quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Onda de frio

Ontem a temperatura aqui bateu nos 15 graus negativos de manhã, com sensação térmica perto dos 30 negativos. Eu decidi não pedalar para o trabalho. Tudo o que vc não quer com um frio de 15 negativos é descer um morro de bike com o vento contra. Eu resolvi andar para o trabalho, ida e volta, até que para caminhar não tava tão frio assim

Mas hoje a situação mudou consideravelmente, de manhã a temperatura tava de 5 negativos e agora a tarde já tava em torno de zero. Hoje eu resolvi então pedalar para o trabalho novamente. De manhã eu também saí para uma corridinha, curta mas um pouco rápida. Parece que vai cair um pouco de neve a noite, vamos ver. este ano o frio veio, mas não a neve...

Filmes e documentarios

E com a parada que todo mundo dá no final de ano sobrou mais tempo para assistir TV...

O documentário da BBC The Birth of Israel é bastante interessante e esclarecedor para quem quer entender melhor o conflito eterno que assola aquela região. Outro documentário da BBC chamado Parallel Universe viaja na busca da Física por uma explicação para o começo de tudo, o Big Bang. Você vai entender que há mais coisas lá fora do que você pode imaginar. Finalmente, outro documentário da BBC em 3 partes chamado The Cell percorre a história da célula, começando quando organismos unicelulares foram primeiramente vistos na Alemanha e indo até os dias de hoje.

Eu também assisti o filme indiano Yuvvraaj, que achei de certa forma bem semelhante ao filme Rain Man. Em ambos o irmão com deficiencia mental é herdeiro da fortuna do pai e em ambos apesar da deficiencia mental o irmão tem uma habilidade superdesenvolvida em uma área. E em ambos o sujeito que estava interessado na grana termina por gostar da pessoa do irmão acima de tudo. Mas o que achei bem legal no filme indiano, que o torna artistico e bonito, são os musicais. Apesar dos filmes indianos não serem muito divulgados eu tenho achado eles interessantes.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Persepolis

Persepolis é um desenho animado que foi indicado para o Oscar. Eu não sei se o nome em portugues é diferente. Eu diria que é um desenho animado para adulto pois ele é baseado na biografia de uma Iraniana que cresceu na Época da Revolução Iraniana. O desenho é bastante interessante por contar um pouco da história e da vida das pessoas que vive em um país que tem uma cultura diferente da nossa. Achei muito bom, vale a pena assistir!

Resolution Run



Hoje foi o dia da Resolution Run, a corrida de Ano Novo. Eu já comentei, mas vale a pena repetir que essa corrida não tem nada parecido com a nossa São Silvestre. A resolution Run é uma corrida beneficiente organizada por uma rede de lojas de artigos para corredores, a Running Room. A corrida acontece em muitas cidades no Canadá. Você paga caro ($50,00) mas ganha uma jaqueta, muito mais legal do que uma camiseta. Este ano a jaqueta surpreendeu, ela parece ser muito boa e é bonita e parece ser quente e confortável. Nos anos anteriores ela era bem fina, para colocar por cima de outras blusas. Bom, fora isso você não ganha mais nada, não tem medalha nem chip e mesmo essa jaqueta não tem nada que a associe com essa corrida.

Bom, eu acordei cedo e resolvi ir correndo até o local da prova, o que dava entre 8 e 9 Km. Temperatura em torno de zero graus, percurso até a largada praticamente todo descida, eu comecei meio travado, cansado pelos treinos dos dois dias anteriores, mas depois a pernas se soltaram e foi tranquilo.

Cheguei lá em cima da hora da largada, como na verdade eu tinha planejado, pois não queria ficar esperando a largada no frio. Mas ao contrário da corrida de Natal, essa tinha um salão aquecido onde a gente podia esperar, não precisava ficar no frio.Comecei lente, com a multidão, e fui aumentando o ritmo conforme ia encontrando espaço. Eram duas voltas de 2,5Km e eu fui desenvolver um ritmo forte no final da primeira volta. Segurei o ritmo pelo resto da corrida e passei muita gente pois tinha largado atrás, e me senti bem, não imaginava que conseguiria segurar o ritmo forte nem por 100m, então acabou sendo uma boa corrida.

Terminando eu peguei uma água, uma banana e um café. Pois é, aqui toda corrida tem café que eles começam a servir antes da largada. Na primeira foto aí em cima eu estou sentado no chão com meu copo de café. Mas não fiquei muito alí, caí fora logo pois tinha que pegar o Street Car (o bonde daqui) para ir para o metrô e voltar para casa, pois eu definitivamente não estava em muitas condições de voltar correndo, e estava suado o que fazia o ambiente lá fora de zero graus ficar meio congelante.

Pois é, mais um ano de corridas se vai, novamente não participei de muitas corridas este ano. Foram bastante treinos com um verão decepcionante em termos de treinos pois foi o tempo que estive pior das dores nas costas. Agora parece que estou bem, num dos melhores condicionamento físico do ano, mas ainda longe do condicionamento que eu um dia tive no Brasil... o tempo passa e a velocidade diminui, parece que eu já vi isso em algum lugar...

sábado, 26 de dezembro de 2009

The Blind Side

The Blind Side é um filme sobre um garoto pobre e sem lugar para morar que eventualmente consegue uma vaga em uma escola privada. Uma família, comivida com sua situação traz ele para dentro de casa e acaba por criar um relacionamento com ele de forma que ele se torna um membro da família. As novas condições irão permití-lo melhorar as suas notas escolares e se tornar um dos melhores jogadores da história do Futebol Americano. O filme é baseado na vida de Michael Oher e é bastante interessante, vale a pena assistir!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O sonho de aquecer o Ártico

Sempre que sobra um tempinho eu leio um novo capítulo do livro Unbelievable Land, que fala sobre o Ártico de uma forma mais ou menos científica. Mas o livro foi escrito no começo da década de 60 então, embora tenha muitas coisas interessantes, ele é ultrapassado em muitos pontos. O problema no meu ver é que a gente nunca sabe quando o que o livro fala é ainda verdade ou não.

No Capítulo 17 eles falam sobre as correntes de água no Oceano Ártico. E chamou muito a minha atenção o projeto de um cientista russo sobre a construção de uma barragem no Estreito de Bering que impediria a corrente de água fria que entra no Ártico por lá, vinda do Oceano Pacífico. O projeto é descrito neste artigo que não é disponibilizado online, mas parte dele pode ser lida aqui (pg. 125).

