser um dos mais antigos, com sua primeira linha em operação em 1900.

O metrô da Cidade do México tem a particularidade de ter trens com pneus de borracha (assim como em Montreal também), que fazem menos barulho. As linhas parecem bem organizadas e é interessante comparar com São Paulo - na Cidade do México as linhas parecem se cruzarem toda hora e servirem bem toda a cidade ao contrários das poucas linhas de São Paulo.

Em Hong-Kong o metrô parece muito espalhado com suas longas linhas, talvez lembrando um octopus que é o nome do cartão usado para pegar o trem. O metro parece muito moderno.

O metrô de Shangai parece ser o mais longo do mundo. O que é surpreendente é o mapa que mostra o plano de expansão do metrô.

O metrô de Londres é o mais antigo do mundo. Começou a operar em 1863 e foi o primeiro a usar trens elétricos, em 1890. O mapa do metrô de Londres é chamado "Tube Map", que é um esquema também usado em São Paulo onde as linhas são representadas de uma forma esquemática não geográfica. Aliás talvez isso seja o que faça algumas linhas parecerem tão simétricas...

E então vem o metrô de São Paulo. Apesar da superlotação e da falta de linhas numa das maiores cidades do mundo, o metrô de São Paulo é considerado o mais moderno das Américas segundo o artigo da Wikipedia. Isso não me surpreende quando eu comparo com o velho metrôd e Toronto, cujos trens deixam a desejar mesmo comparados com alguns treins da CPTM. São Paulo é o primeiro metrô nessa lista com menos de 100Km de linhas e menos de 100 estações. Apenas quando juntamos as linhas da CPTM é que o metrô fica comparável em tamanho com o resto do mundo. O mapa do metrô visto na Wikipedia é uma vergonha comparado com o mapa das cidades citadas a cima.

Depois de São Paulo vem Osaka e Saint Petersburg e a lista continua. Lá embaixo está o metrô de Toronto, que transporta muito menos passageiros que o de São Paulo mas já dá sinais de saturação apesar de ter mais estações e maior distância de linhas. Em Toronto também temos o Go transit que assim como a CPTM sai para fora da capital, mas não consta no mapa do metrô.

Achei interessante conhecer um pouco mais do metrô de outros lugares, isso ajuda a gente entender mais os nossos pontos fortes e fracos...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Duelo 2010

E o duelo chegou ao fim. Ou pelo menos o duelo em 2010.
Primeiro vamos falar sobre a minha participação. Eu cheguei ao final com 2431Km, o que dão aproximadamente 6,7Km/dia. Vamos arredondar para 7. Sei lá, o número 2400 Km/ano não me parece assim tão grande coisa, mas quando pensamos em 7km/dia então eu percebo que 2010 foi realmente o ano da corrida. Quase 7Km/dia, todos os dias, o ano todo. Perto disso terminar uma prova de 10Km não é nada... Ainda assim, distância não foi meu forte em 2010. Nenhuma maratona (como 2009 ou 2008). Uma corrida de 30Km, um treino de 28Km, mais uns 5 treinos passando dos 20Km e só, o resto foram tudo abaixo dos 20Km. Com isso corri bastante mas praticamente sem dores, praticamente sem lesão. Digo praticamente porque andei sentindo umas dorezinhas que passaram logo e tal, mas nada preocupante. Foi um feito impressionante para mim, que não seria sem os colegas no Brasil, sempre me fazendo acordar cedo e correr mais. Praticamente todos os Kms foram corridos de manhã, com muito poucas excessões. Talvez a maioria tenha sido no escuro.

O primeiro gráfico mostra o meu desempenho, comparado com alguns colegas que estavam correndo no mesmo patamar. Só inclui aqueles para os quais tenho os dados para todos os meses. A Paty e o Toinho foram figuras que deviam estar neste gráfico se eu tivesse os dados deles. Eu só ganhei da galera em Outubro, quase no final do ano, ainda assim deixando Paulo e Hideaki bem perto. Em Março a Paty ganhou de mim, então ao contrário do que está no gráfico eu não fui o primeiro.

O Hideaki começou Janeiro com tudo, passando dos 300Km e eu fiquei em terceiro, atras dele e da Paty. A Paty rodou muito nos primeiros meses do ano, mas depois sumiu. Eu não sei se ela passou realmente a rodar pouco no resto do ano, ou se ela simplesmente parou de marcar. O mesmo aconteceu com o Toinho, mas o Toinho voltou em Novembro, o suficiente para me tirar a bonita vitória de Dezembro. Não só isso, ele marcou em Dezembro a segunda maior kilometragem mensal, atrás apenas do Bernabeu em Maio. E eu marqui em Dezembro minha segunda maior Km mensal também, atrás de Maio.

Depois de Janeiro o Hideaki despencou e isso me permitiu ficar bem a frente dele em Km e pontos. Depois ele voltou, ganhando os meses de Julho e Agosto, mas nos meses seguintes, apesar de bom desempenho, ele não ficou mais em primeiro.

