Nos finais de semana eu geralmente tenho feito o rango, não tenho comprado. Assim consigo comer uma comida muito parecida com a do Brasil. E sempre sobra e eu vou devorando no jantar durante a semana. Bom, hoje não foi diferente, eu fui de manhã no mercado comprar uns legumes, verduras e comprei também uma carne moida, nem sempre eu compro carne, mas dizem que eu preciso comer proteína, então...
O arroz já tava pronto na geladeira, que eu tinha feito no meio da semana. Aliás aconteceu no meio da semana de eu fazer arroz e esquecer de colocar sal, foi meio zoado para comer. Mas esse já era outro e tinha sal. Bom, tinha comprado 1.5 Km de carne moida a 9 dolares. Para mim é um bom preco, eu não sou assim muito carnívoro e dividi ela em 6 partes. Cada vez eu faço uma parte. E geralmente dá para duas ou três refeições porque eu não nunca faço somente a carne, como eu disse não tão carnívoro. Cada parte deve ter umas 250 gramas.
Então eu coloco no fogo a carne moida com cebola, tomate, batata, cenoura alho e sal. No final das contas vira um sopão. As vezes eu coloco alguma folha, tipo acelga ou sei lá que tipo de folha é aquela que eles vendem aqui. E deixo tudo cozinhar por um bom tempo, quando eu acho que tá bom eu paro. E depois eu como esse negócio com arroz e feijão, ou somente arroz sem feijão. O feijão eu compro de latinha, ele por incrivel que pareça se parece com o do Brasil. Já vem cozido, só abrir a lata e comer.
Hoje eu dei uma olhada nuns temperos que a garota dona do ap aqui deixou. Ela morava aqui antes de eu alugar e ela deixou todas as coisas dela aqui, inclusive a geladeira cheia e muita coisa na cozinha. Eu geralmente não uso nada embora ela tenha dito que eu podia acabar com tudo o que fosse de comer, que quando ela voltasse depois de um ano, se eu não tivesse comido ela provavelmente iria jogar fora. Mesmo assim eu geralmente não mexo nas coisas dela. Geralmente, não sempre. Algumas coisas na geladeira eu devorei. Mas a maioria das coisas na geladeira, a maioria das coisas de comer, não me atraem. Tem muitos tipos de molhos e frescuras, eu prefiro usar somente sal. Mas tinha ali um vidrinho com um negocio dentro, tava escrito "spice", e eu entendo que spice são as comidas ardidas daqui. Bom, esse negoico deve ser legal, vou colocar um pouquinho, se for bom eu coloco mais da proxima vez, compro um para mim. A comida um pouco spice não eh ruim. Eu não sei se posso dizer apimentada, pra mim spice significa com tempero forte, talvez ardido, e inclui apimentado, mas não sei ao certo.
O resultado é que no final das contas eu mal consegui comer o negócio. Ficou bem mais ardido do que eu gosto. Nas próximas vezes vou ter que dividir o sopão em partes menores, colocar pouco e misturar com bastante arroz para conseguir comer. É, as vezes a gente cai do cavalo...
Em São Paulo eu não cozinhava, sempre comprava comida pronta no marmitão. Marmitão era o boteco perto de casa. Era uma comida brasileira, então dava na mesma comprar ou fazer, comprando eu ganhava tempo. Antes de São Paulo, na Unicamp, eu fazia comida nos finais de semana, quando não tinha bandeijão. Agora estou de volta fazendo comida, mas não é das coisas que mais goto. E não sei se outros conseguiriam comer os meus deliciosos pratos. Mas é interessante de qualquer forma, hoje nem todos cozinham.
E falando de marmitão, me deu uma certa saudade. Não só da comida, mas das pessoas, das figuras que trabalhavam lá. Frequentei o lugar de 2001 a 2007 com uma frequencia bastante alta, então todo mundo me conhecia e eu conhecia todo mundo. Bom, na verdade eles tinham uma certa rotatividade de funcionários então eu as vezes não conhecia alguns. Eu nem me despedi deles. Lembro que uma vez conversei com um deles que eu tinha planos de vir para o Canadá, e ele me perguntara como iam os planos algumas vezes depois, mas esse sujeito não trabalhava mais lá quando vim para cá. Para ninguém mais eu falei nada, eu sempre fui discreto com os meus planos. Eu simplesmente sumi, de um cliente frequente, desapareci. Com certeza quero passar lá quando voltar...
O marmitão faz lembrar o Habibs. Eu comia tão frequentemente no marmitão que as vezes tava enjoado. Então em alguns finais de semana eu ia no Habibs. Colocava o tenis e caminhava até o Habibs. No comeco eu ia de bike, mas então descobri que caminhar era mais gostoso. Geralmente no domingo a noite. E as ruas da Vila NOva conceição era relativamente seguras. E eu caminhava a noite, ida e volta até o Habibs da Afonso Bras. Não era tão longe assim, mas eu lembrava que poucos faziam isso, estávamos numa época onde tudo era delivery. E por isso São Paulo era a cidade das motocicletas, elas faziam os deliverys. Mas eu gostava de andar, e pensava no porteiro do prédio que me via saindo e voltando quase uma hora depois com a caixa do Habibs na mão. Ele devia pensar "onde será que esse sujeito vai, não tem Habibs aqui por perto...". Foram tantas vezes, as atendentes do Habibs também me conheciam. Mas lá era diferente e eu não sinto tanta saudades. HOje o mundo é diferente, não sei se tem algo semelhante ao Habibs por aqui, nunca me preocupei em procurar. Na verdade já me disseram que existem lojas de produtos brasileiros onde eu acho tudo do Brasil, a preços acessíveis, mas eu realmente nunca me interessei. Não são as coisas do Brasil que fazem falta, são os momentos, as pessoas, as lembranças... A comida também, mas eu tenho me virado facilmente com os produtos canadenses, como disse acima...
sábado, 19 de janeiro de 2008
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Um comentário:
Po cara! É incrível como você consegue escrever tanto. Essas memórias vão ser inscríveis quando você quiser relembrar de seu omeço no Candá daqui há alguns anos, seja por aí mesmo ou de volta às nossas terras.
Bem... pelo que eu entendo, 'spice' é algo realmente apimentado, não somente um temperinho qualquer. Acho que por isso que zoou sua comida.
Ah! Hoje fiz uma coisa bacana. Final de semana passado eu tava arrumando a papelada entulhada no meu quarto, jogando coisas fora e guardando outras, quando encontrei o relato que vc fez das 24H. Separei e reli hoje. Aquela corrida foi demais... se você vier pro Brasil e tiver quarteto nas 24H de Curitiba (ano passado teve) a gente tem que arrastar o Issao e o Luisão pra repetir o time!
abs
Paulo NOG
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