sexta-feira, 26 de abril de 2013

Longo que não era para ser longo

Pois é, eu sai cedo, planejando uma rodada básica, uns 5 km para poder comer mais no café da manhã. O começo estava meio frio, uns 4 graus que pareciam mais frio talvez porque eu usava shorts e minha blusa normal. Mas com 1km mais ou menos tudo estava confortável. Às 5 da manhã o horizonte já está claro, mas o resto sem ser o horizonte está escuro. E correndo por bairros residenciais eu pensava o quanto uma cidade pode ser quieta quando todos estão dormindo. Os bairos residenciais em Toronto são bastatne agradáveis para correr e acho que a diferença para São Paulo é que quando as coisas estão quietas em SP a gente fica com medo. E não sei se tem bairros muitos residenciais, assim bom de correr em SP. 

No rádio, o documentário da BBC das 5h falava sobre o sujeito que descobriu a estruutra do DNA, e escreveu um artigo científico muito simples sobre o feito, como se não tivesse sido grande coisa. Depois ganhou o Nobel e tal. Por volta das 5:30 em Toronto começa o programa Metro Morning, que é um programa local, baastante voltado para assuntos da cidade e do Canadá. Hoje ele foi tomado pela discussao sobre o acidente em Bangladesh, onde muitos trabalhadores morreram. Aconcete que uma loja bastante Canadense, a Joe Fresh, terceirizava a produção de roupa lá para ficar mais em conta. O Walmart também. As roupas feitas em Bangladesh são vendidas mutio barato no Canadá, e com o desabamento do prédio lá onde estava a fábrica as pessoas aqui começam a se perguntar o quanto os comerciantes Canadenses exploram os países como Bangladesh, que tipo de condições os trabalhadores estão lá, que salário recebem. Os comerciantes querem culpar os consumidores dizendo que se os consumidores não comprassem eles não venderiam. Enfim, uma discussão dos efeitos dessa parte da glabalização que nem sempre parece justos. 

O que é interessante para mim é que a nossa sociedade foi construída assim, a gente não quer saber muito porque as roupas estão sendo vendidas tão baratas. ou o café, ou o chocolate, a gente não quer saber muito de onde vem, quem produz e como. A gente quer saber de pagar mais barato. Eu acho que o sistema força as empresas a explorarem a galera que pode menos, é uma atitude de lavar as mãos a que os consumidores tem de esperar que as empresas vão se assegurar que o chocolate que elas compram não tem trabalho infantil envolvido. Infelizmente isso não vai acontecer, empresas no atual sistema vai fazer o possível para ganhar dinheiro, a não ser que os consumidores cobrem de alguma forma que elas se preocupem com outras coisas. No final das contas uns poucos levam uma paulada dessa propaganda negativa, mas tudos nós carregamos a responsabilidade...

Bom, no final das contas eu acabei rodando 10Km. Não necessariamente um longo, mas na minha atual situação é como se fosse. Não que tenha sido fácil, eu terminei meio detonado e na verdade corri uns 2 Km no final simplesmente porque não apareceu nenhum busão e eu não estava afim de ficar esperando no ponto.


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