sábado, 5 de outubro de 2024

Meia Maratona de Chicago

E chegamos na última meia maratona planejada para este ano, a ser corrida em Chicago. Depois de ter procurando por uma meia fora de Toronto, no Canada, eu percebi que valia a pena procurar nos EUA também, pois é muito perto, senão mais perto do que muitas no Canadá. A meia de Chicago logo assumiu a liderança por ser bem perto, grande, e numa cidade com coisas interessante para ver. E talvez mais importante, a data era muito boa dado que eu queria uma meia no segundo semestre que fosse mais ou menos na época da maratona de Toronto.

O mês de Settembro não tinha sido bom de treinos. Eu me sentia cansado e comecei mais e mais usar os dias de descanso para realmente não correr. Tinha mais dificuldade de fazer os treinos de goal pace e tempo, e algumas vezes terminei antes ou pulei os 15 minutos de desaquecimento. Na semana da corrida eu pensava numa estratégia para não chegar no dia da corrida com as pernas travadas, e  tinha decidido que seria melhor não ficar totalmente parado, pois nos dias que eu ficava parado não parecia estar muito bem no dia seguinte. Na Terça feira, o Garmin passou um tempo run, provavelmente o treino mais difícil, e eu só fiz a parte de 20 minutos obrigatõria, pulei o opcional e o desaquecimento. Quarta e quinta foram de treino leve, e o vôo para Chicago era na Sexta de manhã. Tinha planejado rodar leve na Sexta bem cedo, mas não rolou, a gente teve que sair para o aeroporto cedo e não dava tempo sair para correr. 

O vôo foi tranquilo e chegamos no hotel num lugar legal, onde eu tinha visto pela internet que dava para correr. Mas antes de ir para o hotel andamos bastante no centro pois o hotel só aceitava entrar às 3 da tarde. Inclusive foi na Sexta no começo da tarde que fomos buscar o kit, ainda com as mochilas grandes de viagem nas costas. A camiseta que deram era legal, com mangas compridas. Ali na exposição, que chamam de pre-race party, tinha muita música (Jazz), e também deram brindes como barras de granola, desodorantes e gel a vontade, o qual peguei vários. Daí fomos para o hotel e saímos de novo a tarde, já voltando a noite. No sábado o dia amanheceu chevendo e mesmo que não tivesse seria dificil treinar pois tínhamos planos para começar o dia bem cedo, já que queríamos aproveitar o máximo da cidade. O resultado foi zero treino no sábado, mas andei bastante e terminei o dia cansado. Com isso eu não sabia o que esperar da corrida no Domingo e estava conformado com a possibilitdade de não correr bem, pensando numa estratégia para minimizar o sofrimento e tentar aproveitar a corrida. 

Acordei às 4 da manhã no Sábado depois de ter dormido mais ou menos bem, e comi uma bagel que tinha comprado no dia anterior, como estratégia para ter energia durante a prova. Voltei para a cama e pelas 5 e meia comi uma banana grande. Por volta das 6h saímos, com a largada da corrida sendo às 7 da mnahã e 25 minutos de caminhada até a largada. A emperatura estava por volta dos 20 graus e o tempo nublado de forma que eu já saí vestido para a corrida, apenas com uma blusa leve por cima. Me sentia bem, sem ansiedade e sem pensar muito na corrido. O plano era simples, rodar em uma velocidade comfortável desde o começo, tal que eu não quebrasse e sofresse mais do que deveria, isso mesmo se a velocidade inicial fosse ruim, pois a prioridade não era fazer um bom tempo mas tentar aproveitar a corrida.

A largada e chegada eram no Jackson Park, perto da Universidade de Chicago, onde estávamos hospedados. Chegando no parque tivemos um pouco de dificuldade para achar a largada, pois estava escuro ainda e tinha muita gente indo para todo lado. Isso tem sido um problema comum nessas corridas grandes onde você não sabe para onde ir devido a quantidade de pessoas. Talvez a organização pudesse melhorar isso. Mas achamos a largada com tempo de sobra, e eu estava escalado para largar no corral B, o segundo a largar. 

Por um erro de cãlculo eu acabei me posicionando no corral C, que tinha pouca gente quando entrei e eu consigui ir caminhando até uns 5 metros da linha que separava o corral C do B. Parei ali, conversei com a Lika, esperamos. Eu não sabia que estava no corral errado e a Lika saiu para tentar me pegar num video da largada, plano que falhou pois ela não sabia que eu estava no corral C, então ela filmou o B. Ali esperando a largada, vi a largada do corral A. Nisso o pessoal que estaa no corral na minha frente não largou. Foi aí que me toquei que estava no corral C. Mais 1 minuto e o corral B largou, eu caminhei e cheguei bem próximo da linha de largada, o Garmin preparado, esperei mais 1 minuto para a largada do meu corral C. 

