domingo, 3 de abril de 2011

É melhor fingir que não viu

Esses dias um colegal colocou dois artigos bem interessantes (mas não novos) na nossa lista de estatística. São artigos como esse, esse, esse e esse. E há muito mais. Estes são artigos que falam sobre a quantidade enorme de publicações em revistas científicas que se baseiam no teste de significância e são furadas. Se um jornalista publica uma coisa furada, bom, até que entendemos o que acontece. Mas se importante revistas científicas estão cheias de artigos com testes estatísticos e conclusões inválidas então eu acho que já são outros quinhentos.

Na minha opinião são dois os principais problemas - 1) Muita gente que não sabe estatística usando a estatística e avaliando os artigos e 2) Os próprios interessados fazendo os testes. Existe a galera que condena a teoria dos testes, mas eu não iria tão longe apesar de reconhecer que eles tem suas limitações, mas que eu vejo como limitações apenas, isto é, se você sabe o que está fazendo você sabe das limitações e portanto pode tirar proveito do métodos sem ter conclusões problemáticas.

Dizem que uma saída seria criar umas regras que obrigam os pesquisadores a disponibilizarem tudo sobre o experimento antes do experimento ser feito. Eu acho qe isso poderia ajudar mas acho que o problema não acaba se mantermos o pesquisador interessado fazendo os seus experimentos. O ideal seria se o experimento pudesse ser conduzidos por pessoas que entendem de experimentos e não tem interesse no assunto. Mas enfim, estamos longe disso.

Lá na lista o nosso amigo se mostrou espantado pois não obteve comentários em seus artigos. E isso foi a razão inicial que me levou a escrever este texto. A razão porque ninguem comenta pra mim é simples e é a mesma porque ninguem comenta sobre o nosso estilo de vida insustentável e o mal que a nossa civilização causa ao planeta e a tantos seres humanos. É melhor fingir que não escutou, que não viu, que não sabe de nada e continuar vivendo a nossa boa vida pois não temos coragem de encarar a solução. Todos os nossos trabalhos e publicações depende do tal do "estatisticamente significante" então o que vamos fazer da vida se esse negócio na verdade não diz muito? Melhor seguir o caminha das águas...

Um comentário:

Mayumi disse...

Poxa, agora vc tocou num ponto interessante para as minhas futuras pesquisas. Acho que vou até pedir uma consultoria sobre estatística!
Tb vi muitas "continhas" feitas e interpretadas de forma errada em algumas pesquisas. O pior é que isto pode levar a persuadir pessoas menos avisadas e menos críticas a acreditar piamente nos resultados!

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