Mais uma meia maratona completada, especial por vários motivos mas não entre eles o ritmo... Tudo bem, vamos aos fatos!
Desde a meia de Washington em Março que eu não tinha conseguido treinar direito por causa de dores nas costas, e em Julho para piorar eu andei tendo uns problemas digestivos. Agosto tinha sido um mês bom, no entanto, e eu estava otimista que conseguiria correr uma meia no final do ano, ainda que talvez não na forma que eu gostaria. Estava dando voltas em bairros e me sentindo bem. Foi nesse clima mais positivo no meio do verão que decidi me inscrever para a Meia de Mazatlan, no México, para minha meia de segundo semestre.
Havia outras corridas que eu estava considerando, e entre elas a meia na cidade do Panamá, e duas ou três meias no Canada. Mas a meia de Mazatlan acabou com a preferência por causa de outros lugares que a gente queria visitar no México, basicamente as ruinas das civilizações antigas lá. E a isso se junta o fato de que eu consegui livrar uma semana de férias, e tinha meio que decidido não ir para o Brasil no final deste ano. Enfim, eu consegui encaixar essa meia com outras coisas.
Passaram Setembro e Outubro e eu continuei com as voltas aos bairros nos finals de semana, chegando at 20km, mas com baixa km no meio da semana, totalizando 30 a 40km por semana apenas. Ainda sssim me sentia bem e pronto para uma meia, ainda que não fosse em ritmo bom dado que eu não estava fazendo nenhum treino de qualidade e estava com baixa km semanal.
No final de Outubro comecei sentir uma dor pequena nas costa ao respirar fundo, e a dor não se foi. Mas nada se alterou nos treinos, me sentia bem correndo. 10 dias antes da meia fui no médico que pediu para que eu não corresse, mas ele não sabia da meia. Naquele final de semana rodei 13km na minha última volta ao bairro antes da meia, e continuei meu treino normal. Não segui a recomendação médica, mas indo para o México eu estava apreensivo, sem saber se deveria correr ou não.
Descendo na cidade do México, na sexta, pegamos temperatura boa, abaixo dos 20 graus. Visitamos as ruínas lá, com duas pirâmides, do sol e da lua, que são impressionantes. Às vezes entia mais dores, ás vezes menos, mas em geral não o suficiente para pensar que eu não conseguiria correr. No Sábado de manhã chegamos a Mazatlán, e então percebemos a diferença de clima, com Mazatlán, ao nível do mar, na costa do oceano Pacífico, sendo muito mais quente que a cidade do México. Fomos buscar os kit caminhando 1km do hotel, com sol muito quente e procurando sombras, isso às 10h da manhã.
Tentei trocar a inscrição para corrida de 5 ou 10km a ser realizada no Sábado a tarde, mas não aceitaram, eu teria que correr a meia, ou desistir. Mas me sentia bem, e fiz planos, e resolvi correr. O plano não era inovador, eu já tinha seguido ele na volta ao Bairro da semana anterior; o plano era manter o pulso baixo, de preferencaia abaixo dos 150, o que eu sabia me forçaria a correr devagar. A corrida passaria em frente ao hotel no km 9 e o plano era parar se eu estivesse cansado.
Mas eu não teria razões para estar cansado a não ser o calor, ou um problema de saúde. Eu tinha rodado pouco e me sentido bem no meio da semana. Tinha feito a volta ao bairrro de 13km no sábado, descansado no domingo, 5km na segunda, 2km na quarta e 8km na quinta. Sexta e Sábado descansando.
No sábado a tarde, da área do nosso apartamento em Mazatlán, no segundo andar, eu olhava para a rua á noite enquando a corrida de 5 e 10km passavam em frente ao nosso hotel. Fiquei lá por um bom tempo e depois fomos caminhar no calçadão, já a noite, mas com calor, e eu tomei as duas cervejas com sabor que veio no kit, quente. Me sentia bem, era uma noite quente, legal. O calor no entanto preocupava, eu só tinha treinado com temperaturas perto dos zero graus. Mas eu tinha meu plano e pararia no 9 se precisasse.
Fui dormir tranquilo e dormi bem. No dia seguinte fomos novamente para a varando às 5 da manhã e vimos a galera indo para a largada, galera que estava em outros hotéis por ali. A maratona largaria às 6h com a meia às 6:30, e 15 minutos para chegar dali na largada. Estavamos tranquilos e com bastante tempo. Comi uma barrinha de cereal e uma maçã, tinha comido bem no dia anterior, quando fomos no shopping center e assistimos um filme e comemos comida Mexicana que ao mesmo tempo era bem conhecida, a base de milho. Comi sem preocupação e comi uma boa proporção. Na manhã do Domingo, dia da corrida, estava preparado, temperatura de 20 graus, escuro ainda quando começamos a caminhar em direção à largada.
