De vez enquando, quando levo a roupa para lavar nas máquinas que ficam lá no subsolo, encontro livros em cima da mesa. São lde moradores do prédio que querem se desfazer dos livros. Na maioria das vezes são livros de ficção que não me interessam, mas eu sempre dou uma olhada neles, não consigo resistir.
Uma vez, porém, tinha lá um monte de livro de Química, principalmente Química Orgânica. Eu sou um mero estatístico, mas um estatístico curioso e confesso que por pouco não trouxe para cima uns dois ou três livros daqueles. Estavam praticamente novos e eram modernos.
Hoje porém, eu encontrei um livro do Oliver Sacks lá, um autor que sempre tive curiosidade de ler. Ele escreve estórias ligadas ao cérebros, acho que muitas vezes ficção, mas ligadas a problemas mentais reais. O livro que estava lá chamava "O homem que confundiu sua mulher com um chapéu". Eu não resisti e trouxe o livro... Espero um dia ler...
quinta-feira, 31 de março de 2011
Eleições no Canadá
Primeiro a galera do noticiário tava falando da briga da oposição para conseguir informações detalhadas sobre uns projetos de lei a construção de presídios, compra de aviões militares e corte de certos impostos corporativos. E isso se estendeu desde o final do ano passado até agora. Então o lider do parlamento declarou que o gabinete estava em contenção do parlamento. Significa que eles estão impedindo ou atrasando o parlamento na sua tarefa de votar os projetos, nesse caso o problema era que o partido conservador, da situação, não dava informação necessária que eram os detalhes dos gastos. Da contenção do parlamento foi rapidamente para a moção de Não Confiança, que foi aprovada pelo Parlamento, significando que o Parlamento não confia mais no Primeiro Ministro, e daí a saída é novas eleições.
Pra mim foi muito estranho que praticamente do nada foi decidido no final de Março que haveria eleições federais em Maio. Equivalente a eleições presidenciais no Brasil, dado que o resultado pode ser a troca do Primeiro Ministro.
O que eu achei interessante foi essa sensação que por tão pouco eles já estão possivelmente substituindo o Primeiro Ministro. Tão pouco para quem está acostumado com o Brasil, onde político faz muito mais coisas erradas e ficam lá no cargo numa boa. E lembrei dos nossos mensalões que todo mundo acha coisa comum...
Pra mim foi muito estranho que praticamente do nada foi decidido no final de Março que haveria eleições federais em Maio. Equivalente a eleições presidenciais no Brasil, dado que o resultado pode ser a troca do Primeiro Ministro.
O que eu achei interessante foi essa sensação que por tão pouco eles já estão possivelmente substituindo o Primeiro Ministro. Tão pouco para quem está acostumado com o Brasil, onde político faz muito mais coisas erradas e ficam lá no cargo numa boa. E lembrei dos nossos mensalões que todo mundo acha coisa comum...
quarta-feira, 30 de março de 2011
O que fazer com os livros
Outro dia a galera tava falando no rádio sobre o que fazer com os livros quando temos muitos. Na verdade eu não peguei o programa inteiro, peguei apenas uma pequena parte. A questão é que muitas pessoas como eu compram mais livros do que conseguem ler. E aí os livros se acumulam. Eu acho que já comprei uns 50 livros desde que cheguei no Canada. A questão é que chega um ponto que você não sabe o que fazer, tipo, os livros começam a atrapalhar. Ao mesmo tempo que a gente não quer se livrar deles, a gente também percee que é um desperdício de espaço pois nunca vamos ler ou reler a maioria dos livros.
Eu nunca fiz nada com os meus livros que eu já li, ou com aqueles que eu meio que sei que nunca vou ler. Mas no rádio falaram de fazer doações para bibliotecas públicas, bibliotecas de hospitais, escolas. Não sei se esta é sempre uma opção, tenho a impressão de que a galera não aceita qualquer livro, depende do tipo, do estado de conservação e tal.
Numa época em que os livros digitais estão dominando o mercado e que ter uma biblioteca em casa não é mais como antigamente, o que você faz com seus livros?
Eu nunca fiz nada com os meus livros que eu já li, ou com aqueles que eu meio que sei que nunca vou ler. Mas no rádio falaram de fazer doações para bibliotecas públicas, bibliotecas de hospitais, escolas. Não sei se esta é sempre uma opção, tenho a impressão de que a galera não aceita qualquer livro, depende do tipo, do estado de conservação e tal.
Numa época em que os livros digitais estão dominando o mercado e que ter uma biblioteca em casa não é mais como antigamente, o que você faz com seus livros?
domingo, 27 de março de 2011
O que os homens pensam além de sexo?
Essa foi me enviada pelo Henri. Segundo o email dele o livro "What every man thinks About Apart From Sex" tem sido um sucesso de vendas. Eu dei uma olhada rápida na internet e pelo menos outros dois livros em brancos já foram publicados. Claro que um negócio desses só pode ser uma piada, mas ainda assim, e ainda imaginando que seja uma boa piada (o que não é o caso no meu ponto de vista), é interessante notar todo valor que as pessoas dão a isso, tornando o "livro" um best seller.
sábado, 26 de março de 2011
As formigas e nós
Uma nova pesquis amostrou que as formigas tem uma organização formidável. Em especial a pesquisa mostrou que as formigas cortadeiras de folhas quando jovem tem as mandíbulas muitíssimo afiadas, de forma que é muito fácil para elas cortarem folhas. Mas quando a formiga fica velha a sua "tesoura" fica mais ou menos cega e cortar folhas se torna algo mais trabalhoso. O que elas fazem, então, é mudar de profissão, elas passam a carregar folhas.
Dizem que nossa sociedade, que de uma certa forma discrimina, ignora e coloca de lado os mais idosos, deveria aprender com as formigas. Não é porque eles não podem fazer algumas coisas que eles não podem ser úteis para a sociedade, talvez deveríamos mudar eles de profissão, como fazem as formigas...
Dizem que nossa sociedade, que de uma certa forma discrimina, ignora e coloca de lado os mais idosos, deveria aprender com as formigas. Não é porque eles não podem fazer algumas coisas que eles não podem ser úteis para a sociedade, talvez deveríamos mudar eles de profissão, como fazem as formigas...
