sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Bicicleta e ambiente

Quando no Brasil a idéia que eu tinha era a de que ter uma bicicleta era tido como sinônimo de fazer exercício físico ou então não ter grana. Se o sujeito ia de bicicleta para o trabalho ele era meio maluco, e de fato ninguem fazia isso. Aqui, depois que eu comprei a bicicleta tenho notado que a visão é muito diferente. A primeira coisa que as pessoas pensam é que estamos protegendo o meio ambiente. Assim bicicleta até dá um certo status. E por isso as bicicletas são de certa forma respeitadas, e, talvez, admiradas.

A consciencia e o respeito que eles tem é algo diferente. Nas ruas muitos ciclistas se comportam como se fossem carros e não como se fossem os motoqueiros de São Paulo. Eles ficam no meio da rua, o cupando o lugar de um carro, esperando pelo semáforo abrir. Na primeira vez que segui o Trevor para casa, quando ele parou no semáforo, eu parei indeciso atrás e não pude deixar de perguntar "Você tem certeza que podemos ficar aqui?" Ah, se fosse no Brasil. Você teria que ser esperto para sair inteiro porque eu não tenho dúvida de que depois de muitas buzinas você ainda correria um serio risco de ser atropelado, talvez até propositalmente. Até hoje, quando estou sozinho, ainda não consigo parar lá no meio da rua.

Mas ele não só para no lugar dos carros, ele respeita todas as leis dos carros. Se o semáforo tá vermelho, ele para ainda que não tem carro vindo em lugar nenhum. Se tem um sinal de PARE, ele diminui a velocidade, chega quase parar, mesmo que todo mundo tá vendo que não vem carro nenhum. E faz sinal com a mão quando vai entrar para um lado e para outro, usa luzaes a noite, sempre usa capacete. Nem todos os ciclistas são assim, na verdade muitos não respeitam os sinais de transito. E alguns motoristas não gostam dos ciclistas, tal como no Brasil. Uma vez estávamos parado no meio da rua esperando o semáforo quando a senhora do carro do lado abriu o vidro e perguntou para o Trevor se o seguro dele pagaria o estrago caso a bicicleta dele batesse num carro. Ele é muito calmo e continuou com o sorriso dele, meio que concordando, sem responder como que dizendo "Eu ando de bicicleta e sou feliz, isso que importa..." No semáforo seguinte ele me pergunto sorrindo ainda "A gente não fez nada de errado, porque ela veio perguntar isso?" - "Acho que é porque ela não sabe andar de bicicleta" - eu respondi.

Pelo menos aqui eu posso ir todo dia para o trabalho de bicicleta sem medo, é mais sensação de liberdade e de que seus direitos valem alguma coisa....

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