sábado, 12 de junho de 2010

Atividade de risco

Está havendo muito comentários sobre a mal sucedida aventura da garota americana Abby Sunderland, que ao tentar quebrar o record da mulher mais joven a cincunavegar o globo solo acabou tendo problemas no meio do oceano, o que acabou com as possibilidades da aventura. Uma das polêmicas é com relação aos custos muito elevados de um resgate como esse e da possibilidade de que o governo bancasse o resgate. Quem deve pagar por tal resgate? E se você estiver correndo e se lesiona, o hospital público tem que pagar? Andando de bike, cai e se machuca? Eu acho que aqui os riscos são diferentes e os benefícios da corridas superam de longe os gastos públicos com lesões.

E aí vem uma parte interessante, quando falamos dos riscos. Outra polêmica é quanto aos pais permitirem que uma garota de 16 anos embarque numa aventura tão perigosa (eu não sei qual a magnitude dos riscos desse tipo de coisa, mas parece não ser pequeno). Por um lado é complicado controlar os desejos das pessoas que estão nessa idade. Por outro, se algo pior tivesse acontecido (ela foi resgatada e está bem), os pais talvez tivessem que viver com o sentimento de culpa pelo resto de suas vidas. Bom, eu não sei, mas o pai dela foi entrevistado (veja no link) e disse "Se você quiser olhar as estatísticas, olhe quantos adolescentes morrem em acidentes de carros todos os anos. Deveríamos deixar adolescentes dirigir? E acho que seria idiota (silly) não deixar".

Obviamente o sujeito não é estatístico. O fato de que muitos adolescentes sofrem acidentes de carro não significa que dirigir é mais perigoso do que a tal aventura de dar a volta ao globo sozinha numa embarcação pequena. Ou em linguagem mais de probabilidade, não significa que a probabilidade de acidente de carro é maior do que a de um acidente numa empreitada dessas. Temos muito acidentes de carro e pouca gente morrendo tentando dar a volta ao mundo simplesmente porque tem muita gente dirigindo carro e pouca tentando dar a volta ao mundo sozinha numa embarcação a vela. Se todo mundo (100%) que tenta dar a volta ao mundo acaba morrendo e 0,001% dos que dirigem carro morrem (risco 100.000 vezes menor) em acidente, ainda assim teremos mais gente morrendo em acidentes de carro...

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