The Coconut Revolution
Esse é um documentário sobre a luta do povo da ilha de Bougainville contra as cooporações mineradoras e contra o domínio de Papua Nova Guiné. Como acontece raras vezes, os nativos, que são deslocados pelas atividades mineradoras que roubam suas terras, lutam e expulsam os invasores. Eles derrotam os exércitos Australiano, da Nova Zelandia e de Papua Nova Guiné, e ainda sobrevivem com êxito a um embargo imposta à sua ilha que impede qualquer suprimento de chegar na ilha. Os conflitos terminaram em 1998, mas infelizmente parece ainda hoje a situação ainda não está resolvida, com a Companhia mineradora querendo voltar à ilha.
O que é interessante para mim neste documentário é a forma descarada como os nossos interesses econômicos se sobrepõe qualquer outro interesse. Se minerar cobre e ouro dá dinheiro então isso justifica a invasão da terra dos nativos, a destruição do ambiente e dos rios locais, da cultura e da qualidade de vida de um povo. Isso não e o que acontece em Bougainville, mas acontece em todo lugar (por exemplo, neste outro documentário sobre a mineração do Uranio, onde o ambiente dos nativos Australianos é destruido). Na verdade o roubo das terras dos povos nativos pelos Europeus tem acontecido há tempos e tempos, mas é impressionante para mim que ainda aconteça no mundo de hoje. Que espécie de civilização somos nõs afinal?
Obs - O nome do filme é engraçado, mas tem tudo a ver. Assistindo ao documentário somos levados a acreditar que a vitória que a população nativa impôs aos forasteiros não teria sido possível sem o côco. Eles fazem de tudo com o côco, que é abundante na ilha.
O que é interessante para mim neste documentário é a forma descarada como os nossos interesses econômicos se sobrepõe qualquer outro interesse. Se minerar cobre e ouro dá dinheiro então isso justifica a invasão da terra dos nativos, a destruição do ambiente e dos rios locais, da cultura e da qualidade de vida de um povo. Isso não e o que acontece em Bougainville, mas acontece em todo lugar (por exemplo, neste outro documentário sobre a mineração do Uranio, onde o ambiente dos nativos Australianos é destruido). Na verdade o roubo das terras dos povos nativos pelos Europeus tem acontecido há tempos e tempos, mas é impressionante para mim que ainda aconteça no mundo de hoje. Que espécie de civilização somos nõs afinal?
Obs - O nome do filme é engraçado, mas tem tudo a ver. Assistindo ao documentário somos levados a acreditar que a vitória que a população nativa impôs aos forasteiros não teria sido possível sem o côco. Eles fazem de tudo com o côco, que é abundante na ilha.
Frio denovo
Nos últimos dias do Inverno a temperatura subiu e eu voltei a correr mais. Mas logo que passamos para a Primavera caiu uma neve daquelas que vimos pouco mesmo durante o inverno. Tudo ficou brando e a temperatura despencou. Eu parei de correr e até hoje ainda não voltei. De manhã estava nos 10 negativos e sabe como é, nesta altura do campeonato não estmaos mais afim de frio, já tinha começado a correr de shorts e dá aquela agonia ter que por a calça novamente. Resolvi não ir correr hoje, como ontem e anteontem. Amanhã estará frio ainda e eu estou desconfiado que se for esperar a temperatura subir acima de zero para eu poder por shorts então vou demorar para correr novamente... E vamos tentando empurrar o Inverno para ele ir logo...
sábado, 19 de março de 2011
Lixo no meio do Oceano Pacífico
Existe uma área no Pacífico Norte onde a concentração de plásticos é muito acima da média. Isso acontece por causa das correntes marítimas que aprisionam o lixo lá, e o plástico não entra em decomposição rapidamente. É interessante pensar que não a nossa poluição aqui no continente vai em parte parar tão longe e ter efeitos que a gente nem imagina.
E existe um sujeito que propõe usar todo o plástico de lá para fazer uma ilha. Segundo os seus cálculos daria para se ter uma ilha do tamanho do Havaí. Acho a idéia ridícula, mas pelo menos isso nos dá uma idéia melhor do quando de plástico tem na área, que alguns estimam ser do tamanho do estado de Amazonas.
E existe um sujeito que propõe usar todo o plástico de lá para fazer uma ilha. Segundo os seus cálculos daria para se ter uma ilha do tamanho do Havaí. Acho a idéia ridícula, mas pelo menos isso nos dá uma idéia melhor do quando de plástico tem na área, que alguns estimam ser do tamanho do estado de Amazonas.
Os esperados treinos de sábado
Nos sábados o ambiente muda. Correr é diferente. Nos sábados de primavera eu posso planejar a corrida para encontrar o sol nascendo no meio do caminho. E o treino mais longo para chegar em casa cansado, com fome. Nos sábados e domingos eu posso voltar pra cama depois de correr e tomar o café da manhã...
sexta-feira, 18 de março de 2011
A midia e o Japão
A gente olha o que acontece no Japão e fica aterrorizado com a ameaça da radioatividade. Esse é um momento em que é bom se informar antes de formar opiniões. Eu acho que a mídia é uma importante fonte de informação, mas nem sempre confiável. Eles muitas vezes são sensacionalistas e exageram, outras vezes são desinformados e não colocam a gravidade da situação. Aqui estão duas situações interessantes.
1 - A emissora de TV e rádio CBC tem uma página especial para as pessoas fazerem doações para o Japão. Mas na mesma emissora, nessa entrevista com uma representante da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) parece claro que não é dinheiro o que o Japão precisa. A MSF não está pedindo doações pois eles não estão certos se vão conseguir gastar. Ela diz que o Japão é um país de primeiro mundo que tinha plano de emergência para essa situação e que estão pondo esse plano em prática juntamente com muitos recursos. A MSF tem feito um papel secundário, de apoio, com membros que vivem no Japão e não estão solicitando ajuda de membros internacionais. Enfim, essa galera toda doando grana, será que eles precisam ou é fruto do sensacionalismo da mídia? Interessante pensar que os MSF não estão pedindo ajuda financeira em um terremoto com tantas fatalidades onde o papel do médico é crucial.
