quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Meia Maratona de Montreal

 Neste Domingo dia 24 de Setembro eu completei a minha primeira meita maratona no Canadá. Ah, mas já tinha feito maratona, 30km, 10 milhas... só não meia maratona!

Depois de ter pego Covid in Abril, o que me fez abortar a planilha de treino para meia maratona que eu estava seguindo, e depois de quase dois meses sem seguir planilha, eu decidi seguir a planilha de treino do Garmin para meia maratona, com a meia de Toronto como corrida alvo, no dia 15 de Outubro. 

Só que no meio do caminho eu me inscrevi para outras corrida, várias outras, incluindo a meia de Montreal neste Domingo que passou. Ter corridas no meio da planilha de treino não é bom, na minha percepção, pois você se mata nas corridas e deixa o treino para segundo plano, e aí na hora do treino você tá cansado e não consegue fazer tão bem como faria se não tivesse corrido. Mesmo assim eu ainda não pulei nenhum dia de treino. Uma hora eu vou falar mais sobre isso. Por agora, vamos falar de Montreal, com um pouco de detalhe. 

Dia 1 - Sexta Feira

Decidimos ir para Montreal na sexta bem cedo, de avião, para termos a Sexta e Sábado para andar e fazer um pouco de turismo. Chegando lá, pegamos o ônibus 747 para o centro com o plano de descer na estação Peel do metrô, de onde subiríamos caminhando o Mont Royal, um morro de onde você tem uma boa vista de parte da cidade. Só que perdemos o ponto e descemos 1km mais pra frente, tendo que voltar andando. Depois do café da manhã não planejado no Tim Hortons, a gente seguiu rumo ao morro pelo caminho mais curto, isto é, quase que só escada, com muitos, muitos degraus. Mas chegamos lá em cima e a vista compensou, foi legal. De lá você vê o rio Saint Lawrence que corta Montreal, e vê todo a parte do centro da cidade. Acho que consegue var inclusive a ilha onde foi a largada da corrida, mas não para mim que tenho vista curta. 

Sentamos um pouco lá e olhamos o mapa. Próxima parada foi o lago beaver (castor), que fica lá no morro mesmo e me pareceu artificial. Mas é legal, tinha uma cachoeirinha, mas neste pointo já era por volta do meio dia e o sol estava queimando apesar de que não estava muito calor. Sentamos numa mesa lá e puchamos o mapa novamente. Para a nossa surpresa, o celular estava com o GPS e mapas funcionando tal que pudemos usá-lo como guia. Dado que não temos plano de dados, e nem sei o nosso plano cobre Montreal, eu não esperava que o celular ia ser muito útil. Mas acabou sendo. 

Do lago castor, vimos que não estávamos tão longe do Saint Joseph Oratory of Mont Royal, que era um lugar que queríamos visitar mas tínhamos meio que deixado pra lá pois não tem metrô lá muito perto, e é longe para andar até lá. Numa decisão meio indecisa saimos andando em direção ao tal oratório. Andamos, andamos, saimos do parque no Monte Royal, andamos e olhamos o mapa. Infelizmente para chegar no oratório a gente teria que dar uma voltas. Aí ajuntou o fato de que estávamos cansados, com sede e o sol estava queimando, e desistimos de ir para o oratório, ao invés disso pegamos o metrô que estava perto e voltamos para o centro para visitar a catedral Notre-Dame. Antes, porém, compramos um suco gelado no supermercado Metro. 

