Hoje eu estava vindo para casa e me sentindo meio desanimado, não sabia bem porque. Talvez meio inconscientemente eu tava sentindo falta da galera do Brasil, nessa época de festas onde todos se divertem muito. Aqui é tudo igual, todos com planos, todos felizes pelo final de ano, mas eu não tenho muito o que fazer a não ser esperar os dias passarem. E apesar de eu não ser uma pessoa festeira, o clima acho que acaba contagiando a gente. Muitas festas, muitos almoços.
Hoje tivemos outro almoço de final de ano, eu não sei direito como funcionam as coisas, mas teoricamente foi o almoço de minha equipe. Ach oque num certo nível minha equipe é composta de 3 pessoas, mas aí tem um outro nível que a equipe é composta de umas 10 pessoas. E o nível seguinte acho que são todas as pessoas da empresa. Enfim, era o almoço desse segundo nível e fomos num restaurante indiano. E quem pagou dessa vez foi o chefe do chefe. A galera toda muito alegre, deu certo de eu sentar perto do chefe e do chefe do chefe.
Foi uma daquelas situações engraçadas. A minha colega de trabalho sentou numa ponta da mesa e lá parecia que ia se formar o canto das meninas. Então eu meio que fiquei do lado de cá, demorei um pouco para entrar, elas conversam muito, vão querer conversar comigo, muito barulho, mal falo que o book está on the table... Acabei ficando no vácuo do chefe, ele sentou e eu fiquei ali do lado, afinal o chefe de tanto ter que conversar comigo já quase fala portugues, é mais tranquilo. Mas o chefe do chefe, que veio no final da fila, sentou-se do outro lado de minha mesa. Putz, acho que eu preferia ficar com as meninas, evitaria um papo mais cabeça ou piadas que eu nunca entendo direito. Fazer o que, agora já era.
Descobriram que somente o chefe do chefe é que tinha ali na mesa quebrado algum osso (não sei como chegaram nesse raio de assunto) e então me perguntaram, meio de surpresa, enquanto eu tentava ouvir a conversa do chefe com o chinês, se eu já tinha quebrado algum osso. Sim, eu tinha, e foi inevitável que eles perguntassem onde, como, quando, porque. Eu havia caido do pé de goiaba e expliquei que o dito cujo era meio liso, pois canadense não deve conhecer pé de goiaba. Não foi por isso que eu caí, mas deixa eles pensarem, assim eu passo menos vergonha. E nessa conversa engatou-se uma conversa sobre o Brasil, onde em breve me perguntaram como eram as escolas no Brasil. Eu expliquei o esquema público-privado, e aproveitei para meter o pau na educação e no pouco caso que o governo faz dela.
Da educação pro futebol, eles dizendo que os canadenses só pensam em hoquei depois que eu disse que brasileiro só pensa em futebol. Expliquei que não era bem assim, o Canadá tinha uma infra-estrutura maravilhosa, todo mundo tem oportunidade de praticar os eu esporte, de descobrir que é bom em algo, enquanto que o brasileiro que talvez seria medalha de outro em alguma prova do atletismo nunca nem chega a descobrir isso porque ele cresce sem saber o que é um ginásio de esportes, uma pista de atletismo.
E segue-se o clima de almoço de final de ano, piadas, a galera chamando o chefe do chefe de papai noel porque ele vai pagar a conta, enfim, essas coisas. Lá fora frio, eu tinha me esquecido desse almoço com a galera, estava meio zoado, mal vestido, com aminha blusa do Brasil que cabe embaixo do braço enquanto a galera desfilando os casacos até o pé, mas fazer o que.
O dia depois continuou, e acabou, e eu volto para o começo desse post onde eu estava vindo para casa para continuar no próximo post...
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
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