quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Rituais Empresariais
Hoje a minha equipe foi inteira jantar para comemorar mais um final de ano. Eu, o chefe e a minha colega de trabalho, nós três somos a equipe. Eu, ele e ala. Eu na minha, ela escolheu o restaurante e ele pagou a conta. Ele, como eu, é mais retraido. Ela não, ela é super ativa e conversa muito e rápido. Dá trabalho para entender. O restaurante que ela escolheu tava lotado espera de uma hora. Fomos em outro, não achamos, por sorte vimos uma placa enorme escrito "Stake" e resolvemos ficar por ali mesmo. O sujeito na entrada pergunto como chegamos ali, o chefe disse que foi pela placa. Eu disse a ele "Vc tá vendo, propaganda funciona...". E pedi um salmão enquanto mais ouvia os dois conversarem do que falava. Ela, inspirada em minha aventura de vir para o Canadá, resolveu ir para a unidade da empresa na Inglaterra. E está nervosa, pois já está tudo certo, ela vai em Março para ficar um ano. Eu tenho incentivado, é uma ótima experiencia e a situação dela é mais tranquila, ela já fala inglês, já foi para a Inglaterra, e lá não é muito diferente daqui. E mudamos de assunto, família, inevitável contar os planos de final de ano. Disse que os meus não existem, mas agora vou passar um Natal igual eu vejo nos filmes, cheio de neve e tal. O chefe disse que talvez a neve derreta até lá, a previsão tem falado de uns dias mais quentes. Os dois também vão ficar na cidade. O meu salmão chega, também a costela do chefe e o bife dela. Aliás uma baita costela e um baita bife. E um salmãozinho. O garçon pede se queremos algo mais e cai fora diante da negativa. Eu queria dizer que pelo cardápio eu esperava um salmão inteiro, mas acho que não ia adiantar. A conversa chega no trabalho, aquele projeto que nunca termina, o chefe doido para enterrar ele e não consegue. Eu disse a ele para deixar comigo, eu estou me divertindo. Os projetos são diferentes em certos aspectos dos do Brasil, e eu aprendo muitas coisas novas, praticamente agradeci por este em questão ser infindável. Falam sobre pessoas que sairam, sobre tempos passados. Quase só eles, eu não tenho passado. E o tempo passa, eles pedem uma sobremesa que dividem e depois dela vem a conta que ele paga. Me perguntam se no Brasil a gente dá gorjeta para os garçons. Canadá, inverno, mas fora a gorjeta, parece que os rituais empresariais são iguais em todos os lugares, apresentação de resultado, festa de final de ano, chefes e não chefes, premios, parabéns para todo mundo que todos são excepcionais e são responsáveis pelo sucesso da empresa... E eu sempre me pego do lado de fora de tudo isso, não participando mas analisando. Os rituais estão sempre tentando manipular o ser humano, tentando fingir que há algo mais que a busca alucinada por dinheiro. Eu depois do salmãozinho, eu cheguei em casa com a impressão que o meu pão de 35 centavos que tinha sobrado do dia anterior valia mais do que o salmão de 30 dolares...
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