A organização pediu para colocarmos uma pulseira como senha para entrar no local de largada, mas a largada não foi bem organizada e ninguem estava verificando as pulseiras. Eu poderia ter largado com a Maratona e pelo visot ninguem teria percebido. Houve várias largadas, mas não era claro onde era a delimitação das ondas, quais os tempos... eu apenas entre no meio da galera e fui andando para frente até sentir que estava ficando mais apertado, tumultuado do que eu gostava, então parei, esperei, ia correr devagar, então para que largar na frente? E assim foi que quando a minha largada foi dada eu aindei até o portal da a largada e apertei o Garmin, estávamos na corrida!
A alrgada foi dada às 6:20 da manhã, ainda bem cedo mas com o dia já clareando. Eu saí com óculos escuros e levei no bolso o mais escuro ainda. O Oceano Pacífico meio que me pregou uma peça tal que vendo o oceano eu pensei no dia anterior que veria o sol nascer durando a corrida na beira do mar, acostumado com o sol nascendo sobre o Atlântico. Mas num misto de sentimento positivo e negativo eu percebi no dia anterior que eu não veria o sol nascer pois ele nasceria atrás dos prédios. Mas havia um lado muito bom, que eu correria na sombra dos prédios! O calor era o fator que me preocupava maism de longe.
Dado minha experiência nos treinos eu consegui sair devagar, sem ir com muita sede ao pote por assim dizer. Fiquei também um pouco encaixotado no meio de tantas pessoas mas logo foi encontrando caminho aqui e ali para ir passando devagar. Fomos para o sudoeste, meia volta, voltamos e eu fecho o primeiro km para 5:43, mais ou menos o ritmo médio da prova toda. Ali no km 1 eu me sentia bem e poderia estar mais rápido, mas consegui segurar e ir com calma, já sentindo o calor que estava acima dos 20 graus, muito diferente dos zero graus de Toronto.
O meu ritmo logo melhorou e ficou na casa dos 5:20 por km, e eu rodava tranquilo, apesar de sentir calor, pois o rítmo parecia bem lento para uma corrida. Às vezes eu pensava em aumentar o ritmo e rodar na casa dos 5 min/km ou mais forte para sentir a corrida, mas logo desistia, era melhor ir devagar, poupar energia ainda que parecesse que eu podia ir mais rápido. Nisso em lembrei a meia de Lisboa, quando me senti bem no começo, mas quebrei depois, provavelmente por causa do carlor que em Lisboa estava mais our menos como em Mazatlan, com a diferença que a largada em Lisboa foi depois das 10h da manhã eu acho.
No primeiro posto de água eu peguei um sachê que estava bem relado, fiz um buraco nele com o dente e bebi um pouco, joguei o resto da água na cabeça, que nem sentiu muito bom por que a água estava gelada. Mas ali no km 2 eu não precisava beber água ainda, estava tranquilo. Por volta do km 5 teve água denovo, mas não encontrei sachês, apenas copos com isotônico, e peguei um. Mais para frente perdi um posto de água qui outro ali, principalmente por não ver ele a tempo, por não estar prestando atenção; em um dos postos simplesmente não encontrei água. Em geral por causa disso minha avaliação do abastecimento da prova não seria 10. Eles podia ter postos de água dos dois lados da rua, por exemplo. E mais gente em cada posto para evitar a falta de água em cima das mesas. Também entendi que em alguns postos só tinha isotônico, não tinha água. Isso é ainda mais importante por causa do calor.
O meu melhor km foi o 4 a 5:19, e pelo km 7 o meu ritmo começou cair dado que o pulso começou a se elevar e eu queria manter ele baixo. Ainda assim não deu para ficar abaixo dos 150 depois do km 7 dado que eu não queria ir muito devagar ou andar. Por volta do km 9 eu passava em frente ao hotel, mas não consegui enxergar exatamente onde era o hotel de forma que se tivesse que parar eu não sabia se conseguiria chegar ao hotel fácil. Mas ali no 9 eu me sentia bem, apesar de não totalmente descansado, mas não pensava em parar.
Sabia que agora iria para o Sul acompanhando o mar, com um pouco de curvas, e depois voltaria. Queria logo ver as pessoas voltando para então pensar que estava perto do ponto de retorno, e terminaria fácil, bem. Não ousava aumentar o ritmo que pelo km 12 tinha caido para baixo dos 6 min/km, pois eu começava a sentir o calor, o cansaço do longo tempo de corrida. Mas pelo menos não tinha sol, e pelo menos eu conseguia prestar mais atenção nas pessoas, menos preocupado com manter o ritmo, olhando sempre o pulso no Garmin, pulso que estava sempre accima do que eu desejava. Comecei a pensar em mantê-lo abaixo dos 170 ao invés dos 150, e assim fiz mais ou menos.