Existem duas grandes correntes de água que entram no Ártico, uma quente vinda do Atlantico, que fica na parte mais funda do Oceano Ártico e gira no sentido anti-horário, e outra fria, vinda do Pacífico pelo Estreito de Bering, que gira no sentido horário e fica mais na superfície.

A idéia do sujeito é de fechar o Estreito de Bering com uma barragem e bombear água do Oceano Ártido para o Pacífico (no sentido contrário do que acontece agora). Com isso a corrente de água quente do Atlantico passaria pelo Ártico e sairia pelo Estreito de Bering e isso esquentaria o Ártico, derretendo todo o seu gelo e o tornando mais amigável ao ser humano. O artigo fala sobre o problema de se conseguir energia para bombear a quantidade colossal de água necessaria para aquecer o Ártico. Essa energia seria conseguida atraves de algumas usinas nuclares ou através da queima do carvão cujas minhas são abundantes na região. O projeto, segundo o indivíduo, custaria uma enorme quantidade de dinheiro, mas o aquecimento do Ártico traria retornos incalculáveis em lucros para os países envolvidos.

O que é interessante e engraçado nesta idéia é o contraste com o que queremos hoje - que o Ártico não derreta. Aliás uma proposta moderna de uma barragem semelhante para manter o Ártico frio pode ser lida aqui. Sem a bomba jogando água do Ártico para o Pacífico, a barragem poderia causar a parada da corrente de água quente do Atlantico para o Ártico, fazendo assim que ele esfrie mais. Isso é o que eu entendi, pelo menos.

A idéia do cientista russo de aquecer o Ártico parece piada nos dias de hoje em que estamos preocupados com o aquecimento global. Mas ela mostra como a gente no passado nunca se preocupou com a natureza, estavamos dispostos a mudar completamente o mundo em troca de lucros. A idéia de aquecer o Ártico não pensa nas consequências para os animais da região, para os povos nativos da região, para a flora e fauna marinha da região, não pensa no aumento do nível do mar e alagamento de muitas regiões costeiras, não pensa nos possíveis e imprevisíveis danos para o clima em outras partes do planeta que tal projeto poderia causar. Pensa apenas no retorno financeiro. É assim que sempre fomos...

Treino de Natal

O dia de Natal começou mais quente do que o normal, e eu, que não tinha corrido nos 3 dias anteriores por causa do frio principalmente, resolvi fazer um treino mais longo hoje. A temperatura estava em torno dos zero graus, o chão coberto por uma fina camada de neve que havia caido ontem a tarde e a noite, mas era tão fina que nem era neve realmente, parecia uma areia bem fina. Mas fazia a paisagem ficar branca, o branco do Natal que vemos nos filmes.

Era 6:30 da manhã quando saí, escuro ainda pois estamos nos dias mais curtos do ano e o sol nasce perto das 8h apenas. Estava então bem escuro, e as ruas estavam desertas a não ser por essa mulher que encontrei na saída do prédio, que quando ela andava vários sinos que deviam estar espalhados pela roupa dela, tocavam. Ela encostou para me dar passagem e quando eu passei ela disse "Merry Christmas!". Eu agradeci e continuei alegre pelo meu primeiro Feliz Natal do dia ter sido tão cedo e diferente. Continuei para o escuro e para a solidão das ruas onde pelos primeiros 8 Km não vi mais ninguem a não ser alguns poucos carros indo e voltando. A cidade estava deserta e eu senti um pouco de solidão como é natural sentir nessa época do ano quando se está longe da família e mais natural ainda quando se está correndo na madrugada escura, fria e silenciosa de uma cidade outrora tão movimentada.

Eu segui alternando corrida na rua e na calçada, olhando a neve no chão mas pensando no Brasil tão longe, tão diferente e quente. Relembrei momentos e pensei como a vida pode mudar indo para direções inexperadas. Me esqueci por muitos momentos das pernas cansadas e decidi fazer um treino mais longo para prolongar a sensação de liberdade, a sensação de Natal daquele momento que embora solitário era único. Terceiro Natal aqui e tantas conquistas, mas em tempo de Natal lembramos mais das conquistas em termos de relacionamentos.

Ontem eu fui almoçar com o Nathaniel. Na Etiópia, o país dele, o Natal não é agora e o Ano Novo também não. Ele comemora o Natal, mas o Natal dele mesmo é em outra época. Almoçamos na véspera de Natal e ele me entregou um presente, sob muitos protestos meu. Eu disse a ele que eu não ia dar nada para ele, portanto ele não deveria me dar nada. Ele me disse que não era "olho por olho, dente por dente", ele não queria nada. E correndo na madrugada eu imaginei como sou ingrato em nem mesmo mandar cartões de Natal para aqueles que gosto, eles certamente ficariam felizes. Chegando no trabalho eu abri o pacote que tinha um ipod (ou algo nessa linha) e um cartão onde ele escreveu em portugues "Ao meu melhor amigo". Ele tem muitos amigos e eu não sou necessariamente um bom amigo de ninguem. Mas é tempo de Natal e ele me pareceu sincero, desde que ele saiu do trabalho que ele nunca deixou a nossa amizade diminuir, o que tem sido bom para mim, lembrando que semana passada ele me ajudou a carregar os móveis. Ele vai se casar mês que vem, que ele seja feliz.

A minha corrida continua, sinto o cansaço quando paro de pensar, mas decido subir a Avenue Road até a Wilson e voltar pela Yonge, um longo treino de uns 15Km, longo para os meus padrões atuais de treino. Mas o Nathaniel não foi minha única conquisa, o chefe também me convidou para almoçar com ele e com a família dele. As pessoas reclamam dos chefes, mas eu nunca pude reclamar. Escrevendo da casa dele, para mim no escritório, ele começou o email referindo-se ao fato de que eu não tinha cobrado uma análises que fiz para uma unidade externa da empresa "Marcos, you are of absolutely no help...". Eu dei risada, ele jamais falaria isso como chefe... naquele momento, véspera de Natal, ele estava sendo uma pessoa próxima o bastante para fazer brincadeiras. No ano passado, quando fui almoçar com a família dele, me deliciei com a culinária da Guiana (de onde ele é). Mas hoje ele me conhece melhor, o suficiente para não ficar magoado, então eu disse a ele que ficaria em casa aperfeiçoando os meus dons culinários...