Começou-se a nossa experiência com o Metrô de Montreal. Os trens e estações são antigas, mas parece funcionar bem, e parece que a linha é maior do que em Toronto. Mas o que mais ocupou o nosso tempo foram os nomes das estações, escritos em Francês, impossível de pronunciar... e tantando olhar o mapa na parede para entender onde temos que trocar de trem, qual trem pegar e tal. Com ajuda do funcionario do metro chegamos na estação Viao, onde fui pegar o kit da corrida. Lá foi tranquilo, sem muita fila, e sem muita coisa no kit também. Nesta corrida eu não ganhei camiseta porque tinha que pagar mais se quisesse a camiseta. Eles falaram que por questões ambientais, que asc camisetas não era parte do kit e tal. Sem problemas dado que eu já não sei o que fazer com tantas camisetas. Fora isso só peguei o número e no kit tinha um gel anti-atrito para passar nos lugares que tem atrito durante a corrida. O gel na verdade era vasilina. 
Dali voltamos para o metrô, e a próxima parada foi na estação Place-d'Armes, de volta no centro, e onde descemos para visitar a basílica Notre-Dame. Ela é bastante impressionante, mas o que gostamos mais foi que tinha um monte de bancos. Ficamos lá por um tempo, aproveitando para ouvir a explicação dos guias turísticos que passavam pela igreja com os seus grupos de turistas. A igreja foi construida em 1825, enfim, vale a pena visitar. 
Quando saímos da Notre-Dame já tinha dado 4 da tarde, hora para o nosso check-in no hotel. Então eba, fomos direto para o hotel, que ficava perto dali, dava para ir caminhando. Uma das razões que estávamos cansados é porque estávmos carregando as mochilas o tempo todo, desde às 8 da manhã.

No hotel tivemos um pouco de surpresas. Quando chegamos lá uma tiazinha que tinha chegado antes da gente tava meio que brigando com o recepcionista, reclamando do banheiro, do lençol sujo e tal. Pronto, onde viemos nos meter. No check-in, descobri que tinha reservado um quarto sem banheiro, isto é, com banheiro compartilhado. Eu não tinha prestado atenção nisso, foi uma surpresa, mas olhando no recibo, era verdade. O lugar é bem antigo, sem elevador, com piso de madeira que fazia barulho quando a gente pisava. O banheiro não parecia muito limpo mas estávamos cansados e queríamos tomar banho e descansar para o dia seguinte. O quanrto não era tão ruim, mas bem velho. Eu esqueci de tirar foto... Deixamos as mochilas lá, colocamos roupa mais leve e saímos para procurar janta. Estávamos bem no centro da cidade e ali perto tinha uma praça de alimentação com muitos restarantes, escolhemos um Libanês. Vixi, eita Libanes, compensou, veio muita comida e deu trabalho para limpar o prato. Voltamos para o hotel e tomamos banho, não estava tão ruim assim, e o hotel estava calmo, com pouca gente. Fomos dormir cedo...

Dia 2 - Sábado

Acordamos cedo, bem cedo, tipo 5 da manhã e o café da manhã no hotal começava às 7:30. Eu tinha planejado no dia anterior dar um trotinho no parque La Fontaine, que tinha um lago e prometia ser legal, porque geralmente é legal correr em volta do lago. Dado que tínhamos passe para o fim de semada no metrô, resolvemos ir de metrô até o parque, saindo às 6:15, quando o dia estava comaçando a clarear. Foi fácil chegar lá, e o parque é legal, mas não muito bom para correr. A pista ao redor do lago é de cimento e cheia de irregularidades, e de um lado do lago ela é bem estreita. 

O treino era da minha planilha para meia maratona, que eu tinha realocado e para o sábado eu tinha colocado um treino leve, de 30 minutos, que deum uns 5km e meio. A volta no parque devia ter 1km e eu rodei umas 5 voltas. O ritmo marcado pelo Garin, abaixo de 5:30 por km, foi mais forte do que o planejado, dado que eu me sentia bem e tava rodando fácil. Mas mesmo assim parei com 30 minutos de treino, que era uma parada opcional e podia ir até 45 minutos. Mas a idéai era dar uma aquecida, eu não queria me cansar, dado a meia no dia seguinte. A temperatura estava por volta dos 12 graus, mas estava gostoso. Pegamos o metrô de volta para o hotel e tomamos o café da manhã, que era muito simples, praticamente só pão de forma com café, suco, sucrilhos, leite, margarina e creme de amendoim. Mas para mim estava bom. Banho e começar o dia!

