sábado, 18 de outubro de 2025

Volta ao bairro Rocensvalles

O bairro da vez hoje foi o Roncesvalles. Apesar de um bairro sem muita conexão comigo, é um bairro que eu sei bem onde ficar, e de certa forma é um bairro familiar. Talvez por estar meio que no caminho para o High Park, ou pela avenida Roncesvalles que é onde tem a passarela que dá acesso ás trilhas nas margens do lago. Na parte Sul do bairro, once a avenida Queen encontra com a Roncesvalles, tem essa passarela que  passa por cima da linha de trem e da rodovia Gardner, depois por cima da avenida Lakeshore, tal que é uma passarela muito conveniente para chegar ao lago sem ter que ficar atravessando essas vias largas e movimentadas. Ao Norte do bairro, mas já em outro bairro fica a estação Dundas Oeste do metrô, que é onde a gente pega o trem para o aeroporto, também fora do bairro. Dentro do bairro mesmo não parece ter nada que seja mais notável para o meu dia a dia. O bairro também não é longe de onde eu trabalho, tipo, 500 metros. O limite Leste do bairro, é a estrada de ferro principal em Toronto, que cruza de Sudeste a Noroeste, e que fez o percurso lá meio complicado, com o formato de uma escada, dado que não dá para correr na estrada de ferro. Enfim, esse é o Roncesdales, o bairro que margeia o High Park do lado Leste. 

A semana não tinha sido tão boa. No sábado passado rodei 20km e me senti okay no Sábado, mas cansado, e o Domingo ofoi de Descanso. Na Segunda eu me sentia bem e rodei 2 km para dar uma soltada, devagar. Na Terça eu me senti bem melhor e rodei 3 km, fácil, já me sentindo descansado, e planajando 4km na Quarta. Mas veio a Quarta e eu comecei a caminhada de 1km com dificuldades nas costas, andando com passos curtos. Depois de 1km andando eu não tinha melhorado muito e resolvi não correr. Na quinta feira foi mais ou menos igual, mas no final de 1km me senti melhor, e rodei 1km apenas. Mas aí foi interessante que a caminhada depois da corrida foi muito tranquila, sem dores, eu parecia bem. Na Sexta foi bem melhor e eu rodei 3km sem problemas ou dores, parando porque sabia que no dia seguinte, hoje, eu queria estar bem para o longo. Então a semna foi complicada, de km bem baixa. E hoje acordei bem, tão bem quanto ontem, disposto a ir para a volta a um bairro. 

Ontem uma colega do trabalho disse que ia correr os 5km, evento que é parte da Maratona de Toronto, a Waterfront Marathon, a maior corrida em Toronto. Eu tinha pensando em me inscrever para a meia mas as inscrições tinham se esgotado.É uma corrida muito procurada, o que acho interessante, realmente parece que os corredores que vão em corrida aumentaram bastante. Mas enfim, dado que ela mencionou os 5km eu pensei em contornar um bairro que me possibilitasse passar pelo centro e ver como estão os preparativos para a tal da maior corrida de Toronto. E assim tinha planejado 3 bairro, um mais longe que o outro. Eu teria uns 4km para decidir. E assim saí caminhando por volta das 6h da manhã, descendo pela Avenue rumo ao Sul.

Quando o km de caminhada terminou eu imediatamente parei o Garmin e comecei a cronomitrar a corrida. Mas por engano coloquei o Garmin no modo de caminhada, o que só descobri perto do km 5. Chegando para cruzar a Denverport tive que parar para esperar o semáforo. No modo de caminhada o Garmin para e desconta o tempo parado. Antes de chegar na Bloor completo o km 1 para 5:50, mas sem prestar atenção no tempo. O ritmo estava lento e eu corria fácil, e esse era o objetivo.

Na Bloor parei denovo, mas por pouco tempo, depois continuei, agora na Queens Part, indo para o Sul. Estou ainda na mesma rua mas ela mudou de nome. Do lado do prédio do governo estadual fecho o km 2 para 5:31. O ritmo na verdade não estava assim tão lento, mas eu não olhava o Garmin. Consigo atravessar a College, mas tenho que parar para esperar o semáforo denovo una Elm. Passo direto pela Dundas e completo o km 3 para 5:36, correndo solto e fácil. Entro na Queen às esquerda, agora indo para o Oeste e mais para frente, antes da Spadina, fecho o km 4 para 5:21. Uma opão teria sido entrar na Queen às esquerda, e contornar o bairro de menor percurso. Só que eu me sentia okay e nesse ponto praticamente tinha decidido contornar o Roncesdalles. O outro bairro era muito longo, com mais de 18km, e dado a semana que tive resolvi fazer o Roncesdalles que era menor. Só que me sentia bem. 

Depois da Bathurst fecho o km 5 para 5:35 e continuando pela Queen, indo para o Oeste, fecho o km 6 para 5:24, logo depois da Shaw. Agora estou em território conhecido, a região onde trabalho. O km 7 é fechado para 5:39, na Dufferin, bem perto do começo do bairro.

O começo do bairro acontece quando entro à direita na Noble, uma rua pequena e residencial. Agora rumo para o Norte e corro no meio da rua. Ali tenho a estrada de ferro sempre na minha direita, e as ruas onde corro fazem o percurso meio uma escada, tal que eu sigo pra o Noroeste na média, deixando a ferrovia do meu lado Leste. Assim fazendo completo o km 8 para 5:33. Passo por algum lugares escuros, tento prestar atenção para sempre saber quando estou indo para o Norte ou para o Oeste na escada de 7 degraus, Norte, Oeste, Norte, Oeste... e completo o km 9 depois do último degrau, já chegando no topo da escada, para 5:22. 