E se volto um pouco no tempo, 1 hora antes do email do chefe, a minha colega de outro departamento de estatística da empresa passou na minha mesa acompanhada da filha dela, com uma sacola na mão. Ela veio do Irã e fala persa além do inglês. Me entregou duas lembranças que trouxe do Irã, da última vez que foi lá, enquanto outro colega de trabalho assistia a cena esperando para me oferecer um donut, ao estilo do Dexter, no seriado de TV de mesmo nome, com aquela caixa cheia de donuts na mão.

Um pouco depois a minha amiga liga de Nova Yorque. Pois é, eu tinha uma amiga em Nova Yorque, que devia estar dormindo enquanto eu corria rumo ao Norte. NY não era tão longe, mas a cidade sempre tinha ficado longe na minha mente, nunca foi um lugar que admirei, nunca foi um lugar que pensei ir. Mas ela era especial e ela gostava de NY. Eu nunca entendi direito porque ela era especial, talvez porque ela é da Nova Zelândia e lá o Natal é quente, como é no meu Brasil. Ela era quase como uma irmã que eu nunca tive, que me fazia sentir confortável, e que agora eu me perguntava se voltaria a vê-la. Pisando na neve na manhã de Natal eu imaginava o quando ela devia me achar estranho e lembrei que se ela estivesse aqui não teria me deixado recusar o convite do chefe.

Eu me senti privilegiado pelas pessoas que estão ao meu redor, essas que conquistei aqui e outras que estão no Brasil, pelas várias manifestações de carinho que eu tinha recebido na véspera de Natal. E me senti um pouco egoista por não ser uma pessoa de falar sobre sentimentos ou dar presentes de Natal. As pessoas são sempre bastante importante e eles todos estavam ao meu lado na manhã Natal, fazendo com que eu não sentisse o frio e não lembrasse do cansaço da corrida. Preciosas conquistas que faziam a manhã tão bonita.

Sim, ontem o dia tinha sido legal, trabalhei até meio dia, almocei com o Nathaniel e voltei para casa de bicicleta. Agora eu corria, descendo a Wilson, rumo a Yonge, onde pegaria a direita voltando para casa. Na descida as pernas iam bem, sem reclamar mas indo para Leste o vento parecia mais frio, a madrugada parecia mais madrugada. A Yonge é a principal rua da cidade é lá eu comecei a ver algumas pessoas na rua, mas não corredores. O dia de Natal não começava somente para mim.

Enquanto subi a ladeira perto da Yonge & Wilson eu pensei em voltar para o Brasil, talvez na Páscoa seria interessante. Eu não tenho voltado para o Brasil em tempos de festa, eu não tenho visto muita gente a tempos por que sempre volto para o Brasil em tempos de nada.Quem sabe na Páscoa. Afinal a Páscoa é como Natal. Eu parei para amarrar o tênis, pensei se devia pegar o ônibus afinal estava meio cansado, mas decidi correr. Veio a Eglinton e logo eu estava em casa depois de correr uns 14Km, andei um pouco pela rua, queria comprar um café para tomar junto com um Panetone que eu tinha em casa. Mas tudo estava fechado. andei, andei e a roupa suada estava fazendo eu passar frio quando vi que a Second Cup estava aberta. Comprei um café pequeno, coloquei bastante leite e vim para casa. Tomei banho e liguei para o Brasil, é quase horário de almoço lá e eu desejei Feliz Natal para a galera toda. Sensação de final de ano, de dever cumprido, de poder descansar em paz até terça feira que vem quando então voltam as dores de cabeça do trabalho, dores que passam quando corro, que passarão no próximo Natal...

Feliz Natal

A todos que passam por aqui frequentemente ou não, que vem por acaso ou não, que lêem o blog ou não, religiosos ou não, e mesmo àqueles que não passam por aqui mas estão presentes de alguma forma, deixo aqui o meus votos de Feliz Natal, que este momento seja de alegria e reflexão, que seja uma comemoração e um ponto de mudança para melhor!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Produtos ecológicos e comportamento ético

Saiu uma pesquisa da Universidade de Toronto que associa a compra de produtos ecologicamente correto com comportamento de quem os compra. O artigo tem como título "Os produtos ecológicos nos torna melhores pessoas?".

Segundo o artigo a simples exposição a esse tipo de produto nos faz lembrar de nossos deveres éticos e de responsabilidade social, melhorando assim o nosso comportamento. Mas a compra desses produtos meio que nos dá permissão para nos comportarmos mal depois.

Para mim não ficou claro no artigo o que o sujeito comprou no experimento, pois eles apenas dizem que estudantes foram aleatoriamente alocados para fazer compras virtuais em dois tipos de loja, uma com 75% de produtos ecológicos e outra com 75% de produtos convencionais. Os que foram associados a loja com produtos ecológicos mentiram mais num exercício posterior e acabaram pegando mais dinheiro do que lhe era de direito num exercício final.

Acho que a grande limitação do estudo é o fato de ele não poder ser extrapolado para a população principalmente por ter sido feito apenas com pessoas muito jovens. Outros problemas seriam o citado no parágrafo acima (não está claro o que eram os produtos, o que eles escolheram) e também no meu entender o fato de que a simulação não simula bem a situação onde você gasta o seu suado dinheiro comprando um produto.

Mesmo assim acho que as conclusões fazem sentido. Nós não estamos realmente preocupados com o meio ambiente a ponto de nos engajar em fazer alguma coisa em troca de nada, ou de um ambiente melhor. Nós queremos apenas mostrar aos outros (e até certo ponto a nós mesmos) que estamos fazendo a nossa parte.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Pedalando no frio


Este sou eu ao chegar em casa depois de mais um dia de trabalho. Não é fácil pedalar para o trabalho e de volta nesse frio que tá fazendo. Hoje de manhã chegou a 10 negativos, e descendo o morro como vento no rosto acho que a sensação térmica fica abaixo dos 20 negativos. Congela até a alma. Mas enfim, tem sido uma experiência interessante, hoje mesmo eu estava ansioso para sair do trabalho e pegar a bicicleta, mesmo com o frio, isso porque a gente fica o dia inteiro fechado no escritório e a bike dá uma sensação de liberdade... E enquanto não vem a neve vamos pedalando...

domingo, 20 de dezembro de 2009

Revezamento da Tocha Olímpica

Com as Olimpíadas de Inverno em Vancouver em 2010 os canadenses estão todos ansiosos. Acho que a importância das Olimpíadas de Inverno é igual a de verão para eles. Isso em contraste com a gente no Brasil, para quem as Olimpíadas de Inverno é praticamente desconhecida.