2 - Entrevistaram uma Canadense que estava no Japão e acabou de chegar em Toronto (eu não achei o link). Ela disse que o que mais a espantou foi a diferença na cobertura dos acontecimentos pela mída. No Japão parece que está tudo bem, a mídia parece não estar divulgado os acontecimentos de forma tão dramática como aqui. A interpretação foi de que a midia Japonesa parece estar escondendo os fatos. Eu acho que essa é uma situação interessante para pensarmos no impacto da mídia na nossa opinião, digo, no enorme impacto. Seria o sensacionalismo Canadense a melhor estratégia para o Japão? Seria a mídia Japonesa que está divulgando menos do que devia ou a Canadense superdivulgando? É interessante a percepção de que os Canadenses parecem estarem mais com medo do problema da radioatividade do que os próprios japoneses, o que eu vejo como uma diferença cultural...
1 - A emissora de TV e rádio CBC tem uma página especial para as pessoas fazerem doações para o Japão. Mas na mesma emissora, nessa entrevista com uma representante da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) parece claro que não é dinheiro o que o Japão precisa. A MSF não está pedindo doações pois eles não estão certos se vão conseguir gastar. Ela diz que o Japão é um país de primeiro mundo que tinha plano de emergência para essa situação e que estão pondo esse plano em prática juntamente com muitos recursos. A MSF tem feito um papel secundário, de apoio, com membros que vivem no Japão e não estão solicitando ajuda de membros internacionais. Enfim, essa galera toda doando grana, será que eles precisam ou é fruto do sensacionalismo da mídia? Interessante pensar que os MSF não estão pedindo ajuda financeira em um terremoto com tantas fatalidades onde o papel do médico é crucial.
2 - Entrevistaram uma Canadense que estava no Japão e acabou de chegar em Toronto (eu não achei o link). Ela disse que o que mais a espantou foi a diferença na cobertura dos acontecimentos pela mída. No Japão parece que está tudo bem, a mídia parece não estar divulgado os acontecimentos de forma tão dramática como aqui. A interpretação foi de que a midia Japonesa parece estar escondendo os fatos. Eu acho que essa é uma situação interessante para pensarmos no impacto da mídia na nossa opinião, digo, no enorme impacto. Seria o sensacionalismo Canadense a melhor estratégia para o Japão? Seria a mídia Japonesa que está divulgando menos do que devia ou a Canadense superdivulgando? É interessante a percepção de que os Canadenses parecem estarem mais com medo do problema da radioatividade do que os próprios japoneses, o que eu vejo como uma diferença cultural...
Tudo mudando
Hoje a temperatura chegou nos 14 de madrugada, mas durante o dia caiu para baixo dos 10 graus. Lá fora tudo é diferente, já ouvimos muitos pássaros, já não vemos mais neve, e tem alguns gatos pingados que se aventuram a sair com camiseta de manga curta.
Eu comecei a pedalar para o trabalho, a sentir o gostinho da bike novamente. Peguei a trilha para encontrá-la diferente de quando a larguei, em Dezembro. Estava muito úmida, com barro formado pela neve que se derreteu. Estava diferente, clara, com as árvores sem folhas. Os animais voltando, muitos pássaros cantando, eu vi um esquilo. muita folha em decomposição no solo.
É interessante como a mudança de estação, principalmente Outono para Inverno e Inverno para Primavera, são tão marcantes. Todo mundo fala em primavera, todo mundo fala sobre o tempo, final de semana com sol e 4 graus é um "great weekend". O Canadense nota a passagem das estações não menos que os brasileiros. É interessante como eles também prestam tanto atenção e falam tanto sobre as estações, como se fosse novidade para eles.
A temperatura vai cair um pouco novamente mas acho que agora ela dificilmente vai ficar abaixo de zero, dificilmente vamos ver neve novamente. Que venha o calor e o sol e todas as delícias da primavera!
Eu comecei a pedalar para o trabalho, a sentir o gostinho da bike novamente. Peguei a trilha para encontrá-la diferente de quando a larguei, em Dezembro. Estava muito úmida, com barro formado pela neve que se derreteu. Estava diferente, clara, com as árvores sem folhas. Os animais voltando, muitos pássaros cantando, eu vi um esquilo. muita folha em decomposição no solo.
É interessante como a mudança de estação, principalmente Outono para Inverno e Inverno para Primavera, são tão marcantes. Todo mundo fala em primavera, todo mundo fala sobre o tempo, final de semana com sol e 4 graus é um "great weekend". O Canadense nota a passagem das estações não menos que os brasileiros. É interessante como eles também prestam tanto atenção e falam tanto sobre as estações, como se fosse novidade para eles.
A temperatura vai cair um pouco novamente mas acho que agora ela dificilmente vai ficar abaixo de zero, dificilmente vamos ver neve novamente. Que venha o calor e o sol e todas as delícias da primavera!
quarta-feira, 16 de março de 2011
Eita, e vamos pedalar denovo!
Hoje combinei com meu colega, ele desceu lá do prédio dele, fomos para a garagem, ele pegou a bomba dele e enchemos o pneu da minha bicicleta! Pois é, o tempo está esquentando e já não se vê neve no chão de Toronto, já dá para pedalar novamente, com segurança e eu não vejo a hora de começar a pedalar para o trabalho. Minha bike com o pneu cheio, se nada der errado amanhã será o primeiro dia...
Para dar tempo de se despedir da galera
A estória começou meio repugnante, o sujeito tinha um trabalho completamente diferente. Sempre que havia um homicídio, um suicídio, ele era a pessoa que ia lá limpar a cena. Sabe como é, nessas situações tem sempre uma investigação, é contra a lei qualquer um chegar lá e remover o corpo, tem que ser alguém qualificado para o serviço.
E nesse trabalho ele lidava com a morte todos os dias, limpava a cena na casa dos outros, sempre em situações trágicas, onde o momento chegava de forma repentina, inesperada, para a pessoa que partia. E de tanto fazer isso ele se acostumou, era um trabalho como outro qualquer.