Em Fevereio o Luis Augusto venceu e continuou fazendo boas marcas nos dois meses seguintes, vencendo também em Abril. O gráfico não está muito correto em Abril, quando o Luis foi claramente o campeão, comigo em segundo. Mas então veio a Maratona de São Paulo, onde ele não teve uma boa participação, e no resto do ano ele não representou mais problema pois sua kilometragem despencou.

Em Março o Paulo começou a correr e a partir de então ele foi sempre esteve no meu pé, se tornando meu principal adversário. O Hideaki, com a reação de Julho e Agosto também chegou a preocupar, mas foi o Paulo que esteve mais perto. Desde Março e tirando Dezembro, o Paulo sempre manteve uma boa distância mensal relativo a galera em geral.

Em Abriu surgiu o Bernabeu, lutando pela liderança do mês. Em Maio, eu, Paulo e Bernabeu fizemos um grande mês, os três passando dos 300Km mensais. O Bernabeu ganhou o mês com o recorde de Km/mes de 336Km. E nessa de Km/mes, o segundo foi o Toinho em Dezembro, com 326Km e eu fiquei empatado com o Hideaki com 317Km (Hideaki em Janeiro e eu em Maio), depois o Paulo com 315 em Maio.

Outra figura que falta no gráfico mas que ficou entre os primeiros até o meio do Ano foi o Vanin. Com o ironman, o Vanin parece que parou de treinar ou parou de passar seus kilometros. Mas a sua conquista do Ironman de Floripa com tão boa performance talvez tenha sido o ponto alto do ano para o grupo.

O Bernabeu continuou bem um Junho, para cair bastante nos meses seguintes. Em Setembro ele voltou com boas distâncias mensais.

Os meses de Julho, Agosto, Setembro, Outubro e Novembro viram uma briga bonita entre eu, Paulo e Hideaki. Eu tive que usar da gordura ganhada no começo do ano para não ficar para trás deles, mas em certo ponto o Paulo principalmente começou a ameaçar o título do duelo em 2010. Em Outubro eu fiz o possível para garantir o título, vencendo o mês e deixando o Paulo com poucas chances. Mas em Novembro o Paulo deu um show, ganhando disparado e correndo as 24h de Campinas. Mas ele sentiu dores e Dezembro não foi um bom mês para o Paulo.

Eu comecei Dezembro com todas as possibilidades de vitória no duelo, não só em pontos, mas também em total de kilometros. Eu estava determinado a atingir novamente os 300Km para fechar bem o ano e com a contusão do Paulo eu já pensava em ganhar mais um mês, disparado se dependesse da vontade. Mas eis que apareceu o Toinho para fazer de Dezembro um mês muito similar a Maio. O Toinho correu muito em Dezembro e eu na maior parte do tempo tentei acompanhar. Por volta do dia 10 fez muito frio e eu fiquem sem correr pelo primeiro dia no mês. O frio continuou e eu perdi muito da vontade de passar dos 300. Diminui a distância dos treinos por uns dias. Como o Toinho não disparou foi impossível não tentar pegar ele denovo. Tive uns bons desempenhos e alcancei o Toinho. E isso me levou a novamente fazer contas do quanto eu precisava correr para chegar nos 300Km. Corri muito bem até pouco antes do Natal quando eu senti o cansaço do volume, mas não o Toinho. Ele continuou com desempenho fora do normal e eu fiquei, já aceitando não chegar nos 3ooKm. Ainda assim Dezembro acabou sendo meu segundo melhor mês, apesar de ter feito bastante frio.

Uma coisa que notei no duelo foi a diferença nos objetivos da galera. O Vanin começou treinando para o Ironman. Não sei se o duelo influenciou os treinos dele, mas acho que não. O seu desempenho muito bom era simplesmente resultado da planilha de treino bastante pesada, onde ele passava para a gente os Km da corrida, depois ainda ia pedalar e nadar... Assim também parece ter sido o Paulo, que focava nas suas ultras e não tanto no duelo.

O Augusto, que comecou com o duelo e o Bernabeu parece que tinham como objetivo ambos o duelo e provas específicas. Talvez o duelo tenha ajudado o treino para as provas. O Hideaki talvez tenha sido um caso a parte. Imagino que algumas vezes ele correu quando não iria correr se não fosse pelo duelo. Principalmente treinos entre as maratonas. Mas na maior parte os kilometros dele vieram das muitas maratonas que ele fez.

A Paty parece ter levado o duelo a sério no começo assim como o Fausto. O Sadao simplesmente parece ter passados suas distâncias normais, por mais que eu tenha forçado ele a correr.