Mas o que quero comentar rapidamente é que a tocha olímpica está rodando pela Canadá em revezamento. Ela passou por Toronto na quinta feira e depois foi para o oeste, agora está entre Hamilton e Niagara Falls. Eu acabei perdendo a oportunidade de ver a tocha. Na verdade na quinta feira teria sido bem fácil ver ela pois ela passou bem perto do trabalho e depois parou no centro para um a festa. Mas tava friiiiioooo. Eu deixei pra lá...

Aqui tem um mapa do percurso da tocha.

Aquecimento Global

Eu achei toda essa estória de encontro em Copenhague para definir o que cada um vai fazer para esfriar o mundo uma palhaçada. Só não foi pior porque eu já esperava que o ser humano não iria abrir mão de sua riqueza e poder para salvar qualquer mundo.

Não sei ainda se acredito nessa estória de aquecimento global, mas cá entre nós, seja ela verdadeira ou não acho que não muda muito. Deveríamos de qualquer forma fazer algo para diminuir o nosso impacto no meio ambiente e melhorar a nossa própria qualidade de vida e garantir que os que virão terão um planeta.

É triste ver que países pobres não tem vez na hora de decidir o que fazer, eles estão a mercê dos ricos. Mas são os países pobres que não tem culpa alguma e vão talvez sofrer as piores consequências. Como podem os países ricos como US e UE viver com isso em suas conciencias? É horrível quando os outros param o pato pelo que fazemos de errado. Mas ninguem se importa com isso, os países pobres que se virem contanto que eu continue com o meu carrão na garagem, minha casa de 3 andares e o meu conforto... Se o aquecimento global for real, esse talvez seja o fim reservado para o capitalismo consumista e a ganancia humana.

Mais móveis

Ontem uma colega de trabalho se mudou definitivamente para Nova Yorque. Ela é da Nova Zelandia e namorava um sujeito em NY e veio para o Canadá apenas com a idéia de ficar temporariamente até conseguir ir para os US. Ela foi transferida para o escritório de NY e lá se foi. Mas o que fazer com os móveis dela? Bom, eu precisava de móveis, eu sempre tive muito pouca coisa... e ela tava dando tudo... Eu pensei, pensei pois não sou muito de ter muita coisa e mesmo assim de graça não é que eu vou correndo buscar... mas enfim, resolvi ir. Pedi ao colega Etíope para me ajudar. Alugamos um caminhãozinho e fomos lá buscar as coisas dela.

Acabou que era muita coisa, minha nossa, foi cansativo e para dizer a verdade eu nem queria tanta coisa, não gosto que o ap fique cheio e sem espaço. Mas de qualquer forma já notei de ontem para hoje que o meu nível de conforto deu um salto enorme. Agora tenho um sofá e uma TV. Tenho uma cama! Um microondas e um DVD. Vários abajures, um deles está funcionando muito bem perto da cama, eu posso ler e quando quero dormir não preciso levantar para apagar a luz, o que eu odiava fazer. E várias outras coisas. Enfim, estou ficando civilizado...

Entrevista com o Dalai Lama

Esses dias eu estava ouvindo o rádio de madrugada e eis que numa emissora Australiana em programa entrevistou o Dalai Lama. Achei o programa interessante e procurei mais informação na internet e achei o site da emissora de rádio Australiana e o programa específico (inclusive com transcrição da entrevista) aqui.

Na verdade eu só escutei a parte 1 e o final da 2 (a parte 3 ainda não foi ao ar pelo que entendi). Eu acho essa entrevista interessante, principalmente para quem gosta do Budismo. É interessante que o Dalai Lama parece caminhar lado a lado com a ciência, o que acho que não é comum em outras religiões. Aliás do jeito que eu vejo e que fica ainda mais claro nesse programa é que o Budismo não é uma religião, mas uma filosofia talvez que tem provado ter validade.

Todo mundo um dia parou para se perguntar o que estamos fazendo aqui nesta vida e para onde vamos depois daqui. A religião oference uma explicação para isso mas se você for pensar no que o ser humano conhece (ao inves do que ele acredita) aí as explicações se tornam bastante difíceis (se é que tem alguma). Mesmo o conceito de bem e mal parece ter sido criado pela religião e pela necessidade que temos de conviver em sociedade. Bem é o que nos permite conviver sem atritos e o mal é o que destrói essa possibilidade de convívio coletivo. Eu imagino que aqueles que procuram explicações fora da religião, algo mais científico acabam concluindo que nosso objetivo aqui é ser feliz. Isso é o que eu acho que o Dalai Lama consegue explicar de forma bastante interessante e razoável - como ser feliz. E me parece sua teoria é inclusive apoiada por certos psicólogos. Existe a chamada psicologia positiva que eu li pouco a respeito é uma coisa nova, direcionada a busca da felicidade, estudada com métodos científicos.

Nessa entrevista há um pouco disso, a visão do Dalai Lama ao lado da de psicólogos, pois estes também participam da entrevista. Acho que tem muito para pensar nesse assunto e é melhor eu não falar muito senão vou acabar falando bobagem (se já não falei...).

O quão pequeno somos

Se você gosta de assuntos relacionados ao nosso universo (será que tem outro?), talvez você vai gostar desse vídeo. Achei que ele consegue mostrar como somos um ponto tão insignificante se pensarmos no nosso tamanho comparado com o que tem lá fora.

Pista de atletismo congelada




Como eu havia dito no post anterior eu passei por uma pista de atletismo na sexta feira que estava coberta por gelo e achei a visão impressionante pois parecia um grande espelho naquela hora da madrugada ainda sem luz natural. Hoje resolvi passar por lá e outras pistas em um treino que acabou sendo ainda mais longo do que aquele.

