Hoje eu terminei de ler um livro que comprei ainda no Brasil sobre desenvolvimento de escalas. Como era um livro pequeno, eu acabai trazendo ele para ca, ele foi um dos tres que eu trouxe para ca, Uma centena de outros ficaram no Brasil...
Resumidamente, diz-se escala quando voce quer medir algo que nao eh diretamente mensuravel, e precisa usar varios indicadores, ou item para medir indiretamente. Entoa por exemplo, se voce quer medir auto-estima, voce nao consegue chegar na pessoa e pedir numa escala de 1 a 10 qual eh a auto estima dela. Por causa de diferentes definicoes que cada pessoa pode ter de auto-estima e mesmo porque eh uma caoisa complicada de responder, ou ateh porque as pessoas tenderao a dizer uma auto-estima maior do que a real afinal podem nao se sentir confortavel dizendo que tem baixa auto estima, prefere-se utilizar indicadores. O que fazemos eh primeiro definirmos bem claramente o que eh auto-estima, depois procurar por coisas que sao causadas pela auto estima (as vezes que causam, mas no caso desse livro soh falou sobre os efeitos, nao causas). Efeitos da auto-estima podem ser muitos, por exemplo, podemos pensar que alguem com alta auto-estima vai concordar com a frase "Eu me sinto feliz quando saio para ir para o trabalho". E igualmente, podemos ter umas 10 ou 20 frases e pensar que alguem com auto-estima alta em geral tendera a concordar com elas todas. Se temos 20 frases, com escala de concordancia de 1 a 10, entao se somarmos os pontos de uma pessoa para as 20 frases (ou tirarmos a media) podemos ter um valor estimado para a auto-estima. Essa seria a forma mais simples, inclusive muitos jah devem ter passado por testes desse jeito, as vezes encontramos em revistas, jornais...
Mas o desnevolvimento da escala nao eh algo simples prque requer conhecimento do que se quer medir, no caso do exemplo, quem quer fazer uma escala para auto-estima precisa estudar bastante o que eh auto estima. Mas por tras da parte subjetiva de definir itens que medem a auto estima, tem a parte estatistica que fica especialmente interessante quando construimos modelos mais complesxos ligando variaveis, por exemplo, podemos criar escalas para auto-estima, inteligencia, depressao, felicidade, status, e tentar relacionar num modelo matematico uma coisa com a outra, por exemplo, a inteligencia causaria a auto-estima juntamente com o status, e a auto-estima causaria a felicidade e a depressao. Enfim, eh soh um exemplo, talvez nao faca sentido. Mas uma vez construido um modelo matematico podemos estimar efeitos e testar nossa teoria, tipo sera que os dados suportam essa relacao de causa entre a inteligencia e auto-estima? Geralmente nesse ponto jah nao estmaos falando de escalas como medias ou somas, e elas nem sao mais muito chamadas de escalas, mas de constructos ou variaveis latentes, abstratas, nao observaveis. E podemos estimar o valor da auto-estima para cada pessoa mas vem de algo semelhante a uma analise fatorial, nao vai ser uma media.
O livro nao chegou a esse ponto, na verdade o livro ficou um pouco distante da estatistica e ficou mais no conceito. O capitulo de confiabilidade e validade me interessou um pouco, mas apenas como recordacao do que eu jah tinha estudado com mais detalhes. Confiabilidade tem a ver com o quanto os itens sao relacionados a auto estima. Vc pode escolher 10 itens que sao realmente muito rrelacionados a auto-estima, eles medem bem a auto estima, com pouco erro, sua variabilidade refleta muito mais a variabilidade da auto estima do que de outras fontes de erros. nesse caso os itens sao confiaveis. Vc pode encontrar outros itens que medem a auto-estima mas nao com tanta precisao, seja porque sao medidos com muito erro, seja porque a auto-estima nao eh sua unica causa. Nesse caso sao poucos confiaveis. Validade tem a ver com o fato de o indice medir ou nao a auto-estima. Item valido mede realmente a auto-estima. Item com baixa validade mede outra coisa.
Depois o livro passa pela analise fatorial e componentes principais, achei interessante que eles tem uma secao que foca na diferenciacao das duas tecnicas, mas de uma forma nao matematica. Tem tambem um capitulo interessante sobre mensuracao de itens, tipo se eh numa escala de 10 pontos, 7 pontos, e outros tipos de escala. E o capitulo final eh sobre a Teoria da Resposta ao item, que eh uma outra forma paralela a Teoria Classica da Medida de trabalhar com itens e variaveis abstratas, e essa forma eu nao sou familiar. O livro diz que eh uma forma muito menos amigavel, de dificil aplicacao, mas eu realmente preciso consultar um livro que fala sobre TRI de uma forma mais profunda.
Bom, eh isso, o livro por ser nao matematico foi de leitura rapida. Achei que o livro tem alguns pontos legais, mas senti falta do mais importante, como construir matematicamente a escala, tipo, vai ser somente uma soma, quais as vantagens e desvantagens disso, quais as vantagens de usar modelos estruturais ao inves de se fazer somente uma soma ou uma media... Mas valeu a pena...
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