quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Caindo da bicicleta

 Ontem, logo ap o treino excelente, mas antes de escrever o post, eu peguei a bike para ir para o trabalho e eis que ao descer o morro, numa curva fatídica, eu tava indo muito rápido, o chão cheio de cascalho e no que eu tentei freiar um pouco fomos eu e bike pro chão. 

O lado esqueerdo do corpo, tanto no ombro quanto no joelho, ficou dolorido da pancada, com o joelho meio ralado. Imediatamente eu me achei sortudo por estar no tempo do frio e eu estar usando muita roupa. A mão, por exemplo, teria ralado bastante não fosse a luva, que ficou ela mesma ralada. 

Foi estranho. Uma curva que fiz inúmeras vezes, a maioria das quais ainda mais rápido. Como ao descer a serra, curvas prá lá e para cá, a descida do morro é como uma super-mini serra, com uma curva só. Mas descida suficiente que quando você chega na curva está bem rápido. Geralmente você faz a curva, que é à esquerda e fechada, no meio da rua. Descendo de bike, se você for pela ciclovia tem que ir devagar pois a está do lado direito da pista, fazendo a curva para a esquerda, e você está perto da sargeta, a qual a força centripeta da curva joga você contra. Enfim, eu nunca desço pela ciclovia, ao invez disso eu vou no meio da rua, algumas vezes no lado esqueerdo da rua, bem na contra mão, mas a rua é de mão única. Igual os carros de corrida de fórmula I nas curvas - se a curva é para a esquerda, você encosta do lado esquerdo da pista para ficar longe da sargeta do lado direito, contra a qual você é jogado pela curva. 


Vixi, estou explicando demais. Acho que vou por um streetview da curva e pronto. Mas enfim, se você tá muito rápido sempre tem o medo de que o espaço não seja suficiente e você acaba trombando na calçada do lado direito, porque indo rápido você não consegue fazer uma curva muito fechada sem sair fora do outro lado. Eu senti que estava indo muito rápido e puchei os freios um pouco, e acho que puchei os dois, incluindo o da roda dianteira. Mas o chão estava cheio de cascalho que eu não vi, mas devia ter previsto, pois o cascalho é o que geralmente sobra depois que a neve vai embora e tal. Estava escuro e eu também nao tenho vista perfeita. Mas eu fico pensando porque tal falha, num lugar que eu conhecia bem, não queria culpara a visão... 

No entando essas coisas são interessantes. Como eu não enxergo tão bem, eu não desço a curva com tanta confiança como antes, nem tão rápido. Devia ser mais seguro que antes. Aí vem aquela minha teria: o sujeito que é confiante tende a correr menos risco. Tipo, o sujeito que não tá nem aí para as regras e passa o sinal vermelho de bicicleta não é o que vai ser atropelado. É difícil para um carro conseguir pegar ele. Ele tá atento, já tem tudo planejado na cabeça, já fez muitas vezes, é ágil. O sujeito indeciso, que quando o sinal abre não sabe se vai ou deixa o carro ir, que sobe na calçada por medo do carro, que pedala sempre devagar, que tenta seguir todas as regras, é o que geralmente se ferra. Meu pensamento, eu não tenho evidência. Mas faz sentido, eu acho. As estórias de ciclistas sendo atropelados são poucas vezes relacionadas ao ciclista estar fazendo algo errado como passando o sinal vermelho, o que muitos fazem. É mais por serem ingênuos e se colocarem em posição de vulnerabilidade, de não serem ágeis, de falharem perceber o risco, de acreditarem que o motorista vai fazer o que tem que ser feito para evitar o acidente então eu não preciso me preocupar muito. 

E voltamos para a descida, o acidente de bike. Provavelmente é simples assim, eu me sinto muito menos seguro descendo alí por causa da visão, com a velocidade eu não consigo ver a tempo um buraco ou algo no meio do caminho, ou o cascalho. Eu sei disso, e desço rápido, mas com aquele receio, pronto para reagir instantaneamente com qualquer coisa, e prestando muito atenção no chão. Pra mim o que acontece é que eu calculei a curva errado, pois estava presetando muito atenção no chão. Uma pessoa que enxerga bem teria sua atenção totalmente na curva. Enfim, caí pois brequei com a roda da frente quando fazia uma curva fechada mais rápido do que devia, e mais aberto do que devia. Mas... talvez certos erros são facilitados por outras coisas que você não tem controle. E para falar a verdade não sei ao certo se precisava brecar, às vezes me parece que não seria necessário, eu ainda estava longe da calçada, mas entre a ciclovia e a rua tem uma linha branca, e aquela linha branca eu sempre tenho receio que não seja uma linha, seja uma separação física, de cimento... talvez eu pensei isso e quis fazer a curva sem ir na ciclovia...

Enfim, agora, um dia depois, percebo que a pancada no joelho foi forte. Não sinto dor, parece que dá para correr, mas preciso testar. Hoje vou ter que pular o treino, pois está chovendo, algo que não acontece muito, mas talvez seja bom para dar tempo para recuperar um pouco o joelho...

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