A primeira parada foi a Biosfera (aqui a página deles), que fica na ilha de Santa Helena, exatamente onde a meia maratona ia começar. Para chegar lá era só rodar duas estações de metrô, com uma transferência, ou seja, bem perto. A Biosfera é um tipo de um museu do meio ambiente, com várias coisas para ver relacionada à natureza. Mas a construção, uma grande bola de metal, por si só atrai muita curiosidade. Tem quatro andares, e gastamos mais ou menos uma hora lá. Se tivéssemos mais tempo poderíamos ter andado mais pela ilha, que é um parque, mas estávamos preocupados que íamos precisar muito tempo para o Insetario (Insectarium) e o Jardim Botânico, outros dois lugares que marcamos para visitar no Sábado. Dali então pegamos o metrô e fomos para o Insetario, na estação Pie IX do metrô, esta um pouco longe, fora do centro, e exatamente no Parque Olímpico de Montreal, onde seria a chegada da meia. Com isso já conhecemos o local da largada e chegada e como ir lá de metrô no dia seguinte. 

O Insetario de Montreal (aqui a página deles) é bem interessante. Quanod você entra, parece que está entrnado num buraco de formiga. Depois tem uma parte com uma coleção de insetor, particularmente borboletas, organizadas pela sua cor. Mas tinha outros insetos interessantes, como o bicho pau, bicho folha, muitos tipos de besouros. Tinha também uma area natural com muitas borboletas voando prá lá e prá cá, mas também com outros insetor. Tinha até um formigueiro daqueles que comem árvore, provavelmente os mesmos que a gente tem no Brasil. 

Dali fomos para o Jardim botânico, que era bem do lado do Insectario (aqui a página deles). Nesse ponto eu já me snetia um pouco cansado dado o treino de manhã e tudo que já tínhamos andado, mas ainda era por volta do meio dia e tinha muito pela frente...

O Jardim Botânico de Montreal é bem grande, e legal, com vários jardins diferentes. A principal atração é provavelmente o jardim Chinês, que é grande e tem bastante coisa legal, e foi o primeiro que fomos. De lá fomos para o jardim aquático, o Japonês, indigenos, depois as plantas tóxicas e medicinais, as plantas comestíveis... andamos bastante, parando um bom tempo em cada jardim. O que gostamos mais talvez tenha sido o aquático, que tinha um monte de planta vitória régia, bem grande e interessante! De lpa, voltamos para o hotel, comemos, e voltamos para o jardim botânico para o show das luzes deles, que só podia ser a noite e eu não queria ir pois tinha a corrida no dia seguinte. Não fiquei muito impressionado com o show das luzes, talvez porque já estava cansado, pensando na minha performance na corrida, e tivemos que andar muito nesse show de luzes, praticamente tudo denovo, pois era tipo as mesmas atrações que agora estavam sendo iluminadas e com som. 

