Muito se fala na mídia daqui sobre a barragem na Líbia que estourou e a inundação matou milhares de pessoas. Não muito diferente foi o terremoto no Marrocos. Em ambos os casos os países são pobres e não estão preparados, tal que a situação é bastante trágica.
Eu tenho uma conhecida que veio para o Canadá da Líbia, e imagino se parentes dela foram afetados. É comum aqui essa situação one coisas terríveis acontecem em algum lugar do mundo, e você conhece pessoas de lá. A tragédia então se torna mais importante de certa forma, dado que ela afeta pessoas que vocé conhece. E isso provavelmente define muito do quanto nos importamos com o sofrimento dos outros.
Quando assisto as notícias no Brasil, o focus é na delação do Cid, o cara que trabalhava com o Bolsonaro e agora parece que vai chutar o balde e falar o que sabe contra o Bolsonaro. Não ouvi nenhuma vez falarem sobre a Líbia our Marrocos. Vivendo no Brasil, dificilmente conheceremos alguém desses lugares e talvez isso faz com que a população se importe menos com a tragédia lá, e o resultado é que a mídia não perde muito tempo com isso. Alguns vão dizer que é o contrário, que a população não se importa porque a mídia não mostra. Mas não sei, eu tenho acreditado bastante no poder do mercado, tipo, a mídia vai mostrar se tiver boa audiência. Eles mostram qualquer coisa que dá audiência...
Mas saibam que no Canadá a gente nem sabe que o Bolsonaro existe, e raramente ouve falar do Lula. É interessante ver foco tão diferente quando assitimos os dois.
E pra terminar, a situação política na Líbia não ajuda. Eles tem dois governos, um no Leste e outro no Oeste. Desde que Muammar Gaddafi foi morto há 12 anos com a nossa ajuda, a Líbia tem sido um lugar de muito sofrimento e desordem com a guerra civil que tomou conta do país. Agora, nessa tragédia, o país com dois governos se torna um obstáculo a mais para que os que precisam recebam ajuda. O Gaddafi não era flor que se cheire, mas me parece claro que sem ele ficou pior do que com ele... O que me leva a pensar que qualquer interventção precisa ser pensada e sobretudo, precisa se ter um plano bem claro, e com evidência de que vai funcionar, para o post-intervenção. Até porque a Líbia não é o único examplo...
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