Às 7 da manhã o sol ainda não nasceu, e o tempo estava nublado, ou seja, estava escuro. A previsão era para continuar nublado. Então larguei com meus óculos escuros normais, com esperança de não precisar trocar pelos mais escuros, que geralmente preciso usar quando tem sol. O Garmin no módulo de último treino, a fatídica corrida pela qual estava me preparando. Neste módulo ele não controla o ritmo, apenas apita a cada km e mostra o tempo do km, e mostra a contagem regressiva de kms no painel principal, o único que consigo ver. O tenis amarrado, o Garmin conectado ao satélite, sem dor nas costas, as pernas sendindo bem, 40 dólares no boné e a chave do hotel no bolso caso o ponto de encontro não desse certo e eu tivesse que voltar para o hotel sozinho. Eu estava preparado e agora era esperar a largada, em poucos segundos dado que o corral B já tinha saído.

A largada foi única. O ritmo das pessoas ao meu redor era menor que o meu. Pessoas que estava na linha de largada, na minha frente, sairam correndo devagar, administrando o ritmo, com passos cuidadosos. Pela segundo vez ficou evidente que eu estava no corral C, que tinha ritmo visivelmente ais lento que o meu. E depois tinha corral D, e F... até R ou S eu acho. Dei um jeito de me livrar logo da galera ali pois o ritmo parecia muito lento. Logo me vi na frente do pelotão, com uma moça do meu lado direito, um pouco na minha frente, correndo no mesmo ritmo que eu. Não muito mias que isso, o resto era uma rua bem larga e vazia na minha frente. Eu dividia a lidrança com a moça, enfim sentia um pouco da emoção de correr na frente. E assim foi por uns 500m ou pouco mais, até que comecei alcançar a galera mais lenta do corral B e não mais liderava qualquer coisa. Mais fui alcançando e passando o pelotão B aos poucos de forma ali a galera já estava dispersa e eu conseguia manter o ritmo que quisesse, sem congestionamento. Ali mesmo, durande a corrida, foi inevitável pensar no fato de que ter largad no pelotão C foi na verdade um benefícil, eu tinha simplesmente evitado todo o congestionamento da largada. 

Na foto ao lado estou com uma camisa escura, com o número 7 bem grande na frente, um pouco coberto pelo número da corrida. Essa foto foi tirada durante os primeiros kms. Passei o km 1 para 4:33 já correndo com algumas pessoas que estavam no meu ritmo, mas ainda passando gente, e com bastante gente ao redor mas sem congestionamento. A corrida ia tranquila e eu não me sentia cansado, escutei o Garmin apitar o primeiro km e vi que estava um pouco mais rápido do que devia. O ritmo alvo para um bom dia, para compatibilidade com o treino e com o tempo de 1h40m seria de 4:44/km. Eu sabia que não conseguiria menter 4:33 ainda que estivesse me sentindo bem, era preciso diminuir um pouco. Tentei rodar solto, em ritmo de descanso, sem fazer esforço, e no km 2 o ritmo caiu para 4:40/km. Estava bom e eu me sentia bem. Olhava o lago, as ondas, as pessoas ao meu redor, me sentia bem e prazer na corrida. A rua era muito larga, o asfalto muito bom, um ventinho contra, era fácil correr. 

Daí para frente perdi um pouco contato com o Garmin e tentei manter mais ou menos o ritmo, mas sempre consciente que4 queria um ritmo fácil que eu pudesse terminar nele. Viera máguas, e gatorade e eu peguei água no primeiro posto mais para treinar, para ter mais segurança que eu conseguiria pegar água. Não queria correr o tempo todo sem água e o plano incluia um gel pelo menos durante o percurso. Assim segui, e esegui bem, quando por volta do km 5 e apertei o botão do Garmin pedindo para ele mostrar os km percorridos ao invês dos km que faltavam, era o que eu estava mias acostumado nos treinos. 
Por volta do km 9 resolvi mandar um gel e quando veio a água acabei pegando um gatorade. mandei para baixo. O gel era meio grande, e muito doce. Chegamos logo no ponto onde voltamos 180 graus e eu começava sentir o estômago um pouco embrulhado ao mesmo tempo que também senti um pouco de impacto do calor. Indo para o Norte, o vento fraco soprava contra e refrescava, mas quando voltamos para o Sul basicamente não havia mais vento nenhum, o que eu senti imediatamente em forma de calor. O ritmo dos kms 10, 11 e 12 foram mais lento do que a média, mas não tão lento, então não sei o quanto isso afetou o ritmo dado que o km 10 foi ainda indo para o Norte, mas talvez com um pouco de impacto de eu tomar o gel nesse km. Os km 11 e 12 talvez o pior foi que eu não estava me sentindo bem do estômago, embora a situação não estivesse tão ruim assim, mas o suficiente para que eu decidisse que não tomaria mais gel e esperaria um tempo para pegar água.