Fomos dormir perto da meia noite, mas eu dormi bem e no dia seguinte estava animado para a meia. Fazia tanto tempo que não corria uma meia maratona, apesar de ter feito longos que por vezes passaram de 21km. Então eu não estava preocupado se conseguiria terminar, mas como terminaria. E eu queria terminar bem, ainda se tivesse que correr devagar. Diferente de corridas no passado, hoje em dia eu não fico muito ansioso, e até a corrida começar o foco é mais no ambiente, nos outros corredor, talvez na ansiedade deles. Nessa corrida eu também prestei bastante atenção no ambiente de uma grande corrida, um monte de banheiro químico, corredores de todo canto, em evento enorme! Fazia tempo que não corria uma dessas! Mas aí quando a corrida começa me dou conta de preciso ir mais devagar, que saí muito rápido, que estou ali para me diverter então por que raios estou com tanta pressa? Aí começa a ansiedade, onde de um lado não quero maneirar e de outro estou com medo de quebrar na metade da corrida. 
Mas no dia da corrida, quando saímos do hotel, eu estava alegre. Chegou o grande dia... Estava uns 13 graus às 6:35 da manhã quando saímos, para a corrida que começaria às 7:45, duas estações de metrô a frente. Pegamos o metrô na Saint Laurent, eu de shorts e blusa de corrida, a Lika carregando a bolsa de plástico, transparent, meia boca, que ganhamos na entrega do kit nas costas, E logo ali na estação, no Domingo de manhã, outros corredores apareceram uniformizados com aquela meia mochila transparent nas costas. O trem chegou e foi quando descemos na práoxima estação Berri-UQAM que vimos o que é uma multidão de corredor entupindo os túneis do metrô. Nessa estação faz-se a boldeação para ir para a largada, uma estação de distância, e então todos os corredores que escolheram ir de metrô obrigatoriamente convergem alí. E ficamos enroscado na multidão, andando muito devagar ao longo do caminho da baldeação. Não tínhamos tanto tempo assim, era bem possível que chegaríamos atrasados na largada, mas o fato de que todos chegaríamos atrasados juntos fazia com que eu estive tranquilo, afinal eu estava com outros iguais a mim, juntos éramos mais fortes! Perdendo a largada ou não!
Mas eis que a fila andou, andou e andou devagar mas ainda chegamos na largada com uns 20 minutos que se tornaram 10 minuros depois de ficar procurando a largada prá lá e prá cá. Tanta gente, uns indo para o guarda volumes, outros andando sem rumo, o locutor falando em Francês, se não fosse pela Lika eu nunca acharia a largada. Mas não só achamos, como fomos lá na frente, no corral número 2, o primeiro depois da elite. E eu estava na frente da galera, alí uns 10 metros da largada. 
Primeiro largaram os atletas de elite, depois lá fomos nós!
A largada foi na entrada de uma ponte que ligava a ilha onde estávamos ao lado do rio oposto ao centro de Montreal. Eu tinha o percurso da prova bem nítido na cabeça, e ali começava a estratégia, eu comecei pensando em rodar acima dos 5min/km. Passamos a ponte e chagamos nas ruas do outro lado, onde nem sempre o asfalto era bom. Eu me sentia bem, mas ainda assim pensava em ir devagar, afinal estava ali para me divertir e o que eu menos queria era quebrar e sofrer para terminar. 
Ali no começo foi meio tumultuado, e eu me esforçava mais para não tropeçar em ninguém do que qualquer outra coisa. Me parede que hoje em cia essa questão de prestar muita atenção nos outros, onde piso, como faço as curvas, como passo e deixo outros passarem, tudo isso é muito mais central do que costumava ser no passado, talvez porque nem sempre confio que esteja vendo as coisas corretamente e por precaução tenho que deixar uma margem de segurança. Foi assim, mais tumultuado do que eu gostaria até mais our menos o km 4, quando então as ruas ficaram largas e mais retas. Não houve nenhum acidente.

Ainda antes do primeiro km eu tentava fazer uma ginástica mental, onde o que importava não era a velocidade, mas o prazer de correr por ruas desconhecidas, de apreciar a paisagem, de sentir o vento da liberdade, de ter expulsado os carros da rua, de estar ali com tantos outros numa grande festa. A idéia não era correr no limite e terminar morto, sem ter percebido os detalhes do percurso. Por vezes olhei para o lado e tentei admirar as árvores, o rio, as pessoas que aplaudiam. Mas falhei miseravelmente. Muito pouco consegui me desconcentrar dos outros corredores, do sujetio na minha frente, do que me passou, do que se esbarrou em mim, durante a corrida toda eu prestei muito atençao onde estava pisando e pouca atençao nos arredores, eu estava com medo de algum acidente dado que sempre tinha bastante corredores. 

