Depois de espernear bastante acabei me dobrando e fazendo o teste de inglês Ielts. O teste é para o consulado canadense, para fins de conseguir os papéis de residencia permanente e eu esperneei porque não via sentido nisso uma vez que eu estou aqui a quase dois anos... não que eu fale inglês mas... se eu fizer o Ielts eles vão descobrir que eu não falo...rsrs... Bom, a verdade é que eu odeio provas. Já passou a época onde eu não me importava de estudar para provas, talvez até gostasse.
O teste foi ontem, no último dia de frio de vários dias seguidos de temperatura por volta dos 20 negativos. Legal, eu tenho que ir lá não sei onde fazer a droga do teste, com esse frio... e perder o meu sábado. Não fosse eu tão desencanado, essa idéia teria me estragado a semana... mas tentei esquecer... e coloquei no bolso um livro que comprei sobre a história da India e fui pegar o metrô ontem de manhã, com aquele frio trincando e minha cama tão quentinha...
Cheguei no lugar fácil apesar de ele ser lá onde o vento faz a curva. E que vento frio. Cheguei cedo e junto com outros candidatos, mas eu simplesmente abri o meu livro e tentei ler, havia bastante tempo para isso. Ouvi sujeito falando tudo quanto é língua, mas não o português. Muito chines e muita gente do oriente médio, eu acho. Alguns conversavam em inglês e eu cheguei a achar meio estranho esse teste aqui no Canadá...
Entrei na sala, instrução em inglês... então por que raios eu tinha que fazer o teste? Quando a instrutora pedia se todo mundo tinha entendido as instrucoes eu fiquei com vontade de falar que não, que eu precisava de isntrução em portugues para ter certeza que entendi. Mas era tudo um pouco de revolta por estar alí e não na minha cama.
O teste começou com a parte do listening. Não foi difícil, eu me dei melhor do que eu imaginava, apesar do sotaque inglês ou sei lá da onde do sujeito que conversava lá no aparelho de som. O maior problema do listening é que você não tem tempo, eles não repetem o negócio. Vc tem que escutar, interpretar, prencher as lacunas, tudo sem parar de ouvir porque tem mais lacunas logo abaixo. Mas ainda assim não é difícil.
Depois veio o teste de leitura e interpretação, que também não foi difícil. Na verdade este é o mais fácil, pelo menos para mim, e de longe o mais entediante. Sim, porque tem alguns textos que são meio longos e sobre coisas que você não tem interesse. E você lê, depois volta para cada questão, relê, nossa...
Finalmente vem o último teste da primeira parte, o de escrever. Você tem que escrever uma carta e depois uma dissertação. Na cara eu tive que dar recomendações a um amigo canadense que iria se mudar para o Brasil. Na dissertação eu tive que falar dos desentendimentos entre jovens e mais velhos no quesito um entender o mundo do outro. Uns dando conselhos que o outro não quer seguir, um achando que o outro vive num mundo totalmente zoado... enfim... Não foi difícil também, na verdade eu sinto um pouco mais de dificuldade nas argumentações, não em escrever o texto em ingles (o que não quer dizer que o texto fica bom...).
Isso tudo acabou por volta das 12h30m e as 15h teve o teste de falar. Eu entrei na sala e o sujeito começou a me gravar. Até para me cumprimentar ele seguia o roteiro lá dele, totalmente formal, impressionante. Me pediu de onde eu era, oq ue eu fazia, para falar do trabalho, se gostava e tal. Tudo lendo o roteiro. Disse então que iríamos falar de arte e museus! Minha nossa, eu disse a ele que adorava de matemática, será que não poderíamos falar de estatística? Eu dei risada... disse a ele que eu nao era bom em artes, em museu, nao era bom em ciencias humanas e nunca havia sido, curtia artes tanto quanto a entendia, o que eu gostava era de matemática. Mas... ele não ia mudar o assunto, ele não tava avaliando o que eu sabia dessas coisas, melhor eu falar qualquer coisa. Disse a ele que museu era algo importante porque nos mostra nossa cultura, nos mostra quem somos. Ele me pediu para falar de algum museu que eu tinha ido. Putz, será que eu já fui em algum museu? Sim, claro, mas falar sobre isso... Eu acabei lembrando que eu tinha ido num museu em São Francisco do Sul, um museu de navegação. E eu tinha acabado de ler um livro sobre a exploração do Ártico, navios antigos e tal, sim, eu sabia um pouco sobre navios, tava fresco na minha mente, resolvi falar disso.
Aí terminou a primeira parte da conversação. Na segunda eu deveria falar sobre uma ocaasião em que eu ajudei alguem. Eu falando sozinho. Deu o maior branco, eu me toquei que nunca tinha ajudado ninguem. Bom, ajuda era muito relativo, eu tinha 1 minuto para me preparar, putz... Essa preparação foi a parte mais difícil da conversação toda. Mas eu inventei que eu tinha ajudado um colega na escola, em matemática, tomei para mim a responsabilidade de fazer ele passar de ano. Tudo mentira... eu ajudava a galera quando podia (e tinha conhecimentos suficientes), mas jamais tamanha responsabilidade e comprometimento. Ok, terminei dizendo que me senti muito bem, na verdade terminei enquanto estava falando porque ele me parou, eu tinha esgotado os meus dois minutos. Tipos aqueles programas de TV, foi como se soasse o apito. E eles aproveitou a deixa para falar de entidades filantrópicas, o que eu achava delas e se achava certo ajudar. Todo mundo fala que sim, mas eu sempre quero ser diferente, afinal ele não tava avaliando minha opinião. Disse que não, que era errado, pelo menos no Brasil. E lá fui eu explicar porque, disse que a galera usa para lavar dinheiro, que o governo é corrupto e não faz nada porque as ongs faz o trabalho do governo e que nosso papel é cobrar do governo porque já pagamos muita taxa. Sim, disse a ele que pagamos no Brasil taxas altas, tal como no Canadá, só que no Brasil a grana não volta. Ok, ach oque acabei falando muito, ele me parou quando eu já estava entusiasmado, convencendo a mim mesmo que deveríamos extinguir todas as ongs. E tava tão entusiasmado que foi o momento que senti mais a formalidade, ele me parou no meio da conversa. O teste tinha acabado, eu podia pegar minhas coisas e cair fora.
Eu tinha deixado o livro sobre a história da India a vista, imaginando que ele veria e falaria sobre o assunto, o qual eu teria facilidade para falar pois eu tava lendo sobre ele né. Mas que nada. Mesmo assim foi ok, aliás eu acho que me saí melhor do que eu esperava. Mas saí frio, querendo ir para casa, pegar o busão logo... Vamos ver, tres semanas para o resultado, não vamos esperar nenhuma surpresa negativa...
domingo, 18 de janeiro de 2009
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Um comentário:
Oi, Marcos:
Parabéns pelo seu desempenho no teste de proficiência! Eu nunca prestei um teste de proficiência em inglês, só em japonês! Rs. Mas o de japonês não tem ainda o teste oral, ou seja a tal "entrevista" com gravador! Rsrs. Teríamos que ter, mas para formar um "tester" aqui no Brasil, fica complicado. Mandar vir um de lá, fica muito caro. Mas temos que pensar num modo de fazer este teste.
Desculpe-me, marcos, mas será que você poderia me dar um a dica de sapatos para neve? Os que temos aqui no Brasil, à prova d'água servem? Você recomendaria algum tipo de calçado que se vende por aí ou nos EUA? Fico no aguardo de sua resposta. Obrigada! Um abraço.
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