sábado, 12 de março de 2011

O metrô e eu

Eu sempre odiei ir de metrô para o trabalho, pois de manhã ele está sempre lotado. Embora os ônibus lá na superfície são de qualidade incomparável com os de São Paulo, o mesmo não acontece com o metrô. Assim eu raramente pego o metrô para o trabalho, ao inves disso eu vou caminhando.

Mas eis que naquele dia eu tive que pegar, estava chovendo e aí fica complicado caminhar distâncias maiores. Eu entrei no metrô com meu radinho ligado e distraído pelas notícias eu peguei o trem errado. Logo eu estava indo para o Norte ao invés de ir para o Sul e sem poder ouvir o rádio que não funciona no túnel. Descobri o meu erro imediatamente e desci na próxima estação, mudei de plataforma e esperei o próximo trem.

Ele chegou lotado, aqueles lotados da estação Sé, com a diferença de que na estação onde eu estava ninguem descia do trem para abrir espaço para a gente entrar. Enquanto alguns se expremiam no calor hmano do vagão, eu dei risada, e esperei o próximo trem com a maioria da galera.

Mas o próximo veio do mesmo jeito e assim foi com o terceiro e quarto trem. No sistema de som a galera do metrô pedia desculpas por problemas técnicos que estavam causando atraso nos trens. A cada novo trem que chegava uns poucos entravam, mas a multidão da galera que esperava na estação por um trem mais vazio só aumentava.

Não era por frescura, mas talvez pela frustação com o sistema que eu esperava. Eu não achava que tinha que entrar naquele tipo de trem para chegar na hora em um lugar onde o meu trabalho dá mais dinheiro para "os chefes" do que para mim. Passado uma hora, 15 trens depois, eu ainda estava lá. Nesse ponto eu prestava mais atenção no meu rádio e no comportamento do ser humano ali na estação do que qualquer outra coisa.

A mulher com o carrinho com o seu bebê esperou por uns 8 trens até ela resolver forçar a sua entrada num deles e, claro, com o carrinho do bebê as coisas ficam um pouco mais fácil pois a galera quer ajudar. A senhora de cabelo grisalhos aparentando 90 anos, que chegara ali um pouco depois de eu chegar, esperava pelo menos tempo que eu, mas ela parece que não se divertia tanto com nenhum rádio ou olhando outros passageiros. Uma outra garota enorme, daquelas que precisam de espaço para três, também já tinha deixado passar mais de 10 trens, assim como eu. Eu imaginei que as pernas dela iriam colapsar em algum momento. Mas eu não esperei.

Depois de 15 trens eu resolvi andar para o trabalho, já que a chuva também tinha diminuido. Na saída eu pedi o meu dinheiro da passagem de volta, disse ao sujeito que não consegui pegar o tren então não tinha razão para pagar a passagem. Ele disse que infelizmente eu teria que conversar com o "atendimento ao consumidor" não sei onde. Eu agradeci ele pelo excelente serviço e segui para o trabalho, na liberdade da calçada molhada, agora com o prazer de andar uma estação a mais já que eu tinha pego o trem errado... (obs - não é ironia!).

Mesmo em uma cidade como Toronto muitos não tem opção senão ir de carro. E sem perspectivas de mudanças...

Um comentário:

Paulo disse...

Fala Marcao. Mas pelo menos em um país civilizado as pessoas acabam esperando e tendo um pouco mais de paciência. Mesmo no metro de SP, um dos melhores do mundo (dizem), o pega pra capar é geral na hora do rush. Triste.

Progression Run

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