Essas fotos aí eu tirei lá na pista. O dia está nublado, com 4 graus negativos de temperatura o que achei bom para correr, digo, estava confortável, não muito frio pois não tinha vento. No entanto minhas pernas não estavam tão fortes e acabou sendo cansativo pois o treino acabou sendo mais longo do que eu estou acostumado ultimamente (uns 13 Km eu calculo).

Eu também tirei outras fotos, algumas em outras pistas que não estavam tão assim cheia de gelo. As fotos estão aqui. Na verdade a pista que tem aqui perto de casa estava em perfeitas condições para ser usada, como pode ser visto no link aí acima.

No final eu acabei também encontrando alguns enfeites de Natal e tirei umas fotos. Neste Natal talvez tenhamos menos neve que nos passados, a não ser que tenhamos alguma surpresa esta semana. Até agora só nevou uma vez e ainda assim não foi muito, como as fotos aí mostram.

De minha parte os treinos vão bem, estou inclusive meio impressionado como estou indo treinar todos os dias sem ligar muito para o frio, embora as distâncias não sejam assim de se admirar. Melhor isso do que ficar em casa de qualquer forma, e o inverno aqui não deixa de ser bastante bonito.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Os treinos vão de vento em popa...

Pois é, apesar do frio que tem feito nos últimos dias é interessante que eu esteja agora em uma das minhas melhores formas desse ano. No verão a dor nas costas não me deixou treinar direito, mas ela se foi (não assim completamente) e eu voltei as corridas matinais.

Ontem eu saí para umt reinos de uns 11 Km de manhã, num percurso até a Lawrence que eu a tempos não fazia. Nesse treino uma das imagens que me chamou muito a atenção foi a da pista de corrida que tem lá na Lawrence estar coberta de gelo e refletindo a luz da cidade, como um espelho. Queria ter a câmera para ter tirado uma foto, quem sabe eu a leve na próxima vez.

Hoje eu fiz um treino um poucomias rápido e bem mais curto. Tanto ontem como hoje a temperatura estava relativamente baixa, em torno dos 6 ou 7 negativos.

A próxima corrida é a Resolution Run, que é a corrida de Ano Novo. Se eu estiver bem vou me inscrever em Janeiro para a Around the Bay. São 30Km... é preciso treinar...

Freezing bike ride

Dezembro chegou mas praticamente nada de neve, muito diferente dos anos passados. Com isso eu continuo teimosamente indo para o trabalho de bicicleta. O negócio é que apesar de não ter neve, o frio chegou, e aparentemente pior do que em Dezembro do ano passado. Com isso andar de bicicleta a temperaturas bem abaixo de zero se tornou um desafio. Mas eu continuo firme e forte, adicionei algumas camadas de roupa e nesta semana eu já tive que usar a balaclava (aquele negócio que só deixa o olho de fora...). Mas eu não sou o único, sempre encontro gente indo para o trabalho de bicicleta no caminho.

Esta semana, no encontro lá do aquecimento global em Copenhague, o prefeito de Toronto estava dizendo que achava impressionante como a cidade era amigável a bicicleta e como as pessoas usam a bicicleta toda hora. É intensão dele fazer Toronto ficar igual Copenhague. Isso é muito bom e ainda mais impressionante se compararmos com o Brasil.

Conta de Luz


Em Toronto a conta de luz vai passar a depender do horário de consumo. Assim, se você consome muita energia em períodos de pico, você vai pagar mais. É mais ou menos como o telefone é no Brasil (acho que ainda é né) - há horários em que vc paga mais pelo minuto, horários mais baratos, por isso que quando eu tinha internet pelo telefone eu só conectava depois da meia noite - era bem mais barato.

Pois é, aqui a conta de luz vai passar a ser assim também. Usou energia entre as 7 e 11 horas da manhã ou entre as 5 e 9 da tarde, paga mais. Melhor acender a vela nesse horário. Bom, enfim, não sei se é melhor acender a vela, mas dependendo do padrão de consumo, vc vai pagar mais, ou menos do que paga atualmente.

COm essa mudança, eles tembém disponibilizaram uma ferramenta na internet para informar ao usuário qual é o padrão atual de consumo dele. Por exemplo, o gráfico acima foi o meu consumo ontem. Existe um pequeno pico de consumo entre as 6 e 7 da manhã, que é quando eu cheguei da corrida e me aprontei para ir pro trampo. E a tarde, justament eno horário de pico foi que eu consumi mais energia. Acho que ontem nessa barra maior foi quando eu usei o fogão para esquentar a janta ou sei lá. Nesse período acho que liguei mais luzes e o computador, enfim, acho que o gráfico faz todo sentido.

Mas é interessante que com essa nova forma de cobrar pela energia gasta venham também essas ferramentas tal que a gente não fique no escuro sem saber como é o nosso padrão e onde podemos cortar energia para pagar menos.

domingo, 13 de dezembro de 2009

História do Canadá - Capítulo 15 - Construção da Nação

Em 1867 a Confederação foi celebrada com grande entusiasmos em Ontário, mas não em Quebec, Nova Scotia e New Brunswick - nestas províncias havia muita oposição a Confederação, como sendo um movimento favorável a Ontário apenas.

Logo apos a Confederação houve um forte movimento em Nova Scotia pela separação. Representantes foram a Inglaterra, mas não foram ouvidos. Também havia a ameaça de que se Nova Scotia se separasse do Canadá os americanos acabariam os anexando. Com isso o governo de Nova Scotia optou nos anos seguintes por lutar mais por seus interesses junto ao governo Federal e abandonar as aspirações separatistas.

O primeiro primeiro ministro do Canadá foi John A Macdonald, que era um hábil político no sentido de controlar e atender as diferentes necessidades de diferentes Províncias e culturas. Em 1972 o partico de Macdonald conseguiu maioria de assentos em Nova Scotia, mudando a situação de aversão a Confederação lá existente.

Em 1869 um acordo determinou a compra do s territórios do Noroeste (Nortwest Territories) da Hudson Bay Company e sua anexação ao Canada. O governo também tentou anexar a Colônia do Rio Vermelho, uma colônia de Metis (povos mistos entre indígenas e brancos fruto das relações do comércio de pele). Depois de muitos conflitos devido a tentativa de anexação da colônia pelo Canadá o governo Canadense notou que oficiais americanos estavam na área. Temendo que os americanos anexassem a região o governo Canadense entrou em acordo com um representante Metis e foi acordado que a colônia seria parte do Canadá, como a provincia de Manitoba. O governo inicialmente garantiu terras aos Metis para acalma-los mas depois os militares ingleses vieram e destruiram seu governo trazendo também muitos imigrantes para tomar posse de suas terras. Os Metis então moveram-se para Oeste, onde hoje é Saskatchewan.