E eis que no final ele se abriu e mostrou um de seus desejos - "Eu quero morrer devagar. Pode ser um câncer. Algo que me dê tempo. Eu quero encontrar a galera, quero ter tempo para me despedir de todo mundo, falar com todos os meus amigos. Assim partirei feliz. Morrer derrepente é muito trágico. Você vai quando ninguém espera e isso torna as coisas difíceis para eles. Você simplesmente vai e não se despede dos entes queridos, é muito injusto...".
Ok, eu achei que ele tem um bom argumento aqui. A gente sempre tem medo da morte e todo mundo fala que quer ir derrepente, num acidente, sem sofrer e tal. Isso faz as pessoas próximas
sofrerem mais, quer com a perda quer com todos os outros problemas que uma situação dessa tras. Enfim, eu nunca tinha pensado muito nisso...
E nesse trabalho ele lidava com a morte todos os dias, limpava a cena na casa dos outros, sempre em situações trágicas, onde o momento chegava de forma repentina, inesperada, para a pessoa que partia. E de tanto fazer isso ele se acostumou, era um trabalho como outro qualquer.
E eis que no final ele se abriu e mostrou um de seus desejos - "Eu quero morrer devagar. Pode ser um câncer. Algo que me dê tempo. Eu quero encontrar a galera, quero ter tempo para me despedir de todo mundo, falar com todos os meus amigos. Assim partirei feliz. Morrer derrepente é muito trágico. Você vai quando ninguém espera e isso torna as coisas difíceis para eles. Você simplesmente vai e não se despede dos entes queridos, é muito injusto...".
Ok, eu achei que ele tem um bom argumento aqui. A gente sempre tem medo da morte e todo mundo fala que quer ir derrepente, num acidente, sem sofrer e tal. Isso faz as pessoas próximas
sofrerem mais, quer com a perda quer com todos os outros problemas que uma situação dessa tras. Enfim, eu nunca tinha pensado muito nisso...
Chuva e primavera
Outro dia que amanheceu chovendo e eu me molhei todo no treino matinal. Mas pelo menos tem estado menos frio, hoje fez 3 graus enquanto eu corria. Depois de dois meses com treinos muito esporádicos e lentos parece que estou melhorando e o tempo está ajudando. Vamos ver se esta animada faz as coisas voltarem ao ritmo do ano passado...
domingo, 13 de março de 2011
Mais um livro
Eu terminei de ler o livro "Confessions of an Igloo Dweller: Memories of the Old Arctic". É um livro das memórias de James Houston, onde ele relata principalmente suas experiências com os Inuits e a sua arte. Ele foi uns dos que trouxeram a arte Inuit para o nosso mundo. O livro fala muito da cultura Inuit, da forma com que eles vivem, da organização da sociedade deles, mas tudo de um ponto de vista de alguém que morou com os Inuits, não de um estudioso antropologista.
Também estou terminando de ler outro livro de Houston "The Ice Master", que conta a estória de caçadores de baleias que frequentemente passavam longos períodos no Ártico, onde viviam em contato com os Inuits. O livro é uma ficção que mostra novamente a sociedade Inuit e também um pouco das aventuras dos caçadores de baleias há mais de 100 anos.
Acho o estilo de vida Inuit muito interessante para fazer-nos pensar no jeito que vivemos. Vivem no gelo, trabalhando arduamente todos os dias, dividindo tudo e às vezes passando fome pela escassez da caça, comem carne crua, enfim... Ficamos logo chocados com a vida que eles levam, mas então eu pergunto: seriam eles menos felizes do que a gente? A tecnologia que temos, o nosso sistema econômico, cultura, tudo é fruto da nossa busca pelo poder, não pela felicidade. Enfim, é interessante pensar nisso e eu vou parar por aqui...
Também estou terminando de ler outro livro de Houston "The Ice Master", que conta a estória de caçadores de baleias que frequentemente passavam longos períodos no Ártico, onde viviam em contato com os Inuits. O livro é uma ficção que mostra novamente a sociedade Inuit e também um pouco das aventuras dos caçadores de baleias há mais de 100 anos.
Acho o estilo de vida Inuit muito interessante para fazer-nos pensar no jeito que vivemos. Vivem no gelo, trabalhando arduamente todos os dias, dividindo tudo e às vezes passando fome pela escassez da caça, comem carne crua, enfim... Ficamos logo chocados com a vida que eles levam, mas então eu pergunto: seriam eles menos felizes do que a gente? A tecnologia que temos, o nosso sistema econômico, cultura, tudo é fruto da nossa busca pelo poder, não pela felicidade. Enfim, é interessante pensar nisso e eu vou parar por aqui...
Day Light Saving Time
Hoje começou o tal do "Horário de Verão" aqui, que eles chamam "Day Light Saving Time". Também não faria sentido dizer horário de verão, com o frio que está fazendo. Mas os dias estão certamente muito mais longos do que nos 4 ou 5 meses que se passaram. Começando o treino às 5:15 da matina eu já terminava com o dia meio claro, coisa que a tempos não acontecia. Mas agora com a mudança do horário eu volto pra escuridão... E apenas 2 horas atrás do Brasil agora, até eles terminarem o horário de verão deles, quando estaremos apenas 1 hora atrás...
Aliás é impressionanate como a galera desconhece o Brasil, ou pelo menos onde ele fica. Muitas vezes eu pego a galera pensando que o fuso horário é muito diferente, perguntando se eu tenho que me adaptar a diferença de horário e tal. Eles também muitas vezes não se tocam que Janeiro é verão pra nós... Eu tenho a impressão que o Brasil é um país muito desconhecido comparado com a sua importância...
Aliás é impressionanate como a galera desconhece o Brasil, ou pelo menos onde ele fica. Muitas vezes eu pego a galera pensando que o fuso horário é muito diferente, perguntando se eu tenho que me adaptar a diferença de horário e tal. Eles também muitas vezes não se tocam que Janeiro é verão pra nós... Eu tenho a impressão que o Brasil é um país muito desconhecido comparado com a sua importância...
sábado, 12 de março de 2011
Anarquismo
Dizem que o petróleo vai acabar e o mundo pode degringolar para o anarquismo. A fome vai pegar, revoluções vão estourar e Países com mais alimentos serão invadidos e desestabilizados também, governos cairão (opa, parece que esse já começou...) e no final das contas a estrutura política do mundo não existirá mais, existirão apenas comunidades rurais que podem se autosustentar. Isso talvez seja um tipo de Anarquismo.
