terça-feira, 2 de junho de 2009

Internet

Desde que eu me mudei para o Canadá eu tenho morado em apartamentos mobiliados, onde eu tenho tudo que preciso e até mais. Na verdade em apartamentos onde seus donos resolveram passar uma temporada fora e queriam alguem para tomar conta dele. Então não é só mobiliado, mas eles deixam todos os pertences, inclusive pessoais, coisa que acho que a gente não vê no Brasil.Bom, com isso eu sempre tive internet pois a pessoa já tinha e a oferta de aluguel vinha com tudo, inclusive internet.

Eu tive sorte, achei duas pessoas assim, que sairam por um ano e fiquei morando nesse esquema aqui por dois anos, ou seja, até agora. O que aconteceu foi que a garota que morava aqui não gostava desse apartamento e disse que ia mudar de qualquer forma, me pediu se eu também procuraria outro apartamento ou se continuaria nesse. Eu, averso a perder tempo procurando apartamentos e com toda burocracia e tal, decidi ficar. E então ela tirou tudo o que é dela, inclusive a internet. Eu conversei com ela, fiz um negócio, comprei dela o colchão (sem a cama!), para não precisar ir numa loja comprar um colchão, e a mesa, nesta que vos escrevo. Claro, sendo viciado em internet, eu precisaria de uma mesa. Mas eu disse a ela que não precisaria da TV a cabo, do telefone e da internet, tudo no mesmo pacote da operadora.

Para ser sincero eu estava contando com a bondade de um vizinho aqui, que deixava a internet wireless dele aberta e sempre que a minha dava problema eu usava a dele, sinal muito bom e tal. E eu fiquei na casa vazia, usando a internet do vizinho legal por dois dias. Estava ainda cogitando se deveria ou não assinar internet, mas para dizer a verdade eu queria me forçar a usar menos o computador, ler e sair mais, correr mais quem sabe. Eu podia usar internet somente no trabalho. Mas derrepente o vizinho sumiu e eu me vi realmente sem internet. Sem telefone, sem TV, somente com um rádio velho que a garota deixou, aliás importante pois é o único jeito que tenho para verificar a temperatura lá fora. O fim de semana foi difícil, eu não tinha nada pra fazer sem computador. Percebi o quanto estava dependente. E eu que sempre falei que as pessoas hoje em dia são dependentes demais de coisas sem valor como carro, tv, tenis caro, roupas... e infinitas outras coisas que sempre estamos comprando e adorando. A posse gera dependencia e a dependência é uma não liberdade e a liberdade é uma das coisas mais maravilhosas do mundo. Por isso eu nunca tive nada e vejo se me apego às pessoas antes das coisas. Mas um furo na minha teoria era o fato de que eu semrpe gostei muito de estatistica e de correr. Correr é ok, vc sai lá fora e corre, compra lá um tenis e é isso, vc corre e ganha mais liberdade. Mas estatística, e não só estatistica, o conhecimento em geral, por causa disso eu sempre comprei livros e sempre tive internet e fucei muito na internet. Acho que eu não consigo parar de comprar livros, mas a internet, ela faz falta em casa, eu talvez consiga viver somente com a internet no trabalho, ou seja, reduzidno muito o uso. A questão é que para mim a internet não era somente o superfluo de muitas coisas que eu poderia ficar sem, a internet era o único meio que eu usava para me comunicar com o Brasil. Eu opsso achar outros meios ma sa comunicação vai ficar bem prejudicada.

Então eu ainda estou indeciso sobre o que fazer. A idéia agora é tentar ficar sem internet em casa mesmo, em pleno Canadá onde eu já estou ficando com vergonha de dizer que não tenho celular pois as pessoas se assustam. Tentar por um tempo e ver o que acontece. É para mim uma idéia muito ruim pensar que sou tão dependente da internet e eu quero ver se coloco ela no seu devido lugar, usando mais racionalmente e tendo mais tempo para outras coisas, pessoas, vivendo mais no real, menos no virtual.

Eu não sei o que vai acontecer com o blog nos proximos dias, semanas, pode ser que diminua os posts, pode ser que não. Eu devo responder com mais atraso a emails participar muito menos de comunidades virtuais. Aliás os contatos virtuais é algo que sinto ser de pouco valor sem o contato real uma vez que a gente percebe que pessoas maravilhosas estão do outro dado da linha mas são só virtuais, não temos o valor do contato real que este sim seria gratificante como relação humana...

Um comentário:

Mayumi disse...

Ow! Senhor "Internet"! Rsrsrs. Eu ainda sou virtual, né? Pela sua teoria, sou um contato de pouco valor! KKkkkkk. Não se preocupe, pois não me ofendo assim facilmente! Eu entendi o que você quis dizer! Às vezes eu penso da mesma forma. Mas uma coisa é "real" neste mundo virtual: encontrei pessoas que nunca imaginei encontrar, tudo começou pela internet, contatos virtuais, até se tornar real um dia! Espero um dia ter mais valor! Kkkkk. Bons treinos. Vou lendo as suas postagens aqui! Té mais!

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