O governo tentou alguns tratados com os povos nativos para evitar que todo o problema que eles tiveram com os Metis se repetisse. Apesar disso os nativos foram finalmente considerados um povo inferior sem capacidade de ser civilizado. Europeus supervisionaram suas aldeias e as terras ao Leste das Montanhas Rochosas foram distribuidas a europeus, não aos povos nativos dali.

Em 1871 British Columbia aceitou entrar na Confederação mediante a construção de uma ferrovia que os ligassem ao resto do Canadá, pelo governo canadense. British Columbia era uma pequena colônia, em crise depois da corrida do ouro, mas com minas de carvão. Em Ottawa pensava-se que não era lucrativo a anexacão de tal colônia, mas Macdonald achava que era importante ter uma nação com saída para o Pacífico. Outro ponto é que os ingleses temiam a anexação de BC pelos Americanos e assim incentivaram a entrada de BC na Confederação.

Em 1873 foi a vez de Prince Edward Island entrar na Confederação. Embora com uma economia ativa e uma grande população, a ilha não era ligada por ferrovias. Denovo também a ameaça de anexação pelos americanos estava na jogada. Um oficial dos US havia vindo a ilha em 1869 e tentado um tratado de comércio livre, mas com reais intensões de manipular a ilha a se tornar parte dos US. Muitas vezes a ameaça americana não era séria, mas o governo Canadense vivia assombrado com essa idéia.

Newfoundland não sentia pressão para entrar na Confederação. Eles não estavam em débito e a questão da defesa do Canadá faziam-nos temerem que entrando na Confederação seus jovens teriam que lutar em defesa do Canadá. Muito tempo passaria até que a questão da Confederação fosse ocnsiderada em Newfoundland.

Em 1880 o arquipélago do Ártico foi anexado a Confederaçao como Distrito de Franklin. Esse movimento foi desencadeado por um requerimento dos Americanos sobre os minerais da Ilha de Baffin.

A falta de apoio por algumas províncias e escandalos de corrupçõe que ligavam Macdonald a grande estrada de ferro que ligava o Canadá ao Pacífico acabou levando a resignação de Macdonald em 1873. Alexander Mackenzie, pelo partido Liberal, assumiu o governo a partir de então. Seu governo foi marcado por uma recessão na economia mundial, tentativas frustradas de renegociação do tratado de livre comércio com os US, British Columbia cobrando pela ocnstrução da ferrovia que os ligariam ao resto do Canadá e muitos trabalhadores Canadenses indo para os US em busca de trabalho. Mackenzie se tornou impopular e em 1878 Macdonald retornou pelo partido Conservador.

Macdonald desenvolveu um programa de desenvolvimento nacional baseado em tarifas para tornar forte o setor industrial. Apressou a construção da estrada de ferro transcontinental e incentivou a imigraçao para territórios do Oeste. Esssas políticas norteariam o desenvolvimento do Canadá até a Primeira Guerra Mundial.

A política de Imigração de Macdonald não foi um sucesso. Apesar de muitos imigrantes terem ido para o Oeste, mais ainda foram do Canadá para os US. Ainda assim por volta de 1880 os Northwest Territories começaram a se desenvolver. Nessa época aconteceram as últimas caça de búfalo, que estavam desaparecendo do Canada. Nativos famintos começaram a roubar gado dos fazendeiros o que criou conflitos que chegaram a protestos armados por parte dos nativos que tiveram suas terras delapidadas. O memso aconteceu com os Metis que criaram conflitos armados ao pedirem por terras. Em 1900 uns poucos tiveram título de suas terras mas nenhum incentivo para cultivá-las. Com isso acabaram vendendo as terras e tanto Metis quanto os povos nativos foram por decadas seguintes ignorados nas políticas. Apenas recentemente em 1981 os Metis foram incluidos no Censo do Canadá.

Em 1886 surgio o Partido Nacional em Quebec, lutando por maior reconhecimento da língua e cultura francesas. O prtido teve maioria de cadeiras na Província. Em Ontário a situação dos que falavam Frances foi bem pior. A lingua inglesa foi adotada em todas as escolas e livros franceses foram abolidos. A Provincia forçou uma assimilação da língua e cultura francesas. Manitoba seguiu Ontário em 1890 com a extinção do bilinguismo e adoção do Inglês em todas as escolas.

No começo da década de 1890 o povo Canadense se encontrava dividido. Muitos não haviam se adaptado ainda à Confederação. A religião católica e a cultura francesa sofriam. Idéias de comércio livre entre o Canadá e os US também dividiam os canadenses. Ontário dominava a politica da Confederação sendo que outras províncias se viam do lado de fora. Isso tudo fez surgir um sentimento de mudança no povo Canadense no final do século XIX. O próximo caítulo vai falar da entrada do Canadá no Século XX, com o crescimento econômico e político que a acompanhou.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Longuinho

E hoje de manhã eu resolvi que tentaria fazer a volta de 19Km que passa pelo Sunybrook park. Foi uma decisão corajosa pois eu não estou treinando nem 10Km direito e pior, as trilhas deviam estar com neve, lisas... Mas lá fui eu, temperatura de 7 negativos.

Dito e feito, na entrada do parque eu me deparei com o começo da trilha totalmente coberto por neve, liso. Tive que andar ali na descida, lá embaixo comecei a correr novamente, mas a situação tava crítica, chão liso. Depois veio um trecho de estrada limpa e mais lá embaixo a neve voltou a triha para não mais ir embora. O ritmo caiu e correr se tornou um pocuo desconfortável pois eu estava destreinado, cansado e ainda tinha que tomar cuidado para não cair. Mas eu estava determinado a prosseguir, tentei me acostumar com o piso. No entanto vc tem que prestar atenção, para de pensar em outras coisas para ficar com os olhos no chão e tentar evitar as partes com gelo (que dá de 10 a zero no sabão em termos de ser liso).