Por outro lado, também falhei no ritmo, passando o km 1 para 4m41s. Apesar da quantidade de tente, eu consegui olhar o relógio e ver que eu estava rápido, o que foi bom e não muito bom. O lado bom é que eu estava rápido mas me sentindo bem, então quem sabe conseguiria correr bem, conseguiria manter um bom rítmo pelos 21km. O lado não muito bom é que dá aquele medo que você tá muito rápido e vai quebrar, e aí é uma das situações mais decepcionantes. É melhor correr a 5:20 porque você decidiu correr à 5:20, do que correr à 5:00 porque você começou à 4:30 e quebrou e sofreu pra caramba nos 10km finais...
Mas eu segurei um pouco o ritmo e nos dois km seguintes rodei na casa dos 4:50, ainda abaixo dos 5:00 e bem abaixo do que planejava, mas ali realmente não dei para ir mais devagar, eu resolvi que ia tentar segurar aquele ritmo pois estava me sentindo bem, com respiração tranquila.

No km 3 estávamos de volta ao lado do rio onde terminaríamos, e eu tentava prestar atençao para ver se reconhecia alguma coisa. Mas logo os meus óculos começaram embaçar. Por volta do km 6 estava difícil de ver e eu estava encomodado, tentei por duas vezes tirar os óculos para limpar, com muito medo pois correr sem óculos é quase ccomo correr de olhos fechados. Só que não era possível limpar os óculos e eu sabia disso. Por causa de minha versão à claridade, que se tornou enorme ultimamente, eu fiz uma gambiarra nos meu óculos escuros e colei nele lentes escuras de um óculos que comprei na Dolarama. Assim ele tem duas lentes. E quando fica embassado é no meio das duas lentes, não tem como limpar. Eu sabia que tinha água no km 6 e pensei em pegar água e jogar no óculos, talvez fosse uma boa idéia trocar o embassado por gotas de água, mas eu fique em dúvida, com medo que ia só piorar a situação. Acabou que o km 6 chegou e passou, e eu nem peguei água. Também porque não precisava, estava meio frio e eu me sentia bem. Em alguns lugares tinha um vento frio que era um pouco frio demais, mas era em algumas esquinas, rápido, nada que fosse preocupante.

Foi ali pelo km 7 e 8 que passamos pelo centro de Montreal, perto do hotel, e tinha algumas curvas e subidas também. Por volta do km 10 em me sneti um pouco cansado, no 9 tinha pego um pouco de água e já pensava no km 13, quando teria gel, e ali no km 10 eu já estava pensando que as pernas estavam bambeando e eu precisava tentar pegar o gel. 

Nos meus treinos, que ás vezes passaram dos 21km, eu nunca usei gel, nem água. Então essa questão do gel não era algo que eu tinha pensado muito, simplesmente achava que não precisava. Mas nos dias antes da meia eu pensei que tudo bem, eu posso conseguir fazer tranquilo sem gel nem água, mas não melhoraria a performance se usasse gel? Eu não sabia a resposta, eu argumentava pra mim mesmo que não precisava de gel, mas podia ser que ajudasse, por que não? Então quando comecei a corrida não estava preocupado, mas no dia antes fiz questão de ver onde teria gel, e água, e estava averto à possibilidade de pegar o gel. Quanto a água eu saberia que pegaria um pouco pelo menos, eu já tava me acostumando a pegar água nas corrida de 10km, aí molhava a boca, ás vezes um pouco bebia um pouco mias. Mas água atinha a cada 2km e eu poderia tomar quando quisesse, não ia faltar. O gel só tinha no km 13.


Então foi assim que eu decidi ali pelo km 10 que eu precisava pegar o gel no 13, que ia ser difícil manter o ritmo até o 21, pelo menos era o que eu sentia. No km 11 eu cheguei perto do parque onde tinha ido dar um trote no dia anterior, então dalí até o km 12 eu conhecia mais ou menos o percurso e lembrei do treino do dia anterior. Mas também comecei prestar atenção nos km pois não queria perder o gel. Mas quando chegui no gel foi tranquilo. Eu tentei pegar o primeriro mas caiu da minha mão, dado que o negócio é pequeno e eu não vi direito, mas aí a pessoa logo na frente falou para deixar, e me deu outro gel. Só que eu não peguei a água, que pelo que entendi estava do outro lado apenas.  