Eu acho que fui o único a não estar treinando para prova alguma. O incentivo para que eu levantasse cedo e corresse vinham praticamente só do duelo e da minha vontade de correr. Se não tivesse o duelo imagino que eu correria muito menos, mas assim como 2008 e 2009 não pararia de correr. De qualquer forma a experiência de correr sem pensar em prova alguma tem sido interessante. As vezes eu me sinto bem e rápido e aí parece que falta algo, falta ter uma prova como objeitvo para poder correr bem nela. Mas mesmo sem prova correr bem é algo agradável, é bom sentir que estamos em boa forma, com ou sem prova. Isso aconteceu várias vezes em Dezembro, quando correr foi muito bom e agradável.

Se pensarmos em duelo de verdade, talvez isso tenha acontecido apenas entre o Carlos e o Angel. Eles desafiaram um ao outro mês a mês, do começo ao fim do ano. O segundo gráfico mostra os dois. O Angel começou Janeiro e Fevereiro melhor que o Carlos, o Angel começou o duelo com força total. Mas então de Março até o final do ano os dois ficaram muito perto um do outro, praticamente empatados o tempo todo.

Agora vem 2011. Vou tentar continuar marcando os meus Km, mas acho que não vai ser como 2010. Nem sei se vai ter mais esse duelo formal que tivemos. Mas foi bom, velu a pena. Euagradeço aos colegas do Brasil, com os quais consegui achar um jeito de me divertir, ainda que estando assim longe. É bom saber que estão lá e é bom saber que o tempo passa, eu não vou mais em corridas, mas não estou correndo menos...

A polêmica da medalha antes na São Silvestre

Tem havido bastante argumentação contra a Yescom pela entrega da medalha da São Silvestre antes da prova neste ano. Acho que de uma forma geral não há quem concorde com a iniciativa. Mas isso fez surgir uma conversa em paralelo sobre a importância que damos a medalha, já que para alguns a medalha seria o de menos. Eu estou nesse grupo, mas já houve tempos em que eu gostava da medalha e colecionava elas e gostava de sentir o peso de todas as medalhas que eu tinha. Hoje, olhando para trás, eu não diria que era um idiota por colecionar medalhas. Acho que são fases que acontece em tudo que passamos nessa vida. Quando descobrimos uma coisa nova, como corridas de rua, ficamos mais entusiasmados e entramos de cabeça, mas a experiência pode fazer a gente mudar de idéia mais para frente. E isso não é só com corridas. Pense num novo emprego onde você entra, tudo é novidade, novos amigos, coisas novas, você aprende muito, vai para casa, lê artigos para tentar entender a nova realidade e fica ansioso com tudo isso. Depois de um tempo você tá metendo o pau no chefe, só faz o que precisa fazer, prefere ler livros de ficção a coisas do trabalho. Ok, talvez você não vá para o lado "negativo", mas você vai ver o trabalho de outra forma e não vai fazer mais o que fazia quando começou e não vai ter o mesmo entusiasmo.

Enfim, eu tive minhas medalhas e o tempo onde quis correr a SS todo ano. Hoje eu sou mais focado em correr por correr, não importa o tenis, o cronômetro, o ritmo, a distância, a roupa. É bom quando tem alguem junto, mas fora isso correr é liberdade, é poder pensar em outras coisas, ouvir programas de rádio que não ouviria em casa, respirar ar puro, ficar cansado e com vontade de comer e dormir... Liberdade de decidir o seu percurso, o seu ritmo, de escolher calçada ou rua, subida ou descida, 1 ou 2 horas, de parar para pegar o metrô, de sentir o chão passando por baixo dos seus pés, mas de terminar feliz.

A polêmica da medalha entregue antes ilustra na minha opinião como os corredores que vão na SS são diferentes de mim no que eles buscam. Mas isso não significa que não tenham razão, que estão errados ou que o objetivo deles tem menos valor. Significa que somos diferentes e estamos em fases diferentes, que temos valores diferentes, que buscamos ideais diferentes. A medalha entregue antes da corrida é uma afronta ao assíduo participante da SS que tanto valor dá a conquista suada da medalha, um passo que o organizador não deveria dar sem ouvir os corredores, sem ter realmente bons e convincentes motivos. Eles pisaram na bola e vai ser interessante ver como isso se desenvolve. Eu acho que a SS tem uma importância muito grande para tantos que participam, uma importância emocional, não é a medalha que faz a corrida e portanto a entrega da medalha antes da prova será simplesmente aceita, poucos pararão de participar alem daqueles que iam parar de qualquer forma, como eu parei.





sábado, 1 de janeiro de 2011

Feliz Ano Novo


Feliz Ano Novo a todos que eventualmente passarem por aqui!

Eu comecei o meu ano com um treino de 10Km, parei no meio rapidamente para tirar estas duas fotos. Assim tem sido o primeiro dia do ano em Toronto, muito molhado mas por sorte não muito frio - a temperatura subiu para 8 graus ACIMA DE ZERO hoje! Com isso fui correr de shorts... mas ainda está um pouco frio para ficar todo molhado...

Feliz Ano Novo!

Longo e volta ao bairro Avondale

 Outra Quinta-feira e outro bairro. Ontem o treino de 1h20m na planilha fez com que eu rumasse para um bairro não mutio grande e não muito l...