Não que eu acredite no parágrafo acima, eu acredito que podemos estar numa encruzilhada onde dificilmente alguém pode saber o que vai acontecer. Mas eu estava caminhando para casa com meu amigo que mora no prédio do lado e a gente tava falando sobre o Anarquismo. Ele me perguntou como seria possível viver sem governo, sem lei, sem estrutura, simplesmente não teria jeito, viraria um caos.
É verdade que seria um caos, mas isso não quer dizer que não seja possível. Eu penso nos inuits e esquimos, o povo nativo que vive no artico. Eles, a meu ver, vivem num sistema meio que anárquico, onde eles dividem tudo, até mesmo o conjuge. Eles praticamente não tem posses, até porque não há muito o que se ter lá no Ártico, e os recursos são tão escassos que se eles vivem cada um pra sim vão ser extintos. Mas enfim, a questão é que é possível, memos que a gente não consiga ver isso, e a gente não consegue ver simplesmente porque na nossa sociedade não é mais possível sem drásticas mudanças. Mudanças culturais.
Aí imaginar um sistema anarquista, onde a cultura e valores são diferentes é algo bem interessante. Nós temos dificuldade de imaginar e aceitar coisas diferentes do que temos. Por exemplo, achamos que errado amarrar uma bomba no corpo e se explodir, ou viver numa ditadura, ou viver como inuit no Polo Norte, ou comer carne de cachorro. Mas isso é simplesmente porque a gente nasceu e cresceu nessa sociedade com certos valores específicos, se tivéssemos nascido China acharíamos normal comer coisas que achamos estranho, por exemplo.
Eu disse ao meu amigo que não é possível para a nossa sociedade, nesse momento, mas que na minha opinião isso não queria dizer que o Anarquismo não fosse possível, ou mesmo não seja uma coisa boa. Na verdade pelo que entendo existem inúmeras teorias anarquistas, com certeza umas melhores que as outras. Eu sinceramente não sentiria muita falta dos nossos governantes... Enfim, eu acho um assunto interessante num tempo onde mais e mais se critica a nossa forma de governo e a nossa sociedade consumista e até a nossa democracia...
Não que eu acredite no parágrafo acima, eu acredito que podemos estar numa encruzilhada onde dificilmente alguém pode saber o que vai acontecer. Mas eu estava caminhando para casa com meu amigo que mora no prédio do lado e a gente tava falando sobre o Anarquismo. Ele me perguntou como seria possível viver sem governo, sem lei, sem estrutura, simplesmente não teria jeito, viraria um caos.
É verdade que seria um caos, mas isso não quer dizer que não seja possível. Eu penso nos inuits e esquimos, o povo nativo que vive no artico. Eles, a meu ver, vivem num sistema meio que anárquico, onde eles dividem tudo, até mesmo o conjuge. Eles praticamente não tem posses, até porque não há muito o que se ter lá no Ártico, e os recursos são tão escassos que se eles vivem cada um pra sim vão ser extintos. Mas enfim, a questão é que é possível, memos que a gente não consiga ver isso, e a gente não consegue ver simplesmente porque na nossa sociedade não é mais possível sem drásticas mudanças. Mudanças culturais.
Aí imaginar um sistema anarquista, onde a cultura e valores são diferentes é algo bem interessante. Nós temos dificuldade de imaginar e aceitar coisas diferentes do que temos. Por exemplo, achamos que errado amarrar uma bomba no corpo e se explodir, ou viver numa ditadura, ou viver como inuit no Polo Norte, ou comer carne de cachorro. Mas isso é simplesmente porque a gente nasceu e cresceu nessa sociedade com certos valores específicos, se tivéssemos nascido China acharíamos normal comer coisas que achamos estranho, por exemplo.
Eu disse ao meu amigo que não é possível para a nossa sociedade, nesse momento, mas que na minha opinião isso não queria dizer que o Anarquismo não fosse possível, ou mesmo não seja uma coisa boa. Na verdade pelo que entendo existem inúmeras teorias anarquistas, com certeza umas melhores que as outras. Eu sinceramente não sentiria muita falta dos nossos governantes... Enfim, eu acho um assunto interessante num tempo onde mais e mais se critica a nossa forma de governo e a nossa sociedade consumista e até a nossa democracia...
Semana chuvosa
Essa semana choveu muito, a temperatura subiu para cima dos zero graus e nada de neve. Com isso eu acabei praticamente não correndo. A chuva levou quase toda a neve embora, exceto onde tinha uns montes maiores. Assim dá aquela impressão que a primavera está chegando, que o frio vai passar. Quem sabe né. Esse ano eu não parei de correr no inverno, corri mais de 100Km em Janeiro e Fevereiro, mas tem sido muito mais complicado que o ano passado pela maior quantidade de neve e chuva. Assim esperamos mais ansiosos pela primavera, pelo tempo onde poderemos voltar a correr nas trilhas, sem neve no chão, de shorts. Embora ainda seja frio, a temperatura acima de zero não se compara com aquela abaixo de zero e nisso a chuva é um bom sinal. Hoje de manhã não choveu depois de uns 4 dias muito molhados. Mas a cidade estava molhada, o que eu gosto. O ar limpo, as calçadas limpas, vi o sol nascendo sobre o lago. Hoje a noite começa o "Horário de Verão" aqui. Tudo trás boas expectativas, e ansiosidade, mas é bom lembrar que o inverno ainda não acabou...
O metrô e eu
Eu sempre odiei ir de metrô para o trabalho, pois de manhã ele está sempre lotado. Embora os ônibus lá na superfície são de qualidade incomparável com os de São Paulo, o mesmo não acontece com o metrô. Assim eu raramente pego o metrô para o trabalho, ao inves disso eu vou caminhando.
Mas eis que naquele dia eu tive que pegar, estava chovendo e aí fica complicado caminhar distâncias maiores. Eu entrei no metrô com meu radinho ligado e distraído pelas notícias eu peguei o trem errado. Logo eu estava indo para o Norte ao invés de ir para o Sul e sem poder ouvir o rádio que não funciona no túnel. Descobri o meu erro imediatamente e desci na próxima estação, mudei de plataforma e esperei o próximo trem.