Pensei um pouco se devia tomar o gel. Esperei sair ali da zona de água e gel, e as pernas estavam pesada, ainda no km 13, faltavam 8. Eu não tinha experiência, fazia mais de 10 anos que eu não usava esses energéticos, e estava um pouco preocupado que fosse fazer mal. Então eu acho que o que me fez mandar ele pra baixo foi a ideia de que ele poderia funcionar, e tipo, eu estava cansado e com o gel poderia terminar bem, correndo rápido. Se isso acontecesse, considerando que eu já estava num ritmo bom, seria uma corrida excelente. Então engoli o gel devagar, super doce, com sabor de chocolate, não achei gostoso. Doce demais. E nada de água! Mas eu estava tomando bem devagar para não engasgar nem nada, e foi tranqilo. No posto de água do km 15 eu peguei um pouco de gatorate ou algo do tipo, pois tava precisando dado que o gel ainda estava meio que descendo.

A corrida ia por uma avenida grande e reta, estávmos lá por um tempo já quando chegamos no km 14. Ali, virei à direita, saí da avenida, estava sozinho, não via ninguem na minha frente, mas via gente voltando do outro lado, portanto sabia que ia ter um 180 graus e eu ia voltar. Os óculos estavam menos embassado, bem melhor, mas não perfeito, e eu já tinha me acostumado de qualquer forma. Fiquei meio receoso, devia seguir alguém para me sentir mais seguro que não ia errar o caminho. E eis que a volta era logo aí, uns 50 metros depois de sair da avenida, um negócio atípico, parece que feito de propósito para me enganar. E eu fui enganado, eu ia passando direto sem fazer a curva, apesar de estar prestando muito atenção e dos cones, eu não consegui identificar o local como o ponto de bate-volta. O que me salvou é que eu fiquei desconfiado e olhava pra trás toda hora, e os sujeitos atrás de mim viraram, pararam de me seguir! Ah, eu também virei imediatamente, e pronto estava no percurso novamente, agora com gente na minha frente. Mas não perdi muito tempo, menos de 5 segundos com certeza, então não foi big deal. 

Uam coisa legqal desta corrida foi a quantidade de pessoas aplaudindo. Pelo que entendi a organização colocou um monte de voluntários para aplaudir, gritar, fazer todo tipo de barulho mais ou menos a cada km. Talvez nem tando, mas tinha vários pontos. Era legal. Exceto talvez que eu entendi que eles estavam exatamente na marca de cada km, eu eu tinha dificuldade de ouvir o meu relógio apitando a marca de cada km. Perdi várias marcas de km e meio que culpei eles, mas sei lá, talvez não tenha sido. O meu Garmin também tava marcando os km meio errado, o que eu meio que eprcebi logo no começo, apesar de não ter visto placas de km. Mas tipo, ele apitava antes dos postos de água, que ficavam na marca do km pelo mapa. Enfim, são detalhes que não influenciou nada, afinal na média ele tava mais ou menos certo, dizendo qual o meu ritmo.

Quando cheguei pelo km 17 eu estava me sentindo bem, quase que atleta de elite. Isso me faz pensar que o gel fez o seu papel, e realmente funcionou, mas não dá para ter certeza. Outra coisa que aconteceu é que no final era mais plano e descida, mais fácil, seria natural aumentar o ritmo, apesar que era mais que isso pra mim, eu me sentia bem, mehor que por volta do km 10. Apesar do ritmo bom o tempo todo, tinha mais gente me passando do sendo passado, mas ali naqueles km finais eu passei várias pessoas, eu mantive o ritmo forte e por vezes me senti liderando o pelotão. O meu pelotão, o grupo de uns 5, às vezes mais corredores que eu estava junto.

