segunda-feira, 25 de março de 2024

Meia de Lisboa

 No dia 13 escrevi aqui pela última vez antes da meia. No dia 14 de manhã estava em Lisboa. No dia 17 foi a corria. E hoje, uma semana depois, no dia 24, eu vos escrevo em Toronto novamente.

Quando descemos em Portugal, no dia 14, eu estava preparado para não treinar. Foi um dia longo, andamos bastante e tentamos aproveitar cada minuto. 

No dia 15 acordei bem cedo e saí para rodar. Era o último treino programado antes da corrida, um treino leve. Pra mim também um treino de reconhecimento do local, não sabia ao certo onde correria, se conseguiria correr. Tinha dado uma olhada nos mapas, na internet e não tinha gostado do que tinha visto. Ali, na beira do rio tinha tudo para ser um lugar legal para correr, mas não era. Não havia parques nem árvores nem pistas exclusivas para corredores. Mas o treino foi melhor do que esperava, consegui rodar quase 6 km em ritmo bom, mas me senti um pouco cansado, podia estar melhor. Senti o conflito de ir para uma corrida e fazer turismo históritco ao mesmo tempo, senti que devia descansar mas não ia descançar. Só que é difícil saber o efeito na performance, a situação era parecida com Montreal, quando andei muito pela cidade antes da prova e ainda assim corri muito bem. Neste primeiro dia de treino em Lisboa a temperatura estava por volta dos 10 graus, melhor que em Toronto e longe de ser quente.

No dia 15 a tarde encontrei com meu irmal para ir buscar o kit, depois de passear bastante, mas me sentia okay. De lá fomos jantar a voltamos para o hotel tarde, o que não gostei, mas o próximo dia ainda não era a corrida, então tudo bem. 

No dia 16 resolvi sair para uma corrida novamente bem cedo, mas era dia de descanço. A idéia era deixar o corpo ditar o ritmo, a distância, não ficar cansado, simplesmete saí para não ficar parado. E me senti bastante travado, o corpo pediu para que parasse, e eu parei com 2km, depois aindei mais uns 2 km. Certamente queria estar me sentindo melhor, mas mesmo assim fiquei sem saber se estar travado era um bom ou mal sinal. Em muitos treinos um dia bom se seguia a um dia ruim, e talvez era só isso, o dia seguinte seria bom.

No dia 17 acordamos bem cedo e eu comi um pouco no café da manhã, focando em carboidratos. A corrida começava às 10:15 mas tinha que pegar o metrô para chegar lá e inicialmente pensei em sair as 9h, eram só duas estações, e tinhamos feito o reconhecimento dos trens que pegaríamos no dia anterior, inclusive pegando o ônibus até a chegada. Não era difícil. Mas aí pensei, achei melhor pegar o treim mais cedo, e mudei novamente de idea para pegar ainda mais cedo. Acabou que tomamos o café da manhã o mais cedo possível, às 7:30, e já saímos para o metrô, estação Rossio para Campolide, tudo normal, vários corredores, mas eis que a saga começa. 

Na Campolide havia muitos corredores e uma transferência de trem e mais uma estação para andar, simplesmente cruzar o rio era o que nos restava. Mas o trem chegava na Campolide cheio. Passou um trem, dois, thres, quatro, e acho que só conseguimos entrar no quinto. O meu irmão, que largava só as 10:40 conseguiu entrar no primeiro trem.... Mas entramos e atravessamos o rio, e a multidão tentando sair da estação Pragal, perto da largada, era indescritível, muito pior que em Montreal. Saímos devagar e ainda tinha tempo dado que tinhamos saído bem cedo. 

Saindo da estação vimos multidões e começamos a nos preocupar mais com o tempo. Corredores faziam fila para ir fazer as necessidades atrás da moita, visto filas enormes nos banheiros químicos. Mas na usaência de moitas eles iam atrás da moita imaginária mesmo, a maioria homens mas também mulheres. Eu tenho muito dificuldade de achar o caminho nessas situações de multidão e a Lika me salvou. Chegamos num gargalo onde seguranças estavam escaneando com detector de metais todos os corredores, ainda longe da largada. Vários minutos foram gastos ali, com gente para todo lado, mas conseguimos entrar, agora já mais preocupado com o tempo. 

