Na verdade não tão longo, o Garmin chamou o treino de Progression Run. Mas tipo, se você tá treinando para uma meia em 1h45m então 1h25m de treino já tá fazendo o papel de longo. Só que no caso, depois de 1h, tem 10 minutos de ritmo forte, e mais 5 de ritmo bem forte, terminando com 5 minutos de desaqueciemnto.
Dado que o treino do sábado passado tinha sido legal eu resulvi denovo juntar o longo com uma volta num bairro, mas tinha que ser um bairro mais perto por causa do final mais forte que eu não queria fazer em calçadas que eu não conheço. Assim eu planejei para dar a volta no bairro e terminar numa pista de atletismo nos 20 minutos finais que inclui o ritmo mais forte. Também planejei o horário para chegar na pista antes do sol nascer.O dia tinha esfriado um pouco dado que esta semana tivemos alguns dias de temperatura perto dos 20 graus de manhã, quando eu pude correr de camiseta de manga curta pela primeira vez no ano. Mas hoje esfriou um pouco e eu usei a camiseta de manga comprida da corrida dos Bombeiros da Corpore de 2005. Interessante pensar que a corrida em 3 de Julho de 2005 dava uma camiseta de manga comprida por causa do frio. Mas agora depois de tanto tempo eu já associo Julho a calor mais naturalmente do que ao frio. Dado que no Canadá o calor dá as caras bem pouco, acaba que a camisa é boa para usar mais ou menos na mesma época, que é quando aqui há alguns dias de pouco frio. Estava 15 graus, com sensação de 13, e eu já sabia que dado a sensação eu podia esperar alguns ventinhos frios.
Saí pouco depois das 4:30 da manhã e ao invés de ir direto para o bairro resolvi fazer um pouco de zigue-zague. Cheguei no bairro com uns 6,5km mas não estava me importando muito com a distância. O ritmo estava bom, mas mais devagar do que eu gostaria, mais devagar do que no sábado passado. Eu não me sentia tão bem e tinha dúvidas se conseguiria fazer a parte final no ritmo pedido pelo Garmin.
O bairro em questão tem seu contorno definido por estradas de ferro, o que quer dizer que não dá para correr seguindo o contorno do bairro, senão o trem te pega. Mas tudo bem, o objetivo não é fazer o contorno perfeito, é fazer a corrida perfeita. Só que quando o bairro segue a linha do trem nem sempre tem ruas que acompanham de perto, e o percurso do treino ficou torto, quando no mapa o contorno do bairro é legal, retinho. Aqui está o mapa do bairro, que tem somente o seu limite ao Norte não formado por uma estrada de ferro. E nenhuma é o metrô.
Eu sabia que não estava tão rápido, mas estava me sentindo okay, curtindo a corrida sem nenhum incidente nem nada. Eu também não acompanhava os km no Garmin dado que tenho um pouco de dificuldado de ver os números. O que eu faço é colocar o Garmin para marcar apenas o tempo desde o início, o que ele então faz com números grandes pois ele não mostra mais nada. E eu sabia que com 1h05m de treino o ritmo mais rápido começaria. Mas só fui olhar o tempo por volta do km 11, que é mais ou menos na lap 11. Marcava 56 minutos e eu subia a Weston, a face Oeste do bairro, teria que fazer a face Norte, depois descer metade da face Leste. O plano era que chegaria na pista dentro de 9 minutos, mas ali então eu soube que não chegaria, já calculei que começaria o treino forte na avenida Rogers, que eu estava fazendo como a face Norte do bairro, que era na verdade numa rua meio inacessivel. Fiquei um pouco desanimado, pois sabia que dificilmente conseguiria correr bem, com ritmo forte, em calçadas. Pensei em alternativas, mas decidi que fazer o contorno do bairro era mais importando do que seguir o treino a risca, e ficou decidido que faria o contorno do bairro, com ritmo acelerado na parte final.
O tempo de corrida leve se esgotou na face Norte do bairro, lap 13 no mapa aí em cima. Eu acelerei, estava na ciclovia da Rogers, rumando para o Leste, e já com meus óculos escuro mas sem o sol ter nascido. Ainda assim o lado Leste estava bem claro e eu me sentia menos do que confortável com a luz. Só que o dia ainda não estava claro e nem usaria os óculos escuros se não estivesse indo para o Leste.