Ele chegou lotado, aqueles lotados da estação Sé, com a diferença de que na estação onde eu estava ninguem descia do trem para abrir espaço para a gente entrar. Enquanto alguns se expremiam no calor hmano do vagão, eu dei risada, e esperei o próximo trem com a maioria da galera.
Mas o próximo veio do mesmo jeito e assim foi com o terceiro e quarto trem. No sistema de som a galera do metrô pedia desculpas por problemas técnicos que estavam causando atraso nos trens. A cada novo trem que chegava uns poucos entravam, mas a multidão da galera que esperava na estação por um trem mais vazio só aumentava.
Não era por frescura, mas talvez pela frustação com o sistema que eu esperava. Eu não achava que tinha que entrar naquele tipo de trem para chegar na hora em um lugar onde o meu trabalho dá mais dinheiro para "os chefes" do que para mim. Passado uma hora, 15 trens depois, eu ainda estava lá. Nesse ponto eu prestava mais atenção no meu rádio e no comportamento do ser humano ali na estação do que qualquer outra coisa.
A mulher com o carrinho com o seu bebê esperou por uns 8 trens até ela resolver forçar a sua entrada num deles e, claro, com o carrinho do bebê as coisas ficam um pouco mais fácil pois a galera quer ajudar. A senhora de cabelo grisalhos aparentando 90 anos, que chegara ali um pouco depois de eu chegar, esperava pelo menos tempo que eu, mas ela parece que não se divertia tanto com nenhum rádio ou olhando outros passageiros. Uma outra garota enorme, daquelas que precisam de espaço para três, também já tinha deixado passar mais de 10 trens, assim como eu. Eu imaginei que as pernas dela iriam colapsar em algum momento. Mas eu não esperei.
Depois de 15 trens eu resolvi andar para o trabalho, já que a chuva também tinha diminuido. Na saída eu pedi o meu dinheiro da passagem de volta, disse ao sujeito que não consegui pegar o tren então não tinha razão para pagar a passagem. Ele disse que infelizmente eu teria que conversar com o "atendimento ao consumidor" não sei onde. Eu agradeci ele pelo excelente serviço e segui para o trabalho, na liberdade da calçada molhada, agora com o prazer de andar uma estação a mais já que eu tinha pego o trem errado... (obs - não é ironia!).
Mesmo em uma cidade como Toronto muitos não tem opção senão ir de carro. E sem perspectivas de mudanças...
Mas eis que naquele dia eu tive que pegar, estava chovendo e aí fica complicado caminhar distâncias maiores. Eu entrei no metrô com meu radinho ligado e distraído pelas notícias eu peguei o trem errado. Logo eu estava indo para o Norte ao invés de ir para o Sul e sem poder ouvir o rádio que não funciona no túnel. Descobri o meu erro imediatamente e desci na próxima estação, mudei de plataforma e esperei o próximo trem.
Ele chegou lotado, aqueles lotados da estação Sé, com a diferença de que na estação onde eu estava ninguem descia do trem para abrir espaço para a gente entrar. Enquanto alguns se expremiam no calor hmano do vagão, eu dei risada, e esperei o próximo trem com a maioria da galera.
Mas o próximo veio do mesmo jeito e assim foi com o terceiro e quarto trem. No sistema de som a galera do metrô pedia desculpas por problemas técnicos que estavam causando atraso nos trens. A cada novo trem que chegava uns poucos entravam, mas a multidão da galera que esperava na estação por um trem mais vazio só aumentava.
Não era por frescura, mas talvez pela frustação com o sistema que eu esperava. Eu não achava que tinha que entrar naquele tipo de trem para chegar na hora em um lugar onde o meu trabalho dá mais dinheiro para "os chefes" do que para mim. Passado uma hora, 15 trens depois, eu ainda estava lá. Nesse ponto eu prestava mais atenção no meu rádio e no comportamento do ser humano ali na estação do que qualquer outra coisa.
A mulher com o carrinho com o seu bebê esperou por uns 8 trens até ela resolver forçar a sua entrada num deles e, claro, com o carrinho do bebê as coisas ficam um pouco mais fácil pois a galera quer ajudar. A senhora de cabelo grisalhos aparentando 90 anos, que chegara ali um pouco depois de eu chegar, esperava pelo menos tempo que eu, mas ela parece que não se divertia tanto com nenhum rádio ou olhando outros passageiros. Uma outra garota enorme, daquelas que precisam de espaço para três, também já tinha deixado passar mais de 10 trens, assim como eu. Eu imaginei que as pernas dela iriam colapsar em algum momento. Mas eu não esperei.
Depois de 15 trens eu resolvi andar para o trabalho, já que a chuva também tinha diminuido. Na saída eu pedi o meu dinheiro da passagem de volta, disse ao sujeito que não consegui pegar o tren então não tinha razão para pagar a passagem. Ele disse que infelizmente eu teria que conversar com o "atendimento ao consumidor" não sei onde. Eu agradeci ele pelo excelente serviço e segui para o trabalho, na liberdade da calçada molhada, agora com o prazer de andar uma estação a mais já que eu tinha pego o trem errado... (obs - não é ironia!).
Mesmo em uma cidade como Toronto muitos não tem opção senão ir de carro. E sem perspectivas de mudanças...
A Wikipedia é rápida hein
Eu estava dando uma olhada na Wikipedia para ver o que eles falam sobre os Tsunamis, dado as impressionantes imagens do Japão, quando constatei que já existe um artigo sobre o atual terremoto. A galera não perde tempo...
sábado, 5 de março de 2011
Molhado
Sabado não tem jeito, tem que correr. Afinal sábado é sábado. Acordar um pouco mais tarde, correr e ver o sol nascer... Mas hoje estava chovendo, dois graus... e lá fui eu. Não estou assim tão em forma, me preparei para um treino curto. Na verdade ultimamente os treinos vão até onde der, principalmente os do final de semana.