Quando eu cheguei na Bayview eu estava cansado e ainda faltava um trecho para chegar em casa. Resolvi mudar a rota e pegar o metrô na Broadview Station. Afinal seria complicado continuar, eu pegaria uma parte da Bayview com carros em alta velocidade, que eu acho perigoso, é como uma rodovia. Depois mais uns Km de trilha que certamente estaria coberta de gelo, horrível para correr. Eu não estava afim, melhor ir pro subway. Ainda assim deve ter dado uns 15Km, o que é bom, melhor ainda considerando a condiçao do piso e o frio.

Apesar disso o dia estava muito bonito, com muito sol (depois que ele nasceu), e estava muito bom correr pelas trilhas em termos do visual, da paisagem, tanta neve. É muito bom sair de casa de vez enquando...

Os Lemmings

Estou lendo um livro antigo chamado "The Umbelievable Land", sobre o ártico. O livro é na verdade uma coleção de artigos curtos e simples, mas interessantes. A única coisa que eu não tenho achado legal é o fato de o livro ser do começo da década de 70, e hoje muita coisa deve ter mudado em relação ao nosso conhecimento do ártico. Um exemplo é que no livro eles chamam os Inuits de Eskimos. Já faz um tempo que os povos nativos da região do ártico Canadense não são mais chamados Eskimos.

O livro fala rapidamente sobre um rato chamado de lemming. Na Wikipedia em portugues ele é chamado de lêmingue. Dois fatos me chamaram a atenção - o suicídio que eles cometem e a flutuação de sua população.

O suicídio parece não ser mais do que um mito, no qual os autores do livro ainda acreditavam naquele tempo. Os ratos eram vistos pulando de penhascos e nadando até morrer. Hoje diz-se que o comportamento é causado pela superpopulação e necessidade de migração para encontrar alimento. Ele pula do penhasco porque precisa continuar seu percurso com urgência, é o que ele tenta fazer. Interessante o fato de que o filme de Walt Disney "White Wilderness" , de 1958, mostra o suicídio. No filme o que fizeram na verdade foi levar os ratos para um penhasco e empurrá-los, assim podendo filmar o seu "suicídio". Ha várias formas de se explorar a natureza pelo dinheiro né.

A outra questão interessante é que a população de lemmings flutua regularmente em um ciclo que acontece da mesma forma em áreas muito extensas. Essa flutuação, embora extremamente clara, ainda tem razões desconhecidas. Em alguns anos eles crescem atingindo uma superpopulação e então desaparecem chegando a beira da extinção.

Se você gosta de ver filmes com animais, talvez seja melhor repensar e assistir este documentário da Emissora Canadense CBC, que entre outras coisas mostra a cena de Walt Disney onde os lemmings se "suicidam".

Susto


Hoje me assustei quando, olhando no meu igoogle, me deparei com o indicador de temperatura mostrando 4 graus negativos em São Paulo. Não podia ser verdade. E não era, quando eu fui ver no site do tempo a temperatura era na verdade agradabilíssimos 21 graus.

Infelizmente a temperatura para Toronto estava correta e eu estava ansioso para sair para uma corridinha a 8 graus negativos...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

E o inverno chegou....

Hoje foi um dia atípico pois o frio bateu 10 negativos de manhã. E eu saí para minha corridinha matinal. Quando a temperatura fica baixa eles começam a reportar a temperatura e a sensação térmica no canal do tempo. E hoje a sensação térmica tava 20 negativo. O dia bonito, no entanto. Quando o vento batia contra o frio cortava o rosto (a única parte descoberta) e eu tentava proteger com a mão, mas pouco adiantava. Acabou que o treino não foi tão longo, apenas uns 5Km.

Mas o inverno que tinha se mostrado ameno até a semana passada agora deu as caras. Veio a neve e agora o frio...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A neve chegou!

Ontem pela manhã nevou bastante, foi o primeiro dia de neve deste inverno, que chegou bastante atrasado. Eu acordei bem cedo e fui para uma corrida da hora. Muita neve já havia caido quando eu saí na rua e o treino foi difícil, não mais difícil porque eu estava alegre em contemplar a paisagem com as ruas brancas.

Mas com a neve também veio o frio e a galera jogou sal nas ruas e ficou o maior barro de neve derretendo e carro passando e espirrando ela na gente. Foi legal, e o inverno está de volta, não sei se vamos ter neve o tempo todo, espero que sim...

domingo, 6 de dezembro de 2009

Abraham's Diary

A emissora de rádio CBC apresentou esta semana um documentário sobre um grupo de 8 Inuits que foram levados para a Europa no final do século XIX para serem exibidos num zoológico. Naquele tempo os europeus viam os Inuits como uma forma primitiva do ser humano. Todos acabaram morrendo de Sarampo pois por negligência e talvez descaso não foram nem mesmo vacinados. Um dos Inuits, Abraham Ulrikab, escreveu um diário dessa experiência. O programa, um pouco longo, sobre essa viagem trágica pode ser escutado aqui.

Treino congelante

Hoje novamente combinei um treino com o Nathaniel. Os treinos com ele são mais para bater papo do que para correr. Sorte minha é que ele mora a 6 Km de casa e então pelo menos 6 Km de treino eu faço para chegar no ap dele.

Saí de casa ainda escuro, temperatura de 3 negativos. Foi tudo bem até o ap dele, mas de lá em diante começamos a andar mais do que correr e eu comecei a congelar. Foi um alívio quando entramos num tipo de padaria lá para tomar um café da manhã.

Falamos da neve que não chega (e ele agradece), do trabalho, um pouco sobre estatística, um pouco sobre corridas, academia e planos para o próximo verão, fomos para apartamentos, casas, escola, próprio negócio e os planos para o futuro, e falamos sobre coisas não publicáveis aqui também... foi bom para distrair e começar o domingo...

Coisas de Empresas

E lá estava eu conversando com o chefe sobre salários. Ele disse que nesta parte do mundo as pessoas são bastante agressivas em pedir aumento de salário. Isso era meio que uma dica/crítica dele para mim, que nunca me importei com isso, tipo me dizendo que se eu continuar não me importando eu vou ficar para trás.