Fomos até perto da largada, mas ainda faltava um pouco quando havia outro portão e a Lika voltou. Dali eu saí sozinho para a minha meia maratone e ela voltou para a maratona dela. Focando na estõria dela primeiro, cujo objetivo era chegar na chegada antes de mim, ela encontrou falta de trem voltando pro outro lado do rio e pegou outro trem para outro ponto onde o cruzamento era feito por barcos. Lá ela pegou um barco, e depois outro trem num caminho diferente do que tinhamos planejado pela falta de ônibos que acessavam o local da chegada. A gente tinha pensado no trem ao invés do ônibos, meio como plano B, mas não estudamos muito essa alternative que implicava andar muito mais. O resultado foi que ela chegou na chegada tarde, depois de mim, e com a multidão toda nem foi me procurar. Como sempre fazemos, tínhamos definido um ponto de encontro meio afastado, e ela chegou e esperou lá. Não esperou muito e eu não tendo a encontrado na largada, também cheguei lá no ponto de encontro logo.

Voltamos no tempo e eu sou deixado por ela na largada, na entrada do posto de pedágio, perto do começo da ponte, meu objetivo sendo achar o meu portão, o Box 3, para a minha largada. Infelizmente não tinha encontrado o meu irmão e desejei que tudo desse certo para ele. Mas em termos de largada tudo deu mais certo para ele do que para mim, ao que parece. Ele parece não ter tido muito dificuldade, imagino que por causa da largada da meia maratona ter aliviado bastante a multidão.


Mas enfim, achei o meu local de largada relativamente fácil. E ali fiquei esperando a largada. A elite largou e muito rapidamente nós, o povão, largamos também. Me parece que a largada foi dada toda ao mesmo tempo, deferente de Toronto, onde a elite largou primeiro, depois cada bloco largava depois de um tempo. Eu demorei uns 3 minutos para passar a linha de largada, e lá fui rumo a ponte.

Havia muita gente e o primeiro km foi bem lento e irregular, com partes onde eu conseguia ir mais rápido mas em geral eu fiquei preso na multidão de corredores e fechei com 5:48, me sentindo bem. 
A ponte tinha umas grades de ferro onde eu percebi que poucas pessoas corriam, e dava para ir mais rápido. Não é tão confortável correr lá porque os buracos da grade de ferro são grandes, mas eu me senti okay. Imaginei que para quem tinha o pé pequeno devia ser ruim. Sei lá, Senti que podia ir mais rápido aí e fui. Rodei o segundo e terceiro km pabai baixo dos 4:40, o que era bem rápido mas eu não sabia, não olhava o relógio, corria sentindo o corpo, e me sentia bem, com ritmo razoável, passando bastante gente. 

Os km 4 e 5 ainda foram rápidos e segundo o Garmin foi no km 3 ou 4 que teve um pouco de subida, o que faz sentido pelo mapa. Fiz o km 6 mais devagar e não sei ao certo porque, imagino que tenha sido o congestionamento.

Por alguma razão eu não estava prestando atenção alguma no cronômetro. Um pouco seria pela dificuldade de ver, um pouco talvez porque não ouvi os apitos de cada km, e mais um pouco porque o cronômetro vai em contagem regressiva e quando olhamos nele vemos quanto km faltam, o que eu não estava muito interessado - o ritmo é mostrado em números menores, difíceis de ver, a não ser quando fechamos um km. Mas não acho que tenha sido um problema pois eu estava correndo bem e consciente de que era uma meia maratona, de que eu não podia disparar.

O km 7 foi descida e o mais rápido com 4:31. apesar do ritmo ser bem forte, eu tinha feito bons treinos nesse ritmo e mesmo depois da corrida, vendo o ritmo, não acho que foi mutio rápido.