Eu sabia que do lado direito a gente tinha o jardim botânico, onde eu tinha ido no dia anterior, com muita árvore. a rua larga, sem buracos, muito boa para correr. E eu segurei forte nos 3 km finais, apesar que no último, que até tinha um pouco de descida, eu já me sentia bem cansado de manter o que eu vi depois ter sido um ritmo abaixo de 4:40. Estava rodando na beira dos 4:30 por km, compatível com as minhas melhores média de ritmo médio para meia maratonas. Cruzei a linha de chegada ainda mantendo o ritmo forte, com 1:42:31. Eu sabia que estava bem, mas não esperava estar tão bem. Missão cumprida, estava muito feliz com o meu desempenho naquela meia que era só para divertir, que eu não queria me cobrar, que eu tinha corrido 10km nos 2 fim de semanas anterior... 

Estava cansado, suado, mas andando normalmente, feliz. Peguei água, voltei e peguei mais. Peguei gatorade, banana e outras coisas, e mais na frente a medalha. Estava procurando a Lika que não tinha visto, e já achei estranho que uns 3 minutos depois da chegada ela não estava ali. Só que o lugar onde a gente estava era fechado, eu nem sabia se seria fácil ou possível para chegar naquele local. Então fui andando e notando que tínhamos que andar muito até saír da área onde só corredores que chegavam estavam. Peguei uma sacola com umas barrinhas e outras coisas, coloquei tudo dentro e continuei andando, logo saí na área dos corredores, mas nada da Lika. Esperei por aí por uns 10 minutos e nada. Por sorte a gente tinha combinado de se encontrar no metrô caso não nos encontrássemos depois da corrida, pois sabia que teria muita gente. Então fui para o metrô. Quando cheguei lá ví que um número enorme de gente chegava de metrô e saíam correndo em direção à chegada. Pensei que talvez estivessem ainda vindo da largada, que o metrô teria ficado congestionado e a galera tava vindo em ondas conforme chegava cada trem. Mas não era isso, era simplesmente que muita gente tava chegando de todo lugar para ver colegas terminando a maratona (acho que mais a maratona do que a meia). E depois de um tempo a Lika apareceu. Ela estava na chegada mas não tinha me visto. Eu brinquei que era porque eu estava muito rápido, mas a realidade é que tinha muita gente e o pessoal que não tava correndo não parecia ter muito espaço, tava meio tumultuado. Depois eu responde uma pesquisa e comentei que precisamos de mais espaço.

Dali fomos para o hotel pois tínhamos que sair ao meio dia. Deu tempo de dar um cochilo, mas eu estava com fome, e pegamos as coisas, deixamos o hotel e fomos comer. Comi muito, inclusive sorvete. De lá fomos continuar o turismo, eu com as pernas pesadas mas tranquilo e feliz. Voltamos apra o local da chegada onde ficava a Biodome e o Planetario. Interessante que ainda tinha gente chegando de metrô para ver a chegada da maratona, corredores chegando no metrô, a galera ainda tava terminando a maratona! Vixi, não era para mim mesmo, eu pensei que tinha feito a escolha certa, ainda que não tenha sido uma escolha dado que a maratona não era uma opção para o meu nível de treino, passou se o tempo que eu gostava de sofrer! Mas enfim, estava feliz de já ter terminado, tomado banho, cochilado, almoçado... 

Mais tarde fomos para o aeroporto, e de lá, o vôo atrasou e por volta das 11 da noite estávmos em Toronto, no aeroporto da ilha. Pegamos a bike até o metrô, e de volta para casa. No dia seguinte foi descanso e na Terça feira um treino leve, parte da planilha para a meia de Toronto, que eu penei, estava com as pernas bastante cansadas. Mas hoje, uns 10 dias se passaram e eu já me sinto bem. Que venha a meia de Toronto!

Nenhum comentário:

Meia de Toronto

 Meia de Toronto veio e se foi num dia meio frio e meio chuvoso.  A semana foi tranquila, não esta pensando muito na corrida. Na sexta fui p...