Chego na Dundas, o topo da escada, a Dundas indo para Noroeste é um degrau inclinado. Não corro muito e me encontro de frente para uma rua larga, com trilho de streetcar no meio, e fico em dúvida se é a Rocensvalle, onde tenho que entrar para o Sul. Na dúvida entro nela, pensando que eu preciso chegar o nome da rua porque minha memória diz que a Rocensvalle era mais longe, eu tinha que correr nais na Dundas. O problema é que eu não conheço bem a região também, não me veio a cabeça que o Dundas vai para Noroeste, coisa que você não percebe a noite, se não estiver prestando atenção. A rua com trilhos na qual entro é a Howard Park, e nela eu corro procurando pela primeira intersecção onde devo conseguir ver o nome da rua, mas a primeira intersecção está á uns 200m depois de um longo quarteirão. É outra rua grande, com trilho de streetcar, e cruzando ela eu acho uma placa onde consigo ver o nome da rua que consigo ver que não é Roncesvalles. Atravesso a Howard Park, dou meia volta para voltar para a Dundas, onde completo o km 10 para 5:59 devido a todas as incertezas. Acontece que a Dundas vai para Noroeste, e a Roncesvalles é Norte-Sul, com a Howard Park sendo Leste-Oeste e portanto cruzando a Roncesvalles. Assim pela Howard Park vi depois que corri até a Roncesvalles, que é onde queria ir, mas não me toquei que estava lá (e mesmo se soubesse eu queria contornar o bairro e teria que voltar para a Dundas para fazer o contorno certo). 

Não corro muito mais na Dundas e estou na Roncesvalles, entro à esquerda, indo para o Sul. Completo o km 11 para 5:32 e o 12 para 5:24, logo depois de chegar na Queen novamente, onde entro à esquerda, indo para o Leste. Nessa altura me sinto um pouco cansado, feliz por saber que estou perto do final. Se tivesse que fazer 18km, ou até 20km ia ser difícil, mas eu pergunto a mim mesmo quanto difícil. Parece que se vc tem na cabeça que o final é no km 13 então o seu nível de cansaço no km 11 é diferente do que seria se você soubesse que teria que correr 20km. Nesse caso, vc simplesmente pensaria que não pode pensar em cansaço, tem que continuar rodando, ainda falta muito.

Na Queen completo o km 13 para 5:37 e continuou agora numa região que conheço um pouco melhor, sabendo que estou muito perto do final. Completo a volta ao bairro vendo a rua Noble ficar para trás, onde tinha entrado uns 6km antes. Decido continuar correndo e entro na Duferin à esquerda, indo para o Norte, voltando para casa. Na Duferin completo o km 14 para 5:40 sentindo cansaço, talvez porque estava numa subida. Sigo caminhando até a estação Ossington do metrô, 2km de caminhada, e resolvo pegar o metrô ao invés de pegar a bike, pensando que foi muito bom dado a semana um pouco difícil que tive, melhor não pegar a bike, melhor descansar. 

Isso me trás a falar um pouco da meia maratona de Mazatlan, no México, no dia 30 de Novembro, para a qual me increvi. A questão de se eu vou correr ainda está na cabeça, esses treinos longos parece dizer que dá para correr, mas as dores tem sido um pouco imprevisíveis, e eu ando muito otimista, mas não 100% confiante. Parece certo que em correndo será a mais lenta, provavelmente mais lenta que Lisboa. Vale dizer também que deve estar calor lá, e eu tenho corrido em clima ideal aqui, com temperatura abaixo dos 20 graus, hoje estando a 13 graus, e ainda senti um pouco de calor. A temperatura é uma grande preocupação porque em Lisboa eu culpo a temperatura por minha performance tão ruim num tempo que eu treinava bem. Enfim, os treinos de Sábado passado de 20km e de hoje de 14km são encorajadores, ainda que pudessem ser mais, se não parecessem levar a dores e dificuldade de treinar no meio da semaa, com tanto tempo sendo necessário para recuperação. Vamos ver agora esta semana, eu ainda não sinto que tenho uma boa idéia do tempo de recuperação porque os músculos parecem recuperados em 2 ou 3 dias, mas dores nas costas e quadris tem sido imprevisíveis. Devagar vou entendendo essas coisas e quem sabe consigo chegar no dia da Meia o mais em forma possível. 

A rua Roncesvalles tem uma origem interessante. Em 1813 o coronel Britânico Walter O'Hara lutou contra Napoleon, na batalha do Pyrenees. Foi parte da guerra Peninsular, onde Portugal, Inglaterra e Espanha estavam tentando expulsar Napoleão da Espanha. O O'Hara lutou na batalha do Roncesvalles Pass, uma cadeia de montanhã da divisa da Espanha com a França. Ele foi ferido e tal, e depois mudou para o Canadá e teve propriedade ali na região onde é a avenida Roncesvalles. Depois ele loteou e deu nome as ruas, então colocou o nome da rua para homenagear a batalha em que participou. Ele nomeou outras ruas na região também. Na verdade não se tem total certeza porque o O'Hara não deixou nada dizendo que ele nomeou a rua por causa da batalha, mas faz sentido. No mapa abaixo temos a passagem de Roncesvalles. O meu percurso passou pela rua O'Hara, uma rua pequena e pela rua West Lodge, que dizem ser nomeada em homenagem a casa onde O'Hara morava. O mapa abaixo mostra o local da passagem de Roncesvalles na Europa.











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