Mas foi por pouco tempo, logo entrei à direita na rua Caledonia, indo agora para o Sul na calçada, e numa subidinha que me deixou exausto. Mas a Caledônia da Roters até a St Clair, onde fecharia o bairro, é predominantemente descida, e recuperei o tempo perdido na subida. Como era cedo não havia carros na Caledonia apesar de ser uma avenida movimentada, e eu decidi correr na rua pois a calçada era estreita e não muito plana e eu não conhecia bem ali. Na rua, sem preocupação com irregularidades e objetos, eu corro mais rápido, mais fácil, mais gostoso. Eis que então aconteceu um pequeno incidente enquando eu descia do lado esquerdo, na contramão. Um carro subia com a luz apagada e eu não o vi até estar bem perto, certamente ele me viu primeiro. O problema foi que ele estava com a luz apagada, o que é contra a lei aqui, e principalmente que um carro vinha descendo a Caledonia de forma que eu não escutei o que vinha subindo, ou confundi o barulho dos dois. Ali a rua esra estreita e eu não consegui sair da rua pois entre a rua e a calçada tinha um gramado que naquele lugar estava interditado por causa de reparos que estavam fazendo ali, uma das razões que não gosto de correr na calçada. Enfim, quando vi o carro me assustei um pouco, mas ele já vinha meio devagar provavelmente assustado que eu corria no meio da rua. Assim nada aconteceu. Obviamente eu estava errado por correr no meio da rua, mas eu tenho estado errado muitas vezes então não conta. O carro estava definitivamente errado em não ter as luzes accesas, o que é bem raro na minha experiência, e eu presto extrema atenção em luzes de carros que vem no sentido contrário, pois elas me atrapalham muito. A lei diz que carros devem manter as luzes acessas até meia hora depois do sol nascer. Eu comecei meu treino às 4:46, eram 5:56 mais ou menos, uma hora e 10 minutos de treino. O sol nasce às 5:43, o que significa que carros devem manter luzes acesas até às 6:13. Ou seja, o carro pisou na bola. E estava meio escuro ainda, é realmente estranho que ele estava com luzes apagadas, mesmo desconsiderando a lei. Enfim, um pequeno incidente, eu pouco diminui o ritmo, mas logo voltei para a calçada, um pouco preocupado sobre como atravessaria a avenida St Clair para ir na pista que fica no parque do outro lado. Decidi que não pararia, atravessaria se o farol estivesse aberto, mas voltaria para o Leste na St Clair se estivesse fechado e provavelmente viraria à esquerda novamente depois do cemitério, para sair da St Clair e pegar ruas residenciais onde continuaria meu treino de ritmo forte mais a vontade. Deu certo, o farol estava aberto e eu atravesse a St Clair e logo entrei no parque e rumei para a pista.
Mais ou menos onde ocorreu o incidente com o carro eu completei meu primeiro km com ritmo mais forte, com 4:55min/km, um pouco abaixo do pedido pelo Garmin. Mas no momento não percebi que tinha completado o km, muito menos sabia o ritmo, mas tinha boa idea que tava abaixo dos 5min/km. Entrnado no parque fui para a pista e logo que chegui lá completei o segundo km com 4:47, e como os 10 minutos acabaram logo depois eu fique sabendo que não tinha ido tão rápido no primeiro km, o que não foi surpreendente. Aliviado que estava na pista, acelerei ainda mais para os 5 minutos finais, que foram bem difíceis, mas fechei para 4:24 de média quando o Garmin queria 4:20 pelo menos. Ah, eu não estava num dos meus melhores dias e fiquei feliz de qualquer forma. Mais 5 minutos de desaquecimento, e depois cominhei por 1,5km, todo molhado, sentindo um pouco de frio, mas missão cumprida. Peguei o busão, pois estava à 4km de casa ainda...
Sobre o bairro, não tem muito o que falar. A gente corta ele sempre quando vamos no Food Natios fazer compras, mas geralmente não tem nada ali. Tem um supermercado Português, o Tavora, que eu já fui várias vezes para comprar coisas Brasileiras. O seu contorno passa perto do parque onde acontece o Festival Brasileiro, que deve acontecer logo, mas deixa o parque do lado de fora do bairro. Tem o começo da trilha de que acompanha a estrada de ferro que vai da Dupont até a College, que eu peguei várias vezes, correndo ou de bicicleta. O bairro é bem Português, e inclusive parece ter alguns restaurantes e comércio Brasileiro, mas nada que eu conheça bem, fora o Tavora.
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