Na rua a chuva caia fina, mas o sufiuciente para molhar e eu estava pingando depois de uns 15 minutos. Mas aí já estava aquecido, não tem frio contanto que você não pare de correr. Estava gostoso, mas aos poucos meu tenis molhava e minhas luvas também. As mãos são mais prablemática do que todo o resto pois elas esfriam, e se as luvas molham a 2 graus as mãos esfriam legal. Mas eu sou macaco velho e continuei. A chuva derretia a neve deixando apenas os grandes montes que demoram para desaparecer. Eu parei com 7 Km pois as pernas não estavam lá estas coisas, eu me senti cansado e faz um certo tempo que a corrida tem que ser gostosa senão eu paro, acho que assim é sinônimo de saúde...
Algumas estações de metrô e eu estava embaixo do chuveiro. Eu gosto do passe mensal que você pode comprar em Toronto, assim você se sente livre para correr até onde quiser e pegar o metrô/ônibus de volta, não vai custar mais mesmo. Fica menos monótono do que os loops que começam e terminam em casa.
Nos últimos dias, com o derretimento da neve, eu fiquei com a quela vontade de andar de bike. E depois da corrida, tomado banho e cheirosinho, eu resolvi ir na feira. Eles chamam de "farmers market", eu tô traduzindo para feira. As feiras aqui praticamente desaparecem no inverno, pois elas vendem produtos locais e sabe como é né, aqui não se produz muito localmente. Mas tem uma que não para, ela funciona o ano todo, eu resolvi ir lá.
O melhor caminho para chegar lá, no meu caso, é por uma trilha, praticamente não pego asfalto nenhum, apenas uns 3 Km de trilhas. As trilhas são largas e bem cuidadas e no verão são ótimas para bicicletas. Mas no inverno... ah, no inverno elas praticamente fecham pois ninguem fica limpando a neve e aí fica complicado andar nas trilhas, seja a pé ou de bike. COm a chuva e o aumento da temperatura boa parte da neve na cidade desapareceu, as ruas estão limpas e eu não tinha muita idéia de como estaria a trilha, mas não custava conferir.
A entrada da trilha é uma enorme descida, eu pedalei 20 metros e fiquei indeciso se continuava ou não, encostei e parei para pensar. A neve pisada da trilha havia virado gelo. Sem chuva é ok para andar, mas não muito agradável, pois o chão fica muito irregular, igual barro que todo mundo pisa e depois fica lá no sol e endurece. Só que por causa da irregularidade, dá para andar, não escorrega muito. Mas se chove, imagina gelo molhado, fica muito liso. Só não fica totalmente liso porque tem lugar que derrete o gelo e aparece o chão, outros lugares o gelo está misturado com pedra, folhas, ramos, outros lugares tem ainda neve não pisada nas beiradas, enfim, tudo isso fazia com que ainda fosse possível andar de bike, de certa forma, na trilha. E eu resolvi continuar, seria uma experiência nova e diferente.
Naquela descida inicial enorme eu meio que aprendi a controlar a bike no gelo, tipo, indo devagar, nunca brecando a roda da frente, não fazendo curvas e estando preparado para pular fora... Mas foi tudo bem, só que a trilha continuou e o gelo não melhorou. Eu aprendi que descidas não são assim tão ruim, mas subidas são impossíveis simplesmente porque você pedala e a bike não sai do lugar. Em lugar nenhum eu podia por força no pedal pois a roda de trás patinava e daí para perder o equilíbrio era um passo. Havia também lugares planos, onde a neve havia derretido em algum ponto no passado, formou um mini lago, depois congelou denovo e aí não estamos falando de neve pisada, de gelo irregular, estamos falando de gelo totalmente liso onde nem a pé você escapa de levar tombos. Eu desci da bike num desses laguinhos congelado no meio do caminho e procurei um jeito seguro de passar caminhando.
Foi depois da primeira subida que eu cometi o meu primeiro erro. Eu estava pedalando no lado esquerdo da trilha e notei que o lado direito estava limpo, a neve tinha derretido, dava para notar que todo mundo estava passando por lá (todo mundo que eu digo são as pessoas que caminham na trilha, acho que nenhum mané vai ir de bike lá...). A vontade de ir pro outro lado foi tanta que eu virei o guidão gentilmente, devagar, esperando cruzar a faixa de gelo sem maiores problemas mas não foi o que aconteceu. A roda da frente deslizou e lá fui eu para o chão.
Depois dessa cheguei no mercado tranquilo, não tinha muita coisa lá, comprei apenas algumas maçãs, peras, dois pães grandes, coloquei tudo na mochila da bike e resolvi voltar. A volta era mais subida do que descida e eu voltei por outra trilha, mas foi terrível e eu não vou contar os detalhes. Tive que parar várias vezes para empurrar a bike, e outras vezes não teve jeito, eu fui para o chão. Você está devagar e tal, o pneu escorrega no gelo, você não consegue manter o equilíbrio, mas tudo bem, você tá devagar, simplesmente coloca o pé no chão... mas não adianta colocar o pé no chão, o gelo é liso para o seu pé também. Você coloca o pé no chão mas continua o seu movimento retilineo quase uniforme para frente e vai terminar inteiro no chão. Eu sei que eu já estava me divertindo e tinha até perdido o medo de cair...
Mas cheguei em casa tranquilo, todo molhado é claro, mas acabou sendo bem legal... Infelizmente não vale a pena ir nesta feira pois eles tem muito pouca coisa lá, sem contar que é mais caro do que no mercado, pois é tudo orgânico. Este negócio de comer orgânico tá pegando por aqui, não tanto pela saúde, eu acho, mas por ser sustentável. Idealmente, para salvarmos o planeta, teríamos que comer comida produzida localmente entre outras coisas, mas... não tem jeito de alimentar Toronto com coisas locais pois é muita gente e tem 6 meses de inverno, enfim, se o planeta depender disso já era. Há, deixa eu fazer uma correção aqui, não é salvar o planeta, é salvar a nossa espécie (não sei se merecemos muito...). O planeta está salvo de qualquer forma, se detonarmos ele agora acho que muito certamente daqui uns milhões de anos, coisa pouca para a idade da Terra, tudo vai ter voltado ao normal, só nós que não estaremos lá...