Entendi, quer dizer que nesta parte do mundo a medida de performance é o número de vezes que o funcionário enche o saco do chefe para pedir aumento! Vc pode trabalhar igual um camelo e trazer 1001 inovações e qualidade que vai ficar para tras se não pressionar o chefe para ter aumento. Vamos falar o portugues claro, a empresa vai te explorar até não conseguir mais... Eu estou me cansando deste mundo hipócrita...

sábado, 5 de dezembro de 2009

Corrida de Natal

Hoje teve aqui a corrida de Natal. Eu resolvi participar porque duas colegas de trabalho iriam e me chamaram. De casa no parque onde a corrida aconteceria tem uns 8 Km pelo menos, e eu resolvi de manhã que iria correndo, mesmo com o frio de 4 graus negativos que estava fazendo.

Foi uma corrida lenta até o local da prova que para dizer a verdade tive dificuldade de achar devido o parque ser grande e principalmente a falta de informação sobre o colca de largada por parte da organização. Eles disseram apenas que seria no Sunnybrooks Park, que eu conheço razoavalmente por ter corrido lá dentro várias vezes. Mas não é muito claro onde é o parque, pois não é algo como o Ibira. O parque (entidade natural) se estende pelas marges do Don Valley River e vai embora por vários Kms numa faixa que cá entre nós, só termina mesmo lá no lago uns 15 ou 20Km para baixo. O Sunnybrook Park é um pedaço disso, um pedaço que eu julgava ser bem pequeno, o lugar onde eu geralmente entrava na trilha, saindo da rua. Assim também dizia o Google Maps.

Cheguei lá com uma hora de antecedência, e não vi ninguem. Apenas um ou outro coorredor que fazia os treinos de sempre no parque. Andei para lá e para cá, resolvi correr mais, indo para o Sul. Eu nem tava me importando em não achar a corrida, podia voltar correndo para casa e estaria feliz, mas eu tinha combinado com as duas amigas e isso me fazia procurar a corrida mais do que tudo. Eu sabia que correndo para o Sul, se a corrida fosse ao Sul, eu a encontraria pois o parque é uma faixa. Mas eu não pensava que o parque iria muito para o Sul. No entanto ele deve ir pois encontrei a galera da corrida uns 2Km para baixo, descendo o rio. Lá deve ser o final do parque, se ainda for o parque Sunnybrook. Para quem vai de carro acho que ali é a principal entrada, que dá acesso a um estacionamento grande, e é o primeiro lugar que vão, tudo em cima. E pra quem vai correndo? Esses podem entrar em qualquer lugar e andar para baixo e para cima procurando a corrida.

Peguei o meu número (não tem chip - essa é uma das muitas corridas que eles chamam "Fun Run" e não é competitiva, igual a de Natal da Corpore.) e tinha também uma sacola que eles tavam dando mas que eu não peguei pois não queria ficar carregando nada. Logo encontrei minhas colegas e fomos para largada faltando 5 minutos para as 10h, o horário prometido da largada. Mas a largada foi dada as 10:30 apenas, não entendi bem o motivo (acho que eles largaram a caminhada as 10h e esperaram a galera terminar os 1Km deles). Foi de certa forma revoltante pois não é muito gostoso esperar no frio. Além disso os atletas mais rápidos, que tinham se aquecido, imagina ficar ali congelando por 30 minutos, o aquecimento foi por agua abaixo. O percurso foi bonito, mas por ser dentro do parque teve que ser nas trilhas que são estreitas na maior parte. E tinha muitos corredores. Os mais rápidos enfrentaram parte do percurso completamente lotado com pessoas vindo na direção contrária. Horrível para eles. Foi horrível também para os mais rápidos que por alguma razão largaram um pouco atrás, por mais de 1Km simplesmente não tinha jeito de passar as pessoas por causa da pista estreita.

Enfim, esqueçamos a organização, que a corrida denovo é beneficiente, e eles chamam ela de "Fun Run" como que já dizendo "Vai lá para se divertir, não espere condições de competição ou boa organização...". Vamos então nos divertir, e eu acabei me divertindo, resolvi correr no começo com uma das amigas e lá pelo Km 2 eu acelerei um pouco. Foi estranho pois eu estava sentindo que faltava ar por mais que eu respirava, imagina que seja porque o ar é muito frio.No final teve algumas coisas de comer e beber, mas eu só bebi água e voltei com a galera para o ponto de ônibus, resolvi que não voltaria mais 8Km correndo até em casa...

24H no Rio

Não foi mais com surpresa que eu fiquei sabendo que o Hideaki tava rodando numa pista de atletismo no Rio numa prova de 24h. E pensei "Lá vai ele denovo...".

Parabéns ao japones por mais esse feito onde ele ficou longe de fazer feio, ficou mais ou menos entre os 50% mais velozes! Ao lado podemos ver o desempenho dele em voltas por Hora. Ele começou empolgado, com mais de 20 voltas por hora (25 voltas são 10Km). Mas aí veio o sol, calor do Rio, que para mim não seria nada mal, e veio também a lembrança de que (provavelmente) semana que vem tem outra maratona, e ele reduziu o rítmo.
Tem alguns vales no gráfico que imagino que seja períodos de descanso.

Parabéns mais uma vez ao nosso Hideaki, que ainda correu pela equipe Nossa Turma (tais indivíduos estão em extinção).

Hoje eu não penso muito em maratona mais, mas ainda penso em fazer uma prova dessas. No entanto eu precisaria antes resolver o meu problema nas costas, que é algo que vai e volta, e que aparece depois de praticamente todos os treinos mais fortes. Vamos ver, o Hideaki é o exemplo que eu talvez devesse (digo para as 24 horas, vamos deixar de lado as maratonas, já é muito para mim), talvez começando por largar de ser teimoso e consultar um bom médico...

PS - O nosso amigo Issao esteve lá dando uma força (por 15 minutos), mas ele não tirou nenhuma foto pra gente. A foto acima é do site da Corpore, onde, na seção de resultados podemos ver o desempenho do Hideaki. Gostei da quantidade de informação disponível lá e da forma que fizeram e da possibilidade de mandar mensagens para o atleta (esse não é novo mas mesmo assim...). Legal, as coisas estão evoluindo! Alias estiveram lá também Paty e Agnaldo, velho amigos de corrida. O Agnaldo chegou exatamente uma posição na frente do Hideaki, ele que costuma estar entre os primeiros. Não sei o que pode ter acontecido...

Longo e volta ao bairro Avondale

 Outra Quinta-feira e outro bairro. Ontem o treino de 1h20m na planilha fez com que eu rumasse para um bairro não mutio grande e não muito l...