Retornamos no km 14,5, e mais ou menos ali me senti bem, já no km 15 aumentei um pouco o ritmo, rodando sub 6 min/km nos km 15, 16 e 17. Então as pernas começaram a pesar e eu comecei a me sentir cansado, já com mais de 1h40m de prova pelo km 18. Nos km 18 19 e 20 o ritmo caiu acima dos 6 min/km de novo e eu já sentia calor, cansaço e procurava o final, rezando para que o pulso não aumentasse muito, e ao mesmo tempo pensando que agora chegaria ao final correndo naquele ritmo independente de onde o pulso fosse. NO km 21 eu aumentei um poco o ritmo denovo fechando o 21 para 5:48, mas ainda assim nada parecido com o ritmo do começo.
Cruzei a linha de chegada e parei, me sentindo bem cansado, mas não muito ofegante, era cansado mesmo, com calor. Andei e queria sair logo dali, ir para um lugar com mais espaço, andar para lá e para cá, sentir um pouco de ar fresco. Mas pouco era o ar fresco por ali. Peguei a medalha, peguei o kit de chegada com uma laranja e outras coisas, peguei duas bananas e uma garrafa de isotônico e fui para o ponto de encontro, do lado do guarda volumas, guarda roupas para os Mexicanos. Ali do lado do guarda volumes tinha um jipe do exército, eu acho, com um sujeito com uma arma na mão, e outros sujeitos daqueles espalhados por ali. Eu aindei para lá e para cá, pensando nisso, no fado que o México tinha tanto problema com o crime organizado, que tudo parecia bem, muitas pessoas se divertindo, numa região segura, mas o México e o Brasil eram países parecidos de muitas formas. Eu caminhei mais um km até o hotel, banho e café da manhã, afinal era cedo ainda, antes das 9 da manhã quando voltei para o hotél. Me dava um sentimento de meio desespero de pensar na galera correndo a maratona, da galera correndo a maratona que ainda devia estar na metade, e o calor aumentendo muito. Mas eles estava bem mais treinados do que eu...
No final foi uma experiência boa, a gente seguiu curtindo o México por mais uma semana, conhecendo coisas novas e pessoas boas, lembrando o calor humano do Brasil. Foi uma meia bem lenta, ruim em termos de performance, que eu tento ver como positivo pois havia a possibilidade de não correr, de correr os 5km apenas, de voltar sem meia... mas é difícil não ver como uma queda enorme desde a meia de Washingnton e ainda maior desde Chicago, apenas 1 ano atrás. Vamos ver o que acontece e manter as esperanças de que outras meias virão e que poderão ser melhores, e que vamos continuar nos divertindo...
O nome da rua onde a corrida começou, Avenida Leonismo Internacional, se refere a um movimento internacional que incentiva prestação de serviço a comuidades. O movimento nasceu em Chicago em 1917 e parece estar espalhado pelho mundo. Originalmente chamado Lion Club, nos países que falam espanhol ele é conhecido como movimento Leonismo, e deve ser mais ou menos igual em Português.
A avenida dos Insurgentes, onde passamos no km 2, se refere aos insurgentes da guerra de independência contra a Espanha, que foi de 1810 até 1821. Os tais insurgentes são os fundadores do México, considerados heróis.
No km 3 estavamos na Avenida Del Mar, mas aí entramos na Avenida Rafael Buelna para os km 4 e 5. O Rafeal foi um revolucionário da guerra civil da revolução Mexicana, ele se tornou General e tem o apelido de El Granito de Oro por ter lutado ferozmente pela suas causa de democrcia. Ele nasceu em Sinaloa no final do 1800s.
Até o km 8 corremos pela avenida Camarón Sábalo, que parece ser uma espécie de camarão, mas acho que podemos dizer que o nome da rua aqui é uma homenagem á vida, natureza, economia ligada a pesca da região.
Do km 8 ao 12 estamos na Avenida del Mar. Daí ela passa a se chamar Passeo Claussen, em homenagem a um sujeito que imigrou da Alemanhã em 1863 e abriu uma cervejaria em 1900, a cervejaria Pacífico que existe até hoje. O sujeito tinha vários negócios e ficou bem de vida e tal, então foi importante para o desenvolvimento de Mazatlán.
Daí no km 14 entramos no Passeio Olas Altas, que é uma avenida e se refere a grandes ondas na região. Mas parece que o nome também tem a ver com marketing para atrair turistas na primaria área turistica de Mazatlan, conectada ao centro histórico.
A avenida Reforma, que passamos no começo e no final, mas corremos bem pouco por ela, se refere a reforma liberal no México, que foi liderada por um presidente indígena da área de Oaxaca, em que até houve uma guerra pois tinha a galera contrárioa ás reformas liberais (igreja e militar). Foi de 1855 a 1863 e muito importante para o desenvolvimento do México que temos hoje em dia, cuja constinuição ainda se baseia muito naquelas reformas.
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