Na rua a chuva caia fina, mas o sufiuciente para molhar e eu estava pingando depois de uns 15 minutos. Mas aí já estava aquecido, não tem frio contanto que você não pare de correr. Estava gostoso, mas aos poucos meu tenis molhava e minhas luvas também. As mãos são mais prablemática do que todo o resto pois elas esfriam, e se as luvas molham a 2 graus as mãos esfriam legal. Mas eu sou macaco velho e continuei. A chuva derretia a neve deixando apenas os grandes montes que demoram para desaparecer. Eu parei com 7 Km pois as pernas não estavam lá estas coisas, eu me senti cansado e faz um certo tempo que a corrida tem que ser gostosa senão eu paro, acho que assim é sinônimo de saúde...
Algumas estações de metrô e eu estava embaixo do chuveiro. Eu gosto do passe mensal que você pode comprar em Toronto, assim você se sente livre para correr até onde quiser e pegar o metrô/ônibus de volta, não vai custar mais mesmo. Fica menos monótono do que os loops que começam e terminam em casa.
Nos últimos dias, com o derretimento da neve, eu fiquei com a quela vontade de andar de bike. E depois da corrida, tomado banho e cheirosinho, eu resolvi ir na feira. Eles chamam de "farmers market", eu tô traduzindo para feira. As feiras aqui praticamente desaparecem no inverno, pois elas vendem produtos locais e sabe como é né, aqui não se produz muito localmente. Mas tem uma que não para, ela funciona o ano todo, eu resolvi ir lá.
O melhor caminho para chegar lá, no meu caso, é por uma trilha, praticamente não pego asfalto nenhum, apenas uns 3 Km de trilhas. As trilhas são largas e bem cuidadas e no verão são ótimas para bicicletas. Mas no inverno... ah, no inverno elas praticamente fecham pois ninguem fica limpando a neve e aí fica complicado andar nas trilhas, seja a pé ou de bike. COm a chuva e o aumento da temperatura boa parte da neve na cidade desapareceu, as ruas estão limpas e eu não tinha muita idéia de como estaria a trilha, mas não custava conferir.
A entrada da trilha é uma enorme descida, eu pedalei 20 metros e fiquei indeciso se continuava ou não, encostei e parei para pensar. A neve pisada da trilha havia virado gelo. Sem chuva é ok para andar, mas não muito agradável, pois o chão fica muito irregular, igual barro que todo mundo pisa e depois fica lá no sol e endurece. Só que por causa da irregularidade, dá para andar, não escorrega muito. Mas se chove, imagina gelo molhado, fica muito liso. Só não fica totalmente liso porque tem lugar que derrete o gelo e aparece o chão, outros lugares o gelo está misturado com pedra, folhas, ramos, outros lugares tem ainda neve não pisada nas beiradas, enfim, tudo isso fazia com que ainda fosse possível andar de bike, de certa forma, na trilha. E eu resolvi continuar, seria uma experiência nova e diferente.
Naquela descida inicial enorme eu meio que aprendi a controlar a bike no gelo, tipo, indo devagar, nunca brecando a roda da frente, não fazendo curvas e estando preparado para pular fora... Mas foi tudo bem, só que a trilha continuou e o gelo não melhorou. Eu aprendi que descidas não são assim tão ruim, mas subidas são impossíveis simplesmente porque você pedala e a bike não sai do lugar. Em lugar nenhum eu podia por força no pedal pois a roda de trás patinava e daí para perder o equilíbrio era um passo. Havia também lugares planos, onde a neve havia derretido em algum ponto no passado, formou um mini lago, depois congelou denovo e aí não estamos falando de neve pisada, de gelo irregular, estamos falando de gelo totalmente liso onde nem a pé você escapa de levar tombos. Eu desci da bike num desses laguinhos congelado no meio do caminho e procurei um jeito seguro de passar caminhando.
Foi depois da primeira subida que eu cometi o meu primeiro erro. Eu estava pedalando no lado esquerdo da trilha e notei que o lado direito estava limpo, a neve tinha derretido, dava para notar que todo mundo estava passando por lá (todo mundo que eu digo são as pessoas que caminham na trilha, acho que nenhum mané vai ir de bike lá...). A vontade de ir pro outro lado foi tanta que eu virei o guidão gentilmente, devagar, esperando cruzar a faixa de gelo sem maiores problemas mas não foi o que aconteceu. A roda da frente deslizou e lá fui eu para o chão.
Depois dessa cheguei no mercado tranquilo, não tinha muita coisa lá, comprei apenas algumas maçãs, peras, dois pães grandes, coloquei tudo na mochila da bike e resolvi voltar. A volta era mais subida do que descida e eu voltei por outra trilha, mas foi terrível e eu não vou contar os detalhes. Tive que parar várias vezes para empurrar a bike, e outras vezes não teve jeito, eu fui para o chão. Você está devagar e tal, o pneu escorrega no gelo, você não consegue manter o equilíbrio, mas tudo bem, você tá devagar, simplesmente coloca o pé no chão... mas não adianta colocar o pé no chão, o gelo é liso para o seu pé também. Você coloca o pé no chão mas continua o seu movimento retilineo quase uniforme para frente e vai terminar inteiro no chão. Eu sei que eu já estava me divertindo e tinha até perdido o medo de cair...
Mas cheguei em casa tranquilo, todo molhado é claro, mas acabou sendo bem legal... Infelizmente não vale a pena ir nesta feira pois eles tem muito pouca coisa lá, sem contar que é mais caro do que no mercado, pois é tudo orgânico. Este negócio de comer orgânico tá pegando por aqui, não tanto pela saúde, eu acho, mas por ser sustentável. Idealmente, para salvarmos o planeta, teríamos que comer comida produzida localmente entre outras coisas, mas... não tem jeito de alimentar Toronto com coisas locais pois é muita gente e tem 6 meses de inverno, enfim, se o planeta depender disso já era. Há, deixa eu fazer uma correção aqui, não é salvar o planeta, é salvar a nossa espécie (não sei se merecemos muito...). O planeta está salvo de qualquer forma, se detonarmos ele agora acho que muito certamente daqui uns milhões de anos, coisa pouca para a idade da Terra, tudo vai ter voltado ao normal, só nós que não estaremos lá...
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