Foi aí que chegui nas margens do rio, onde o percurso ficou plano e continuou plano até o final. Foi aí que eu senti que não estava tão bem, meio que derrepente. E o que eu sentia mais era o calor. Tinha também muita gente, e era difícil correr rápido, e talvez isso tenha atrapalhado, mas eu sabia que o fator principal era simplesmente que eu sentia cansado e muito calor. O km 8 foi onde a cobra fumou, e o ritmo, que parecia fácil, foi para cima dos 5 min/km. Ali no km 8 eu já sabia que a corrida não seria perfeita, mas não sabia o quanto imperfeita seria. Ainda não olhava o cronômetro, mas segundo o Garmin, passei os 10km com 49 baixo, o que não era tão ruim. O ruim era que eu não sentia que ia melhorar, sentia o contrário. 

Até o km 13, quando do outro lado via a chegada, eu vejo que rodava relativamente rápido comparado com a minha percepção que estava bem cansado e lento. Agora eu via as pessoas correndo do outro lado, terminando a meia maratona, e ficava esperando ansiosamente a minha vez de estar retornando. Mas sabia que a virada seria apenas no km 17, ou seja, tinha chão. Ali o ritmo caiu mais, e me sentia cansado, querendo andar como vários fazim. Mas lembrei dos treinos lentos, quando dava volta nos bairros, quando rodava a 6:30 e pensei que pelo menos nesse ritmo eu tinha que conseguir segurar. O ritmo nunca ficou tão baixo mas nos km 17 e 18 caiu para baixo dos 5:30 e eu sentia um pouco de vontade de ir no banheiro. Putz... não podia ser pior eu ter que ir no banheiro para fazer o número 2 agora... 

Mas voltando em direção à chegada eu senti mais vento refrescante contra e me senti melhor. Talvez foi a expectativa de estar perto do final também. O km 19 foi um pouco melhor, o 20 e 21 foram melhor ainda, mas ainda devagar, por volta dos 5:20. O Garmin apitou o final da meia quando ainda estava na avenida e faltava uns 200 metros. Fiquei surpreso com a diferença, mas agora pouco importava, eu tinha ido mal e estava terminando. Fechei com 1:49:05, ritmo de 5:08 de média, muito abaixo das meias do ano passado e do que eu esperava. Mas estava feliz por chegar, por ter completado mais uma.

Cruzando a linha de chegada peguei água que precisava muito. No percurso eu tinha pegado água 3 vezes e jogado na cabeça mais do que bebido. Eu usei apenas um gel por volta do km 10, mas carreguei ele na mão por vários km, ingerindo pouco a pouco. Não foi muito, mas o problema não foi a falta de energia per se. Até agora imagino que o principal fator foi o calor, e talvez que eu não estava bem treinado. Ainda penso que o treino do Garmin não teve longos suficientes no mês final. A impressão que tenho é que atingi uma performance muito boa no final de Fevereiro, mas tavez não para meia maratona, para distância menor. E o pico de performance talvez tenha sido antes da corrida. 

Depois da corrida estavam dando picolés, que foi a única coisa que via além da água. Estava cansado e com pressa para sair daquela multidão de corredores que congestionava tudo após o final. Fui direto para o ponto de encontrol e a Lika estava lá, o que foi muito bom, pois pudemos sair dali, onde também tinha muito mais gente do que imaginava quando definimos o ponto de encontro. Dali caminhamos para o museu da carruagem, que tínhamos visitado antes. Lá sentei e tomei duas cervejas sem álcool, bem geladas, o que eu estava precisando muito, isso depois de duas garrafinhas de água. Dali decidimos voltar para o hotel, o que nos obrigou a andar bastante pois os transporte público estava escasso e super-lotado. 

Não corri muito na semana seguinte que foi de passeio por Portugal. Num treino leve m Porto, na sexta feira, senti os músculos doloridos, indicando que a prova foi bem desgastante, mais que as meias do ano passado. Ontem no treino também senti as pernas ainda doloridas, uma recuperação que está sendo bem lenta.

Agora eu preciso arummar um treino para os próximos 40 dias visando a meia de Toronto. Estou ainda tentando descansar, mas queria ver se conseguiria voltar aos bons ritmos de Fevereiro, com a inclusão de alguns longos para não sofrer na meia. Vamos ver, eu vou tentando relatar aqui o que acontece...

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