Por volta do km 13 o percurso tinha um vai e volta, onde voltamos novamente para o Norte na pista onde os carros vão no sentido Sul, e depois de uns 300 metros voltamos para o Sul. Quando inicialmente fomos para o Norte, estamos na pista onde carros também vão para o Norte, a pista do lado do lago. A pista era larga e dupla, uma indo para o Norte, do lado do lago, e outra indo para o Sul, do lado do continente. Quando, perto do km 11 voltamos para o Sul, não mudamos de pista, corríamos para o Sul ainda na pista que ia para o Norte. Mas em certo ponto mudamos para o pista Sul, o que nos separou bastante da galera que ainda ia para o Norte. Essa mudança para a pista Sul teve um vai e volta, onde voltamos para o Norte por uns 300 metros, como falei acima. Nesse ponto, já depois do km 13, o meu estômago estava bem melhor. Logo vieram uma ponte e duas passarelas. Na segunda, eu levantei os braços e a galera em cima da passarela fez um pouco de barulho. Foi legal, estávamos por volta do km 15 e eu me sentia bem e confiante que faria um bom tempo. 
Virei o km 18 para 4:41, mais rápido do que o ritmo desejado e daí em diante não diminui. Eu tinha ideia de onde estava no percurso, mas não olhei o relõgio para conferir. Em certo ponto alguem gritava que faltava apenas 2 minlhas, que eu transformei em 3km, e então confirmava que o fim estava próximo e não me parecia que eu precisaria diminuir o ritmo. Nesses momentos eu lembro dos treinos, e de que 3km seriam 3 voltas no quarteirão onde treino, não era tanto assim. I km 19 foi para 4:40 e o 20 para 4:37. Eu não sabia desses tempos mas sentia que estava forçando, que estava rápido, e me lembrava a todo momento que precisava segurar o ritmo, queria segurar o ritmo. No km 20 eu ouvi o Garmin apitar (ele apita a cada km, e mostra o tempo do km, mas eu geralmente não presto atenção e não percebo que ele apita, pois não estou esperando ou pensando nisso, algumas vezes também por causa do barulho), o que foi bom pois sabia que faltava apenas 1km, e conscientemente tentei forçar o ritmo. Rodei o km 21 para 4:21, sinal que estava bem, e então o Garmin marcou e apitou a lap 22 depois de uns 100 metros, terminando ali, para ele, a corrida. Ele certamente tocou a musiquinha que usualmente toca no final do treino, mas não percebi, estava muito concentrado em manter o ritmo forte até a linha de chegada. E quando passei pela linha de chegada, apertei o botão do Garmin, mas ele já tinha parado, e o resultado é que sem querer o que eu fiz foi fazer ele continuar contando o tempo. Assim temps as laps 23 e 24 dado que eu tive uma certa dificuldade de parar ele, pois no momento não tinha me tocado que para ele a meia tinha terminado antes da linha de chegada. 

No tempo oficial, líquido, fechei a meia de Chicago em 1:40:05, quando o treino era para fechar em 1:40:00. Ou seja, o meu tempo foi quase exatamente o que eu almejava com os treinos, colocando essa meia maratona mais ou menos no mesmo ritmo do que eu corria 20 anos atrás. Foi muito bom, eu estava muito contente, com a cereja no bolo sendo que pela marcação do Garmin eu tinha feito um sub 1:40:00 e o percurso tinha mais do que 21,1km. Mas ficarei com a marcação oficial...


Terminei bem e achei a Lika logo ali, e embora estivesse cansado, também me sentia bem. Peguei umas bananas e caminhamos juntos para a área onde estavam dando um comida e água. Não muita coisa, mas esses dias eu não ligo muito, eu não vou na corrida para emcher a pança no final. Para comer recebemos só um bagel e para beber duas garrafas de água. Dali batemos cabaça um pouco para encontrar a saída do parque, eu estava bem perdido. Ainda bem que não precisamos usar o ponto de encontro o qual sozinho eu ser meio complicado para eu achar depois da chegada, dado que ele era na saída do parque. Mas achamos a saída e caminhamos até o hotel, onde tomei um banho gostoso, uma cochilada e a tarde fomos no Museu da Ciência e Indústria caminhando, com adicional caminhada dentro do museu, e para jantar e voltar para casa. O dia terminou com eu bem cansado, tendo batido o recorde de passos desde que comprei o Garmin, com 39 mil passos no dia da corrida. Nos 3 dias seguintes ainda ficamos em Chicago e tive que ainda andar bastante, mas já me sentia descansado. Na quinta feira comecei um novo treion no Garmin e corri um time trial de 5 minutos. Me senti bem, e corri bem, mas o Garmin não acheou o satélite, então estou desconfiado que o ritmo de 4:13 que ele marcou está acima do ritmo real. Na Sexta fiz outro treion curto mas rápido. Hoje, Sábado, dei uma volta em um bairro, em ritmo sub 5:00, total de pouco mais de 13km. É muito interessante como me senti bem na meia e nesses 3 treinos depois dela, comparado com os treinos anteriores, praticamente todo o mês de setembro, que sempre me senti fraco. Seria simplesmente efeito psicológico?

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